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Mostrando postagens de junho, 2020

O coronavírus fraquejou?

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Com o estado atual das infecções por coronavírus nos EUA, cada vez mais as considerações políticas (especialmente se uma segunda onda levará a outra rodada de paralisações, mais carnificina econômica, milhões de desempregados e esmagar as chances de reeleição de Trump) e muito menos sobre epidemiologia real e padrões de atendimento, surgiram dois campos ideológicos - um que tenta exagerar o impacto da pandemia nos EUA, concentrando-se no recente surto de novos casos em estados do “cinturão do sol” (ignorando qual o papel dos protestos e distúrbios recentes, desempenharam no referido surto), e outro que, subestimando a gravidade do coronavírus, tem enfatizado os testes crescentes que, sem dúvida, também explicam o salto nos casos confirmados, ao mesmo tempo em que ressaltam o declínio nas fatalidades ligadas ao vírus. Essa divergência é mostrada no gráfico abaixo. Uma análise feita pelo JPM observa que as evidências da China, Europa Ocidental e dos estados do nordeste do

Mercado X Coronavírus

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O Covid-19 não está só infectando pessoas ao redor do mundo, os mercados sofrem do mesmo mal. Nesse momento do surto, os países que adotaram maior flexibilidade a seus habitantes com regras de contenção mais brandas estão pagando um preço mais alto no processo de recuperação econômica. Despontam nesse quesito os EUA e Brasil, cujo casos crescem no primeiro, após terem se estabilizado; e no segundo nem começaram. Nesse quesito a Europa que sofreu muito na primeira fase está em melhores condições agora. Vamos começar com um gráfico que aponta bem a diferença entre essas duas regiões: EUA e Europa. Como a Bloomberg Opinion descreve "o novo significante visual de arrogância americana, que cantou vitória antes do tempo, e agora está sendo obrigada substituir o estandarte da Missão Cumprida": Em março, o presidente Donald Trump fez um grande esforço para impedir a entrada de pessoas da União Europeia nos EUA, com base no fraco histórico do bloco em lidar com o co

Robin Hood

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Robin Hood, é um personagem fictício heroico, que ficou conhecido por roubar a nobreza, ou simplesmente os ricos, para distribuir entre os camponeses mais pobres. Utilizava sua agilidade e habilidade de lidar com arco, para realizar tais feitos, além de conhecer muito bem a floresta, lugar para onde fugia, após seus saques. Esse foi o nome que uma corretora americana usou para atrair clientes cobrando zero de corretagem tornando-se muito popular na pandemia. O desafio dos pequenos contra os grandes é contado em muitas histórias, da qual, boa parte deve ter passagens fantasiosas. Esse costume se transferiu para o mundo dos negócios, com um apelo inquestionável. Nesse quesito estamos assistindo o embate entre o banco Itaú e a XP, que bizarramente tem o primeiro como seu grande acionista. Com a queda das taxas de juros, e com uma rede bancária despreparada para atender seus clientes em produtos mais sofisticados, o fluxo de recursos está na direção dessas corretoras. Sou cli

Queríamos acreditar

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Não preciso perguntar aos leitores se estão de saco cheio, tenho certeza de que é assim que estamos nos sentindo. Privados de fazer qualquer atividade fora de casa, sobra as de dentro de casa que não são muitas. Nestes 3 últimos meses fomos expostos a inúmeros gráficos e teorias: achatamento da curva, formas de propagação do vírus, estatísticas de toda ordem para determinar quando voltariam as atividades, e assim por diante. Mas uma na qual ficamos fixados, era quando a vida retornaria ao normal, ou como dizem por aí, ao “novo normal”. E está data parecia estar chegando. Ficamos assistindo os países da Ásia e depois da Europa voltarem a esse novo normal e mantínhamos a esperança de que esse dia chegaria aqui também. As bolsas de valores no exterior, com altas desde março, apontavam nessa direção. Queríamos acreditar! Mas a realidade não está acontecendo conforme o desejado, e um pouco de racionalidade explica o motivo. Será que nos iludimos que ao seguir o distanciamento,

O maior cassino do mundo

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Um banco é um tipo de empresa que está sujeito a um risco elevado de falência. O motivo principal é o seu elevado grau de alavancagem, diferente de outras companhias que não são financeiras. Não é para menos que as corridas bancárias do passado aconteceram em diversos momentos. Hoje em dia, nem é necessário fazer fila basta clicar alguns botões e os recursos são transferidos para o outro banco. Para quem não conhece os motivos do risco vou exemplificar de forma simples. Suponha que um banco tenha um capital de $ 100 e captou $ 900 de seus clientes. Com esses $ 1.000 faz empréstimos de $ 100 para 10 empresas. Seu lucro é obtido pela diferença da taxa cobrada nos empréstimos e a paga a seus depositantes. Se esse diferencial monta a $ 10/ano/empresa, esse banco dobra seu capital anualmente. Bom negócio! Agora suponha que um desse clientes quebra durante o ano infringindo uma perda de $ 100. Nesse caso o capital vai para $ 0. O publico sabendo disso, resolve sacar seus depósi

A lógica do Nasdaq

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Quando ocorre divergência nos índices das bolsas, tende-se a encarar esse fato como uma distorção temporária, causada por algum modismo. Nestes casos, o analista é levado a concluir que o tempo irá corrigir. As vezes esse argumento está correto, alguns fluxos temporários levam a uma distorção. Mas quando é algo que permanece por muito tempo, se faz necessário uma pesquisa mais detalhada, evitando assumir a continuidade quando algo mudou de forma mais definitiva. O assunto que está criando uma polêmica grande hoje em dia, é a performance do setor de tecnologia, refletido no Nasdaq. Um artigo publicado pelo Wall Street Journal, lista as razões sem explicar o fator financeiro que justifica essa alta. A divergência no desempenho dos principais índices de ações dos EUA este ano é a mais ampla em mais de uma década. Uma alta nas principais ações de tecnologia ajudou o Nasdaq a subir 12% em 2020, enquanto o Dow Jones Industrial, de ações de primeira linha, caiu 8,8%, e o S&a

Qual o futuro do "dólar-dólar"

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Quem acompanha o Mosca de longa data conhece o motivo da minha expressão ‘dólar – dólar’ comentada no post dolar-dolar . Sabemos que o dólar americano, mantem a supremacia de moeda de Troca Universal, desde que, a libra inglesa foi destronada no final da segunda guerra mundial, quando os EUA impõem ao mundo o dólar como moeda internacional. Nesses últimos 70 anos diversos analistas especularam como sendo o final dessa hegemonia, mas talvez agora, essa mudança tem chances maiores de acontecer. Um artigo da Bloomberg analisa essa possibilidade. A era do "privilégio exorbitante do dólar americano como a principal moeda de reserva do mundo está terminando”. Em seguida, o ministro das Finanças da França, Valery Giscard d'Estaing, cunhou essa frase nos anos 60 em grande parte por frustração, lamentando um EUA que atraiu livremente o resto do mundo para apoiar seu padrão de vida mais extenso. Já estressados ​​pelo impacto da pandemia de Covid-19, os padrões de vida

Buffett ficou obsoleto

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Eu busco me informar sobre novas técnicas de frequentemente, evitando me tornar desatualizado. As vezes a inercia é mais forte, combinado com o avançado da idade. Felizmente, me considero em situação de equilíbrio nesse quesito, nem tão moderno, nem tão conservador. Vivemos tempos desafiantes por conta da revolução digital, nomenclatura usada pelo Mosca. Como não poderia deixar de ser, essas mudanças aparecem também em finanças. O primeiro choque nessa área que ocorreu comigo, foi em 2001, no estouro da bolha denominada de .com. Naquele momento, tinha muita dificuldade em aceitar que uma empresa recém criada poderia valer uma fortuna, sem que houvesse a menor perspectiva de lucro no médio prazo. Achava isso uma loucura. Quando estourou a bolha senti um certo alívio por não ter entrado nessa onda, mas isso acabou tendo uma consequência que contaminou minha visão por um bom tempo. Mesmo depois de passado algum tempo do estouro da bolha, eu tinha desconfiança do setor de tec