Adrenalina no Touro #bitcoin #S&P500

 


A China anunciou mais um de seus pacotes com o objetivo de estimular sua economia. As medidas, que serão expostas baixo, são de caráter monetário. Com os diversos problemas na economia, conforme relatei anteriormente, fica a dúvida se, desta vez, irão funcionar. A Bloomberg News enfatiza que os traders acreditam que os ganhos registrados na bolsa ontem terão curta duração. A seguir, as principais medidas:

- Redução da taxa de exigência de reserva na taxa de política de sete dias e nas taxas de hipotecas existentes, com o objetivo de aumentar os empréstimos e reduzir o peso das dívidas atuais. Foi mencionado que novos cortes na taxa de exigência de reserva são possíveis.

- Anúncio de pelo menos 500 bilhões de yuans (US$ 71 bilhões) em suporte de liquidez para ações. Um mecanismo de swap permitirá que corretoras, fundos e companhias de seguros acessem o PBOC para comprar ações. Pan informou ainda que as autoridades estão estudando a criação de um fundo de estabilização de ações, sem fornecer detalhes adicionais.

- O presidente da Comissão Reguladora de Valores da China, Wu Qing, disse que novas medidas para incentivar fusões e aquisições serão reveladas em breve e destacou o trabalho da CSRC para melhorar a supervisão regulatória. O chefe da Administração Nacional de Regulamentação Financeira, Li Yunze, afirmou que a China adicionará capital de nível um a seis grandes bancos comerciais.

As ações chinesas tiveram seu melhor dia em mais de quatro anos na terça-feira, após o anúncio do mais recente pacote de estímulos. No entanto, poucos acreditam que essa euforia vai durar.

Analistas de mercado esperam que os ganhos no segundo maior mercado de ações do mundo sejam temporários, já que o foco logo voltará para os problemas persistentes de Pequim: consumo fraco, queda nos preços e uma crise imobiliária profundamente enraizada — desafios que as medidas mais recentes não serão capazes de resolver.

“Muitos dos problemas estão relacionados à demanda ou à confiança”, disse Nigel Peh, gestor de portfólio da Timefolio Asset Management Co. “A eficácia dessas medidas do governo ainda precisa ser comprovada.”

As ações chinesas têm enfrentado um ciclo de altos e baixos ao longo deste ano, já que a abordagem gradual de Pequim para reanimar o mercado tem produzido apenas recuperações momentâneas. Mesmo os investidores mais entusiastas estão começando a perder a paciência, e há o risco de que abandonem suas posições se as medidas anunciadas na terça-feira não conseguirem reverter a tendência de queda.

O último pacote de estímulos desencadeou uma onda de compras na terça-feira, impulsionando o Índice CSI 300, que registrou alta de 4,3% — seu maior avanço diário desde julho de 2020. O Índice Hang Seng China Enterprises subiu mais de 5%, marcando seu melhor desempenho em mais de um ano.

“Os participantes do mercado gostariam de ver mais ações, talvez outras medidas para impulsionar o consumo, e o consenso geral parece ser que essas não serão anunciadas até depois das eleições nos EUA”, disse Wong Kok Hoong, chefe de vendas de trading de ações institucionais na Maybank Securities Pte., em Singapura. “As ações de Hong Kong subiram, mas teremos que ver se esses ganhos serão sustentáveis.”

 



Para os observadores de mercado de longa data, essa narrativa é bastante familiar.

Em fevereiro, as ações subiram mais de 10% após Pequim nomear Wu Qing como chefe de seu regulador de valores mobiliários — uma surpresa que alguns acreditaram ser um prenúncio de medidas mais fortes para conter a queda.

Dois meses depois, Wu revelou um pacote de nove medidas de reforma, consideradas as mais incisivas em uma década. Inicialmente, os traders aplaudiram o esforço, elevando o Índice CSI 300 em cerca de 6%. Mas, com o crescimento continuando a desapontar e a confiança em queda, o índice rapidamente voltou a cair.

Por ora, a maioria dos gestores de recursos espera ao menos um impulso temporário com o mais recente pacote de estímulos.

“Vejo uma reação positiva de curto prazo no mercado, pois há um impacto real de liquidez e um potencial de impulso de compra para apoiar as ações chinesas”, disse Britney Lam, chefe de ações long-short na Magellan Investments Holding Ltd. “No entanto, as pressões deflacionárias e o ciclo de queda no setor imobiliário continuam a pesar sobre o consumo e, consequentemente, sobre o crescimento econômico.”

Agora que a bolsa está barata, segundo critério fundamentalista, ninguém tem dúvida. Esse é um fator que pesa toda vez que o governo solta algum estímulo – os vendidos correm para zerar e especuladores se aproveitam para criar calor para esse grupo. O Mosca gosta de lembrar que qualquer ativo que esteja barato pode ficar mais barato, e respondendo a famosa pergunta nesses casos: “Mas quanto posso perder, dado esse preço?” 100%! O gráfico a seguir mostra como é baixa a exposição na China relativo ao restante do mercado emergente.



O cenário mais provável para a economia chinesa é entrar num período de hibernação, como aconteceu com o Japão na década de 90, que durou por 30 anos — e nem sabemos se já terminou. Os dados publicados pela China são frequentemente vistos com desconfiança. Por exemplo, as informações da sua balança comercial não correspondem aos dados da balança de pagamentos, conforme mostra o gráfico a seguir. Assim, manipulando as informações, os dados podem aparecer mais “bonitinhos”, mas os analistas ocidentais buscam checar por outras fontes.




 Figurativamente, se a economia fosse um touro largado no chão, não por preguiça, mas por estar muito doente, de que adianta uma dose de adrenalina? Pode ter uma reação positiva no curto prazo, mas em pouco tempo ele volta a cair. Essas ações de estímulo à demanda interna, com condições mais vantajosas para o consumo, de quanto irão adiantar? Pessoas que estavam próximas de comprar uma residência ou adquirir algum bem provavelmente responderão a esse estímulo, mas dificilmente isso irá alterar a decisão da grande maioria.

Deixei para incluir a análise técnica do Bitcoin hoje, para não sobrecarregar o post de ontem. No post quem-vai-pagar-conta, fiz os seguintes comentários sobre o Bitcoin: ... “Iniciou uma correção que pode ter terminado ou ainda prevalecer por mais algumas semanas (mais provável, indicada pelo símbolo em verde) para completar a onda (4) azul. Dentro dessa hipótese, a resistência poderia ser encontrada entre $571 mil e $488 mil. Em todo caso, o objetivo de médio prazo está entre $812 mil e $922 mil, a ser mais bem calculado”....

 



A onda (4) vermelha — equivalente à onda (4) azul no gráfico anterior — acabou se estendendo um pouco mais no tempo, mas atingiu na mínima U$ 49,4 mil, muito próximo do patamar mencionado acima. Ainda não é possível afirmar se essa onda (4) vermelha terminou, mas, se for o caso, o objetivo de alta estaria entre U$ 92,1 mil e U$ 99,2 mil. Por outro lado, abaixo de U$ 49,4 mil indicaria que mais quedas estariam por vir. Fica a seu critério optar por um caminho, visto que não acompanho o Bitcoin com frequência. 




No post emissão-de-novas-carteirinhas, fiz os seguintes comentários sobre o S&P500: ... “Como primeira tentativa nesta nova contagem, o objetivo para o S&P500 seria entre 6.822 e 6.907 pontos, a ser mais bem calculado conforme o movimento se concretize” ...




Nessa nova contagem, estou interessado em saber se a onda (ii) preta – destacada com o símbolo – está confirmada. Se a resposta for positiva, a bolsa estaria seguindo em concordância da trajetória em vermelho, onde o final seria algo entre 6.344 / 6.374, aproximadamente 10%. Mas vamos com calma, por via das dúvidas, estou apertando o stop loss para o nível de entrada.




O S&P500 fechou a 5.732, com alta de 0,25%; o USDBRL a R$ 5,4641, com queda de 1,32%; o EURUSD a € 1,1176, com alta de 0,58%; e o ouro a U$ 2.633, com alta de 1,33%.

Fique ligado!

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