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Mostrando postagens de 2021

2021: O ano sem memória

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O ano que está terminado ainda foi largamente impactado pela Covid, com períodos de relaxamento alternado por outros de maior temor. Parece ficar claro o que vários infectologistas diziam no começo da pandemia: o vírus vai permanecer ativo ainda por muitos anos. É notável como se observa a lei de Darwin na evolução do Coronavírus, a mais recente varainte o Omicron é altamente transmissível, porém muito menos letal. O vírus para sobreviver precisa de corpos humanos vivos a fim de manter o processo de mutação, por outro lado, se matar todas as pessoas ele morre também. Não sei se essa lógica se aplica nesse caso, mas parece fazer sentido. Imagino que os ciclos de medo e relaxamento devem continuar ocorrendo até que a ciência desenvolva algo mais definitivo, foi assim que aconteceu no passado. Enquanto isso, vamos aprender a conviver com o Coronavírus que deve ir perdendo importância. É bem provável que cada um de nós contraia em algum momento. Diferentemente da gripe, o Coronavírus r

O que você faria diferente?

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  Eu pretendia não escrever mais durante minhas férias, a não ser, claro, que ocorra algum acontecimento importante. Mas durante meu passeio matinal pelas notícias fez com que eu mudasse de opinião, e aqui estou. O assunto não tem a ver com mercados e sim sobre a finitude. Confesso que esse assunto para mim se torna mais frequente — afinal, como bom matemático que sou, sei que todos nós temos uma data de “vencimento” e, quanto mais passa o tempo, maior a probabilidade da ocorrência. Esse tipo de matéria quando comentado com os mais jovens da família, gera uma reação de negação, nem quererem falar. Entendo essa atitude, fazemos diferença para eles. Por outro lado, fico feliz por saber que minha vida não passou em vão, minha existência ficará de certa forma marcada em suas memorias. Quando encontro meus antigos colaboradores, por aí na vida ou através das redes sociais, muitos me agradecem por lhes ter ensinado algumas nuances do trabalho, lembram de momentos da nossa convivência — o

Prisioneiros do euro #eurusd

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Desde que comecei a publicar o Mosca em 2011 sempre tive uma visão negativa da Europa. Não que eu não goste do velho continente — ao contrário, hoje está entre meus lugares favoritos. Mas minha crítica se concentra no grave erro que cometeu ao adotar uma moeda única com países tão diferentes. Em 2012 a crise eclodiu por lá e, naquele momento, os países que denominei de Club Med (Espanha, Portugal e Itália) não abandonaram essa amarra por um triz — não fosse a coragem de Mario Draghi, o Super Mario como lá denominei. Como presidente do ECB proferiu uma frase que ficou marcada: “Farei what ever it takes para manter o euro”. Foi aí que começou a compra de títulos por parte do ECB dos países com problemas. Começou e nunca mais parou. Em 2016, a Inglaterra resolveu se divorciar do bloco europeu; ruim com ele, pior sem ele. Desde então, tem tido muita dificuldade em firmar novos acordos comerciais com a Europa, além da sua moeda nunca mais conseguiu recuperar os níveis existentes antes

Boia furada #ouro #bitcoin

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  Eu resolvi juntar a análise do ouro à do bitcoin. Embora uma boa parte dos analistas tracem paralelos entre ambos, eu acho que são bichos diferentes, basta observar a volatilidade entre eles — na verdade, nesse quesito nada é semelhante à criptomoeda. O leitor também poderá se perguntar por que não escolho outra cripto e minha resposta é lacônica: vou usar meu tempo para ativos que podem compor a carteira de um investidor. Meu acompanhamento é mais por conta dos pedidos de alguns leitores, pois não pretendo dar nenhuma sugestão de trade, fica a gosto do freguês. Achei interessantes os comentários de alguns analistas quando sugeriram que os turcos — aqui estou falando das pessoas que vivem na Turquia e não de forma pejorativa — estavam usando as criptomoedas para fugir das restrições impostas pelo governo. Imagino que eles devem estar desesperados com a barbaridade imposta pelo seu presidente, que acha poder tudo — até definir que taxa de juros deve prevalecer. Como tenho comentad

Tropeço no caminho #SP500 #nasdaq100

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  Os economistas estão muito otimistas com o crescimento do próximo ano nos países desenvolvidos, mas principalmente nos EUA — menos por aqui, como comentado ontem. A população americana se encontra em um momento ímpar relativo aos últimos anos, sua poupança está em níveis recordes. Esses recursos são oriundos da distribuição generosa feita pelo governo, que ficou muito assustado com os efeitos da Covid e em consequência saiu distribuindo dinheiro para a população. De forma distinta da esperada, as pessoas colocaram o dinheiro na poupança ao invés de usar esses recursos para passar o período mais crônico da pandemia. É bem verdade que uma boa parte foi consumida durante este ano, porém o nível de poupança ainda é o dobro da média histórica. Passado o susto, a volta foi pujante. Saíram comprando de tudo e desta vez, ao invés de consumir serviços, foram aos bens materiais: carros, eletrodomésticos, casas etc. Deu no que deu: faltaram produtos, o que originou a elevação de preços. U

Lula de novo! #usdbrl #ibovespa

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  Tenho observado uma enorme indiferença em meus grupos sociais em relação às eleições do próximo ano. Hoje se comenta a possibilidade de Lula ser presidente sem causar nenhuma reação — afinal, colocar a raposa de volta no galinheiro achando que ficou honesta é uma grande ilusão; desonesto não vira honesto, é só surgir a oportunidade para agir. Mas a razão não é essa em meu ponto de vista, mas sim a sensação de desesperança em relação ao Brasil. Quando se chega nesse estágio, a tendência é ficar apático. Observando de hoje, não vejo como a terceira via pode se tornar uma ameaça a Bolsonaro não ir para o segundo turno, pois existem 14 candidatos ao cargo. A única chance seria se ele despencasse para algo em torno de 10%/11% das intenções de voto, e a perda fluísse para algum candidato da terceira via formando uma dupla com Lula para o segundo turno. Lula está muito bem assessorado. Notem seu silencio recente, ele sabe bem que se abrir a boca só pode perder votos, está no seu limite

Acostumado a perder #TB 10 years

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  Hoje início o período do ano em que faço minhas previsões com uma visão de mais longo prazo, contemplando as projeções para o ano de 2022. Neste momento, busco observar a evolução dos ativos que acompanho em janelas de tempo maiores de 1 mês ou 3 meses. Decidi começar com os juros de 10 anos americanos, que no passado nos davam alguma luz do que se poderia esperar no ambiente econômico. Essa classe de ativo não foi muito promissora em 2021, registrando retornos negativos para quem deteve esses papeis. Também não foi muito lucrativa para quem decidiu operar no sentido inverso, esperando a alta de juros, com exceção do primeiro trimestre, quando as taxas saíram do patamar de 1% e atingiram em março 1,70%. Daí em diante, um movimento de queda as levou novamente para a casa de 1% ao final de julho, para só então voltar a subir novamente situando-se hoje ao redor de 1,4%. Durante o ano, a inflação foi paulatinamente ganhando destaque, apresentando altas consecutivas e atingindo níveis

Esperança "com custo" #nasdaq100

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  Ao ler um artigo sobre esperança, notei que existem dois tipos: “com custo” e “sem custo”. Inicialmente, vou trazer o artigo publicado por Cullen Roche em seu post Pragmatic Capitalism. ‎ "A esperan ç a é um estado de esp í rito otimista que se baseia em uma expectativa de resultados positivos em rela çã o aos eventos e circunst â ncias na nossa vida ou no mundo em geral." ‎ ‎Cinco anos atrás eu parei na rodovia I-5 chorando. Eu não estava conseguindo dirigir. Eu estava voltando para casa de uma clínica de fertilidade onde eu tinha acabado de saber que seria difícil termos filhos. Mas eu ainda tinha esperança. Então liguei para o médico e pedi uma resposta mais específica:‎ ‎Eu: "Eu sou um cara de números. Seja objetivo. Quais são as chances de que isso possa funcionar?‎ ‎Doutor: "Elas são muito, muito baixas. Eu diria menos de 5%."‎ ‎BUM! 95% de chances de fracasso foram como uma bomba explodindo no meu coração. Este foi o momento em que comecei a