Time ganhando não se mexe #bitcoin #nasdaq100
Quando se faz uma comparação entre o rendimento das bolsas
internacionais num intervalo de tempo maior, a americana ganha de lavada, por
décadas é o melhor lugar para se investir. Mas como tudo que sobe muito (ou cai
muito), algum analista encontra argumentos para justificar mudar, argumentando
ser uma barganha. Há alguns meses notei que diversos artigos recomendavam sair
dos EUA e ir para a Europa por exemplo, afinal o inverno não foi tão ruim
quanto o esperado levando à queda de preços do gás, principal commodity usada
no continente para a geração de energia. Outra coqueluche deste tipo de
argumento foi a China que resolveu abandonar os lockdowns por conta da Covid,
bem como o governo resolveu ajudar com liquidez e busca de soluções para o
setor imobiliário.
Mas parece que durou pouco a festa — desde o início deste
ano, o EUA voltou a brilhar. Ontem comentei sobre o consumo nesse país e seus
motivos, mas não se pode esquecer também que o americano quando nasce aprende a
consumir, está no seu DNA. John Authers traz na Bloomberg o que está ocorrendo.
América Primeiro Novamente
Estamos na metade do primeiro trimestre e as ações dos EUA
estão com desempenho superior mais uma vez. Nas últimas quatro semanas, o
S&P 500 superou o índice do FTSE para o resto do mundo em 5%, mesmo após a
desagradável queda de Wall Street no final do pregão de quinta-feira.
Isso não era pra estar acontecendo. O gráfico a seguir
mostra a relação entre o índice de referência S&P 500 e o FTSE All-World
ex-US Index, que inclui empresas de grande e média capitalização de
mercados desenvolvidos e emergentes. Uma queda acentuada começou em outubro,
quando a inflação atingiu o pico e o sentimento tomou conta de que as taxas dos
EUA logo estariam caindo, arrastando o dólar com elas. Isso deveria ter sido o
início de uma nova tendência após anos de domínio americano. Mas agora as ações
dos EUA estão de volta a bater seus pares:
A reversão indica um risco para a visão amplamente popular de que o resto do mundo deve se sair melhor do que os EUA em grande escala este ano. Desde que os EUA levaram o mundo à crise financeira há mais de uma década, os EUA têm tido um desempenho superior. É uma tendência que o tempo todo parece que vai reverter, mas ainda não o fez:
A recuperação do dólar este ano pode explicar algo do alívio das ações dos EUA, já que uma moeda mais forte eleva automaticamente seu desempenho relativo. Além disso, a força do dólar tem sido inversamente correlacionada com o desempenho das ações de mercados emergentes, uma tendência que continuou em pleno vigor no ano passado:
O S&P 500 ganhou 6% até agora em 2023, enquanto o Nasdaq 100, com mais peso em tecnologia, viu uma alta ainda maior, avançando quase 14% nesse período. O otimismo com o crescimento econômico conquistou os traders de Wall Street e impulsionou amplos ganhos. Por exemplo, não é apenas a grande tecnologia – que fez a maior parte do trabalho pesado durante o auge da pandemia apenas para acabar como a maior perdedora de 2022 – que está se recuperando. As small caps também estão vendo vantagens saudáveis, com o Russell 2000 subindo 10%. Adicione uma mudança para cima nas expectativas de juros, o que fortaleceu o dólar, e o mercado de ações dos EUA está batendo seus pares globais mais uma vez.
Olhando para os fundamentos do mercado de ações, isso não
parece fogo de palha. Jason Goepfert, da SentimenTrader, mostra que, nos
últimos quatro meses, houve 20 dias em que mais de 80% das ações do S&P 500
avançaram. Este tem sido um dos maiores conjuntos de dias de alta de todos os
tempos, com tantas ações em alta quatro meses após uma baixa de 52 semanas que
remonta a 1950, disse ele. Isso sugere um rali amplo, confiante e durável:
Sua principal conclusão? Que este não é um rali de mercado
em baixa, mas o início de algo diferente. Tal rali raramente foi visto em um
mercado de baixa em andamento, aumentando a probabilidade de as ações dos EUA
estarem no início de uma prolongada recuperação do mercado em alta.
Isso parece impressionante, dado que a inflação permanece
muito acima dos níveis de conforto e em meio a expectativas de mais aumentos de
juros. Nicholas Colas, co-fundador da DataTrek Research, sugere que o
desempenho das ações dos EUA na segunda metade do trimestre pode muito bem
definir o tom para o resto do ano:
Agora temos dados suficientes para saber que a economia dos
EUA começou 2023 com uma nota forte, seja o Relatório de Empregos de janeiro,
as Vendas Avançadas no Varejo ou as leituras de inflação do CPI... Se
tivéssemos dito a você no início do ano que essa teria sido a cadência dos
dados econômicos, você provavelmente teria pensado que as ações estariam abaixo
dos níveis do final do ano de 2022.
Os estrategistas do Wells Fargo, incluindo Christopher
Harvey, apontam que a expectativa de consenso para o crescimento do lucro por
ação do S&P 500 para este ano, em comparação com 2022, embora em queda,
ainda é tão alta quanto 6,9%.
Kristen Bitterly, chefe de investimentos na América do Norte
do Citi Global Wealth, destacou que os principais impulsionadores das ações dos
EUA estão em apenas três setores – tecnologia, serviços discricionários ao
consumidor e de comunicação – e que as mudanças na liderança são inevitáveis.
Por enquanto, ela continua acima do peso nas ações de grande capitalização
dos EUA em relação à Europa, embora uma série de razões - incluindo que as
ações fora dos EUA sejam negociadas com um desconto de 20% a 25% e a força do
dólar - sugiram que as ações de fora dos EUA devem superar o desempenho no
longo prazo.
Além das avaliações, duas grandes mudanças neste ano devem
favorecer o investimento fora dos EUA: o inverno ameno que tirou o risco de uma
crise energética na Europa e a reabertura da China. Isso impulsionou os fluxos
para os mercados europeus, com os efeitos aparecendo mais claramente no
desempenho das ações de bens de luxo: as ações da Louis Vuitton Moet Hennessy,
por exemplo, subiram 21% no ano. Este poderia ser um sinal positivo para o
mercado europeu mais vasto. Mas, no curto prazo, a atenção é dominada pelo
desenvolvimento mais surpreendente de todos – a força bruta da economia dos
EUA.
Vale aqui também a frase “em time que está ganhando não se
mexe” e o argumento de que “caiu muito” nunca deve ser o principal na tomada de
decisão, pois se caiu muito tem uma razão e sempre pode cair mais.
O mundo esqueceu do bitcoin? Pouco se tem falado ultimamente sobre a cripto moeda, mas desde a mínima de U$ 15.480 atingida em novembro subiu a U$ 25.240 no último dia 15 de fevereiro, uma alta nada desprezível de 63%. No post o-chão-e-o-limite notei que algo diferente estava acontecendo, fiz os seguintes comentários: ... “ Desde essa última atualização o bitcoin se encontra contido na região entre 17.300/15.400, indeciso para onde deve caminhar” ...
Desde então o bitcoin completou 5 ondas como no livro texto “bonitinho”. Isso implica o seguinte: a queda vislumbrada até U$ 12.000 fica cancelada; minha visão agora é de alta com dois possíveis cenários: uma correção até U$ 48,5 mil / U$ 57, 5 mil; o rumo aos níveis anteriormente de U$ 120 mil que agora passa a ser de U$ 80,7 mil.
- David, você não tinha
abandonado essa visão mais altista?
Eu sempre frisei que havia um
nível que deveria ser ultrapassado (para baixo) para eliminar completamente
essa opção, esse limite de U$ 13.895 não foi ultrapassado, sendo assim,
continua válido. Em todo caso, meu cenário atual passa a ser o primeiro.
Se a onda 5 em verde terminou, o
que parece ter acontecido, demarquei com o retângulo os níveis onde deve surgir
uma oportunidade de compra U$ 20,9 mil/ U$ 19,7 mil/ U$ 18,6 mil. Faz muito
tempo que não tinha um call de alta para bitcoin, e mesmo não sendo um fã das
cripto, a análise técnica sugere alta, então vamos nessa.
No post certeza-do-futuro fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ... “ o índice recuou alguns pontos sem que com isso nosso stop loss fosse acionado. Minha convicção nesse cenário está perdendo confiança, mas vou continuar até o nível que estabelecido. Caso o stop loss seja acionado, vou apresentar outra possibilidade” ...
Não houve muita evolução durante essa semana, porém outros indicadores apontam para cautela. Quero deixar claro que, mesmo que nosso stop loss seja acionado, não significa que um movimento de baixa se inicia, existem outros índices que mostram uma visão mais construtiva como os semicondutores.
O gráfico acima compilado pela Goldman Sachs mostra o Z- score 1 das posições vendidas que foram liquidadas por esses fundos, atingindo um extremo que só foi menor durante a pandemia.
1 O Z-score indica o quanto
um determinado valor difere do desvio padrão. O Z-score, ou pontuação padrão, é
o número de desvios padrão que um determinado ponto de dados está acima ou
abaixo da média. O desvio padrão é essencialmente um reflexo da quantidade de
variabilidade dentro de um determinado conjunto de dados.
O SP500 fechou a 4.079, com queda de 0,28%; o USDBRL a R$ 5,1634, com queda de 1,02%; o EURUSD a € 1,0693, com alta de 0,24%; e o ouro a U$ 1.842, com alta de 0,28%.
Fique ligado!
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