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A Banalização da IA #nasdaq100 #NVDA

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  Depois de ler vários — e quando digo vários, coloque muitos nessa conta — artigos sobre Inteligência Artificial, uma dúvida começou a me cutucar. Não surgiu de um insight genial, mas da repetição de um padrão que, quando você junta peça por peça, fica impossível de ignorar. A pergunta é simples: será que a IA está seguindo o mesmo roteiro da internet? Aquela história que começa exclusiva, impressionante, quase sobrenatural… e termina virando banal, indispensável, mas invisível, como a água da torneira ou o Wi-Fi do aeroporto? Essa provocação ganhou força conforme os textos apresentavam, cada um à sua maneira, um retrato desconfortável. A China, por exemplo, não está tentando criar “a melhor IA”. Está criando o ecossistema no qual todas as IAs terão que rodar: energia barata, controle das cadeias, domínio do hardware, capacidade de escalar antes que o Ocidente termine uma reunião regulatória. Os EUA, por sua vez, já tratam esse tema como a nova Guerra Fria — não com tanques, mas...

Ainda temos coisas boas #OURO #GOLD #EURUSD

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  Mesmo quando o noticiário insiste em pintar o país em tons sombrosos, ainda existem algumas luzes que, vistas com calma, mostram que o Brasil tem coisas boas — e não são poucas. Não estou falando de otimismo gratuito, tampouco de adesão ao discurso oficial. É apenas uma constatação simples: mesmo sob uma gestão da qual discordo em quase tudo, há forças estruturais no país que seguem avançando, algumas silenciosamente, outras impulsionadas por fatores externos que, gostemos ou não, nos empurram adiante. Essa percepção me acompanha há anos, desde os tempos em que eu vivia cercado por economistas. Aprendi a respeitar a disciplina, mas também a desconfiar da segurança com que muitos projetam o futuro. Em 2007, sentado numa reunião de conjuntura da Rosenberg, vi um quadro que me chamou atenção: a indústria começava a definhar, enquanto o setor de commodities — especialmente o agrícola — ganhava musculatura. Apontei a tendência e arrisquei: — “Do jeito que as coisas andam, o Brasil ...

Bolsa sob Judice #IBOVESPA

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Até meu filho, que está a centenas de quilômetros do mercado financeiro, veio me afirmar que a IA é uma bolha. Imaginem, então, os milhares de analistas que veem suas projeções de preços ficarem obsoletas dia após dia. Tenho a propensão de acreditar que não estamos diante de uma bolha, mas prefiro sempre sustentar essa visão com lógica — é arriscado demais enfrentar o consenso sem fundamento. Hoje, porém, decidi correr o risco: não estamos em uma bolha. O movimento que vemos é racional, ainda que um pouco exagerado, mas longe de ser ilógico. O artigo da Bloomberg, publicado esta semana, vai exatamente nessa direção. Nele, o veterano gestor William Clough argumenta que os temores de uma nova bolha tecnológica são infundados. Segundo ele, as empresas que lideram o avanço da inteligência artificial — Nvidia, Microsoft, Alphabet, Apple e outras — não lembram em nada as “ponto com” dos anos 2000: são companhias altamente rentáveis, com caixa robusto, baixa dívida e margens de lucro recordes...

Decisão meio a meio #S&P 500

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Nos anos 80, eu era tesoureiro do Banco Francês e Brasileiro, e a maioria dos nossos clientes eram multinacionais. Naquele tempo, as empresas se financiavam com linhas externas – quem é dessa época lembra bem da famosa Resolução 63. Naquela época nós inventamos a compra de ORTN (atual NTN) cambial futuro. A operação funcionava assim: o banco comprava o papel escolhido pelo cliente e carregava no overnight. Esse título era corrigido pela taxa Selic, e, no vencimento do contrato, fazia-se a conta do preço de mercado ajustado — a diferença, positiva ou negativa, era repassada ao cliente. Dessa forma, se houvesse uma maxidesvalorização — e naquela época movimentos de 30% não eram raros, já que o câmbio era administrado pelo governo — o cliente conseguia minimizar o custo da linha externa. Podemos chamar isso de um “swap disfarçado”. O cliente, porém, ficou em dúvida: havia o risco de oscilação do papel (refiro-me aos juros implícitos do título) e resolveu fazer apenas metade da exposição...

Queda de braço #USDBRL

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O mercado acionário teve uma semana difícil, e como sempre acontece, precisava de um culpado. O vilão da vez foi o Federal Reserve, que deu a entender que talvez não reduza os juros como o mercado esperava. É curioso ver como os investidores se deixam levar por narrativas simplistas: será mesmo que alguém muda seus planos porque a taxa cai de 4% para 3% ao ano? A diferença é mínima, mas o impacto psicológico é imenso. Essa dissonância entre percepção e realidade lembra os estudos de Robert Shiller, que mostrou como as histórias contadas sobre o mercado valem mais do que os fatos que o sustentam. Esse descompasso entre o que se conta e o que se vê ganhou nova força com a inteligência artificial. O Mosca vem alertando há meses para o embate que começa a se desenhar nas economias desenvolvidas: de um lado, o aumento da produtividade promovido pelo uso da IA; de outro, a destruição de empregos que ela inevitavelmente provoca. É a destruição criativa de Schumpeter, só que desta vez concen...

Ninguém vale U$ 1.0 trilhão #nasdaq100 #NVDA #TSLA

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Desde que levou o famoso “puxão de orelha” de Trump, Elon Musk andava estranhamente discreto. Para quem vive de holofote, isso já é um incômodo. Mas bastou o silêncio durar algumas semanas para o bilionário voltar ao palco com uma proposta indecorosa: um pacote de remuneração que pode chegar a U$ 1 trilhão. A explicação, segundo ele, é simples — seria uma recompensa justa pelos resultados alcançados na Tesla. Mas a justificativa desaba ao primeiro sopro de racionalidade. Os 12 marcos que precisariam ser atingidos para liberar o pagamento soam mais como uma encenação para justificar o exagero. Musk não está apenas sendo remunerado pelo que entregou — está, sobretudo, sendo premiado pela aura que criou em torno de si mesmo. O mito do insubstituível Há décadas, convivo com a mesma ilusão nos mercados: a de que certos executivos são “insubstituíveis”. Essa ideia, para mim, é sempre um alerta. Se uma empresa acredita depender tanto de uma pessoa, deveria ao menos negociar um grande de...