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Mostrando postagens de outubro, 2018

A China sente o golpe

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Vou iniciar comentando as primeiras declarações de Paulo Guedes o futuro super Ministro da equipe de Bolsonaro.   Eu tinha observado anteriormente, que ele tem uma característica que me preocupava, a de ser muito explosivo. Outra particularidade profissional, é o fato de ter atuado mais como trader do que como estrategista. Talvez para o leitor não seja fácil identificar essa diferença, mas para quem tem experiência de mercado sabe ao que me refiro. Em todo caso, eu explico logo a seguir. Numa entrevista conturbada com jornalistas do Mercosul, e principalmente com a representante do Jornal El Clarin, quando disse não desejar mais um posicionamento político, bolivariano, nas relações com os países sul americanos, chutou o pau da barraca ao dizer “A prioridade não é o Mercosul, é isso que você queria ouvir? ” Essa resposta foi sincera, também acredito que é de menor importância o Mercosul, porém é dessa forma que um Ministro deve responder, só porque ficou irritado com a pergunta

O Cetisimo do Mosca

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O Mosca está no seu sétimo ano de existência, para quem me acompanha desde então, sabe que todo final de ano reforço meu ceticismo ao fazer previsões para o ano seguinte. Existe uma falsa percepção quando o calendário muda, que tudo fica cor de rosa, como se fosse um passe de mágica. Se vocês estão lembrados, 2018 começou com um grande otimismo tanto nos mercados locais como internacionais. Externamente, os EUA estariam crescendo aceleradamente em função dos estímulos fiscais implementados pelo Presidente Trump, enquanto no Brasil, a queda da inflação e dos juros aliado a expectativa de Alkmin ser o novo Presidente, levaram as previsões da bolsa brasileira aos céus. Depois de alguns ganhos impressionantes nas classes de ativos mais longe do espectro de risco em janeiro, esses movimentos foram agora revertidos, começando nos mercados emergentes e mercados maduros, nos últimos meses. Como pode ser visto no gráfico abaixo, elaborado pelo JPMorgan, pouco mais de um punh

Fim de festa

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Como depois de qualquer evento que polariza nossa atenção, a definição de Jair Bolsonaro como Presidente da República, terminou essa fase. Amanhã, passados 48 horas desse momento, a realidade da vida, que no caso brasileiro é difícil, passa a dominar. Com uma vitória justa, com 5 % acima do mínimo, não terá muita margem de manobra. No caso especifico, se junta que boa parte da população não votou em Bolsonaro, mas sim contra o PT, e esse argumento acabou. Daqui em diante, parte de seu eleitorado estará sob escrutínio. As suas colocações, em várias de suas aparições, não são do agrado de seu próprio eleitorado, e muito mais agora da oposição. Mas não existe por enquanto motivos para desanimo, principalmente no campo econômico, pois seu futuro Ministro da Economia, Paulo Guedes, mesmo sendo uma pessoa com perfil explosivo, é um profissional altamente gabaritado e com ideias que agradará os investidores locais e internacionais. Entretanto terá desafios enormes, pois não

Crescendo pela barriga

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Com a economia dos EUA crescendo a todo vapor, em grande parte graças aos efeitos latentes do estímulo fiscal de Trump, o BEA relatou que em sua primeira estimativa do PIB do terceiro trimestre, a economia americana continuava a surpreender, crescendo a uma taxa anualizada de 3,5%, modestamente abaixo do 4,2% do segundo trimestre, mas acima dos 3,3% esperados. No entanto, um rápido olhar para os números revela alguns detalhes desagradáveis. Enquanto o consumo pessoal foi realmente forte, subindo 4,0% no terceiro trimestre, após 3,8% no segundo trimestre, contribuindo com 2,7% do resultado final, a principal razão pela qual a economia dos EUA teve um crescimento tão expressivo, foi um aumento nos estoques, que contribuíram com 2,1%. Todos os outros componentes do PIB não foram tão brilhantes, com investimentos fixos não residenciais, ou gastos em equipamentos, estruturas e propriedades intelectuais desaceleraram para apenas 0,8% no terceiro trimestre, depois de um

Falsa segurança

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O ano de 2018 não está sendo fácil para os investidores que possuem uma carteira de ações. Tanto internamente como externamente, considerando uma posição estática, houveram períodos que vislumbravam novas altas e outros com ameaça de uma derrocada. No mercado de títulos de elevado rendimento, os high yield, não sofreram com a mesma intensidade, criando uma percepção que representam um porto seguro. Uma reportagem da Bloomberg atenta para essa situação. No meio do tumulto do mercado de ações deste mês, pode ser tentador olhar para os retornos totais dos títulos de alto rendimento dos EUA – onde se inclui a maioria dos papeis brasileiros emitidos no exterior, e concluir que tudo está bem no mercado de títulos. Afinal, os títulos corporativos americanos de grau especulativo são praticamente o único segmento do mercado de dívida global que permanece positivo para o ano, segundo dados do Bloomberg Barclays. Foi um outubro difícil para os títulos de high yield , mas sua queda

O Ante Mangement

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Quem estudou administração de empresas sabe que uma das funções mais importantes de um CEO é a gestão de pessoal. Quanto mais alto se está na estrutura de uma companhia maior o peso do relacionamento com seus colaboradores. Talvez o CEO de maior sucesso nessa área foi Jack Welch quando comandou a GE nos anos 80, em seu livro destaca a importância desse aspecto e como isso influenciou seu sucesso. Mas não é necessário ser um PHD para entender que desagregar sua equipe, ou desvalorizar seus colaboradores, é o ante management. Esse tipo de atitude desmotiva sua equipe e traz todas as decisões para o CEO. Como ele não consegue decidir e implantar ao mesmo tempo, é uma questão e tempo para perder os melhores funcionários, ficando só os medíocres que aceitam ordens sem questionar, os Yes men. Depois de mais de doís anos como Presidente dos EUA, Trump mostra como não se deve comandar uma equipe. Assistimos trocas periódicas de colaboradores, uma rotatividade nunca antes vista,

Informação x Julgamento

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Hoje vou trazer uma reportagem do Wall Street Journal sobre um assunto que me perturba algum tempo, a perda da capacidade de julgamento. A disseminação da tecnologia em nossas vidas nos expõe a um volume crescente de informações, e como administra-las é importante a fim de tomar decisões financeiras mais maduras. Smartphones e outros gadgets nos permitem acompanhar nossos amigos, ler as notícias, assistir a um jogo de futebol e até mesmo acompanhar nossos investimentos a qualquer momento e em qualquer lugar. Estamos sempre realizando multitarefas, ou passando de um de um tipo informação para outro, de forma superficial, e raramente se debruçando numa informação por tempo suficiente para digeri-la completamente. Tudo isso tem um efeito colateral crucial: cria falta de atenção, o que pode levar a más escolhas financeiras. Quando se trata do nosso dinheiro, a tomada de decisão eficaz normalmente requer informação, concentração e reflexão. Não faz muito tempo, a princip

O Blockchain é uma simples planilha?

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O renomado e conomista, Nouriel Roubin, que anteviu a crise de 2008, publicou um artigo bastante polêmico, o que é sua marca registrada, sobre o Blockchain. Até hoje, a maioria das publicações eram sobre as diversas criptomoedas, discutindo a sua validade como moeda de troca. Porém, em relação ao Blockchain, que é o protocolo usado para a transferência de moeda, tinha uma opinião generalizada que representava uma inovação a ser amplamente usada. Mas Roubin desconstrói essa ideia. Veja a seguir os seus argumentos. Com o valor do Bitcoin tendo caído cerca de 70% desde o pico no ano passado, a mãe de todas as bolhas faliu. De maneira mais geral, as criptomoedas entraram em um apocalipse não tão críptico. O valor das moedas líderes, como Éter, EOS, Litecoin e XRP, caíram mais de 80%, inúmeras outras moedas digitais despencaram 90%-99% e o restante foi exposto como fraudes. Ninguém deveria se surpreender com isso: quatro das cinco ofertas iniciais de moeda (ICOs) eram fraudes,