Mais do mesmo
Tirando a metralhadora apontada para o candidato democrata –
agora, já foi republicano, Bloomberg em sua primeira participação nos debates
desse partido. Ele não se saiu bem, fazendo com que Bernie Sanders apareça com
franco favorito para enfrentar Trump. Posso garantir que se Sanders for eleito
os mercados não irão gostar nada.
Porém, o assunto do momento continua sendo o coronavírus.
Algumas informações fornecidas pelo governo chinês indicam uma retração no
número de casos reportados ontem em 349, elevando o total a 74.567. Embora essa
possa ser uma boa notícia, a mudança na maneira de contabilizar as infecções,
deixou os analistas céticos.
A Goldman Sachs elaborou um estudo recente projetando na
medida do possível os impactos na economia. Com a situação do coronavírus ainda
em evolução, alertam que seu impacto econômico permanece altamente incerto e veem
riscos para a previsão atualizada de crescimento no primeiro trimestre da China
- que já antecipa o primeiro declínio total do PIB da China em um trimestre em
pelo menos três décadas - conforme distorcido fortemente para o lado negativo.
Embora as medidas de controle pareçam ter ajudado a limitar a propagação do
vírus, ainda existem riscos de que a transmissão possa se acelerar, pois os
trabalhadores continuam a voltar ao trabalho após o feriado prolongado do Ano
Novo Chinês, as interrupções na produção se prolongam mais do que o previsto ou
os efeitos na cadeia de suprimentos se tornam mais pronunciado.
A enorme amplitude e profundidade da interrupção são
simplesmente sem precedentes - com, por exemplo, o número de "horas de
trabalho ausentes" devido ao vírus equivalente a toda a força de trabalho
dos EUA que faz uma pausa não planejada por dois meses. Mas, supondo que o
vírus seja amplamente controlado até o final do trimestre e a política macro
continue diminuindo, esperam um forte impulso de crescimento na China a partir
do segundo trimestre.
Além da China, agora esperam efeitos ainda maiores do vírus nos principais
países e regiões. Em particular, após uma contração mais acentuada do que o
esperado no PIB do Japão no 4T19, em grande parte devido ao aumento dos
impostos sobre o consumo e a uma série de tufões, esperam que apenas um
crescimento anêmico se recupere para 0,3% no primeiro trimestre. Nos EUA, acham
que as interrupções na cadeia de suprimentos podem estar afetando mais os
consumidores e as empresas dos EUA - como evidenciado pelas diretrizes de
receita mais baixas da Apple nesta semana - e aumentam a estimativa do arrasto
de coronavírus no crescimento do PIB do primeiro trimestre para 0,5-0,6pp . E
na Europa, após uma forte desaceleração na produção industrial e nos pedidos de
fábrica em dezembro - mesmo antes do surto -, esperam que os PMIs compostos
desta semana caiam para 50,4, abaixo das expectativas de consenso para um
declínio mais moderado.
A demanda por commodities foi especialmente afetada por
interrupções relacionadas ao vírus, e acham que pode ser um desafio
"compensar" uma grande parte da demanda perdida pela redução de
transporte e construção de propriedades. Portanto, esperam que os preços do
petróleo bruto Brent se recuperem gradualmente e reduziram nossas previsões. Dito
isso, a possibilidade de que a capacidade de armazenamento de petróleo da China
possa ser maximizada caso a perda de demanda seja maior do que o esperado deixa
riscos para os preços do petróleo inclinados para baixo. Quanto aos metais, com
a China agora consumindo 45-55% do mercado, acreditam que os metais básicos e a
granel provavelmente enfrentem ventos contrários significativos nos próximos
meses ocasionado a revisão de suas metas de preços para cobre e níquel mais
baixos.
Em contraste com as commodities, como mostra nosso gráfico a
seguir, ativos prospectivos, como ações, já estão com preços em recuperação,
com as ações americanas e europeias em particular voltando aos máximos de todos
os tempos, em grande parte devido às expectativas de uma política monetária
mais frouxa. Após o surto até as ações asiáticas recuperam metade de suas
perdas. Embora acreditem que o rally do mercado seja compreensível, dada a
experiência de infecções virais passadas que tiveram fortes repercussões em
ativos de risco, em seu caso básico, a vantagem daqui é limitada nos principais
índices de ações. E acreditam que o mercado possa estar subestimando o potencial
impacto negativo do coronavírus nos lucros, deixando os mercados acionários
vulneráveis à correção. Em particular, alertam que o rally europeu de ações,
que até agora manteve o ritmo do S&P 500, é mais vulnerável a dados do primeiro
trimestre piores do que o esperado, devido à maior exposição da Europa ao
crescimento da China em relação aos EUA.
Já o Deutsche Bank realizou um estudo da dependência de um
país em relação aos seus insumos. No gráfico a seguir, buscou-se
avaliar o impacto de um choque na China através das lentes da cadeia de
suprimentos. Construímos um indicador de dependência, ou seja, quanto um país
depende da China para o fornecimento de insumos importados específicos. Quanto
mais um país depende da China, mais difícil pode ser a mudança para outro país
fornecedor, se houver alguma interrupção na produção na China.
Encontra-se evidências de que a área do euro está menos exposta diretamente a
um choque na cadeia de suprimentos da China do que outros países importantes
como EUA, Canadá, Japão e todos os principais países asiáticos (Índia, Coréia
do Sul, Indonésia, Malásia e Vietnã). .
Em resumo, a análise mostra que a área do euro parece menos diretamente exposta a interrupções no fornecimento de insumos intermediários da China do que em outros países.
Em resumo, a análise mostra que a área do euro parece menos diretamente exposta a interrupções no fornecimento de insumos intermediários da China do que em outros países.
As bolsas internacionais mal se movem, quer dizer, retraem.
Beirando as máximas históricas, desafiam as incertezas reinante neste momento.
Porém, como diz o famoso ditado da bolsa “água de morro abaixo, fogo de morro
acima, e bolsa quando quer subir, ninguém segura”.
No post o-antivírus-eficaz, fiz os seguintes comentários
sobre o Ibovespa: ...” Depois de ameaçar o
limite inferior definido acima, a bolsa brasileira sobe de forma pujante hoje,
saindo do ponto que o Mosca definiu como perigoso. Mas por enquanto não foi
suficiente para que haja uma definição se é: correção pequena, média ou grande”...
As cotações continuam contidas no intervalo estabelecido
como indefinido, porém, como o gráfico a seguir aponta é possível que esteja
formando uma “escadinha” de alta, que irá se concretizar caso o nível de
117.500 seja rompido. Mas como vocês já devem estar cansados de saber, correção
é correção, tudo é possível!
Enquanto não houver um rompimento do intervalo estabelecido
anteriormente – 112 mil 117,5 mil, podemos esperar por qualquer coisa.
Já faz algum tempo que estou com o dedo no gatilho para
eventualmente sair das posições de ações. O SP500 fomos recentemente executados
em nosso objetivo, e hoje, decidi sair do Ibovespa. Não que eu tenha muitos
motivos, mas apenas para manter minha coerência nesse cenário incerto. Caso se
mostre uma decisão prematura, vamos retornar em algum momento.
O SP500 fechou a 3.373, com queda de 0,38%; o USDBRL a R$
4,3933, com alta de 0,65%; o EURUSD a 1,0785, com queda de 0,18%; e o ouro a U$
1.619, com alta de 0,50%.
Fique ligado!
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