O Brasil ficou fora da festa #S&P500

 


O maior burburinho do momento é a China, e tudo se deve aos estímulos oferecidos pelo governo Chines, que à primeira vista agradaram os investidores. A bolsa subiu vertiginosos 25% em seis dias, após um longo período de quedas. Agora, os investidores domésticos podem tirar a semana de folga – durante o período conhecido como Golden Week – sabendo que seus portfólios subiram substancialmente.

 



No entanto, diferentemente do que seria esperado, as commodities – com exceção do cobre – não estão participando da festa. Segundo Kieran Tompkins, da Capital Economics, que compartilhou suas projeções em um artigo de John Authers na Bloomberg, o estímulo pode não ter o impacto esperado no mercado de metais.

Kieran Tompkins argumenta que, até agora, a escala do recente estímulo está no mesmo nível do que foi anunciado no ano passado, após o fim das restrições da Covid. Na época, houve um "crescimento por poucos meses", mas as medidas atuais não são uma "solução mágica para os desafios estruturais do setor". Ele acredita que a recuperação nos preços dos metais industriais, inspirada pelo estímulo, será provavelmente de curta duração. Explicando ainda que rodadas anteriores de estímulo fiscal focaram em gastos com infraestrutura, enquanto o pacote atual está mais voltado para os consumidores. Qualquer apoio à demanda por metais seria mais indireto, como o programa de “incentivo para troca de carros velhos” da China, que encoraja os consumidores a trocarem veículos antigos por elétricos.

“Transferências para as famílias e a ampliação dos esquemas de troca podem apoiar indiretamente a demanda por metais industriais na China, aumentando a demanda por bens duráveis. No entanto, a extensão do esquema de troca de automóveis servirá mais para evitar uma queda na demanda do que para estimular um aumento significativo.”

Este gráfico da Capital Economics mostra que o efeito do estímulo — salvo intervenções subsequentes — será atenuado a longo prazo:




Como consequência, o aumento acentuado nos preços dos metais não teve os mesmos efeitos internacionais observados após episódios anteriores. Normalmente, ações da América Latina se beneficiam sempre que a China estimula sua economia, visto que isso é um impulso para os grandes negócios exportadores de metais. Desta vez, no entanto, isso não ajudou em nada, e a América Latina continua a ficar atrás do resto do mundo.




 A remoção de um “risco financeiro extremo” na China, junto com a provável alta na liquidez, é o suficiente para sustentar os preços globais dos ativos. No entanto, o renovado senso de urgência de Pequim em relação ao setor imobiliário não é suficiente para resolver o excesso de capacidade, que é endêmico não apenas no setor de metais industriais. As autoridades sabem que a tarefa à frente não será fácil, mas podem se consolar ao ver que estão começando a conquistar a confiança dos investidores. A expectativa é de que mais apoio político não está fora de questão, se necessário. Por ora, porém, os turistas chineses podem relaxar, sabendo que têm algo para sorrir.

Quando se trata de Brasil, nas exportações dependentes do segmento denominado Heavy Metals, parece que não fomos convidados para essa festa acontecendo na China. Talvez esteja faltando nosso presidente Lula ligar para Xi Jinping – muy amigo – e pedir alguns ingressos. Afinal, até para o pessoal das agências de risco ele foi ensinar como classificar um país, sem olhar para o que Faria Lima, banqueiros e empresários estão falando, mas focando no povo. Se eu fosse de uma dessas agências, essa conversa geraria uma piora no risco, pois um presidente que pensa dessa maneira – ou acha que vai enganar esses técnicos – está sujeito a continuar fazendo a coisa errada.

No término do trimestre, as estatísticas aparecem na mídia, e além das óbvias, os analistas são bem criativos, publicando dados que justificam suas ideias. Karen Langley reportou no Wall Street Journal que o mercado não está mais focado nas empresas de IA – aquelas com a "carteirinha" faz tempo – já que o retorno de alguns segmentos foi superior ao dessas empresas. A seguir, um resumo de suas ideias.

No terceiro trimestre de 2024, as empresas de tecnologia, especialmente aquelas focadas em inteligência artificial (e as grandes empresas conhecidas como "Magnificent Seven"), começaram a enfrentar desafios significativos. O entusiasmo que impulsionou as ações dessas empresas no início do ano começou a diminuir à medida que os investidores se tornaram mais cautelosos com os altos gastos dessas companhias em projetos de IA. Muitos questionaram se esses investimentos massivos realmente resultariam em lucros substanciais. Como resultado, ações de empresas como Nvidia, Alphabet, Microsoft e Amazon sofreram quedas, com investidores mudando seu foco para outras partes do mercado.

Um dos principais motivos para essa perda de força nas ações de IA foi o aumento das preocupações com os custos. A Alphabet, por exemplo, relatou uma desaceleração no crescimento das receitas de publicidade do Google, além de quase dobrar seus gastos de capital em comparação ao ano anterior. A Amazon também previu um crescimento mais fraco do que o esperado nas vendas e anunciou que aumentaria os gastos para atender à demanda por serviços de IA. Esses fatores geraram dúvidas sobre a viabilidade a longo prazo desses investimentos, levando a quedas de 8,9% e 3,6% nas ações da Alphabet e Amazon, respectivamente.

Outro fator importante foi que o mercado como um todo começou a se diversificar. No terceiro trimestre, setores como utilidades, indústrias e serviços financeiros superaram o setor de tecnologia. O S&P 500, que geralmente é influenciado por empresas de grande valor de mercado, conseguiu avançar 5,5% no trimestre, impulsionado por ganhos em uma ampla gama de ações fora do setor de tecnologia. Esse movimento de ampliação do rali foi bem recebido pelos investidores, que acreditam que uma recuperação mais ampla é mais sustentável e menos dependente de um pequeno grupo de gigantes da tecnologia.

 



Além disso, a decisão do Federal Reserve de cortar as taxas de juros, após meses de inflação elevada, também teve um impacto significativo no mercado. As taxas de juros mais baixas beneficiaram setores que pagam dividendos robustos, como o setor de utilidades, que terminou o trimestre como o melhor desempenho no S&P 500, com um ganho de 18%. O setor imobiliário também se destacou, subindo 16%. Esses ganhos em setores fora da tecnologia indicam uma mudança no foco dos investidores para áreas mais seguras e tradicionais da economia.

Por fim, embora as perspectivas econômicas tenham melhorado, com sinais de que os EUA poderiam evitar uma recessão, o aumento das despesas das empresas de tecnologia em IA e a dúvida sobre a lucratividade desses investimentos foram os principais motivos para a queda nas ações dessas companhias no trimestre. O entusiasmo inicial com a IA foi substituído por uma visão mais cautelosa, enquanto os investidores buscam setores mais seguros e diversificados, longe da concentração excessiva em empresas de grande capitalização do setor tecnológico.

Será que a emissão de "carteirinhas" aumentou, e está ocorrendo a distribuição que comentei no post --- é para rasgar a carteirinha --- onde mencionei que essa rotação já estava acontecendo? Ou será um movimento temporário? Não sei a resposta, mas saberemos com o tempo. Essa distorção já é visível na melhor performance do S&P500 em relação ao Nasdaq100, razão pela qual optei por um trade no primeiro.

No post adrenalina-no-touro fiz os seguintes comentários sobre o S&P500: ... “Nessa nova contagem, estou interessado em saber se a onda (ii) preta – destacada com o símbolo – está confirmada. Se a resposta for positiva, a bolsa estaria seguindo em concordância com a trajetória em vermelho, onde o final seria algo entre 6.344 / 6.374, aproximadamente 10%.”

 



Pelo fechamento do mercado ontem, tudo indica que a onda (ii) preta terminou, e estamos entrando na onda (iii) preta, que deve ser mais potente. Saberemos nas próximas horas (*). Se esse for o caso, o S&P500, com uma visão de curto prazo, não deveria retroceder até 5.674, como indicado no gráfico a seguir. O objetivo da alta que está em curso é entre 6.341 / 6.426.

(*) O envio de mísseis pelo Irã contra Israel, levou a queda das bolsas. Sendo assim, a onda (ii) preta não terminou ou ainda outra configuração poderá ocorrer.




- David, eu "sinto" que você não está tão tranquilo assim com a posição. Conta aí sua angústia.

Você é bem sensível, parece que está dentro de mim! Hahaha... É verdade, tenho receio da posição por alguns motivos: o S&P500 já subiu bastante esse ano, e deve haver muita gente com o dedo no gatilho; estamos numa onda 5 de maior grau, e elas sempre demandam cautela. Existe uma outra contagem que não vou compartilhar agora, mas que poderia prever uma queda significativa nas proximidades.

- Sério? De quanto seria essa queda?

Ainda não calculei, pois não é meu cenário base, mas não se preocupe. Se esse for o caso, teremos maneiras de nos proteger, claro, não no bumbum da mosca!

Aqui está a revisão do seu texto, corrigindo erros de gramática e ortografia, além de sugestões para melhorar a clareza, sem alterar o seu estilo:

Gostei do último parágrafo do relatório do Deutsche Bank comentando sobre a performance dos ativos no 4º trimestre: “Então, o que esperar para o quarto trimestre? A boa notícia é que ele tem algumas das melhores sazonalidades do ano e, consistentemente, tem sido o trimestre mais forte para o S&P 500 nos últimos anos. No entanto, as sazonalidades não funcionaram em nada em setembro, e há muita incerteza no horizonte com as eleições dos EUA a apenas 5 semanas de distância. Portanto, seja o que for que aconteça, prepare-se para uma reta final de ano agitada."

Será que agora a sazonalidade virou um indicador contrário? Se deveria ter caído em setembro e não caiu, então, se é esperado que suba no último trimestre, vai cair! O interessante é que elencou argumentos para isso. Detalhe: eu gosto muito desse analista, mas ninguém é perfeito. Hahaha...

Último pensamento aos adeptos das criptomoedas fiquei com a seguinte dúvida: O ataque do Irã a Israel, não seria esperado alta das cripto como aconteceu com o ouro? Estou certo de que devem ter uma explicação, sempre tem!

O SP500 fechou a 5.708, com queda de 0,93%; o USDBRL a R$ 5,4611, com alta de 0,26%; o EURUSD a € 1,1068, com queda de 0,59%; e o ouro a U$ 2.658, com alta de 0,90%.

Fique ligado!

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