As commodities estão sinalizando algo? #usdbrl
Em
todo início de ciclo econômico espera-se uma alta nos preços das commodities. Não
foi diferente desta vez: assim que os investidores se convenceram de que o
mundo poderia administrar a pandemia, o preço das commodities subiu de forma
expressiva, atingindo níveis bastante elevados.
Algumas
semanas atrás, a China resolveu oferecer parte de seu estoque de commodities ao
mercado, preocupada com o impacto que essas altas poderiam ter na sua produção
industrial, haja visto que o país consome de 20% a 50% de todas elas, vendeu
sem dó. Ocasionado pela ação ou não, os preços começaram a ceder.
Acontece
que as quedas estão sendo maiores do que se poderia esperar em um movimento acomodativo,
o que levantou dúvida se o mercado estaria agora esperando uma desaceleração
imprevista nesse momento.
Um
artigo de Rhiannon Hoyle no Wall Street Journal sugere que o motivo seria a
desaceleração da China.
Uma das commodities mais quentes deste ano está se apagando. O preço do minério de ferro caiu cerca de 40% desde meados de julho devido a preocupações com a demanda da China, que produz mais da metade do aço mundial. A crise foi um golpe para os países produtores, notadamente Austrália e Brasil, que estão lutando para proteger suas frágeis recuperações econômicas de surtos da variante Delta do coronavírus, altamente contagiosa.
O preço de referência bateu a mínima de $ 130,20 por tonelada na quinta-feira, após uma queda livre de 15% em um único dia, para seu valor mais baixo desde novembro de 2020, de acordo com a S&P Global Platts, que publica preços diários. A commodity, que atingiu um recorde acima de $ 233 por tonelada em maio, saltou ligeiramente para $ 139,10 por tonelada na sexta-feira.
Outras
commodities, incluindo petróleo e cobre, vêm caindo — mas não em um ritmo tão
rápido — devido às preocupações de que os casos crescentes de Covid-19 possam
prejudicar a recuperação global.
O
rápido recuo do minério de ferro sinaliza o fim das margens infladas que levaram
a recordes os lucros e dividendos das mineradoras. Os investidores costumam
apostar no minério de ferro por meio de ações das empresas que o produzem.
A
queda arrisca comprometer os lucros de uma série de novos participantes do
minério de ferro que foram encorajados a buscar novos empreendimentos pela
recente alta dos preços.
O
minério de ferro foi por muito tempo um deserto para os investidores. O mercado
era dominado por um punhado de produtores, incluindo BHP e Rio Tinto, que
vendiam diretamente para siderúrgicas em contratos de um ano. Esses preços eram
negociados a portas fechadas em negociações anuais que definiam o tom para o
resto do mercado.
À
medida que o apetite da China aumentou e as siderúrgicas precisaram de mais
minério do que os maiores produtores poderiam fornecer, o sistema desmontou. Em
2008, as empresas começaram a coligir preços spot a partir de pesquisas de
cargas físicas comercializadas em todo o mundo e, eventualmente, apareceu um
mercado futuro de minério de ferro.
Embora
o minério de ferro seja a segunda commodity mais comercializada no mundo depois
do petróleo bruto, os preços são normalmente mais voláteis do que os mercados
mais estabelecidos, como petróleo e cobre.
A
expectativa de que a produção de aço da China encolherá está alimentando a
queda. A China, que até recentemente produzia aço a taxas recordes, quer manter
a produção de aço nos níveis de 2020, neste ano. “Isso exige grandes cortes na
produção de aço até o final deste ano”, disse Rohan Kendall, analista da
consultoria Wood Mackenzie na Austrália.
O
problema agora é que os altos preços do aço e a alta demanda, associados ao
estímulo relacionado à pandemia, deram às usinas todos os incentivos para
produzir o máximo de aço possível, disse Kendall.
“Mas
a demanda de aço da China não continuará crescendo para sempre — pode já ter
atingido o pico — e o governo está tentando administrar a transição do
crescimento para um futuro em que a demanda estiver estagnada ou mesmo em diminuição
lenta”, disse ele.
Não
sou especialista em commodities nem tenho a pretensão de ser, porém tenho dúvidas
se a queda que se observou foi causada pela desaceleração da economia chinesa.
Minha hipótese é de que havia um consenso generalizado de que era uma barbada investir
em commodities. Com a atitude do governo chinês descrita acima, a desaceleração
de sua economia, e talvez um grande volume especulativo, um movimento de stop
loss pode ter desencadeado as quedas observadas.
Um
mercado que sofreu reversão total nos preços foi observado na madeira, material
muito utilizado na construção de casas. O gráfico a seguir mostra a evolução
dessa matéria prima, onde a queda de preço atingiu 70% sem que nenhuma
modificação no mercado imobiliário tenha sido observada. A queda foi oriunda da
elevada especulação nos mercados futuros.
Uma outra ilustração observa o valor das commodities em função do estágio econômico em que se encontra. De acordo com essa ideia, os preços das commodities deveriam entrar num período de estabilidade de preços.
Um detalhe importante nesse caso é como esse ciclo econômico se iniciou. Normalmente, depois de um período recessivo, a atividade volta a crescer e faz com que as commodities liderem esse processo. No caso, a pandemia gerou uma recessão profunda por pouco tempo, e em seguida os governos adotaram uma serie de estímulos, cada um com seu tempo e recursos disponíveis. Estamos entrando num outro momento, em que a economia terá de andar com suas próprias pernas — vamos ver como isso se dará.
No
post a-dor-do-erro, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” Como anotei no gráfico acima eu espero uma queda
estimada entre R$ 5,05/R$ 5,01. Esse seria o mais provável ocorrer, porém pode
ser mais “curto”, ou seja, num
nível acima” ... Essa
retração acabou não ocorrendo e o dólar ultrapassou o nível de R$ 5,3139. Com
essa nova perspectiva, acabei sugerindo um trade de compra de dólar no post mês-do-cachorro-louco : ...“Até segunda-feira pode
acontecer do dólar oferecer um mini refresco, sendo assim, é a seguinte minha
sugestão: comprar dólar a R$ 5,37 com stoploss a R$ 5,30” ... o que
acabou ocorrendo.
Estou trabalhando com um primeiro objetivo localizado entre R$ 5,56/R$ 5,76. Visto de hoje, poderia apontar o objetivo final desta alta ao redor de R$ 6,18. Mas ainda é cedo para definir, serve apenas como um guia.
Caso minhas premissas estejam corretas e o dólar atinja os níveis estimados, o que acontecer depois disso será de extrema importância. De acordo com meu cenário, eu esperaria um movimento importante de queda do dólar. Não gostaria de me antecipar, pois muita água ainda vai ter que rolar antes disso.
- O
David, fala aí!
Bem,
só para satisfazer sua curiosidade, e sem entrar em números mais concretos, eu
te adianto que seria abaixo de R$ 4,00.
-
Hahaha ... só rindo mesmo!
O Mosca
completa 10 anos de publicações ininterruptas na próxima quinta-feira, dia
26 de agosto, e parece que você ainda não aprendeu que não existe nada
impossível em análise técnica, mesmo que pouco provável. Nesse caso, é difícil
enxergar essa hipótese, mas imagine que um candidato a presidência de Centro
comece a ganhar adesão, isso não poderia ter impacto? As condições cambiais
brasileiras são excelentes.
Um
gráfico comparativo da evolução de moedas bem como das taxas de juros de um
grupo de países, desde o final de 2019, pode dar uma ideia de como estamos mal
classificados — somente a Turquia está pior.
Então, continua com a mesma ideia de que é impossível? Talvez improvável. Let the Market Speak!
O
SP500 fechou a 4.479, com alta de 0,85%; o USDBRL a R$ 5,3812, sem variação; o
EURUSD a € 1,1745, com alta de 0,42%; e o ouro a U$
1.804, com alta de 1,35%.
Fique
ligado!
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