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Mostrando postagens de dezembro, 2023

2023: Uma odisseia nos mercados

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  Se alguma coisa caracterizou o ano de 2023 foi o consensual erro sobre a economia americana. Era quase certo que entraria em recessão com consequente queda das bolsas. Nesse cenário, o Fed seria obrigado a dar meia volta na política monetária baixando os juros. Ocorreu exatamente o inverso, a economia cresceu, e até agora nem sombra da desaceleração. 2024 poderá pregar esse susto quando a grande maioria está na ponta inversa. O mais observado indicador de recessão — diferencial de juros entre os títulos de 10 anos e o de 2 anos, está em território negativo de — 45 pontos, o que apontaria recessão a frente. Esse otimismo achou um argumento para justificar – “agora será diferente”. Vale dizer que quase nunca é! Os bancos centrais erraram por 2 anos suas previsões de inflação. Dormiram no ponto o que obrigou uma ação mais incisiva nos últimos 12 meses arriscando um eventual pouso forçado, que embora não tenha acontecido ainda existe risco mais à frente. Os americanos redescobriram a

Fora Covid! #ouro #gold

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  Este é o último post com conteúdo habitual, ficando para o dia 29 de dezembro a análise do resultado do ano. O Mosca entra de férias e volta a publicar rotineiramente no dia 8 de janeiro. Continua valendo o disclaimer: se surgir algo relevante ou uma oportunidade de trade, público de forma extraordinária. O mundo esqueceu praticamente que menos  de 2 anos estávamos todos enfurnados em casa sem saber como seria a vida dali em diante. É verdade que esse ano não faltou desastres onde classifico a guerra de Israel contra o Hamas o pior acontecimento. Sempre notícias ruins tem prioridade sobre as boas como dizem os entendidos é o que vende mais!   Voltando a Covid-19 ela foi praticamente esquecida, as vacinas desenvolvidas em tempo recorde controlaram a epidemia que parecia ter mudado nossa forma de viver. Como sempre, qualquer mudança drástica é um motivo para lucrar nos mercados financeiros que são impiedosos e frios, usando frase do Mosca : o compromisso é com o bolso. John Authers

O último aluno da classe #EURUSD

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  Quando éramos estudantes existiam aqueles alunos que sempre pegavam recuperação, a maioria porque não se dedicava aos estudos. Não era raro em semanas de provas eles aparecerem em cima da hora perguntando o que iria cair. Passavam de ano sempre com pendencias em DP. Terminavam a faculdade assistindo matérias do 1º, 2º, 3º, 4º ano. Alguns nem chegavam a se formar e acabavam desistindo. Para dizer a verdade nem conseguiam colar, afinal, como colar se não sabiam nem o nome da matéria? É dessa forma que enxergo a Europa como o aluno que está sempre em DP. Neste ano as economias mundiais tiveram um bom desempenho, isso reflete nas empresas que tendem a se beneficiar com melhores lucros e melhora nas condições de crédito diminuindo seu custo por compreensão dos spreads. Mas não aconteceu com as empresas europeias principalmente as mais arriscadas conforme relata o Financial Times. Um forte rali em ativos financeiros de risco deixou para trás os tomadores de empréstimos corporativos mai

Brasil: viciado em juros #IBOVESPA #SP500

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  Durante muitos e muitos anos eu tomava meio comprimido de Frontal de dose mais baixa. Para quem não conhece é um remédio para controlar a ansiedade. O problema é que com o passar do tempo afeta sua memória. Esse medicamento melhorava meu sono, mas deixa meio grogue no dia seguinte. Alguns anos atrás resolvi dar um basta e parei de tomar repentinamente, foi um período difícil, mas dei um basta, pois o risco de afetar a memória — que vai piorando com a idade, eu não queria correr. Ontem participei de um Call com o Prof. Afonso Celso Pastore. Eu o conheço de longa data e em diversas ocasiões era o economista contratado pela instituição que eu trabalhava. Um craque! Nessa exposição deu um tom cautelosamente otimista para o Brasil, onde destaco os seguintes pontos: Crescimento do PIB 1,7%. Taxa de desemprego atual corresponde a pleno emprego. O investimento em ativo fixo está em queda e não deveria reverter. O governo adotou uma política fiscal expansionista — não acredita, que

Powell desafia economistas raiz #SP500 #nasdaq100

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  Este ano termina completamente diferente do ano passado, enquanto 2022 foi um muro de lamentações, pois nenhuma categoria obteve rendimento positivo, em 2023 tudo rendeu positivamente, e mais, o Fed deu um belo presente de Natal, pavimentando o caminho para reduzir os juros no próximo ano. Percebo que os economistas raiz não gostaram nada dessa guinada e mantêm um tom cauteloso. Escolhi reproduzir a opinião de Bill Dudley, que foi presidente do Federal Reserve de Nova York de 2009 a 2018, publicada na Bloomberg. O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e seu presidente, Jerome Powell, apostam que podem ter o melhor dos dois mundos – que serão capazes de derrotar a inflação excessiva sem forçar a economia à recessão. Espero que corra bem. Infelizmente, ainda há uma chance significativa de que isso não aconteça. Powell surpreendeu os mercados na semana passada com seus comentários extraordinariamente otimistas sobre as perspectivas para as taxas de juros. Ele ti

10Y Bonds: Encruzilhada #10TB years #USDBRL

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Na última semana observamos uma queda acentuada dos juros nos EUA. Houve motivos? Dentro dos parâmetros que rege a política monetária, o único fator que merece destaque foi a queda da inflação, não que seja pouco, mas esse não é o único que deve liderar. Porém, mais relevante foram as palavras de Powell depois da reunião do Fomc que deixou o caminho livre para o mercado apostar mais forte em quedas de juros, agora são cinco de 0,25% cada, para o próximo ano. Dentre as várias explicações a que mais chamou minha atenção foi da Gavekal respeitada casa de pesquisa. Segundo eles: “É claro que resta saber se um segundo mandato levaria realmente Trump a imitar Javier Milei - Afuera! - e a cortar empregos em toda a burocracia federal. No entanto, é provavelmente seguro dizer que a maioria das pessoas que trabalham em Washington DC não estão muito interessadas em descobrir o que um segundo mandato Trump significará para as suas perspectivas de progressão na carreira, e talvez até para os

Sonhos #nasdaq100

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  Este é o último post de 2023 com visões econômicas, a próxima semana é reservada para as projeções técnicas de mais longo prazo – veja, projeções e não previsões, sutil a diferença!   Também faz parte da rotina definir um Tema para o próximo ano. Confesso que esse ano foi difícil escolher. O “sonho” do mercado é o tão debatido e duvidoso Soft Landing , como se a economia pudesse se igualar a um avião. Além disso, como verificar? Basta não ter recessão é suficiente? Vou usar essa informação. Nunca esqueci a recomendação da minha saudosa terapeuta como avaliar se um sonho pode se tornar realidade: “veja se a realidade é o seu sonho”. Tema para 2024: Ticaremos o Soft Landing? Tiago Mackintosh alerta no Wall Street Journal para ser cuidadoso no posicionamento mais concorrido em Wall Street: o pouso suave no próximo ano. No final do ano passado, os investidores achavam que a recessão era uma certeza. No ano anterior, eles achavam que as big techs estariam imunes a aumentos de j