Postagens

Mostrando postagens de maio, 2018

Un machiatto

Imagem
Quem já foi para a Itália teve oportunidade de experimentar seu machiato . Embora não sejam produtor, o café servido é delicioso. Tanto é verdade que suas combinações foram exportadas para todo lado. Que tal um cappuccino? Hoje os operadores daquele país podem relaxar, pelo menos por enquanto. Os mercados financeiros estiveram tão agitados por lá, que uma mera ida ao banheiro pode ter custado uma fortuna. O motivo principal dessa melhora são as divergências entre o líder populista 5 estrelas e o partido direita, provocando esperanças que um cenário ruim esteja fora de cogitação. Ainda não há uma proposta oficial do Cottarelli, primeiro Ministro eleito às pressas, sugerindo que as eleições é o resultado mais provável. O Mosca já havia antecipado a total loucura da aliança entre a extrema direita e a extrema esquerda. O ciclo vicioso que se sucedeu as negociações da semana passada colocou em risco sério a saúde do sistema financeiro italiano, e por que não, de boa par

Soros com o dedo no gatilho

Imagem
Todos já devem ter ouvido falar de George Soros. Seu maior feito aconteceu em 1993, quando depois de uma acertada posição contra a libra esterlina, ganhou U$ 1,3 bilhão colocando o BOE de joelhos. Nesse tipo de posição não tem “bonzinho”, cada declaração tem um objetivo claro, o bolso. Mas hoje ele não tem mais a mesma visibilidade que tinha no passado, tanto é que, recentemente fechou seu fundo e resolveu se dedicar ao filantropismo além de escrever diversos livros com suas ideias. Em um discurso proferido na terça-feira em Paris, George Soros alertou que o mundo poderia estar à beira de outra crise financeira devastadora, à medida que as crises da dívida ressurgem na Europa e o fortalecimento do dólar pressiona tanto os países emergentes quanto os desenvolvidos. E a Europa, com a Itália arrastando as preocupações sobre a possível dissolução do euro, está de novo em voga. Pressões políticas como a dissolução de sua aliança transatlântica com os EUA acabarão por se tr

Insatisfação no limite

Imagem
Hoje é feriado de Memorial Day, assim, os principais mercados mundiais, New York e Londres ficarão fechados. Em dias como este, pouco movimento é esperado. Em compensação no Brasil vivemos um novo dia de manifestações que aumentam com o passar do tempo. As concessões feitas pelo governo aos caminhoneiros, motivou diversos grupos (e não são poucos), a promover bloqueios em rodovias, ou avenidas de grande acesso. Será que tem alguém satisfeito? Provavelmente ninguém. Vivemos esses dias o reflexo de um governo que detém o limite de baixa em termos de popularidade. Mas não é só isso em meu entendimento, a cisão que se formou basicamente entre a direita e a esquerda, é o pano de fundo de tantas manifestações, uma raiva contida em cada cidadão. Outro dia, ao ler o jornal pela manhã, recordei como em tempos atrás, ficava estimulado quando anunciava-se uma nova descoberta, ou da criação de uma nova empresa, eram sinais de de vida. Hoje em dia, diria que raramente isso acont

Caminhoneiros: Os oportunistas

Imagem
O Brasil praticamente parou ontem consequência da greve dos caminhoneiros. Filas imensas nos postos de gasolina me fizeram lembrar dos anos 80 quando o governo, ao anunciar aumento dos preços da gasolina que passava a vigorar no dia seguinte, enormes filas se formavam nos postos para abastecer no preço velho. Uma vantagem de pequena valia! Mas as de ontem eram de pessoas que precisavam do combustível para suas atividades do dia a dia. Vou fazer uma análise mais detalhada sobre essa situação para verificar quem é o culpado por tamanho transtorno. Comecemos pela origem, o preço do petróleo. Abaixo, se pode observar a evolução dos preços do óleo, nos mercados internacionais somente em 2018. Notem que, até abril, o petróleo não mostrava uma tendência clara, somente após essa data a alta se tornou mais direcional, causando uma elevação de 25% no preço do barril, num intervalo curto de tempo. Outro indicador que tem impacto direto no preço dos combustíveis é a taxa de câ

Terminou na vespera

Imagem
Poderíamos dizer que a aproximação da Coreia do Norte com os EUA terminou antes do casamento. Olhando de forma mais pragmática, isso é o que se poderia esperar de dois líderes cujo bom senso não impera. Kim Jong Um, ameaçou várias vezes nesses últimos dias, que cancelaria a reunião marcada com o presidente americano, Donald Trump, no dia 12 de junho. A “igreja” já estava marcada, o encontro seria em Singapura. Independente dos motivos que levaram ao líder Norte Coreano a fazer essas ameaças, acredito que deve ter se arrependido. Psicopatas são assim mesmo, mudam de opinião sem constrangimento em função de seus objetivos e receios. Do lado americano, neste caso, a atitude de Trump foi correta, não poderia ficar na posição mais fraca e implorar pela reunião, depois da hostilidade e raiva expressa nas declarações de Kim sobre o assunto. Os mercados não gostaram! Já a Europa, não está performado da maneira que os economistas previam. O índice de surpresas publicado pelo C

A realidade se impõe

Imagem
Na última semana o Mosca teceu críticas mais ácidas ao banco central brasileiro. No post  bcb-deveria-atacar , argumentei sobre a necessidade de dar mais atenção a atividade econômica e menos a inflação, pois essa última se mantem baixa e estável por um bom período. Hoje foi publicado o IPCA-15 de maio que mede a inflação nos primeiros 15 dias do mês. O seu resultado de 0,15% ficou abaixo de todas as expectativas dos analistas. É verdade que a alimentação ainda é o maior fator de contenção do índice inflacionário, mas não é só ela, como se pode verificar a seguir. A taxa em 12 meses recou para 2,70% a.a. Vale notar que, esse nível é abaixo do limite mínimo estabelecido pelo governo como meta. Para quem não está familiarizado com esses indicadores, quando isso acontece, é esperado que a autoridade monetária baixe os juros para trazer a inflação à média estabelecida de 4,5%. Outro fator extremante importante é o grau de difusão que indica como os aumentos de preços sã

In dollar we trust?

Imagem
Estava pensando pela manhã se não seria o momento de analisar o DXY – dólar index observando sua perspectiva de longo prazo. Se um movimento de alta mais duradouro estiver florescendo, podemos esperar mais turbulência a frente, caso contrário, a situação que prevalecia antes voltaria a predominar. Um artigo publicado no Wall Street Journal faz uma comparação analisando o impacto que houve desde meados de abril em diversas moedas de países emergentes e desenvolvidos. O ressurgimento do dólar está expondo os pontos fracos do mundo em desenvolvimento, levando os investidores a desfazerem as apostas de longo prazo sobre ações, títulos e moedas de mercados emergentes. Na última quinta-feira, o banco central da Indonésia elevou as taxas de juros pela primeira vez em quatro anos para deter uma queda em sua moeda; as autoridades monetárias de Hong Kong na semana passada intervieram para sustentar o dólar de hong kong. A lira turca na segunda-feira caiu para os níveis mais bai

Mercados Emergentes: a bola da vez?

Imagem
Muito sem tem falado sobre os mercados emergentes ultimamente, e não é para elogiar. Com a elevação dos juros americanos, muitos investidores têm agido no sentido de diminuírem suas posições nesses mercados. Mas será que estamos no início de uma mudança de rumo como aconteceu em 2008, ou é simplesmente um espasmo? A economista de Harvard, Carmen Reinhart, chamou a atenção nesta semana com seus comentários sobre os mercados emergentes, dizendo que estão em pior situação agora do que durante a crise financeira global de 2008. Sua avaliação ocorre num momento em que os investidores estão se tornando mais cautelosos sobre essa classe de ativo - e francamente pessimistas em mercados como Argentina, Indonésia e Turquia. Mas as opiniões divergem sobre se a recente turbulência é apenas um pontinho ou o começo de algo maior. O quadro também varia de economia para economia, com alguns em melhor forma do que outros. Abaixo, veja como alguns dos principais indicadores de mercados

O grande risco do bitcoin

Imagem
Talvez o leitor imagine que o grande risco do bitcoin é que saia da moda e suas cotações sofram quedas. É também, porem o maior risco para o bitcoin, e por que não dizer as crypto moedas, e seu elevado consumo de energia. Acredito que mesmo não sendo especialistas no assunto, vocês já tomaram conhecimento que a transferência entre detentores dessas moedas, e feito através de uma rede privada. Através de verificações em cadeias “carimbam” as operações, tornando-as segura. Nesse processo são necessários elevados investimentos em infraestrutura, além do consumo de energia. Como recompensa, esses mineradores recebem bitcoins por esse serviço. Enquanto as negociações eram marginais e existiam poucos mineradores, esse era um negócio lucrativo, pois o descasamento de moeda (*) era altamente favorável. (*) O conceito de descasamento é usado nos negócios em geral, significa que o ativo de uma empresa, ou seu faturamento, sofrem flutuações de preços, que são diferentes do passi