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Mostrando postagens de maio, 2019

Sempre tem um culpado

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Este post por uma falha minha não foi publicado na data correta 30/05. Desculpe! Como dizia meu ex-chefe do BFB, para os franceses do Credit Lyonnais era melhor um prejuízo bem explicado que um lucro sem explicação. Um artigo publicado pela Bloomberg destaca que, a disputa entre os EUA e a China está sendo responsabilizada por todos os tipos de desenvolvimentos econômicos e financeiros. Alguns deles são apenas vagamente relacionados à discrepância tarifária, ou refletem tendências em andamento antes que o presidente dos EUA, Donald Trump, tenha ouvido falar de seu colega chinês, Xi Jinping. Em outras áreas, como a política monetária, o conflito altera o timing e não os resultados. O mais recente demônio é a perspectiva de uma recessão, que seria responsável por deslocar ações e rendimentos de títulos em queda. O culpado? Você adivinhou: a guerra comercial. Mas dificultar uma recessão tem sido um jogo favorito de comentários de mercado, a cada poucos meses, nos últimos dois

O bitcoin serve para que?

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Nas últimas semanas as crypto moedas tiveram um desempenho importante num mundo com baixo retorno. Desde o início de 2019, o bitcoin subiu 160%, nada mal! Mas qual seria a razão? Não parece ter nada muito importante que justificasse tal performance, a não ser o fato de ter caído muito. O seu inventor tinha como principal objetivo criar uma moeda que pudesse proteger as pessoas de eventuais loucuras feitas pelos bancos centrais. Talvez naquele momento, muito se falava na substituição do dólar como moeda de troca. Mas esse temor não acontece nos dias de hoje. Com taxas de juros extremamente baixas o risco de desvalorização expressiva de uma moeda é pequeno. Naturalmente existem exceções como a Venezuela, além de países que controlam a compra de moeda estrangeira pela população como ocorre na China. Nesses casos, o bitcoin serve bastante para criar uma porta de saída, fora do controle das autoridades locais. Como se poderia fazer isso? Um cidadão compra bitcoins com peso

Custos da corrupção

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Ninguém tem dúvida que a corrupção só tem efeitos negativos. Eu costumo dizer que seria mais barato dar o dinheiro direto ao corrupto que executar uma obra desnecessária para gerar essa propina. Quando o objetivo é a corrupção o critério para optar sobre um investimento passa a ser maximizar o valor a ser desviado, ao invés de maximizar o bem-estar da população. Mas além desse efeito direto, existem outros que não são tão visíveis. O FMI elaborou um estudo onde aponta a relação entre a corrupção e o nível dos impostos. Os custos da corrupção são profundos. Os dólares dos contribuintes são perdidos de maneiras diferentes, desviados de escolas, estradas e hospitais para cobrir os bolsos das pessoas. Igualmente danosa é a maneira como ela corrói a capacidade do governo de ajudar a expandir a economia de uma forma que beneficie todos os cidadãos. E nenhum país está imune à corrupção. Nosso estudo analisa mais de 180 países e constata que os países mais corruptos cob

Inflação X Deflação

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No post de ontem publiquei alguns argumentos que poderiam fazer a inflação subir no futuro. Porém, um renomado gestor de portfolios, Gary Shilling, acredita que a guerra comercial poderia gerar deflação. Num artigo publicado pela Bloomberg ele explica seus motivos. A guerra comercial entre os EUA e a China não mostra sinais de diminuir, com cada lado aumentando os níveis tarifários. Do ponto de vista dos EUA, tais tarifas podem parecer inflacionárias, uma vez que, as taxas são adicionadas aos custos das importações e repassadas aos seus usuários finais. Um salto de 25% no custo de todos os US $ 575 bilhões em bens importados da China, mesmo sem aumentos de margem e aumentos subsequentes de concorrentes dos EUA, adicionaria cerca de 1% aos preços ao consumidor. Na realidade, porém, é mais provável que as tarifas de importação e toda a guerra comercial sejam deflacionárias à medida que os governos, empresas e consumidores, aqui e no exterior, adotam ações compensatórias, e

A inflação está temporariamente hibernando

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O mercado americano se encontra fechado hoje por conta do Memorial day. Nesses dias, os mercados mundiais ficam em Banho Maria. O renomado economista, Mohamed El-Erian, publicou um artigo alertando sobre o risco de a inflação mundial atual, estar fortemente influenciada por fatores estruturais. Essa ideia vem de encontro as ideias do Mosca , exposta no post  o-quarto-fator-de-produção , onde abordo o efeito da nova tecnologia na taxa de juros. Os debates sobre a inflação nas economias avançadas mudaram notavelmente nas últimas décadas. Deixando de lado questões (erradas) de mensuração. As preocupações com a inflação debilitante e com o poder excessivo dos mercados de títulos desapareceram há muito tempo, e a preocupação agora é que a inflação excessivamente baixa pode dificultar o crescimento. Além disso, embora persistentemente moderados - e, com quase US $ 11 trilhões de títulos globais, taxas de juros negativas possam estar causando falta de alocação de recursos e

O BCB está arriscando

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Já começam a ser publicado, alguns artigos elaborados por economistas, alertando que a economia brasileira pode estar na eminência de uma depressão. Esse estado econômico é definido pelo Wikipédia como “consiste num longo período caracterizado por numerosas falências de empresas, crescimento anormal do desemprego elevado , escassez de crédito , baixos níveis de produção e investimento , redução das transações comerciais, alta volatilidade do câmbio, com deflação ou hiperinflação e crise de confiança generalizada . A depressão é mais severa que a recessão, a qual é considerada como uma fase declinante normal do ciclo econômico”. “Uma regra usual para se definir a depressão é a redução drástica (cerca de 10% do PIB), ou uma prolongada recessão (três ou quatro anos) “ Eu marquei os sintomas que já são observados em nossa economia. Mas certamente não estamos em depressão pois o PIB cresce pouco, mas cresce. Entretanto, em se continuando o atual cenário existe uma chance de aden

O Fed quer evitar surpresas

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Desde que o Presidente Trump ameaçou a China com a imposição de novas tarifas de importação, além de proibir que empresas americanas façam negócios com a gigante Huawei, o mercado praticamente tem certeza que haverá pelo menos um corte de juros este ano. Existem duas correntes de economistas com visões distintas: o grupo que acredita uma recessão está por vir, e sendo assim, o Fed deveria cortar os juros; e a outra, que não é tão pessimista, pois os dados econômicos não são maravilhosos, mas estão longe de serem ruins. O Fed por sua vez, está neutro no curto prazo, pois acredita que os juros estão no lugar certo e não pretende mudar. Quando se trata de inflação, o Federal Reserve parece querer que o mercado espere o inesperado. Os investidores não preveem pressões de preço ao consumidor a curto prazo. Essa é a mensagem de como a dívida do governo dos EUA está sendo negociada e o valor recorde que acabou de ser retirado do ETF - TIPS Bond, um fundo que detém títulos do

Vergonha britânica

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A Inglaterra é um país civilizado que tem uma população com elevado nível de escolaridade. É um povo gentil que guarda costumes tradicionais, uma das poucas Monarquia existentes. Até 1922, o Império Britânico abrangia 33.700 mil Km ², representando ¼ da área total da Terra. Eram cerca de 458 milhões de pessoas, que eram governados pelos ingleses. O que ocasionou a queda dessa Império foram as duas guerras mundiais. Enfraquecida e com um rombo financeiro, especialmente depois da Segunda Guerra, o Reino Unido encolheu aos poucos. Com diversos setores industriais extintos, não foi capaz de concorrer com os EUA e Japão, sendo esse primeiro, a assumir seu lugar como potência. Depois de tanto poder no passado, será que hoje não conseguem decidir se querem ou não sair da União Europeia? No próximo mês, o plebiscito que decidiu na sua saída, vai comemorar 3 anos, e desde então, várias consequências já são sentidas em sua economia. Diversas empresas anunciaram a saída da Inglaterr