Postagens

Mostrando postagens de junho, 2019

Início de verão

Imagem
Nesse período do ano, quando o verão se aproxima do Hemisfério Norte, os mercados tendem a ser menos voláteis. Mesmo nos dias de hoje, com um presidente americano imprevisível, essa tônica tende a prevalecer, pois esperamos que o Trump também tire férias – o ideal seria desconectar seu Twitter. No Brasil, o assunto da vez são os juros, acredito que agora existe um consenso que deverá cair. Mas o banco central quer esperar a aprovação da Reforma da Previdência, o que deve acontecer nos próximos 30/45 dias. Quando Paulo Guedes foi escolhido para ser o mago da economia, comentei no Mosca sobre suas características pessoais, um homem explosivo. Nesses seis meses à frente do Ministério da Economia e outros, presenciamos cenas que justificam esse comportamento. Mas tem mais, como operador que é, quando for aprovada a tão esperada reforma, acredito que irá surpreender. Mas por que essa ênfase? Um bom operador sabe que enquanto está posicionado não canta vitória, no máximo ata

Existe chance de acordo?

Imagem
O mercado espera com ansiedade o resultado da reunião do G-20 que acontece neste final de semana no Japão. Todo foco estará voltado para o almoço de sábado entre o presidente Trump e o presidente Xi Jinping. Do lado Chinês eu acredito que estariam dispostos a um acordo dentro dos seus limites, mas em relação ao EUA tenho grandes dúvidas. A reunião é amplamente vista como um último esforço para reativar as negociações antes que Trump avance com novas tarifas de 25% sobre US $ 300 bilhões em importações chinesas. As empresas dos EUA alertam que isso elevaria os preços para os consumidores, interromperia as cadeias de fornecimento há muito estabelecidas e prejudicaria os interesses americanos na segunda maior economia do mundo. As pessoas próximas às negociações dentro e fora da Casa Branca estão prevenindo contra expectativas excessivamente otimistas para a reunião. "O relacionamento manteve-se estável e forte, então é provável que você veja um acordo para retomar as

Bitcoin é para valer?

Imagem
Depois de uma queda espetacular ocorrida desde o final de 2017, fazendo com que a crypto moeda recuasse 84%. Como se pode notar no gráfico, de outubro de 2018 até abril deste ano, as cotações ficaram “mortas” como se o bitcoin tivesse aprendido a ficar mais comportado e oscilar pouco. Mas eis que de repente, uma onda de alta tomou conta, e fez com que se valorizasse 300% nesse período, colocando a crypto moeda no radar novamente. Só para recordar algumas das minhas postagens sobre esse assunto – foram várias, no post  na-zona-de-tiro , fiz os seguintes comentários: ... “Não sou comprador ainda, pois tecnicamente não existe indicação para tanto, porém a moeda digital entrou na zona de tiro como chamei o intervalo entre U$ 2.0 a U$ 4,0 mil, aonde uma mínima normalmente acontece” ... A mínima atingida foi de U$ 3.200, muito dentro do que o estouro de uma bolha é esperado. Confesso que não tenho interesse em crypto moedas, fui arguido por um gestor desse ativo do por que

De que lado estão os investidores

Imagem
Na minha vida profissional não me recordo de momentos tão indecisos como o atual. Não confundir com momentos ruins, esses passei inúmeros. Com tanta indefinição, como os investidores estão se posicionado, a favor – mais risco, ou contra – mais conservador? Um artigo publicado pelo Wall Street Journal busca através dos mercados esta resposta. Títulos, ações e moedas estão se movendo em conjunto com mais frequência, à medida que as surpresas do banco central e a incerteza do comércio, afirmam seu controle sobre os mercados. Conhecido pelos investidores como “ risk-on, risk-off”, o fenômeno acontece quando os mercados se dividem em dois grandes segmentos que se movem juntos: risk-off ou ativos seguros, que se recuperam quando os investidores ficam nervosos; e os ativos de risco ou crescimento, que se recuperam quando o apetite de risco retorna. Uma cesta de ativos que reflete o sentimento de risk-on ou risk-off, se moveram iguais, em um quarto dos últimos 100 dias at

Batalha "Jurista"

Imagem
O tema não é novo, porém está se expandindo. O assunto é sobre juros negativo, uma moda que a cada dia fica mais frequente. Ao me deparar com a figura a seguir, a primeira imagem que meio veio à cabeça foi o jogo de Batalha Naval. Embora nos dias atuais as pessoas preferem Candy Crush como passa tempo, acredito que todos conhecem o primeiro. Fui verificar e já existe uma versão para celular, podem baixar. Mas essa ilustração não é de um jogo, pois se assim fosse, você já estaria praticamente eliminado, seria questão de algumas jogadas para que todas suas peças fossem submergidas. Pouco a pouco, não sobra nenhum título de governo pagando juro positivo. O colapso nas taxas de rendimento das obrigações desde o início do ano foi duro, rápido e global, sucumbindo as expectativas de que a economia mundial seria forte o suficiente para suportar um retorno à política monetária normal após anos de dinheiro fácil. A queda diz que os investidores esperam que uma recessão

Efeito de segunda ordem

Imagem
Ontem, com os mercados brasileiros fechados, as bolsas ao redor do mundo continuaram seu movimento de alta. O SP500 fechou na máxima histórica e agora espera o rompimento do nível de 2.955 para entrar novos compradores na festa. Nos últimos meses, com tantas notícias ameaçadoras, os investidores buscaram proteção para a bolsa comprando opções de venda. Esse mercado de derivativo se encontra distorcido e pode ser a mola propulsora de uma alta mais forte. Todo esse movimento foi endossado pelo Fed que “garantiu” cortar os juros caso os dados não andem bem. O raciocínio do mercado é que, se a economia derrapar, o Fed entra em ação. Os investidores estão prontos para o Federal Reserve reduzir as taxas, mas estariam eles prontos para más notícias que justificam esses cortes? A declaração do Fed depois da reunião, disse que, com o aumento da incerteza sobre a direção da economia, o Fed “monitorará de perto as implicações das informações recebidas para as perspectivas econôm

Fed e BCB day

Imagem
Coincidentemente, hoje será reportado as decisões do banco central americano e brasileiro. O primeiro tem uma tarefa bem mais difícil no meu entender que o segundo. Enquanto a economia americana está com resultados sólidos a brasileira vai de mal a pior. Além disso, os juros entre ambos nem se compara, a folga no Brasil é enorme. Depois de alguns meses em que o Mosca enfatizava a falta de inflação e que, portanto, não haveria motivo para juros tão elevados, finalmente o mercado resolveu assumir uma postura no sentido da queda. Essa mudança pode ser vista nos relatórios dos bancos bem como no noticiário. O que o leitor que não é do mercado financeiro não sabe, é que os agentes econômicos esperam uma queda de 0,75% em 2019, mas para 2020 uma elevação dos juros da mesma magnitude da queda, um round trip. Acredito que essa atitude se deve a nossa história, onde sempre que os juros caíram a níveis considerado baixos, depois de algum tempo subiam. Mas esse pode não ser mais o cas

Alguém vai ficar infeliz amanhã

Imagem
Vou comentar sobre um artigo publicado pelo estrategista, Mohamed El-Erian, membro do Board da maior gestora de fundos de renda fixa, PIMCO. Sua posição mostra o dilema que o Fed terá na reunião de amanhã e nos próximos meses, ao ter que calibrar suas decisões de política monetária sem confrontar o mercado, mas ao mesmo tempo evitar a formação de uma bolha nos ativos de risco. A reunião de política monetária do Federal Reserve a ser anunciada amanhã, deve sinalizar outra mudança de afrouxamento na política monetária dos EUA, embora não tão pronunciada quanto os mercados já precificaram, e os estrategistas de Wall Street estão cada vez mais prevendo. No processo, o banco central deve destacar as difíceis trocas de política e incertezas inerentes, enfrentadas pelo Fed e outros bancos centrais importantes. Se o Fed sinalizar na quarta-feira um caminho mais claro para reduzir as taxas de juros, em comparação com o que foi previamente comunicado, as questões são quanto, quan