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Mostrando postagens de agosto, 2019

Quando a emoção prevalece

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Como seres humanos nossas decisões são baseadas em análises racionais, mas também influenciado por fatores emocionais. Minha experiência de vida mostrou que nem o excesso de um lado ou de outro, leva a boas decisões. Assim também é nos negócios, pois quando a situação é favorável existe uma propensão maior de se tomar decisões influenciados pela emoção, uma dose exagerada de otimismo leva a assunções não realistas. O mesmo acontece no outro sentido, quando as notícias são ruins, ou perdemos boas oportunidades ou liquidamos posições prematuramente. No momento atual, acredito que as discussões sobre a saúde financeira global e os vários conflitos espalhados pelos países, tendem a exagerar suas consequências. Por exemplo, um dos alarmes mais divulgados recentemente é o risco de uma recessão. O gráfico abaixo, que aponta a pesquisa da palavra recessão, está bem próximo do que ocorreu na crise de 2008. Talvez esse tipo de preocupação ocorre entre aqueles mais instruídos,

Encarando a realidade

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Aprendamos na vida a duras penas que nem sempre o que desejamos acontece ou é possível. As vezes situações já estabelecidas são revertidas contra nossa vontade. O pior a se fazer nesses momentos e tentar recuperar algo irrecuperável. Para dar um exemplo, como torcedor do futebol, quantas não foram as vezes que seu time estava no auge e de repente começa a decair. Não adianta ficar lembrando dos bons tempos ou torcer para que volte a jogar como antes, essa atitude cria um imobilismo que paralisa suas ações. Observando a nova realidade se deve buscar outras soluções nesse novo contexto, e é isso que a China está dando sinais de estar fazendo. Após um mês de mais uma escalada na guerra comercial EUA-China, a estratégia da China para a próxima etapa da disputa está se tornando clara. Sua liderança agora parece comprometida com uma tática de resistência às tensões comerciais: deixar a economia desacelerar enquanto fornece algum apoio direcionado, permitindo a moeda ajustar enq

Por dentro da Floresta

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As vezes concluímos determinados assuntos observando fatos que nem sempre indicam a situação real. Se nesse momento eu perguntasse como vocês projetariam a demanda de uma cadeia de supermercado americana, recém-inaugurada na China, imagino que por tudo que vem ocorrendo, com um certo ceticismo. Isso seria decorrente de toda essa confusão ocasionada pelo presidente Trump, que sugeriu para empresas americanas, que possuem instalações na China, a mudar de local. Um artigo publicado pelo Wall Street Journal, acompanhou a inauguração da primeira loja da Costco, uma cadeia de supermercado, que demonstrou uma sólida demanda dos consumidores, por produtos norte-americanos, com preço “correto”. A Costco lançou a loja de Xangai em um dos períodos mais tensos e confusos da batalha comercial sino-americana que ameaça décadas de laços comerciais. Na terça-feira, porém, os fogos de artifício políticos de alto nível pareciam fora de sincronia com a multidão de compradores chineses que e

Por trás da fumaça

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Talvez o leitor fosse levado a supor que o Mosca trataria hoje da mais recente polémica nacional, as queimadas no Amazonas. Para que esse assunto não se estenda, como poderia eu opinar sobre algo que não conheço, seria pura especulação. O meu objetivo é comentar sobre a Europa, que segundo a Gavekal, é o maior risco na atualidade, porém está encoberto pelo confronto entre EUA e China.   A verdadeira ameaça de recessão atual vem da Europa e surge de duas ideologias: a crença da Alemanha de que está isenta dos princípios da gestão da demanda keynesiana e a crença da Grã-Bretanha que é isenta dos princípios da vantagem comparativa ricardiana. Para entender veja a tabela abaixo, especificamente a coluna da direita. Isso mostra como as projeções de crescimento para 2019 mudaram entre o verão de 2018 e a última atualização do Fundo Monetário Internacional, publicado em julho. Embora o crescimento global tenha obviamente enfraquecido desde que o Trump lançou a guerra comercial EU

Cego em tiroteio

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A conhecida frase “mais perdido que cego em tiroteio” se aplica bem ao momento que vivemos atualmente. Se o mundo depende de um acordo minimo entre China e EUA para não entrar numa recessão, ou desaceleração mais forte, está praticamente impossível saber qual será seu desfecho. Este final de semana foi um exemplo dessa desordem. Na reunião do G7, O presidente Trump entrou em choque com líderes mundiais sobre a guerra comercial dos EUA com a China e uma série de questões de política externa, em uma cúpula do Grupo dos Sete que mostrou seu isolamento no cenário mundial. Ele reafirmou seu compromisso com uma guerra comercial com a China e afirmou seu direito de declarar uma emergência nacional sobre o assunto. Em determinado momento, Trump sugeriu que estava tendo “dúvidas” sobre a escalada da guerra comercial com a China - comentários que foram vistos inicialmente como uma espécie de concessão do presidente para os outros líderes presentes no G-7, que pediram o fim da guerr

Intruso estraga a festa

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Há poucas horas do esperado discurso que Jerome Powell fez na abertura do Simpósio de Jackson Hole, a China resolveu contra-atacar. Esse evento é tradicionalmente realizado no final das férias do Hemisfério Norte onde reúne os principais presidentes de bancos centrais dos países desenvolvidos. Esse ano, sem a presença de Mario Draghi e Haruiko Kiroda, o foco se voltou ao dirigente americano, onde já teria bastante dificuldade de explicar suas razões para seguir as quedas de juros implícitas nos mercados futuros.   Agora, depois das novas tarifas impostas pelos chineses, tem pouco tempo para eventualmente alterar seu discurso. Hu Xijing, do Global Times, avisou que a China anunciaria tarifas retaliatórias sobre certos produtos dos EUA, acrescentando que "a China tem munição para revidar", foi precisamente o que aconteceu quando o Ministério das Finanças da China, depois de uma hora do anuncio de Hu, divulgou que imporia tarifas retaliatórias sobre outros US $ 75

Mais do mesmo

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Hoje foi publicado o IPCA-15 relativo ao mês de agosto, e como vem acontecendo ultimamente tem decepcionado os economistas, decepcionado para baixo! O IPCA-15 variou 0,08% em agosto, bastante abaixo da expectativa mediana do mercado de 0,16%, e praticamente igual ao do mês anterior em 0,09%. Na comparação em 12 meses, o indicador passou de 3,27% para 3,22%, praticamente eliminando os efeitos da paralisação dos caminhoneiros observada no primeiro semestre do ano passado – e se mantendo no intervalo inferior do regime de metas praticado pelo Banco Central. Os principais grupos que apresentaram destaque são: deflação do grupo Alimentação e Bebidas (0,03% para -0,17%); o grupo Transportes (-0,44% para -0,78%); e no sentido inverso, o grupo Habitação (0,43% para 1,42%) que foi pressionado pelo item energia elétrica residencial afetado pelo aumento via regime de bandeiras tarifárias, com a transição para patamares de maior cobrança no último mês. Os itens que o Mosca segue

Sob suspeita

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Mesmo que o leitor não acompanhe os mercados financeiros de forma continua, acredito que dois assuntos passaram a fazer parte do noticiário diário. O primeiro e mais popular é a ênfase nos juros negativos que se espalhou por boa parte dos países desenvolvidos, o segundo é sobre a inversão da curva de juros que acontece nos EUA. Sobre esse último, tema de hoje, diversas versões são publicadas dependendo do viés que o analista tem. Originalmente esse indicador observava a diferença entre os juros de títulos do governo com vencimento em 10 anos comparado com o de 2 anos. Agora se o desejo é mostrar que uma recessão está por vir, esse analista vem usando o de 10 anos x 3 meses, caso inverso, se quer induzir que não haverá recessão compara agora o de 30 anos x 10 anos. O mais “tradicional” flertou com um diferencial próximo de zero por algumas semanas. Na semana passada finalmente rompeu para o campo negativo, um pouquinho, atingindo a mínima de – 0,05%. Nos dias seguintes, ac