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Desprezando a inflação #nasdaq100 #NVDA

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  Como comentei ontem de forma superficial, a inflação nos EUA ficou um pouco acima das expectativas, mas não impactou os mercados. É verdade que Jay Powell, durante a sessão de perguntas e respostas após o anúncio da queda de 50 pontos nas taxas de juros, alertou para a necessidade de ficar atento aos dados de emprego, e talvez tenha sido por isso que o mercado reagiu de forma contida. John Authers faz uma análise detalhada sobre esse indicador, e seu título pode levar a uma interpretação equivocada: A inflação está finalmente perdendo seu poder sobre o mercado.   Inflação: Chata e Estável Durante anos, a inflação nos EUA foi fonte de grandes oscilações nos mercados financeiros. No entanto, em setembro, os números de inflação não geraram impactos significativos nos mercados. O S&P 500 caiu apenas 0,2%, e o rendimento do Tesouro de 10 anos diminuiu um ponto base. Isso contrasta com as reações intensas que os dados de inflação provocaram nos últimos três anos. A expectativa do

Segurança em Xeque #OURO #GOLD

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  Eu utilizo há anos um aplicativo chamado Msecure, onde armazeno minhas senhas. Como curiosidade, tenho 327 senhas! No dia a dia, uso com frequência algumas dezenas, mas, de tempos em tempos, preciso acessar as outras. Esse sistema só funciona se você for muito disciplinado e, a cada alteração ou introdução de uma nova senha, fizer imediatamente a atualização no aplicativo. Segundo o desenvolvedor, o MSecure é protegido por criptografia, e sempre que mudo de celular, preciso seguir uma certa rotina para garantir a segurança. Além desse sistema, atualmente, a grande maioria das empresas utiliza a verificação em duas etapas, enviando um código, geralmente via celular, para completar o processo. Eu não entendo muito de segurança, mas uso o bom senso: a criptografia é a alma do método, pois nossos dados circulam pelo espaço para criar a conexão. O que garante essa segurança? O número de anos que seriam necessários para quebrar esse código. Ou seja, com os computadores atuais, é praticam

Não se blefa com estímulos #IBOVESPA

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  Todo investidor que se preze sabe que a China deu um passo importante para conter a derrocada de sua economia. Para isso, anunciou diversas medidas e estímulos. O mercado deu um voto de confiança, e resolveu apostar "all-in", afinal, como a bolsa estava barata segundo sua visão, era hora de ser agressivo. As altas foram expressivas: até a última segunda-feira, o índice MSCI China subiu 36%, enquanto o mais conhecido CSI 300 ganhou 27%. Mas havia um pequeno detalhe: a China ainda precisava anunciar as medidas concretas, e depois do fim da Golden Week, no último domingo, nada de expressivo foi anunciado. John Authers comenta na Bloomberg que os mercados são impacientes, especialmente depois de esse país ser considerado não investível.   A Paciência Curta dos Investidores Parecia o presente de boas-vindas perfeito para os turistas que retornavam das férias da Golden Week da China. Um aumento de 10% no índice CSI 300, das ações cotadas em Xangai e Shenzhen, no início das

O trabalho de "attacher le chien" #S&P500

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  Não me lembro bem da época de escola quando eu era criança, deve existir alguma razão, mas esse é um assunto a ser tratado em sessões de terapia. Ocorre que me foi dada a oportunidade de pular o 5º ano do primário e ir diretamente para o ginásio. Minha mãe ficou orgulhosa e aceitou a oferta. Naquele ano, fui separado dos meus colegas e me senti como um peixe fora d’água; como resultado, repeti de ano. Foi um baque, mais para mim do que para meus pais. Fui reprovado em História, cuja professora era uma nordestina com sotaque marcante. Nunca vou esquecer: já no ano da repetição, quando ainda tive que estudar à tarde, no primeiro dia de aula, ela me reconheceu e disse: "David, se não estudar, vai repetir de novo!" — uma bela forma de me motivar! Nem preciso dizer que odiava essa matéria, mas consegui passar e voltar a conviver com meus velhos colegas. Todos nós já fomos estagiários ou, como denominávamos no Banco Francês e Brasileiro, tínhamos o trabalho de “attacher le ch

Pelo ótimo motivo #USDBRL

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  O Mosca sempre frisa que a taxa de juros pode subir por um bom ou mau motivo. Para relembrar esse conceito: no primeiro caso, a economia está indo bem; no segundo, a inflação está acima das metas. Os dados de emprego provocaram um impacto significativo nos preços dos bonds, resultando em uma alta de aproximadamente 20 pontos nas taxas em todos os vencimentos, levando o juro do título mais badalado, o de 10 anos, a encostar em 4% a.a. Em relação à bolsa, ela subiu pelo “bom” motivo. Mas, afinal, isso é bom ou ruim? É ótimo, desde que o Fed não se embriague com o sucesso. O que quero dizer com isso é que, embora o Fed tenha declarado que a inflação deixou de ser sua principal preocupação, e considerando que os dados de emprego não apresentam motivos de alarme no curto prazo, ele pode voltar a focar na inflação. Ou seja, talvez o ciclo de baixa de juros seja interrompido antes mesmo de começar. Mohamed El Erian, crítico de longa data do Fed, me fez tirar a camisa do armário. Veja um

Troco de camisa? #nasdaq100 #NVDA

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  Os leitores antigos do Mosca sabem da frase que uso com frequência: “os economistas trocam de opinião como eu troco de camisa”. Vocês podem se perguntar por que pego no pé dos economistas? Não tenho nada contra essa profissão, pois ela é fundamental para atuar nos mercados financeiros. Meu ceticismo provém de experiências negativas que vivi por conta de uma certa teimosia em aceitar uma realidade diferente da dos seus pensamentos – isso não ocorre sempre, mas em poucas ocasiões. Em sua maioria, são profissionais com elevado grau de conhecimento, mas talvez essa seja parte do problema. Ao estudarem exaustivamente os modelos, às vezes acreditam que o mundo é perfeito, não levando em consideração que as pessoas estão longe dessa perfeição. Por princípio, os modelos têm como contrapartida uma reação lógica das pessoas. E, em situações como essas, os mercados se comportam desafiando suas projeções. Tenho muito respeito por Bill Dudley, ex-presidente do Fed de Nova York, mas ele fez pr

IA: Nem tudo é maravilha #EURUSD

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  A grande maioria dos analistas e investidores tem uma visão muito otimista da IA. O que varia é o grau de adesão dessa tecnologia nos negócios. O Mosca também compartilha dessa visão, entretanto, o que mais preocupa são os elevados — e bota elevado nisso — volumes de investimentos. As ações claramente envolvidas — predominantemente as Magníficas Sete — já têm em seus preços esse espectro. Mas nem tudo é maravilha. Existem alguns (poucos) que não enxergam a IA dessa forma. Por isso, é muito importante conhecer seus argumentos para confrontar com nossa expectativa. Nesse grupo, está o acadêmico Daron Acemoglu, professor da renomada universidade americana MIT, cujas ideias foram publicadas na Bloomberg por Jeran Wittenstein. Daron Acemoglu quer deixar claro desde o início que ele não tem nada contra a inteligência artificial. Ele entende o seu potencial. “Não sou um pessimista da IA”, declara logo nos primeiros segundos de uma entrevista. O que faz Acemoglu parecer um profeta do a