Mês do cachorro louco #eurusd #usdbrl

 


Uma expressão muito usada no passado citava: o mês de agosto era do cachorro louco. Naquela época, em agosto, muitas pessoas eram mordidas por cachorro, o que poderia ocasionar a doença da raiva — que não tem cura. Acredito que hoje em dia, com os cuidados que são prestados aos animais de estimação, essa ocorrência ficou marginal, perdendo o argumento.

Além desse fato, agosto era tido como o mês que ocorriam desastres. Me recordo que, de uma maneira geral, viagens de avião eram evitadas.

Mas parece que a praga voltou, desta vez nos mercados financeiros. No Brasil, está ocorrendo uma liquidação em massa: além da queda da bolsa, os títulos de renda fixa sofreram com a alta nas taxas de juros para ninguém botar defeito. Para que tenham uma ideia, o gráfico a seguir mostra a taxa de 2 anos para títulos públicos, que está próxima de 10% a.a.



Quando a taxa de juros sobe aqui no Brasil, a porta de saída é pequena, pois a maioria dos investidores — que são os Fundos de Investimentos — estão sempre comprados. Essa é uma situação que meu ex-sócio denominava de pênalti sem goleiro (é verdade que com a qualidade de nosso futebol nem assim estão convertendo em gol! Hahaha ..., só o banco central pode dar liquidez recomprando parte dos títulos.

E o mês continua. Sem mencionar a barbada de como o Taleban se apoderou do Afeganistão. A publicação da ata do Fed, diferentemente do que Powell disse há alguns meses — “nem pensava em pensar” na retirada de estímulos —, ontem deixou claro que ele está no grupo menor de diretores do Fed que ainda defende continuar com a enxurrada de liquidez. Um artigo de Nick Timiraos no Wall Street Journal, o mesmo relata o que se pode extrair desse documento.

 Atas da reunião do Fed de 27 a 28 de julho, divulgada na quarta-feira, revelaram um consenso emergente para começar a redimensionar os US$ 120 bilhões mensais do banco em compras mensais de títulos do Tesouro e hipotecas em qualquer uma das três reuniões políticas restantes este ano.‎

‎"A maioria dos participantes registrou que, desde que a economia evoluísse amplamente como eles previam, julgava que poderia ser apropriado começar a reduzir o ritmo de compras de ativos este ano", diz a ata.‎

Vários diretores favoreceram a redução das compras de ativos nos próximos meses, a fim de melhor posicionar o Fed para potencialmente aumentar as taxas de juros se a economia se fortalecer ainda mais no próximo ano, enquanto outros pensaram que o Fed poderia esperar até o início do próximo ano porque querem ver evidências mais fortes de que o mercado de trabalho se curou dos efeitos da pandemia do coronavírus.‎

O Fed cortou as taxas de juros para zero no ano passado e começou a comprar US$ 80 bilhões por mês em títulos do Tesouro e US$ 40 bilhões em títulos hipotecários para fornecer estímulos adicionais. As autoridades em dezembro disseram que gostariam de ver "progressos adicionais substanciais" para cumprir as metas de inflação, que tem uma média de 2% ao longo do tempo e as condições do mercado de trabalho consistentes com o pleno emprego.‎

Muitos diretores acham que o Fed atingiu esse limite para seu objetivo de inflação, disse a ata. Ao mesmo tempo, a maioria não acha que o mercado de trabalho tenha atingido o limiar de "progresso adicional substancial"; a reunião ocorreu, no entanto, dias antes de o Departamento do Trabalho relatar que a economia adicionou 943 mil empregos em julho e a ‎‎taxa de desemprego caiu para 5,4%‎‎, de 5,9% em junho. ‎

‎A próxima reunião do Fed será de 21 a 22 de setembro, e vários diretores disseram que argumentariam a favor de começar a diminuir as compras de títulos logo após essa reunião se a recente corrida de fortes contratações continuar. Mas a ata não revela um consenso para tal passo, e isso, disseram analistas na quarta-feira, sugere que uma redução é mais provável que venha após a reunião de 2 a 3 de novembro do Fed.‎

‎"Powell terá que, em última análise, colocar o pé no chão e tomar uma decisão sobre o momento", disse Marc Sumerlin, sócio-gerente da empresa de consultoria econômica Evenflow Macro.‎

Powell vai discursar no simpósio econômico anual do Fed de Kansas City na próxima semana, e ele poderia aproveitar a ocasião para elaborar sobre seu pensamento sobre gerenciar as consequências da pandemia.‎

‎"Parece-me que a visão modal é: 'Sim, estamos avançando, estamos tendo as discussões, estamos fazendo os planos, mas não há urgência em começar tanto quanto há uma urgência para acertar isso'", disse Julia Coronado, ex-economista do Fed e presidente da MacroPolicy Perspectives LLC.‎

‎A ata mostra que diretores do Fed ainda estão ansiosos para evitar uma reação, como ocorreu em 2013, quando os investidores ficaram confusos com os comentários do então presidente do Fed Ben Bernanke sobre uma possível redução em um programa semelhante de compra de títulos. A confusão levou os rendimentos do Tesouro de longo prazo a subir acentuadamente, em cerca de 1 ponto percentual ao longo de vários meses, com a incorreta inferência dos investidores de que o Banco Central estava se preparando para elevar sua taxa de referência de fundos federais de forma mais agressiva.‎

A ata não ofereceu detalhes significativos sobre o ritmo provável ou a composição de algum enxugamento. Vários diretores pensaram que iniciar o processo mais cedo permitiria reduções mais graduais no ritmo de compra de títulos, disse a ata. A maioria também viu benefícios na redução das compras de títulos do Tesouro proporcionais aos títulos lastreados em hipotecas, de modo que eles terminam ao mesmo tempo, embora alguns apontaram benefícios em reduzir a compra de hipotecas mais cedo devido aos riscos econômicos associados a um mercado imobiliário em expansão.

Fica muito difícil fazer uma leitura mais clara da ata, com tantos adjetivos (grifei no texto): “muitos”, “alguns”, “diversos” — não se pode fazer a associação de quem disse o quê. Mas o que se pode extrair desse documento é que estão preocupados com um eventual excesso monetário, embora alguns alertem para o risco de uma retirada prematura.

A interpretação do mercado foi imediata: se eles estão em dúvida, melhor sair das posições. Esse quadro está de acordo com as observações técnicas que venho fazendo, nas quais uso a expressão para as bolsas americanas como  “movimento está cansado”. Ah, antes que eu me esqueça, estamos em agosto!

No post http:a-china-e-sempre-um-misterio, fiz os seguintes comentários sobre o euro: ...” não tenho muito o que comentar sobre a moeda única, ainda tudo pode acontecer no curto prazo, tanto um rompimento mais para baixo anotado no gráfico em  1,1752, como ficarei mais animado caso ultrapasse  1,1909” ...

 


A moeda única resolveu ir mais para baixo, rompendo o limite mencionado acima de € 1,1752. Do ponto de vista técnico tudo indica que entre 1,1630/ 1,1610 deveria ocorrer a reversão. Como podem notar no gráfico a seguir, com janela de 2 horas, vários indicadores apontam um movimento “livro-texto”.



- David, faz tempo que não sugere um trade em euro, por que não deixa a ordem?

Tudo indica que deva reverter nessa região, mas nada impede que caia mais mesmo sem eliminar a visão de alta. Como informativo, é possível a correção atingir até 1,1430, e somente abaixo eu deveria rever minhas premissas, e por último, estamos no mês do cachorro louco! Hahaha ...

No post a-dor-do-erro quando da previsão para o dólar, eu estava aguardando um precinho melhor para entrar com um trade de compra. Mas acabou não acontecendo: ... “Vamos combinar que se isso ocorrer, ou seja, o dólar passar do limite antes que a queda esperada ocorrer, vou postar em circunstância extraordinária” .... Agora o dólar se encontra no caminho de alta rumo a novas máximas (vou publicar na segunda um estudo mais detalhado), por enquanto é necessário encontrar um ponto de entrada.

Até segunda-feira pode acontecer do dólar oferecer um mini refresco, sendo assim, é a seguinte minha sugestão: comprar dólar a R$ 5,37 com stoploss a R$ 5,30, quem sabe conseguimos. Em todo caso, o sentido é de alta, como venho alertando há algumas semanas.

O SP500 fechou a 4.405, com alta de 0,13%; o USDBRL a R$ 5,4113, com alta de 0,59%; o EURUSD a 1,1676, com queda de 0,29%; e o ouro a U$ 1.779, com queda de 0,44%.

Fique ligado!

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