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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Quanto mais pode cair?

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"Quanto mais pode cair?" Está é uma frase muito ouvida nos meios financeiros, quando algum ativo cai muito. Quem diz essa frase raciocina que, esta é uma grande oportunidade de compra, e não deve ser perdida. Uma análise mais cuidadosa do conteúdo e do apelo emocional, percebe-se que a única razão por traz é que esse ativo caiu mais do que se poderia imaginar. Minha resposta normalmente nestas situações, é que o máximo que se pode perder é todo o capital investido, algo também bastante improvável, mas que tem o objetivo de provocar uma reação contrária. A conclusão é que o fato de ter caído muito, não significa que não possa cair mais! Um ex-colega da época que trabalhei no Banco Tendência, me relatou uma operação que realizou no mercado de juros japonês. - David, os juros no Japão estão em 0,75% a.a., comprei calls de juros - aposta que vão subir - para daqui a um ano, pagando um prêmio baixo, afinal, quanto mais eles podem cair? Naquela época, ao redor d

FED roda em falso

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A reunião do FED ontem não teve muita graça, uma vez que, ninguém esperava por um aumento dos juros, nem tão pouco queda! Hahaha... Mas mesmo assim, a atenção voltou-se a minuta publicada, haja visto a grande volatilidade vivida pelos mercados nos últimos dias. Pode-se resumir o comunicado como: As mudanças no texto estão em linha com os últimos dados econômicos, queda no PIB por fatores específicos, sólido crescimento do emprego e aumento da incerteza  global. Assim, o FED acompanhará de perto os acontecimentos. Em outras palavras, o FED não está preocupado com a dinâmica interna da economia americana, mas sim, com um eventual contágio dos eventos internacionais. O FED está deixando abertas as opções para a reunião de março, mas se o ambiente atual de preços de petróleo baixos, condições financeiras apertadas e um dólar forte persistir no curto prazo, a autoridade monetária poderá mudar para um posicionamento mais neutro. E vocês reclamam que o Mosca fica no muro! O que di

Um oásis no deserto

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Como acontece mensalmente, hoje participei da reunião de macroeconomia na Rosenberg, com a casa cheia. O cenário internacional tomou boa parte das discussões, na tentativa de esclarecer a elevada correlação entre as bolsas de valores e o petróleo, que do ponto de vista acadêmico não faz sentido. Várias hipóteses foram levantadas sem que houvesse alguma conclusão. A maior polêmica surgiu com uma pergunta, cuja resposta vale alguns bilhões de dólares: "Alguém trabalha com a possibilidade dos USA entrar em recessão - o que se denomina de  double dip?  Parece que todos não acreditam nesta hipótese, porém sem muita convicção. O que sim foi convicto, é que caso ocorra, não seria nada bom. Quando o assunto foi a economia brasileira, apresentou-se mais do mesmo, uma continua deterioração, sem muitas perspectivas de uma virada. Alguns acreditam que no 2º semestre possa melhorar um pouco, mas é só isso. Porém existe um setor que está indo muito bem, o externo. Ontem publicou-se o dé

O gato continua no telhado

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Estamos vivendo um ciclo vicioso entre três ativos de grande visibilidade internacional: petróleo, China (bolsa/fluxo de reservas) e bolsa americana. Dificilmente pode-se estabelecer qual a sequência entre eles. Entretanto, parece que esse último vem na esteira do petróleo, basta verificar no gráfico a seguir, como a correlação entre eles mudou recentemente. Já no caso da bolsa chinesa e seu nível de reservas, não é claro quem comanda quem.  Os investidores continuam preocupados com o futuro da economia chinesa, por mais que os analistas não acreditem em grandes quedas por lá. Esta não parece ser a visão de quem tem recursos investidos. O índice de bolsa Shangai CSI 300 vem caindo de longa data, e hoje a queda foi de 6,02%,  nível mais baixo nos últimos 13 meses. Nota-se claramente, que depois da alta vertiginosa do 1º semestre de 2015, iniciou um período de baixa, perdendo aproximadamente 50% de seu valor, desde o pico atingido em junho daquele ano.  Quanto a situação c

Banco incentiva o descanso

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Ao observar o título de hoje do Mosca,  vocês podem ser levados a um raciocínio de que finalmente um banco, ramo de negócio tido como estressante, resolveu pensar em seus funcionários. Mas na verdade o anúncio do JP Morgan, maior banco do mundo, é um pouco diferente, eles lançaram um plano para incentivar os funcionários de seu braço de investimentos,  take the weekends off ! Com uma ressalva, desde que não haja um negócio a ser fechado no final de semana. Este programa que foi denominado "Pencils Down",  é incomum nas instituições de Wall Street, onde trabalhar 100 horas por semana é sinal de orgulho e criticado por outros que consideram um aspecto antiquado do trabalho, que leva ao esgotamento precoce. Alguns bancos de Wall Street lançaram ações semelhantes, e uma das razões citadas dá conta que os empregados de nível mais baixo estão sujeitos a condições de trabalho extremo. Isso deve-se, depois que um estagiário do Bank of America, faleceu em 2013. Um exame médico e

Risco de uma "Argenzuela"

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Se você ficou impressionado com as declarações do ex-Presidente Lula, eu não fiquei. Minha saudosa analista me disse certa vez: "80% das vezes que você fica irritado pelas ações ou declarações de uma pessoa, que em função de experiências passadas era o que se podia esperar dela, na verdade sua irritação é com você. Inconscientemente você esperava que desta vez fosse diferente e como não foi, se irrita". O caso do "cumpanheiro" enquadra-se 100% nesta situação. A entrevista com blogueiros simpáticos ao PT, tornou-se um palco excepcional para mandar seu recado a sociedade. É como jogar uma partida com um time da 10ª divisão - nem sei se existe! Hahaha... com os portões fechados, e torcida própria, o resultado só pode ser uma goleada. Eu não tenho muita dúvida que o Lula se encaixa num quadro de psicopatia, sintoma que se desenvolve de várias formas. A dele enquadra-se no seguinte caso: " Tendo em conta algumas das características de psicopatas, como a capa

"Worst case scenario"

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Há dois anos o petróleo estava a US$ 100 o barril, e naquele momento a maioria das análises projetavam uma continuidade destes níveis. Alguns mais otimistas apontavam para preços superiores a estes, dado a crescente demanda da China. Um ano depois, os preços se encontravam por volta dos US$ 50, uma queda nada desprezível de 50%. Naquele momento, o argumento voltava-se para a nova oferta de óleo ocasionada pelos projetos americanos de extração  oil shale . E agora as cotações estão em US$ 26,5, uma queda adicional de 50%. - David, matei a charada, no próximo ano o petróleo estará em US$ 13. Sou bom de matemática! Hahaha... Se projetar o preço futuro de mercados fosse tão simples assim, os leitores não precisariam do Mosca , bastava um pouco de lógica. No ramo de investimento, tanto em ativo real como financeiro, é de praxe calcular qual seria o prejuízo se algo der errado, o Worst case scenario".  A técnica de cálculo pode ser complexa dependendo do caso, mas o que importa é

Acabou a moleza

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Para quem estava acostumado a investir seus recursos em ativos de risco, como se eles não tivessem risco, este período terminou. Daqui em diante é melhor acostumar-se com a volatilidade nos moldes do passado. Com tantos anos, com oceanos de liquidez propiciados pelos maiores Bancos Centrais do planeta, tudo parecia céu de brigadeiro. Mas não é uma mudança neste último fato que visiono para estes novos tempos, ao contrário, alguns deles como o BCE e O BOJ ainda continuam injetando recursos, mas é sobre os grandes desafios que a economia chinesa deverá encontrar nos próximos anos. A importância da China, não é necessário mais frisar, pois sendo a 2º maior economia do mundo, como não poderia ser dessa forma? Acontece que esta marca memorável foi conseguida através de políticas intervencionistas, que criaram distorções e forte desequilíbrios  macroeconômicos. Essas ações, é de amplo conhecimento público que poderia ser resumida da seguinte forma: 1) Taxa cambial atrelada à cotação do

Esquizofrenia Financeira

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Acompanhei os movimentos do mercado nestes últimos dias de uma forma mais geral. Vou me inteirar dos acontecimentos, que não foram poucos, durante esta semana. Se tivesse que resumir o stress destes últimos dias, elencaria dois itens: China e petróleo. Embora eles estejam de certa forma associados, acredito que o primeiro, é o que está causando mais preocupação entre os investidores - vide adiante gráfico. O ano iniciou com a publicação de alguns dados da China que não agradaram o mercado. Embora não fosse nenhum desastre, a reação dos mercados tornou-se mais violenta que os fatos. Comentei inúmeras vezes que, as informações publicadas por esse país sempre são vistas com certa desconfiança, e em momentos como estes ficam amplificadas. Nestas primeiras duas semanas de 2016 as bolsas ao redor do mundo sofreram quedas expressivas, assim como os juros nos USA. O petróleo atingiu níveis abaixo de US$ 30 somente vistos em 2003, bem como toda a cadeia de commodities metálicas.  V

US 10 Years

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O fechamento do mercado hoje, resultou na execução de nosso nível de stoploss nos juros de 10 anos americanos. No post  esquenta , fiz os seguintes comentários: ... Já em relação aos juros de 10 anos, os comentários que fiz no post  juros-de-10-anos , ainda continuam indefinidos: ..." A configuração técnica dos juros de 10 anos, deixa totalmente aberta a possibilidade de uma alta ou de uma baixa"... Está operação foi proposta à quase dois meses  resultado-dos-helicópteros , desde então não houve definição, nem do ponto que nos favoreceria na alta - 2,40%, nem a execução do stoploss: ..." Acredito que vale uma aposta na alta dos juros, ao nível de 2,25% a.a. com um stop a 2,13% a.a"... Como pode-se verificar no gráfico acima, as cotações dos juros estão contidas por dois triângulos, fato raro em análise técnica. Essa grande indecisão, foi colocada no post juros-de-10-anos , nos cenários que denominei de  "Uhhhhh..."   e  "Don't even think

Mosca se aproximando

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Pensei pela manhã se não seria o caso de mudar o nome do blog. Nos últimos tempos,  mosca é encarada como sinal de risco, com a dengue e seus derivados ameaçando boa parte do território brasileiro. Essa doença é transmitida por várias espécies de mosquitos principalmente pelo Aedes aegypti. Isso fez com que o repelente se esgotasse nas farmácias sendo um dos únicos produtos a escapar ileso da recessão. Mas podem ficar tranquilos não é sobre esse mosquito que vou comentar hoje, e sim sobre a previsão do Ibovespa feita pelo Mosca há muito tempo. Quem acompanha o blog, sabe que aguardo pacientemente a queda do nosso índice acionário para sugerir uma compra. Mais recentemente, no post  torcida-contra , fiz os seguintes comentários: ..." o Ibovespa está cada vez mais próximo dos 42.700, que se rompido, irá finalmente para o objetivo que venho anunciando a um bom tempo, entre 39.000 - 40.000"... ..." No gráfico acima, a área apontada em vermelho, 43.500 - 42.700, se ro

Esquenta

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Os jovens criaram um costume antes de saírem para a balada de tomarem alguns tragos em suas casas. Isso vale para ambos os sexos, uma vez que as mulheres de hoje em dia, revindicaram seus direitos neste quesito, bebendo tanto, ou mais, que os homens. Ao questioná-los, argumentam que as bebidas custam muito caro nas baladas. Mas eu imagino uma outra razão, a que preferem chegar mais "alegrinhos". Neste nosso mundo digital, as conversas são mais eletrônicas que presenciais, o que faz o tête a tête, muito mais difícil. O Mosca ainda não voltou a suas postagens diárias. Mencionei que durante o período de férias, faria algumas inserções. Resolvi fazer um "esquenta" hoje! O Ano Novo não começou muito bem para os mercados de risco, a publicação dos dados da manufatura chinesa ontem, fez com que as bolsas, e as moedas dos países emergentes, tivessem quedas ao redor do mundo, inclusive o real. Os argumentos divergem entre os analistas, de um lado o pessoal que mini