O petróleo não é mais o mesmo #oil #IBOVESPA

 


O amplamente noticiado ataque do Irã a Israel, com o uso de bombas, repercutiu fortemente no mercado de petróleo, como era de se esperar. Em seu ápice, os preços subiram até 5%. Para se ter uma ideia, durante a Guerra de Yom Kipur, em 1973, o preço do petróleo quadruplicou, saltando de U$ 3 para mais de U$ 12. Ao ver esses números, a impressão é que era quase "de graça" (mesmo os U$ 12). No entanto, ao corrigir pelo CPI, índice da inflação, o preço pré-guerra seria de U$ 21,06 e, pós-guerra, U$ 75,87 — valores mais próximos da realidade atual.

Embora o impacto no mercado de petróleo não seja tão relevante hoje, devido à entrada de novos produtores que não existiam naquela época, como EUA, Venezuela e Brasil, as oscilações tendem a ser menos drásticas. Mas até onde os preços podem ir? Aqui, surgem duas visões distintas. A Gavekal, desde 2021, vem defendendo que a inflação continuará a subir e mantém essa tese com firmeza. Vou resumir algumas de suas ideias.

O conflito entre Israel e Irã se intensificou, e, embora a destruição desta vez pareça mais significativa, com danos à infraestrutura militar de Israel, o maior risco pode estar na resposta israelense. A eliminação da liderança do Hezbollah cria uma oportunidade para Israel lidar diretamente com o Irã. O discurso inflamado do primeiro-ministro Netanyahu pode indicar uma intenção de mudança de regime no país inimigo.

Uma das opções mais preocupantes seria um ataque israelense ao setor petrolífero iraniano, o que poderia colapsar a economia do país e gerar uma hiperinflação. Esse cenário teria repercussões globais, especialmente nos mercados de energia. Curiosamente, os investidores ainda não demonstram grande preocupação com uma possível interrupção no fornecimento de petróleo, mesmo com os estoques dos EUA em níveis historicamente baixos.

O cenário global, que estava se preparando para uma onda de "reflation" com cortes de juros pelos principais bancos centrais, pode ser completamente desestabilizado por um choque energético. A história mostra que aumentos abruptos nos preços de energia, como em 1973, 1979 e 2008, transformaram expansões inflacionárias em colapsos inflacionários. As condições atuais estão maduras para algo semelhante ocorrer, com os riscos de um choque energético crescendo.

Diante desse risco, as ações ligadas ao setor de energia se mostram a melhor proteção contra um possível colapso inflacionário. Enquanto o mercado parece precificar um cenário de desaceleração econômica, a alta nos preços da energia poderia reverter drasticamente essa percepção, tornando as ações do setor energético a principal salvaguarda para investidores.

Embora o mundo pareça caminhar para uma recuperação inflacionária, um aumento repentino nos preços da energia tem o poder de mudar essa trajetória. Por isso, manter uma exposição estratégica ao setor de energia é uma forma prudente de proteger-se contra os riscos crescentes de um colapso inflacionário.




Por outro lado, Javier Blas, da Bloomberg, argumenta que o preço do petróleo é mais provável de cair do que subir no futuro próximo. Segue um extrato de suas ideias.

As condições para que o preço do petróleo volte a atingir US$ 100 por barril não são mais relevantes. Desde junho, quando a OPEP+ anunciou um plano para aumentar a produção, ficou claro que o cartel abandonou o objetivo de manter preços de três dígitos. Agora, o valor de referência mais importante é US$ 50 por barril.

O mercado de petróleo parece estar com excesso de oferta previsto para 2025, o que pressiona os preços para baixo. Entre US$ 100 e US$ 50, o cenário mais provável é o segundo, apesar dos riscos geopolíticos no Oriente Médio.

 



Atualmente, o Brent está em torno de US$ 70, enquanto a OPEP+ enfrenta dificuldades com membros que estão excedendo seus limites de produção, e a demanda está enfraquecendo. A OPEP+ tentava manter os preços altos com uma estratégia liderada pela Arábia Saudita, mas diversos fatores forçaram o cartel a mudar de rumo. Entre eles, o aumento da oferta fora da OPEP+, a necessidade de sustentar o consumo frente à transição energética e a desaceleração do ciclo econômico global.

A OPEP+ concordou em aumentar a produção em mais de 2 milhões de barris por dia até o final de 2025, mas a implementação desse plano já foi adiada devido à queda nos preços.

Para 2025, há cinco cenários possíveis:

1.      A OPEP+ corta a produção em vez de aumentá-la, surpreendendo o mercado e impulsionando os preços de volta para a faixa de US$ 80 a US$ 100. Contudo, isso parece improvável.

2.      O cartel adia os aumentos de produção, o que estabilizaria os preços em torno de US$ 70 a US$ 80. Esse cenário é possível, especialmente se o crescimento da produção de xisto nos EUA desacelerar e a economia chinesa se recuperar.

3.      O cartel aumenta a produção conforme o planejado, o que poderia gerar um excesso de oferta, especialmente no segundo trimestre de 2025, fazendo os preços caírem para US$ 60 ou até US$ 50, antes de uma possível recuperação.

4.      A produção aumenta ainda mais, tornando o mercado altamente excedente, com os preços caindo para US$ 50 ou menos. Embora não seja o cenário mais provável, há indícios de que essa possibilidade esteja sendo usada pela Arábia Saudita para pressionar os membros da OPEP+ a cumprirem seus acordos.

5.      No cenário de uma guerra de preços em larga escala, o cumprimento dos limites de produção da OPEP+ pioraria significativamente. A Arábia Saudita aumentaria sua produção ao máximo, de 9 para 12,5 milhões de barris por dia, e os demais países da OPEP+ seguiriam o mesmo caminho. Isso resultaria em um excesso de oferta semelhante ao de 2020, levando os preços a despencarem muito abaixo de US$ 50, possivelmente para níveis extremamente baixos. Embora improvável, esse cenário não pode ser completamente descartado, já que a Arábia Saudita travou duas guerras de preços na última década.

Independentemente do que ocorra, a perspectiva é que os preços do petróleo fiquem mais próximos de US$ 50 do que de US$ 100 no futuro próximo. Apenas um conflito generalizado no Oriente Médio poderia mudar essa tendência.

Numa guerra em grande escala, as previsões tornam-se muito mais incertas, e talvez seja nessa hipótese que a Gavekal baseia seus argumentos — um pouco de fantasia em algo imprevisível. Mas essa opção apoia sua tese de alta da inflação. Para proteção, sugere a compra de ações do setor energético, que estão baratas há algum tempo.

Tecnicamente, não acompanho de perto o mercado de petróleo, mas vejamos o que diz o gráfico. Minha última análise indica uma queda para o nível de ~US$ 50, conforme a linha vermelha abaixo. Isso deveria ocorrer por volta do 2º trimestre de 2025. Só depois uma alta levaria o óleo a novas máximas. Por enquanto, tecnicamente, os argumentos de Javier combinam melhor com a situação atual. Não acredito que a Gavekal esteja mirando uma opção de longo prazo.




Ontem, comentei sobre a empreitada do Lula com as agências de rating, à noite, a Moody’s elevou a classificação do Brasil, um nível abaixo de Investment Grade. Funcionou sua pressão? Não sei dizer, entretanto não foi seguida pelas outras agencias, e ainda há muito a fazer para atingir essa marca – Investment Grade. Os analistas ficaram surpresos, visto que a situação fiscal é ruim.

 



No post trader-entende-de-tudo (ele-acha)fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ... “nas próximas horas, duas situações extremas: abaixo de 130.848 posso começar a pensar em uma nova configuração para a bolsa, com múltiplas opções — tanto de alta quanto de baixa; acima de 133.073 completa-se as 5 ondas e minha análise atual continua válida. O que não pode acontecer de jeito nenhum é ‘encostar’ nos 130.848. Let the market speak"...

 



Por pouco, nosso stop loss não foi ativado — isso não significa que estamos livres dele. Provavelmente, o mercado vai se animar com a melhora na classificação, mas as tensões no Oriente Médio podem prevalecer. Para ganhar um pouco de sossego, é crucial que o IBOVESPA ultrapasse o nível de ~134 mil. Se tudo der certo, no final poderia chegar a ~141 mil (alta de 7%), o que não é nada mal para um ativo "ruim" como nossa bolsa.



A IBOVESPA passou a marca apontada acima de 134,0 mil pela manhã - conforme mencionei - indicando que novas altas estariam nas cartas. No período da tarde voltou a cair abaixo desse nível. Foi o suficiente para me desmotivar do trade. Vamos ficar sem posição e aguardar os próximos dias.

o S&P500 fechou a 5.709, sem alteração; o USDBRL a R$ 5,4438, com alta de 0,12%; o EURUSD a € 1,1051, com queda de 0,16%; e o ouro a U$ 2.658, com queda de 0,16%.

Fique ligado!

Comentários

  1. Até as boas noticias são más noticias pq são no Governo Lula...rsrsrs. A implicação do mercado financeiro com o Lula é reciproca. Falando sobre o IBOV, houve uma serie de boas noticias e a bolsa pouco andou. Essa subida incomoda, de forma que não transmite confiança para um trade. Na verdade, da vontade de entrar vendendo.

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  2. ainda não vendo não tive confirmação técnica

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