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Mostrando postagens de setembro, 2017

Rápido e sempre

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Tenho notado como os investidores ficam focados nos dados dos EUA, Europa, Japão e etc ... e muito pouco se fala sobre a China. Não se pode esquecer que é a 2º maior economia do mundo. Discute-se inflação para cá, juros para lá, corte de impostos, e ninguém se atreve a dar algum palpite do que deveria ser ajustado naquele país. Na verdade, estou exagerando um pouco, de tempos em tempos, aparece uma onda normalmente alertando para perigos. Em nada acontecendo, cessa. Resolvi fazer um update dos principais mercados daquele país. Começando pela bolsa de valores, que vem lentamente recuperando desde o início de 2016, depois de passar pelo fogo cruzado de 2015. Este ano a alta foi de 10%, bastante inferior a de outros países emergentes. Outro fator de destaque é a queda da volatilidade, fenômeno que vem acontecendo em todas as principais bolsas de valores. Já a moeda, o reminbi, teve um comportamento diferente da bolsa pois seguiu se desvalorizando até o final de 2016,

Visibilidade comprometida

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Hoje foi publicado o resultado final do PIB americano no 2º trimestre, apontando um crescimento de 3,1% a.a., nada mal! Como se pode verificar no gráfico a seguir, praticamente todos os grupos cresceram com exceção das importações. Uma certa estabilidade se apresenta desde 2016, diferentemente de anos anteriores com resultados mais erráticos. Parece que um crescimento ao redor de 2% a.a. é a nova realidade, ficando a dever a outros tempos onde se crescia perto dos 4%. Porém todos sabemos que neste mês de setembro, dois furacões tiveram impacto significativo nos resultados econômicos. A previsão fornecida pelo FED de Atlanta, GDP now, já se observa esse efeito, embora os analistas ainda não atualizaram suas previsões. Porém não será somente os dados de PIB que serão afetados, os de inflação também devem apresentar distorções, haja visto a alta nos preços da gasolina e certamente em diversos outros itens. Essas observações terão importância na batalha existen

Por princípio

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Para quem tinha alguma dúvida se o FED subiria os juros na próxima reunião de dezembro, não precisa mais se preocupar, eles irão subir. Ontem a Presidente do FED, Janet Yellen, disse claramente que mesmo não entendendo quais foram os motivos, que fizeram a inflação ficar tão baixa, vai seguir em frente com seus planos. O FED acredita que com as condições da economia aliada a um mercado de trabalho apertado, é razoável supor que a inflação caminha para seu objetivo de 2%. Naturalmente ela não foi tão enfática como minhas palavras pois é de sua função deixar as portas abertas para qualquer reavaliação. Como venho comentando ultimamente, sempre acreditei que os membros do FED seriam levados pelo seu histórico acadêmico onde não existe lugares para experimento, vale o livro texto. Em função dessas declarações a probabilidade de elevação dos juros na próxima reunião de dezembro subiu para 70%, e mesmo as taxas de mais longo prazo subiram. A decisão do FED não é tão cruc

Condição insuficiente

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A opção adotada pelos eleitores ao redor do mundo é por mudanças nos regimes atuais de governo. Boa parte desta insatisfação tem como origem a disparidade de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres. Além disso, as melhores oportunidades surgem para os mais educados enquanto o emprego com baixa qualificação encontra-se em processo de retração, pela substituição por robôs. O FMI realizou um estudo interessante sobre esse assunto, apontando as consequências econômicas da concentração de renda. O crescimento econômico fornece a base para superar a pobreza e elevar os padrões de vida. Mas para que o crescimento seja sustentado e inclusivo, seus benefícios devem atingir todas as pessoas. Embora seja necessário um forte crescimento econômico para o desenvolvimento econômico, nem sempre é suficiente. Ao longo das últimas décadas, o crescimento aumentou o padrão de vida e proporcionou oportunidades de emprego, retirando milhões da pobreza extrema. Mas, também vimos

Merkel ganhou, mas não levou

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O resultado eleitoral da Alemanha confirma a tendência primordial da política europeia no ano passado: o desmoronamento dos partidos predominantes no Continente diante da ansiedade do eleitor sobre a economia e a identidade. Os democratas-cristãos de centro-direita de Angela Merkel obtiveram 38% dos votos, sua menor participação na era pós-Segunda Guerra Mundial. Os socialdemocratas de centro-esquerda com 22 %, o seu pior resultado desde a era da pré-guerra. Os dois partidos dominantes da Alemanha, que governaram juntos em uma "grande coligação" desde 2013, perderam apoio a uma série de grupos de oposição, incluindo a alternativa anti-imigração para a Alemanha. O voto fragmentado reflete as eleições deste ano em outros países da Europa Continental, incluindo a França e os Países Baixos. As partes estabelecidas sofreram perdas importantes, especialmente no centro esquerda, e os eleitores se voltaram para a direita nacionalista, a esquerda anticapitalista

O SNB acertou no que não viu

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No post vende-se-helicópteros , fiz um relato detalhado sobre a forma que o banco central da Suíça se enrascou para sustentar sua moeda o franco suíço. Só para relembrar, essa instituição resolveu montar uma carteira de títulos e ações para investir os recursos que recebeu quando interveio no mercado cambial. A seguir estão as posições de parte de sua carteira. Como contrapartida dessa ação alavancou com gusto seu ativo e passivo, e lucrou muito. Entendam como: no passivo está a sua moeda, o franco suíço, que paga juros negativos, no ativo uma carteira predominantemente com títulos em euros – que cobre parte do risco cambial – e ações de empresas, cujas cotações subiram muito. Merece parabéns? Não, desde de quando um banco central deve atuar como um hedge fund? Mas foi o que eles fizeram. Acontece que esse banco central tem uma característica suis generis, emitiu ações que são negociadas na bolsa de valores, ou seja, qualquer um pode comprar ações do SNB. Quando soube

Inflação misteriosa

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Inflação misteriosa não são palavras do Mosca e sim da Presidente do FED, Jante Yellen, ao ser indagada ontem na secção de perguntas e resposta, sobre a inflação de 2017 “um pouco de mistério”. O PCE – índice de inflação usado pelo FED para estabelecer suas metas - caiu para 1,4% a.a., depois de atingir um pouco mais de 2% no começo do ano “Não vou dizer que o comitê entende claramente quais são as causas disso”. Algumas forças transitórias, como a queda nos preços de serviços de telefonia, não são suficientes para esclarecer essa queda. Yellen argumentou que a força da economia e do mercado de trabalho acabará por ajudar a inflação a subir, embora deixe aberta a possibilidade do FED alterar o curso se essa hipótese não se materializar. O Mosca chamou a atenção que a autoridade monetária tenderia a seguir os seus modelos econômicos. Ao invés de pesquisar os motivos do mistério, que poderiam indicar mudanças estruturais na economia. Ela também comentou sobre os efei