O antivírus eficaz
As informações sobre o Corona vírus apontam para um
retrocesso no número de casos registrados. No termo estatístico a segunda
derivada ficou negativa. Usando modelos matemáticos a Gavekal extrapolou o
número de casos novos. Conforme se pode verificar no gráfico a seguir, no meio
de março praticamente será zero.
Existem outros que consideram os dados publicados pela China
como manipulados. Segundo seu relato, algo
estava errado há alguns dias atrás, quando a Comissão Nacional de Saúde da
China informou que o número de pessoas que receberam atendimento médico sobre o
Corona vírus atingiu o pico, inesperadamente depois de subir em cerca de 15.000
a 20.000 por dia, e ficou estável desde então, mesmo registrando três dias de
queda na semana passada.
Em quem podemos acreditar? Não sei, é necessário mais tempo
para sabermos se o vírus está sob controle ou não.
Mas existe um ante vírus que tem funcionado muito bem nestes
últimos anos, independentemente do tipo de vírus, a injeção de recursos feitos
pelos bancos centrais do mundo.
No caso do Fed, se o leitor lembrar, há algumas semanas a
taxa de juros no mercado Interbancário explodiu. Desde então a autoridade
monetária entrou pesado injetando liquidez e comprando títulos curtos. O
gráfico a seguir não deixa dúvida que se trata de um QE – Quantitative Easing,
cujo nível se aproxima do máximo atingido anos atrás. O Fed pretendia retirar uma
parte deste excesso de liquidez, agora parece que se arrependeu.
Mas não foi somente a autoridade americana que está nesse
jogo: ECB, BOE, BoJ, PBoC e SNB, nenhum deles resolveu retirar ou diminuir seus
recursos injetados, agora o montante acumulado encontra-se na estratosférica
quantia de U$ 20 trilhões. Esse antidoto tem garantido uma valorização dos
ativos ao redor do mundo. Se existe um ante vírus para um surto deflacionário, este
é a liquidez gerada sem precedentes.
Quando foi implementado, todos acreditavam que seria
temporário, pois exista o temor que tal ação levaria a uma alta da inflação.
Mas ela não aconteceu, de forma inexplicada. Vai acontecer algum dia? Ainda
está para ser vista, e enquanto isso, a luta ainda é para gerar alguma inflação,
que se encontra atualmente em níveis bastante baixos.
Nesse mundo cheio de disparidades, com alguns parâmetros que
perderam totalmente sua eficácia, a velocidade do M2 – meios de pagamentos,
despencou desde o ano 2000, sem que haja alguma resposta razoável. Um mistério!
A grande dúvida que fica no ar é se em algum dia os bancos
centrais vão retirar esses estímulos. O que seria necessário para que isso
acontecesse? Como um viciado em drogas, parar é muito difícil. Diferentemente
desse caso - drogado, por que alguma autoridade arriscaria tal ação? Eu só vejo
uma possibilidade: se a inflação subir, e não migalhas, algo como 3% a 4% a.a.
Mas esse é um assunto para o futuro, se é que irá acontecer,
por enquanto as bolsas batem recordes diários – mais a americana que as outras,
e o mercado já projeta 2 quedas de juros para esse ano. Sem nenhuma
criatividade ou ideia que faça as economias crescerem como no passado, a
receita para qualquer crise é: baixe os juros!
No post duvida-cruel, fiz os seguintes comentários sobre
o Ibovespa: ... “ Correção pequena – É possível, mas
não muito provável que a bolsa brasileira esteja no final desse movimento que
deveria ser contido em 112.500, conforme gráfico a seguir” ... ... “Se o
Ibovespa ficar contido no intervalo entre 112.500 – 117.100, é bem possível
que se trata de uma correção pequena. Se ultrapassar o limite superior aumentam
as chances de novas máximas mais adiante, em contrapartida, se o limite de
112.500 for rompido é provável que se trate de uma correção média descrita a
seguir” ...
Depois de ameaçar o limite inferior definido acima, a bolsa
brasileira sobe de forma pujante hoje, saindo do ponto que o Mosca definiu
como perigoso. Mas por enquanto não foi suficiente para que haja uma definição
se é: correção pequena, média ou grande. Para dizer a verdade, o shape da queda
quase que elimina a possibilidade de uma queda grande (Ufa!).
Sendo assim, as recomendações colocadas no post anterior
continuam validas sem que haja alguma definição.
O SP500 fechou a 3.357, com alta de 0,17%; o USDBRL a R$
4.3316, com alta de 0,16%; o EURUSD a € 1,0916, sem variação; e o ouro a U$
1.567, com queda de 0,26%.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário