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Mostrando postagens de julho, 2017

Parando de piorar

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Em conversa com empresários, a frase que mais ouço sobre a situação no Brasil, é que parou de piorar. Enquanto a inflação vem despencando os negócios melhoram de forma muito lenta. Por mais que a situação política seja incerta, principalmente a eleição para presidente do próximo ano, não acredito que esse fator esteja pesado sobre a economia. O desemprego muito elevado ao redor de 13% é sem dúvida o que pesa. O banco central já telegrafou que continuará com queda de 100 pontos da taxa SELIC na próxima reunião, e a discussão passa a ser a taxa terminal desse ciclo de queda. Eu tenho um pensamento que nunca revelei por acreditar ser um de uma situação extrema. Porém, na última sexta-feira ao caminhar pela rua, voltou a minha memória. Os títulos indexados à inflação são considerados como uma garantia para os investidores, afinal se a inflação sobe oferecem proteção mantendo o valor de compra. Nunca vi ninguém comentar o caso inverso, e se a inflação cai, ou seja, ficar ne

Desafiando a teoria

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Os acadêmicos vêm tendo grande dificuldade para explicar alguns fenômenos que acontecem na atualidade, muito diferente do que a teoria econômica indicaria. Venho apontando alguns deles nas minhas postagens, porém um deles com comprovação secular está sob questão, a Curva de Phillips. No século XIX, o economista neozelandês, William Phillips, desenvolveu uma teoria mostrando que existe uma relação inversa entre a taxa de desemprego e a inflação. Seu estudo conclui que uma menor taxa de desemprego leva a um aumento da inflação e vice-versa, uma taxa maior de desemprego implica numa inflação mais baixa. Nota ainda que, esta relação é válida no longo prazo, haja visto que, a taxa de desemprego é basicamente independente da taxa de inflação conforme outras varáveis vão se alterando. Em 1970 o renomado economista Milton Friedman em conjunto com Edmund Phelps estudou a proposta de Phillips e criaram uma versão que ficou conhecida como a Curva de Phillips aceleracionista, ac

A China desafia a lógica

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Vou fazer um breve comentário sobre a decisão do FED. Vai ser tão breve que não tenho quase o que acrescentar, tudo foi como o esperado, nenhuma alteração nos juros e sem o anunciar quando começa a redução de seu balanço. Somente uma palavra deixou o mercado desconfiado, e com razão. Ao usar a palavra “brevemente” para definir a data, e como o esperado era setembro, suscitou uma certa insegurança no mercado. Como resultado, o dólar-dólar estendeu a queda atingindo o menor nível desde 2016. Daqui até setembro, data da próxima reunião, todo foco ficará em cima dos pronunciamentos dos membros do FED. Hoje o assunto é China. Quantas não foram as vezes que os economistas anunciaram a derrocada da economia chinesa. E não foram só discursos, os investidores fizeram apostas importantes contra a moeda, o yuan. Na bolsa também recordo o ano de 2015 onde depois de atingir sua cotação máxima desabou em queda livre. O nível de sua dívida é outro parâmetro que deixa os analistas muito preoc

BCB em situação confortável

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Depois de pouco mais de um ano que Ilan Goldfjan assumiu a presidência do banco central, a situação mudou muito, pelo menos do ponto de vista econômico. Naquele momento a inflação se encontrava em níveis muito elevados acima de 10% a.a. Nesse pequeno espaço de tempo, implementando políticas monetária que deram segurança aos agentes econômicos, a inflação despencou, situando-se agora ao redor de 3% a.a. É verdade que os alimentos ajudaram, mas sorte também faz parte da carreira de qualquer executivo. Se fosse somente por conta desse item, a queda mostraria fragilidade, porém não foi o que ocorreu. Para justificar esse argumento vou me basear no último dado do IPCA publicado no dia 20. O IPCA-15 variou – 0,18%, a menor taxa mensal desde julho de 2003. Isso foi suficiente para a taxa anual situar-se em 2,8% a.a., nível compatível com economias desenvolvidas. Nessa atualização, os alimentos e transportes foram os itens que mais contribuíram na queda. Para justificar minha afir

Taxa real obscena

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Uma variável importante no processo decisório do FED é a taxa de crescimento da economia. Sexta-feira será anunciada a primeira estimativa de crescimento do 2º trimestre e a previsão dos analistas aponta para 2,7%, como se pode verificar na ilustração a seguir. Como os analistas tem errado ultimamente, e dado o grau de acerto do modelo elaborado pelo FED de Atlanta, pode ser que o FED utilize essa informação na reunião de política monetária. Coincidentemente, neste trimestre as duas estimativas comentadas acima estão bastante próximas, sendo que está última aponta para 2,5%. Desnecessário comentar a projeção do mesmo indicador feita pelo FED de Nova York, visto que a desse trimestre também está bastante próximo das outras, apontando para 2%. Será que os três irão acertar desta vez? Ontem comentei sobre a distorção dos juros quando se compara a projeção do FED e as implícitas nos mercados futuros. A autoridade monetária, ao estimar qual deve ser o juro de equilí

O mundo do faz de conta

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Depois de passar um tempo sem a rotina de escrever diariamente retorno as atividades normais. Acompanhei as notícias locais, inclusive sobre a decisão proferida pelo juiz Sérgio Moro decretando a prisão do Lula, bem como o bloqueio de seus bens. Esse fato viralizou nos meios digitais, com inúmeras menções elogiando a atitude do magistrado. Houveram, porém, alguns especialistas jurídicos alertando para possíveis manobras legais que poderiam liberar Lula a concorrer nas eleições de 2018. E mais uma vez a frustração recaiu sobre as pessoas de bom senso. Nesse final de semana fiquei pensando quanto tempo ainda vai demorar para que as manchetes dos jornais sejam substituídas por notícias positivas. Sei lá, a descoberta de algum tratamento de saúde inédito; aumento nos números de vagas contratadas; a economia crescendo 4% a.a.; Brasil campeão do mundo e etc .... Qualquer coisa, menos notícias de corrupção e impunidade! Sobre a possibilidade de Lula concorrer a presidência, vár