Don't fight the Fed #eurusd

 


Existe uma frase muita conhecida em Wall Street: Don´t fight the Fed [não brigue com o Fed]. Sua mensagem é clara: não aposte contra a autoridade monetária. Nas últimas décadas ela não foi nada mais que a verdade — na grande maioria das vezes, o mercado se deu mal quando quis apostar contra o Fed.

No início deste ano, quando as economias dos países desenvolvidos foram abertas, um serie de anomalias ocorreu. Como o Mosca tem relatado com frequência, a inflação seguramente é a maior questão dos últimos meses.

Incialmente, os mercados operavam com um cenário quase que de descontrole oriundo das elevadas observações mensais, tendo inclusive alguns analistas alertado para a possibilidade de uma espiral inflacionária. O Fed, por sua vez, insistia que esse era um fenômeno temporário e que seu nível desejado de 2% a.a. para a inflação seria atingido em 12 a 18 meses.

Pouco a pouco, o mercado foi aceitando esse argumento do Fed, e agora nos encontramos na situação bizarra em que as projeções da autoridade monetária são superiores às do mercado, como se pode verificar no gráfico a seguir, que já contempla as novas projeções indicadas na reunião do Fed de ontem



Sobre o Comitê de política monetária encerrado ontem, a opinião do Banco Goldman Sachs pode ser assim resumida:

  • O FOMC forneceu hoje em sua reunião de setembro um aviso prévio de que o enxugamento "pode ser justificado em breve", como amplamente esperado, e provavelmente anunciará o início do enxugamento em sua reunião de novembro. Powell revelou na conferência de imprensa que os participantes do FOMC são a favor de concluir o enxugamento por volta de meados de 2022, o que provavelmente implica um ritmo de US$ 15 bilhões retirados por mês.‎
  • ‎Os pontos medianos mostraram aumentos de 0,5 em 2022, mais 3 aumentos em 2023 e mais 3 aumentos em 2024, mais severos do que nossa expectativa de 0, 2 e 3. Mas vemos a mensagem geral como um pouco menos rígida, porque a votação dividida sobre uma elevação de 2022 veio ao lado de uma alta mediana da previsão de inflação central de 2,3% em 2022, e porque nosso melhor palpite é que as projeções do próprio Presidente Powell mostram 0 aumentos em 2022, 2 em 2023 e 2 em 2024, um caminho mais suave do que o implícito pela mediana.‎
  • ‎O gráfico de pontos agora mostra uma ampla gama de previsões de participantes até 2024, com sete participantes mostrando não mais do que quatro aumentos cumulativos por esse horizonte, enquanto muitos outros esperam quatro aumentos por ano nesse ponto. Isso nos sugere que ainda há uma gama de opiniões no FOMC sobre o ritmo de aperto exigido pelo do novo quadro de política monetária se a inflação eventualmente se acalmasse para 2% ou apenas modestamente maior, como espera a maioria dos participantes.



Qual o recado do comunicado? Olhando mais de perto, é claro que as autoridades estão ficando menos otimistas — e isso explica a crescente ânsia de começar a elevar as taxas de juros.

Em setembro passado, muito antes de surgirem os gargalos da oferta, a mediana das previsões era de inflação central (que exclui alimentos e energia) em 2022 de 1,8%, poucos meses desde então, eles têm estimulado isso, e nas previsões divulgadas eles veem a inflação central no próximo ano em 2,3%.



Embora as previsões do ano corrente sejam empurradas muito por fatores temporários, como um salto nos preços do petróleo, a previsão para o próximo ano reflete onde a inflação deve se estabilizar quando fatores temporários recuarem. A mensagem das últimas projeções do Fed é que "transitório" está durando muito tempo. De fato, a projeção de 2,3% para o próximo ano é a maior previsão de inflação central para o próximo ano desde que as projeções foram publicadas pela primeira vez em 2007.

Será que o recado agora é inverso o Fed estaria avisando que está começando a acreditar que a inflação não é tão temporária assim? Usando o mesmo mantra Don´t fight the Fed, seria o momento de não ficar mais tão tranquilo sobre a temporariedade da inflação?

No post mudando-escala, fiz os seguintes comentários sobre o euro: ...” A linha tracejada em azul deveria ser a trajetória a ser seguida até atingir  1,2025, em seguida apresentar uma correção onde eu vou explicitar uma sugestão de trade. No meio do caminho, é fundamental que ultrapasse o nível de  1,1914” ...



Passado algumas semanas sem postar sobre o euro — esqueceram de mim? Hahaha... meu cenário mais otimista foi colocado em hold. O motivo principal foi que o limite apontado acima para que a moeda única ultrapassasse não ocorreu, foi por pouco, atingiu 1,1908, mas não ultrapassou. Desta forma, voltamos a permanecer no aguardo.



Para que o leitor entenda o motivo da inação no gráfico acima, destaquei a área na elipse da qual não consigo concluir nada — se continua a correção ou se o movimento de alta se iniciou. Caso a correção continue o mercado provavelmente levaria as cotações abaixo de 1,1662, e eu teria que aguardar onde o bloco de anotações no retângulo em vermelho iria estancar.

Se entrasse agora, eu teria que colocar o stop loss em 1,1662 e no caso acima seria executado.

Foi bom ter esquecido do euro por enquanto! Hahaha ...

O SP500 fechou a 4.448, com alta de 1,21%; o USDBRL a R$ 5,3023, com alta de 0,25%; o EURUSD a 1,1739, com alta de 0,44%; e o ouro a U$ 1.740, com queda de 1,57%.

Fique ligado!

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