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Mostrando postagens de agosto, 2021

Misturando as estações #SP500

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  Quando a inflação era alta no Brasil — e com “alta” quero dizer dois dígitos mensais —, era muito difícil analisar os ativos, principalmente a bolsa de valores. Era comum ver gráficos expressos em dólares, uma maneira de observar em valores reais. Naquele momento nem eu nem ninguém tinha a menor ideia de quanto valia um litro de leite, uma roupa ou qualquer outro item, pois as remarcações eram frequentes. Felizmente, estes tempos mudaram e a inflação, que está em alta ultimamente, nem chega perto daquela. Mas quando se observa algum ativo no longo prazo, seria justo deflacionar pela inflação? Tenho sérias dúvidas se isso tem alguma utilidade. Um gráfico atualizando o SP500 está circulando no Twitter através do inflationchart.com. Transcrevo a seguir seus argumentos. O gráfico mostra 🟢 o preço absoluto (como o preço que você vê no mundo real) vs. 🔴 o preço ajustado pela inflação do mercado de ações (ou outro indicador de mercado que você selecionar). Você pode ajustar a inflaç

Desconfiança #usdbrl

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  Na última sexta-feira, o presidente do Fed Jerome Powell fez uma apresentação no Simpósio de Jackson Hole que satisfez o mercado. Enfatizou que vai retirar os estímulos, mas aumento de juros só bem mais à frente. O mercado precifica agora que o primeiro movimento seria em fevereiro de 2023, seguido de outra alta em setembro do mesmo ano. Parece que os investidores estão satisfeitos com essas premissas, pelo menos por enquanto. Mas nem todos pensam da mesma forma, como diz Mohamed El-Erian em seu artigo na Bloomberg. O discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sexta-feira, no fórum anual de Jackson Hole, foi consistente com sua abordagem muito gradual e altamente cautelosa para as mudanças políticas — uma abordagem que os mercados financeiros adoram, pois implica um período mais longo de liquidez muito frouxa, que alimenta preços cada vez mais altos de ativos. A verdadeira questão, no entanto, é se o discurso acabará fora de sintonia com os desenvolvimentos econô

Dicas do engraxate #nasdaq100

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  Uma história apócrifa conta que, antes do crash da bolsa americana em 1929, o banqueiro J.P. Morgan (outros dizem Joseph Kennedy) foi engraxar seus sapatos. Durante a conversa o rapaz, que tinha aberto uma conta para operar ações, perguntou ao banqueiro se ele tinha alguma dica. Depois de terminar o serviço, esse banqueiro foi ao seu escritório e vendeu todas as suas ações, pois se até o engraxate, que não entendia nada de finanças, estava entrando no mercado, era o momento de cair fora. Alguns dias depois a bolsa desmoronou. Mas os tempos mudaram, e as pessoas enfurnadas em suas casas durante a pandemia, com dinheiro recebido do governo, resolveram se aventurar na bolsa. Aliadas ao poder das redes sociais, conseguiram feitos históricos como o caso da GameStop, em que investidores, vendidos a descoberto por acreditarem que a empresa seria liquidada, foram surpreendidos por um batalhão de pessoas físicas, que em conjunto levaram o preço dessas ações ao céu. O Mosca comentou esse eve

10 anos ininterruptos #ouro

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  Há exatamente 10 anos decidi publicar o primeiro post do Mosca . Devo bastante desse projeto a minha esposa que me incentivou nessa jornada. Vou aproveitar para apresentar algumas estatísticas que ocorreu durante esse período, bem como o post número 1 que se encontra a seguir É só isso mesmo, mudou bastante! Embora o assunto continua em voga. Em termos de totais de visualizações mensais eu noto que existe uma quantidade mais ou mesmo constante, embora eu acredite que tenha havido uma rotação natural de leitores, o que é comum nesses meios de comunicação. O total de visualizações se encontra em 407 mil. Quanto a origem do público a diversificação tem se mantido constante no tempo, onde o Brasil representa 50 %, os EUA 30 %, e os remanescentes 20% no resto do mundo. E os mercados, como será que evoluíram nesse período? Construí uma tabela com os principais ativos que eu acompanho.   Ao observar essa tabela fica nítido que a bolsa de valores foi a grande vencedora nesses ú

Espantoso #ibovespa

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  Será que nossos pais ficaram espantados com acontecimentos da época, quando se tornaram idosos? Acredito que houve situações que os deixaram admirados. Esse questionamento é para examinar se acabamos dando muita ênfase ao que vivenciamos hoje acreditando ser inédito, mas duvido que seja ao ponto do que está ocorrendo atualmente. Se eu dissesse que a Ferrari lançou um carro que vai custar U$ 5,0 milhões, você ficaria surpreso e imaginando quem pagaria tamanha fortuna por um item que vem perdendo valor entre os mais jovens; ou uma joia que valesse U$ 10 milhões, você se perguntaria quando uma mulher iria usá-la se as festas estão em baixa; ou talvez uma obra de arte de um artista famoso por U$ 100 milhões, essa talvez não o surpreenda, certo? Agora o desenho de uma pedra por U$ 500 mil, eu diria ser impossível. Pois é, mas é verdade! Jarren Dillain comenta na Bloomberg suas ideias sobre essa aquisição bem como os motivos que levaram alguém a pagar esse preço. Algumas noites atrás

Europa sempre no vácuo #SP500

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  Costumo andar de bike na Marginal Pinheiros aos finais de semana. Normalmente o vento não atrapalha, mas quando tem vento contra não é agradável. Aprendi a pegar o vácuo da bike à frente, é uma beleza, não se sente a resistência. Às vezes, enganosamente, se tem vontade de ultrapassar seu parceiro, e basta colocar a bike no sentido da ultrapassagem para sentir a desaceleração originária do vento contra — rapidinho eu retorno. A conclusão é simples: melhor andar no vácuo. Pouco tenho comentado sobra a Europa, motivos não faltam. Desde a criação do Mosca , mais frequente que não, tenho externado muito ceticismo. Uma região quase que estagnada, e por sorte (ou competência!) a maior economia da região é a Alemanha, uma das únicas a se destacar. A França, segunda colocada nesse quesito, vai confirmando minha teoria de muitas décadas de que sua maior qualidade se baseia nas construções antigas e nas obras de arte. Como costumava cutucar os franceses na época em que trabalhei no Banco Fra