Diversificação?
Diversificação
é a palavra que você vai ouvir de seu gestor em qualquer reunião de
investimentos. É algo que faz todo sentido, pois concentrar em um único ativo é
muito arriscado. Por exemplo, colocar todo o dinheiro nas ações do Nubank, que
vale mais que qualquer banco brasileiro listado, é uma aposta que não se deve
fazer.
Na
reunião da Rosenberg pela manhã, a emissão de ações do Nubank foi amplamente discutida.
As pessoas que mantêm os parâmetros mais conservadores de avaliação têm
dificuldade em aceitar preços tão elevados. Meu contraponto foi no sentido de
não se esquecer que vivemos uma Revolução Digital, onde algumas empresas novas
irão ocupar o lugar das companhias estabelecidas, destruindo o valor destas. Minha
sugestão é não negar por princípio essas empresas, mas diversificar, não
comprando somente uma ação dessa nova categoria.
Você poderia imaginar que no mercado americano, ao comprar o SP500 que é composto de 500 ações nos diversos setores da economia, você pode ficar tranquilo no quesito diversificação. Porém, um dado intrigante ocorreu este ano, como podem verificar a seguir: 35% da alta desse índice ocorreu por conta de 5 empresas — detalhe: todas da área de tecnologia. Por outro lado, 493 empresas subtrairiam do resultado.
Resumindo, ao invés de comprar o SP500 teria sido melhor comprar só essas 5 ações. Qual seria o recado dado pelos investidores com essa constatação? Na dúvida, vamos às empesas que são grandes e estabelecidas com lucro. Intrigante!
Olhando
para 2022, qual a perspectiva dos analistas para os lucros das empresas? Um
artigo de Lu Wang na Bloomberg aponta para a maior divergência da última
década.
O
recém-hawkish Federal Reserve e o vírus em constante evolução tornaram a
vida difícil para os prognósticos de ações de Wall Street.
Veja
a última previsão de Ed Clissold,
estrategista-chefe da Ned Davis Research. Ele vê o potencial de uma desaceleração
dos ganhos e uma política mais apertada do Fed, que empurraria as ações dos EUA
para "um mercado de queda com pouco volume" no próximo ano antes que
o S&P 500 se recupere para terminar modestamente mais alto.
O
tom cauteloso contrasta com seus colegas do Credit Suisse Group AG e do
JPMorgan Chase & Co. Jonathan Golub do Credit Suisse acabou
de elevar sua meta do S&P 500 em 200 pontos para 5.200 pontos ao final de
2022, citando a melhora das perspectivas de ganhos corporativos e condições
financeiras confortáveis. Marko Kolanovic e seus colegas do JPMorgan dizem que
a volatilidade do mercado diminuirá no próximo ano, quando a pandemia terminar
e a economia se recuperar totalmente.
As
narrativas conflitantes chegam em um mundo que se tornou quase impossível de
prever, desde investidores tendo que lidar com um banco central hawkish
pela primeira vez em três anos até a ameaça de novas paralisações que poderiam
inviabilizar o crescimento. Até agora, a ampla gama de estimativas do S&P500, compilada
pela Bloomberg para 2022, se estende de 4.400 a 5.300 — um spread de 20% que é
o segundo mais amplo em uma década.
"Há mais variáveis que estão em jogo agora, seja o que está acontecendo no Fed, a inflação ou o tipo de sobe-desce contínuo que ocorre com a pandemia", disse Josué Leonardi, diretor da TD Prime Services. "Pode ser apenas o resultado de onde estamos de um ponto de vista macropolítico que oferece uma gama mais ampla de resultados possíveis."
Enquanto
Clissold esteja mais para o lado altista, sua previsão
de turbulência ao longo do caminho ressalta a
dificuldade de se ter convicção. Ele espera que o S&P 500 termine o próximo
ano em 5.000 — um ganho de 6% em relação ao último fechamento — mas não antes
de cair pelo menos 10% em um ponto. Isso acabaria com uma série de ganhos
constantes. Nos últimos 13 meses, o mercado sofreu apenas um recuo de mais de
5%.
"As
condições quase certamente não serão tão amigáveis ao mercado em 2022",
escreveu Clissold em nota aos clientes na quarta-feira. "Esperamos um
ritmo mais lento de ganhos, recuos mais frequentes, uma alta probabilidade de uma
correção de dois dígitos e uma chance realista de um mercado de queda com baixo
volume.”
Prever
onde as ações estarão em 13 meses sempre foi
um exercício difícil, mas se as últimas
duas semanas são alguma indicação
do tumulto que está por vir, é uma perda de tempo
fazer isso agora.
Assim
como os investidores cresceram convencidos de uma nova cepa do vírus Covid e a
inclinação hawkish do Fed poderia marcar um fim para o popular trade “se
cair, compra”, os caçadores de pechinchas reapareceram, ajudando
a levar o S&P 500 de volta para muito perto de sua máxima histórica.
Os
profissionais da previsão tiveram um 2021 difícil, acertando muito, mas
constantemente chutando para fora, em um mercado que só subiu durante a maior
parte do ano. Em janeiro, a maior meta de fim de ano era 4,400.
Clissold
reconheceu uma incógnita que poderia comprometer sua previsão: as
margens de
lucro, nas quais ele prevê 30
pontos-base de queda por causa da pressão salarial — embora ele tenha apontado que,
nos últimos 40 anos, a compressão
da margem raramente vem durante expansões econômicas. Ressalte-se que a
capacidade corporativa da América de arrancar mais lucros das vendas ajudou a
sustentar uma série épica de surpresas positivas.
Outra
incerteza está ligada ao plano do Fed sobre o aperto
monetário. Embora os aumentos das taxas não
necessariamente matem os mercados de alta, o ritmo de aumentos importa muito
para o desempenho das ações durante o primeiro ano de um ciclo de aperto: um
ganho de 11% durante os lentos versus uma perda de 2,7% durante os rápidos, de
acordo com oito décadas de dados compilados por Ned Davis.
O modelo Cycle Composite da empresa aponta para uma grande retração no primeiro semestre de 2022 antes que o mercado ensaie um retorno.
"O
quanto o covid-19, a cadeia de suprimentos e os riscos de inflação
impactam a economia determinará se a tendência de baixa do Cycle
Composite 2022 se concretizará", disse Clissold. Em meio ao risco de maior
volatilidade, ele recomenda aos investidores que favoreçam ações de grande
capitalização de alta qualidade e empresas com crescimento estável.
Como de costume, na próxima semana o Mosca, contra
sua vontade, irá publicar seu prognóstico para 2022, também comparando o que
foi previsto com o realizado — afinal, se todos os analistas fazem, não posso
me abster.
No post defi-nhando, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” Mas mais importante que essa observação é o fato que numa janela de 1 hora se formaram 5 ondas (uhhhhhh....). Como poderão notar no gráfico a seguir, está próxima de romper a linha amarela. Tudo isso é positivo” ... ...” vou esperar uma retração, e se ela acontecer em 3 ondas, aí vamos que vamos. Os níveis calculados sujeito a um ajuste fino deveria estar entre 105.300 e103.300” ...
A retração que eu estava esperando ocorreu, mas não atingiu os níveis que estavam previsto acima, a mínima foi de 105.900, o que já é bastante próximo. Uma oportunidade “calculada” surge ao redor de 105.200 conforme se pode notar no gráfico a seguir pela confluência de vários pontos nesse patamar. Fique ligado nesse nível se ocorrer.
Provavelmente vou sugerir um trade de compra no nível acima, o problema vai ser o stop loss. De forma correta deveria se situar a 100.000, o que infringiria uma perda potencial de 5%. Outra postura seria usar o patamar de 103.000 com um stop loss de 2%. Em situações semelhantes a essa existiriam duas possibilidades: a) usar o nível correto com metade da posição; b) usar o stop loss mais apertado correndo o risco de ser executado e ver o mercado subir depois.
Ainda não decidi qual dos dois vou adotar, mas
estou mais inclinado a utilizar o primeiro. Acompanhem os próximos dias.
Não posso deixar de enfatizar que o gráfico acima
mais recente contempla janela de 1 hora, onde todo cuidado e pouco.
O SP500 fechou a 4.709, com alta de 1,63%; o USDBRL
a R$ 5,6811, sem variação; o EURUSD a € 1,1293, com
alta de 0,32%; e o ouro a U$ 1.776, com alta de 0,37%.
Fique ligado!
Tempos estranhos...a AAPL está muito próxima de ultrapassar U$ 3 tri. Subiu mais de 80% aa nos ultimos dois anos e esse ano sobe mais de 30%. Claro que sempre pode subir mais, mas vendo esses retornos assimétricos dos últimos anos fico sempre pensando se a probabilidade de alta é maior que a de baixa, uma vez que quanto maior a receita de uma empresa menor é a taxa de crescimento possível. Ver o mercado subindo após o FED diminuir estímulos e aumentar em x3 a expectativa da taxa de juros ao ano ( o que deve ocorre novamente no futuro uma vez que a ideia é cozinhar o sapo na água) é espantoso.
ResponderExcluirDesculpe a demora na resposta, o blogspot não me avisa sobre os comentários (ou eu não sei como fazer!). Desde sua postagem a Nasdaq sofreu uma queda de 10% onde as FAANGs também recuaram. Sobre ações individuais eu não acompanho com a mesma assiduidade que os índices, sendo assim, prefiro não responder sua duvida, que parece valida. Na semana seguinte a essa postagem fiz uma serie de analises para o ano, recomendo que você dê uma olhada.
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