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Mostrando postagens de setembro, 2021

Economistas acertam 2 vezes? #ouro

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  Um bom economista tem como pressuposto projetar o futuro, os que assim não fazem ficam esquecidos. Se projetam um cenário igual ao da grande maioria provavelmente ficarão despercebidos; para se sobressair, portanto, têm que propor uma visão contrária. Os mais astutos sabem disso e passam a ser contrários de uma maneira geral. Não saberia dizer se o fazem deliberadamente ou por viés. Isso me lembrou um experimento efetuado por uma empresa de consultoria de investimentos nos anos 90 — imagino que seja um experimento, vejam por quê. Enviaram correspondência a 10.000 investidores sobre a evolução da bolsa no próximo mês; para uma metade diziam que iria subir e para outra metade que iria ocorrer o inverso. Terminado o mês, para o grupo que havia recebido a previsão correta, repetiam a mesma sistemática, metade com previsão de alta, metade de baixa, e assim sucessivamente. No final do sexto mês, os que só haviam recebido previsões corretas para todo o movimento imaginaram que esses ana

Escolas sem dependência #bovespa

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  Somente um ex-presidente sem formação como o Lula, ou mesmo o atual que tem medo de estar se formando um bando de comunistas, para acreditar que não é importante estudar. Num mundo onde o trabalho com pouca qualificação está tendendo a se exaurir e as oportunidades se encontram no setor de serviços, como se pode crescer de forma sustentável sem uma cadeia de ensino bem estruturada? Eu me formei na USP pela Escola Politécnica. Sinto muito orgulho, mas depois do término nunca recebi nenhum contato da universidade, nenhum! Por outro lado, fiz um curso curto de formação de executivos em Stanford por 2 meses — não passa uma semana sem que eu receba algum material. A grande diferença entre ambas é a forma como são sustentadas. As escolas nacionais dependem de recursos do estado, enquanto as internacionais são privadas. Poderia ficar comparando as inúmeras diferenças entre ambas, o que não é o intuito deste post, mas resumiria que nosso sistema de ensino se encontra num ciclo vicioso, e

"Flation" é a palavra da moda #SP500

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  Se os investidores imaginaram que a inflação seria esquecida, estavam enganados. Desde a última semana após a reunião do Fomc, começou a especulação sobre quando o Fed começaria a subir os juros. Se fosse só essa a preocupação, acredito que o impacto seria bem limitado, pois não existe ninguém na face da terra que não saiba que estão muito baixos. O Deutsche Bank publicou uma matéria apontando a situação global dos bancos centrais. Em termos de aumentos globais que superam os cortes, estamos agora no maior diferencial em uma década em uma base contínua de 12 meses, embora em números absolutos baixos. Alguns pontos dos dados: • Nos últimos 12 meses, na verdade, houve um número historicamente baixo de movimentos das taxas do banco central em qualquer direção. Nunca os bancos centrais globais foram tão inativos nesse aspecto. • Desde maio de 2012, os bancos centrais globais viram apenas os totais de aumento de 12 meses excederem os cortes em 10% das ocasiões. Acabamos de entra

ESG é a bola da vez! #usdbrl

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  Nós nunca nos preocupamos muito com os estragos que uma indústria ou a emissão de carbono poderia causar na natureza, o objetivo era que desse lucro — Capitalismo Selvagem. Mas nos últimos anos isso vem mudando muito pela atitude da nova geração, que é muito diligente neste aspecto. Percebam que pouco a pouco essa atitude foi influenciando a população, e hoje em dia mesmo a geração mais velha vem aderindo — eu, por exemplo, evito ao máximo a impressão de documentos e tomo outros cuidados correlatos. Nas empresas vem ocorrendo o mesmo, inúmeras delas criaram um departamento com esse objetivo. Parece ser uma tendência sem volta, o que tornaria o mundo melhor para todos. Entretanto, Katharina Pistor, professora na Columbia Law School, tem uma visão diferente. É perfeitamente compreensível que grandes corporações e instituições financeiras privadas se unam em favor de novos padrões de divulgação e outras medidas baseadas no mercado para enfrentar as mudanças climáticas. É uma abord

A China está com a macaca #nasdaq100

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  Normalmente, não se ouve falar muito da China no noticiário quando algum em algum outro lugar está pegando fogo — os chineses preferem não se pronunciar; se for necessário eles agem, mas não explicam. Isso, porém, talvez esteja mudando. Em quase todas as últimas semanas, pudemos observar alguma decisão com impacto em outros países. Acredito que não seja aleatório, e sim planejado. Fico pensando nos que poderia ter mudado para que a China aja dessa forma, e só consigo pensar que, depois de 4 anos aguentando os desaforos do Trump e vendo agora um presidente mais “fraco”, estão visando seus interesses e alterando sua política com o mundo ocidental. Hoje foi a vez das criptomoedas. Com um anúncio direto, baniu todas as transações e prometeu eliminar a mineração de ativos digitais, dando um golpe duro na indústria. Um artigo publicado pela Bloomberg relatou esses fatos. As transações relacionadas a criptomoedas serão consideradas atividades financeiras ilícitas, incluindo serviços p

Don't fight the Fed #eurusd

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  Existe uma frase muita conhecida em Wall Street: Don´t fight the Fed [não brigue com o Fed]. Sua mensagem é clara: não aposte contra a autoridade monetária. Nas últimas décadas ela não foi nada mais que a verdade — na grande maioria das vezes, o mercado se deu mal quando quis apostar contra o Fed. No início deste ano, quando as economias dos países desenvolvidos foram abertas, um serie de anomalias ocorreu. Como o Mosca tem relatado com frequência, a inflação seguramente é a maior questão dos últimos meses. Incialmente, os mercados operavam com um cenário quase que de descontrole oriundo das elevadas observações mensais, tendo inclusive alguns analistas alertado para a possibilidade de uma espiral inflacionária. O Fed, por sua vez, insistia que esse era um fenômeno temporário e que seu nível desejado de 2% a.a. para a inflação seria atingido em 12 a 18 meses. Pouco a pouco, o mercado foi aceitando esse argumento do Fed, e agora nos encontramos na situação bizarra em que as pro