Escapamos dessa #USDBRL

 



As eleições para prefeito revelaram uma revolta parcial da população: basta ver como diversos candidatos “digitais” conquistaram uma parcela significativa de votos, sem qualquer experiência na vida política. Utilizando as redes sociais, engajaram um público insatisfeito tanto com a direita quanto com a esquerda — especialmente com esta última. Sem ser um expert em política, acredito que nas próximas eleições, esses candidatos conquistarão ainda mais pessoas descrentes, o que, na minha visão, só tende a crescer.

O stop loss nas finanças tem uma semelhança interessante com a vida cotidiana. A expressão "a gota d'água" seria sua tradução. Creio que muitos compartilham do sentimento que me acompanha atualmente; ao me deparar com opiniões divergentes das minhas, sinto uma irritação crescente, um perigo de radicalização que leva a decisões reações extremadas. Esse é o trunfo dos candidatos “digitais” que promovem o “chutar o pau da barraca”, impulsionando pessoas equilibradas ao extremismo.

O PSOL deveria encerrar suas atividades; com 5.570 candidatos a prefeito, não elegeram ninguém. Não é preciso ser um grande entendedor para ver que algo está errado. Ao lado deles, o PT também obteve um resultado ínfimo, elegendo apenas alguns poucos prefeitos. Isso é resultado de uma política retrógrada dos anos 70 – para ser claro, 1970! Nem Lula, o último dos moicanos populares da esquerda, conseguiu alavancar o dissimulado Boulos a um desempenho superior ao das eleições passadas — ele obteve praticamente a mesma porcentagem de votos de 2020, mesmo tendo disputado contra Covas, que é muito superior a Nunes.





Assim, restam poucas esperanças de mudanças significativas, e ficamos reféns de um governo federal que insiste em uma gestão de gastos sem limites, ignorando a necessidade de financiamento, enquanto a Faria Lima permanece em lamúria. Contudo, dinheiro não tolera desaforos, e essa atitude só leva o país rumo a um colapso. Não adianta tentar combater o livro-texto de economia. Maria Eleonora comentou na Bloomberg que as projeções dos economistas para a inflação brasileira já saem do intervalo de tolerância.

Analistas no Brasil aumentaram pela quarta semana consecutiva as expectativas de inflação para 2024, prevendo agora que os preços ao consumidor ultrapassem o limite da faixa de tolerância, à medida que crescem as preocupações dos investidores sobre os gastos públicos.

Segundo uma pesquisa semanal com economistas do Banco Central, publicada nesta segunda-feira, os preços ao consumidor devem subir 4,55% em dezembro, acima da estimativa da semana passada de 4,5%. A inflação anual é projetada em 4% para o final do próximo ano e 4,04% no horizonte de doze meses, alinhado ao período de análise do Banco Central.





Os banqueiros centrais, liderados por Roberto Campos Neto, têm alertado sobre os impactos que o aumento dos gastos governamentais está causando nos esforços para reduzir a inflação à meta de 3%. Com o aumento do salário-mínimo e a ampliação das transferências de renda, as famílias tendem a consumir mais, o que pode pressionar o custo de vida, alertaram os formuladores de políticas em discursos em Washington, DC, na semana passada. Essas preocupações também motivaram a decisão de elevar as taxas de juros para 10,75% no mês passado.

A inflação anual acelerou para 4,47% no início de outubro, ligeiramente abaixo do teto da faixa de tolerância do Banco Central de 4,5%. As contas de eletricidade residencial dispararam, enquanto alimentos e bebidas também subiram devido à severa seca.

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manteve um tom mais otimista, afirmando que a inflação permanecerá dentro da faixa de tolerância do Banco Central neste ano. Sua equipe em breve anunciará medidas para fortalecer as contas públicas sem a necessidade de reformular as regras fiscais do país, afirmou Haddad em uma coletiva de imprensa durante as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional na semana passada.

As preocupações dos investidores sobre a trajetória da dívida pública brasileira estão pressionando ativos como o real, uma das moedas de mercados emergentes com pior desempenho este ano. Campos Neto tem reiterado a necessidade de um “choque fiscal positivo” para ajudar a reduzir os custos de financiamento.

Os analistas da pesquisa mantiveram suas estimativas para a taxa básica de juros no final do ano em 11,75% para 2024 e 11,25% para 2025.

Em conversas com profissionais da área financeira, percebo uma certa indignação com o nível elevado dos juros praticados pelo Banco Central. Um cálculo simples, subtraindo a inflação corrente, ao redor de 4,5%, da taxa Selic atual de 10,75%, resulta em um juro real de 6,25% — é um nível elevado, sem dúvidas. Mas, o que explico a eles é que a autoridade monetária trabalha com modelos e, de forma simplificada, se a expectativa de inflação futura é de alta, como mostra o gráfico acima, é sinal de que os juros não estão sendo suficientes para levá-la ao objetivo almejado.

Mas quem é o verdadeiro culpado? A política expansionista do governo, que leva o déficit a números negativos e deixa todo o trabalho difícil para o Banco Central. É fácil entender: se há uma torneira totalmente aberta — o governo Lula, que quer até alterar as classificações orçamentárias de despesa para investimento — é necessário um “balde” gigantesco para o Banco Central tirar o excesso de água!

No post "what- the - f@ck" fiz os seguintes comentários sobre o dólar: “O dólar entrou na Área de Resistência que apontei acima, sem, todavia, romper. Caso isso ocorra, o objetivo para o dólar está destacado no retângulo abaixo, algo como ~ R$ 6,00”




O dólar permanece na área de resistência e tudo indica que deve atingir R$ 5,8811, conforme mencionado anteriormente, um verdadeiro “presente” de Papai Noel para Galípolo. Depois, um novo período de queda deve ocorrer, levando a moeda aos níveis de ~ R$ 5,40 — onda 4 vermelha.

1 É importante ressaltar que esse nível resulta de um dos parâmetros analisados, pois, ao observar outros, o dólar deveria atingir níveis bem mais elevados. Em outras palavras, não dá para ter muita certeza de que o término será em R$ 5,88.




Você lembra do “carequinha,” Robin Brooks, que há pouco tempo afirmava que o Brasil era uma Suíça latino-americana, prestes a ser inundada por dólares tanto do comércio quanto de investimentos, projetando o dólar a R$ 4,50? Pois bem, fiel à regra do Mosca, de que economistas mudam de opinião como eu troco de camisa, ele agora usa a possível eleição de Trump para mudar radicalmente de ideia. Veja algumas de suas previsões:

“A China deixa claro que sua principal arma em resposta a novas tarifas impostas por Trump é uma depreciação substancial e antecipada do Yuan. Isso muda o jogo após as eleições. Se Trump vencer, a relação $/JPY não se dirigirá a 120, mas a 200. Essa eleição terá um impacto maciço nos mercados.”

“Se os EUA impuserem uma tarifa de 60% sobre todas as importações da China, qual será a queda do RMB? Em 2018, os EUA já tarifaram metade de todas as importações em 25%, impacto que foi absorvido naquele ano e equivale a uma desvalorização de 12,5%. Assim, o RMB precisaria cair mais 47,5% caso a tarifa de 60% sobre todas as importações da China se concretize. Seria uma queda colossal.”

“Não há porto seguro nos mercados emergentes (EM) se Trump vencer as eleições. Nosso acompanhamento dos fluxos diários de portfólio de não residentes para a Índia já está quase tão negativo quanto no auge da pandemia de COVID. Todos nos mercados emergentes serão afetados se Trump vencer e impuser tarifas. Não haverá refúgio seguro nos EM.” (destaque meu)

Com essas projeções alarmantes, tanto para o yen quanto para o renminbi, não sei se ele quer assustar os possíveis eleitores de Trump, se está furioso com a chance de vitória de Trump ou se apenas encontrou um culpado para refazer suas previsões. De qualquer forma, ele não apenas me faz trocar de camisa, mas de guarda-roupa inteiro! Hahaha...

O SP500 fechou a 5.823, com alta de 0,26%; o USDBRL a R$ 5,7078, sem alteração; o EURUSD a € 1,0813, com alta de 0,19%; e o ouro a U$ 2.741, com queda de 0,21%.

Fique ligado!

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