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Mostrando postagens de agosto, 2020

Mudanças despercebidas

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  Cada dia que passa, o índice que mede a evolução das ações de mercados emergentes se distancia do SP500, nem falar em relação ao Nasdaq 100. O SP 500 esmagou toda a competição já há algum tempo. Ações de pequena capitalização, ações de valor, ações estrangeiras, ações de mercados emergentes - nenhuma delas foi capaz de acompanhar o domínio da mega capitalização do SP 500. Aqui está o desempenho do SP 500 em relação às ações de mercados emergentes desde o início de 2007: Não está nem perto. Existem muitas razões para este desempenho superior. O dólar se fortaleceu fortemente desde a Grande Recessão. Os mercados emergentes também dominaram o SP durante a maior parte do início dos anos 2000. Outro motivo é que muitos investidores insistem nas diferenças setoriais entre os Estados Unidos e os mercados de ações estrangeiras. Eles dizem que essas diferenças ajudam a explicar a grande lacuna de avaliação entre esses mercados: Os mercados emergentes são mais baratos em todas as métrica

Chocante!

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  Por motivo de agenda, o post hoje será mais curto, mas não menos importante. Se você está enfronhado no mercado de ações (se não está sugiro que comece, pois deveremos viver por um bom tempo com taxas de juros miseráveis), não deve aguentar mais a ênfase dada na concentração das 5 maiores empresas do mercado americano. FAANG: Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google, são as coqueluches do momento. Esse processo de concentração está ocorrendo já a um bom tempo, mas depois de 23 de março, ponto mínimo da bolsa neste ano, acelerou de forma assustadora. Veja o que ocorreu na última quarta-feira, um dia maluco. A Salesforce, que começou o dia com uma capitalização de mercado de $ 195 bilhões, ganhou 26%. A Netflix, que começou o dia com uma capitalização de mercado de US $ 216 bilhões, ganhou 12%. O Facebook, que começou o dia com uma capitalização de mercado de $ 800 bilhões, ganhou 8%, ou $ 70 bilhões. Em linguagem coloquial, "o que diabos está acontecendo aqui?" Nu

Inflação não é nota de escola

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O título comparativo de hoje, foi influenciado pelo evento que participei pela manhã. Fui convidado a fazer uma exposição para os alunos de mestrado de Finanças da FEA. Fiquei feliz e honrado. Essas situações me permitem organizar um assunto e interagir com os jovens. Isso me dá muita energia. Escolhi um tema muito ventilado atualmente: Quem está certo, a economia americana que passa por um momento delicado, como vários economistas sugerem, estar o EUA à beira de uma depressão; ou o SP500 que indica um grau de otimismo para o futuro?  Minha conclusão é que os dois tem seus pontos, a economia passa por uma situação incerta sobre vários setores, enquanto o SP500 com uma alta concentração de empresas de tecnologia e saúde, que se aproveitam da situação atual, apresentando alta em suas receitas e lucros. Acredito que receberei uma gravação desse evento que disponibilizarei aos leitores. Um pouco longa, ultrapassou o tempo estimado de uma hora, por conta de várias perguntas muito inst

Pseudo controle

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  Tem se ventilado ultimamente no mercado americano, que o Fed estaria preparando uma ação nova denominada de “controle da curva de juros”. Por ser um conceito específico do mercado de títulos vou explicar a ideia por traz disso. Para combater a desaceleração econômica causada pela pandemia do coronavírus, alguns sugeriram que o Federal Reserve recorresse a essa ferramenta. O Fed - que realiza seu simpósio anual de política monetária em um Jackson Hole de forma virtual, nesta semana - tem resistido à essa ideia até agora. Mas os mercados financeiros parecem esperar que ela ceda em algum momento. Vale a pena pensar nos riscos econômicos de longo prazo. Normalmente, os títulos do governo com vencimentos mais longos têm taxas de juros mais altas. Quanto mais longo o horizonte de tempo, maior o risco de inflação (ou default soberano) ao longo do caminho, exigindo um retorno maior como compensação. Normalmente, o Fed controla apenas as taxas de juros de curto prazo; cortá-los faz com qu

Ex post é fácil

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  Tenho certeza de que você encontrou algum amigo que, sabendo que você está no mundo dos investimentos, soltou aquela frase “Eu falei para você que não tinha erro comprar a bolsa (Ibovespa) a 60.000”. Provavelmente, naquele momento ou você estava imobilizado com suas posições e preocupado qual poderia ser seu prejuízo final, ou já tinha realizado sua perda e estava feliz por não estar mais posicionado. Só imagino um investidor que não tinha nenhuma posição, arriscar uma compra naquele momento. O articulista, Barry Ritholtz, publicou um artigo comentando esse aspecto na bolsa americana. Muitos investidores gostam de se considerar bons de market timing, capazes de comprar na baixa e vender na alta de forma consistente. Alguns podem ter sorte de vez em quando, mas esses raros sucessos podem levar a um excesso de confiança delirante. Adicione a isso um montão de retenção seletiva quanto aos sucessos anteriores e você acaba com uma receita para a falsa crença na capacidade de entrar e

Ficando com as sobras

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Os bancos centrais em mercados emergentes, passou por uma revolução silenciosa durante a pandemia COVID-19. Ao contrário de crises anteriores, eles conseguiram imitar o que os bancos centrais das economias avançadas vêm implementando: políticas anticíclicas com flexibilização quantitativa (QE), compras de ativos em moeda local, cortes nas taxas de juros e monetização dos déficits governamentais. No passado, essas políticas teriam alimentado a inflação e pressionado a taxa de câmbio para baixo. Não desta vez. Com a exceção de alguns bancos centrais que já estavam em apuros antes da pandemia, os bancos centrais de mercados emergentes puderam usar o QE para criar mais espaço de manobra na resposta à crise. As políticas monetárias nas economias avançadas possibilitaram essa mudança. Seus próprios programas de QE tiveram efeitos colaterais positivos, e eles expandiram suas operações de swaps de moeda e recompra (repo) de câmbio em resposta à crise. Entre as medidas tomadas pelos bancos

Previsão Out of the Box

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  Como havia comentado ontem, hoje estou publicando um artigo elaborado por Anatole Kalestky, da Gavekal, fazendo um paralelo das políticas macroeconômicas usadas depois do final da Segunda Guerra mundial, com o momento atual. Nele, conclui que estamos no início de um período de grande crescimento e que a alta das ações podem estar visionando essa oportunidade. Quando os mercados baixistas terminam, é quase sempre no meio de alguns traumas sem precedentes, e as razões para a reviravolta permanecem obscuras por muitos anos após o evento. Em 1982, no auge da inflação mundial e uma depressão global causada por taxas de juros de 20%, era inimaginável que a inflação estava para ser derrotada definitivamente e que as taxas de juros cairiam até para um dígito, quanto mais para os níveis zero e negativos dado como certo hoje. Em 1987, quando os mercados de ações começaram a se recuperar da maior queda na história, poucos investidores tinham ouvido falar de duas pequenas start-ups, Microsoft

Pensando fora da caixa

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  Está semana tive acesso a um relatório da Gavekal que me impactou. Com um tom muito otimista visiona um cenário de crescimento longo. Tenho muito estima a essa casa pois suas visões diferem do meio comum, e dado a alta qualidade de seus colaboradores, publicam em sua maioria artigos excepcionais. Vou sintetizá-lo em breve nos próximos dias. Para entrar no assunto de hoje, que de certa forma está em linha com o pensamento da Gavekal, assuma que o mundo vai crescer por muitos anos de uma forma diferente da que prevalecia até então. Um artigo publicado pela Bloomberg aponta uma nova direção para muitos funcionários que perderam seus empregos, eles estão buscando novos tipos de trabalho por conta própria. Seja por necessidade ou por gosto de trabalhar com a calça do pijama, os americanos estão preenchendo a papelada para se tornarem seus próprios patrões em um clipe que um economista chama de "fora dos gráficos". O número de pessoas que se inscrevem para registrar novas