Muito pior que a encomenda #Ibovespa
Não me simpatizo com o Lula; tenho um princípio e uma crença
de que o caráter de uma pessoa não muda. Em inúmeros posts, comentei sobre esse
assunto e não cabe agora chover no molhado. Também estava cético em relação a uma
guinada para o centro, como ele dizia que iria fazer, pois como confiar numa
pessoa como ele? Mas sinceramente não achei que seria tão ruim como está sendo.
Eu desafio alguém a me mostrar alguma coisa de positivo na
área econômica nos primeiros 30 dias de governo. Na verdade, o governo passou a
maior parte do tempo chovendo no molhado sobre as invasões que ocorreram no dia
08 de janeiro. Me parece que Lula está mais preocupado com sua segurança buscando
maneiras de se proteger deixando a roupa suja para Alexandre Moraes que mais se
parece com um Xerife que Ministro do Supremo.
No mercado financeiro, é muito útil aquele analista que
acerta tudo, bem como aquele que erra tudo, pois esse último basta fazer o
contrário! Pois bem, a medidas ou atitudes tomadas no campo econômico estão nessa
última categoria. Os economistas de respeito que aderiram à candidatura do Lula,
acreditando que desta vez seria diferente, sentiram que embarcaram numa fria.
Agora eles ou estão quietos ou já expressam seu ceticismo.
Mas mesmo na política internacional, onde o novo presidente
se vendeu como estadista democrático, mostra que muita retorica somente, como
relata Andreas Kluth na Bloomberg.
Tendo defendido a democracia em casa, o Brasil inspirou a
esperança de que também simpatizasse com a luta pela liberdade em outros
lugares. Aparentemente não.
Com democratas como o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula
da Silva, quem precisa de autocratas? Que vergonha para Lula por fingir que
Kyiv, a OTAN e a União Europeia são tão culpados pela guerra genocida da Rússia
contra a Ucrânia quanto o aspirante a czar no Kremlin, Vladimir Putin. Que
vergonha para Lula por não fazer nada para ajudar a Ucrânia.
Lula foi empossado no antigo cargo - já foi presidente entre
2003 e 2010 - há apenas um mês. Isso se seguiu ao período de quatro anos do
populista de direita Jair Bolsonaro – “o Trump dos Trópicos”. Uma semana após a
posse de Lula, turbas pró-Bolsonaro chegaram a saquear prédios federais em
Brasília, em uma reprise ridícula do ataque ao Capitólio dos Estados Unidos em
6 de janeiro de 2021. Quando as instituições brasileiras - e Lula - resistiram
a esse ataque, grande parte do mundo democrático respirou aliviada.
Uma pessoa que ficou particularmente feliz foi o chanceler
alemão Olaf Scholz. Ele está há muito tempo entre os líderes “ocidentais” que
se esforçaram ao máximo para transcender as percepções do “ocidente e do resto”
ao enquadrar a política mundial como uma disputa entre destinos democráticos e
autocráticos.
“Estamos todos felizes que o Brasil está de volta ao cenário
global”, Scholz sorriu para Lula durante sua visita a Brasília esta semana.
“Vocês fizeram muita falta.” Lula deu um abraço espontâneo no chanceler.
Em particular, Scholz quer ampliar a aliança para apoiar a
Ucrânia e se opor a Putin, incluindo o maior número possível de países no “Sul
Global”. No ano passado, por exemplo, quando hospedou o Grupo dos Sete, clube
de democracias liberais com grandes economias, também convidou Índia,
Indonésia, África do Sul e Senegal.
O mesmo objetivo o levou à América do Sul nesta semana. Mais
uma vez, Scholz foi lembrado de que quanto mais longe os países estão da
Europa, menos urgência eles sentem sobre a guerra na Ucrânia. O presidente do
Chile, Gabriel Boric, ainda foi relativamente aberto. “Sempre defenderemos o
multilateralismo, a solução pacífica de conflitos e, acima de tudo, a vigência
dos direitos humanos”, disse ele após o encontro com Scholz em Santiago. O
presidente argentino Alberto Fernandez foi mais cauteloso, recusando-se a
oferecer qualquer assistência militar à Ucrânia e desejando apenas vagamente
"paz".
Mas foi Lula quem não apenas rejeitou os pedidos de Scholz
como também perdeu o fio da meada. “O Brasil não tem interesse em repassar
munição para que seja usada na guerra”, disse Lula na entrevista coletiva
conjunta. “O Brasil não quer ter nenhuma participação, mesmo indireta.”
Para um vislumbre do raciocínio de Lula, ajuda ler seus
comentários em entrevista à revista Time no ano passado. “Não é só Putin que é
culpado”, insistiu Lula. “Os EUA e a UE também são culpados” – aparentemente
por não serem mais categóricos em descartar a adesão da Ucrânia à OTAN (que nem
sequer está em discussão desde 2008).
Mas Lula tinha mais a dizer. O presidente ucraniano,
Volodymyr Zelenskiy, pode impressionar a maioria das pessoas como um líder
inspirador desafiando uma invasão brutal. Mas não Lula. O presidente brasileiro
acredita que Zelenskiy é “estranho” e se comporta como um caçador de
publicidade passando de uma câmera de TV para outra, quando deveria estar
“negociando” – presumivelmente sobre a capitulação da Ucrânia. “Esse cara é tão
responsável quanto Putin pela guerra”, disse ele.
Como é que é? Uma coisa é os líderes decidirem, com base na
Realpolitik, que devem ficar fora de um conflito que consideram – correta ou
erroneamente – irrelevante para seus interesses nacionais. Também é justo que
as nações do Sul Global apontem para a longa história de hipocrisia ocidental
ao escolher quais tragédias, onde no mundo e sob que circunstâncias, ser
idealistas e quais ignorar ou mesmo tolerar.
Mas adotar e retransmitir as próprias narrativas de
propaganda de Putin passa dos limites. Foi Putin sozinho quem decidiu atacar a
Ucrânia, e que mudou suas razões para fazê-lo desde então - aparentemente, ele
agora está lutando contra o satanismo na Ucrânia. Ele é um imperialista e
ditador antiquado, empenhado em subjugar e colonizar um vizinho menor, violando
todas as normas internacionais no processo.
Um dia, a trágica guerra na Ucrânia de fato terminará em
negociações. Mas não cabe a Lula, nem a ninguém, dizer a um país que luta pela
própria sobrevivência que chegou a hora de sentar-se à mesa com os invasores. Se
Lula não consegue entender a geometria moral na Ucrânia, na Europa e no mundo,
ele não merece ser levado a sério.
Ontem participei de um call organizado pelo BTG com Mansueto
Almeida sobre os Desafios do Ajuste Fiscal para 2023. Embora tenha sido Secretário
do Tesouro no governo passado, pelas suas qualificações fez um resumo claro da
situação em que nos encontramos.
Sua principal ênfase foi em relação ao equilíbrio fiscal—ou
melhor, desequilíbrio — em que nos encontramos. De forma resumida o déficit
esperado para esse ano é da ordem de R$ 200 bilhões se nada for feito. No seu
entender, as medidas que estão sendo propostas (reforma fiscal e outras)
poderiam baixar esse déficit para R$ 100 bilhões. Mas para que a projeção da
dívida seja benigna, será necessário transformar esse déficit em um superavit
de R$ 200 bilhões.
Enfatizou que amentar os impostos não é solução, pois além
de uma carga tributária muitíssimo elevada quando comparada com os pares
emergentes – Brazil 34% do PIB outros países 22%/23% do PIB, pela distribuição
da arrecadação de impostos federais com os estados, para o governo arrecadar R$
1,00 seria necessário aumentar os impostos em R$ 2,00.
A ideia de alterar a meta de inflação comentada por Lula faria
o BCB elevar os juros para 15% a.a. segundo Mansueto. A ingenuidade do
presidente, acrescida do seu desconhecimento das leis de economia, faz com que seus
desejos sejam expressos sem o mínimo de censura.
Num call aberto como esse, não seria de se esperar que o
protagonista colocasse sua opinião de forma explicita, mas não é preciso ser
nenhum psicólogo para inferir que ele não acredita que estamos no bom caminho.
A única esperança no meu ponto de vista é que o Lula, ao perceber daqui algum
tempo que o barco está indo à deriva, resolva mudar de política e de ministros.
Porém, é apenas torcida, por enquanto.
No post perder-e-bom-o-que? fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” me parece mais provável que o Ibovespa ainda tenha que visitar níveis abaixo de 90 mil. Desta forma, vou continuar com o cenário que tracei mesmo consciente que para o movimento de queda existem outros cenários. Nesse caso, ultrapassando a primeira barreira de 113 mil o próximo intervalo seria 116,3 mil/ 118, 2 mil” ... ...” Como se trata do final da onda E de um triangulo (em verde), seu término poderá ocorrer em qualquer região compreendida entre 113 mil / 118 mil” ...
Como mencionei acima, a onda E parece ter terminado abaixo do intervalo entre 116,3 mil/ 118,2 mil. No que se baseia minha afirmação? A área destacada na elipse teve a formação de cinco ondas numa janela de 1 hora conforme o gráfico abaixo destaca – eu que disse não iria mais compartilhar gráficos com janelas menores, mas essa exceção é apenas um destaque.
Como venho enfatizando, a bolsa brasileira não apresenta um cenário onde se poderia associar uma probabilidade maior, dado que é muito mais um conjunto de padrões contidos em correções ao invés de movimentos direcionais. Como a Teoria de Elliot é fractal, dependendo da janela utilizada as cinco ondas aparecem fornecendo guias para o curto prazo.
Para exemplificar, eu tenho no meu arquivo três opções diferentes para um prazo mais longo, mas por outro lado não poderia me basear em nenhuma delas. Sendo assim, vou surfando de onda em onda literalmente. O que fica mais claro no curto prazo é que a bolsa deve ter um movimento de queda que pode ser esse associado acima, ou mais profundo ao redor de 87 mil. Depois deve acontecer uma alta cuja extensão é indefinida por enquanto.
O SP500 fechou a 4.119, com alta de 1,04%; o USDBRL a R$ 5,0491,
com queda de 0,47%; o EURUSD a € 1,0986, com alta de 1,14%; e o ouro a
U$ 1.951, com alta de 1,21%.
Fique ligado!
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