Bitcoin: vamos devagar #bitcoin #SP500
Percebo
muita excitação com as criptomoedas nos últimos dias. Não é para menos, na
segunda-feira o bitcoin, comandante da tropa, teve uma alta pujante e rompeu o
nível de 38 mil que perdurava por algumas semanas. Não foi surpresa para o Mosca,
que tem uma visão altista externada no post bitcoin-última-alta: ...”
O primeiro objetivo seria ao redor de 40 mil que se ultrapassado levaria o
bitcoin na casa dos U$ 50 mil” ... Agora já tem gente falando que vai rumar
para U$ 100 mil, será? Apresento dois pontos de vista, incialmente Ethan Wu
comenta no Unhedged.
"Uma ideia que tenho contemplado é que o bitcoin pode
ser a chave para estender a civilização ocidental", ponderou o
presidente-executivo da Coinbase, uma exchange de criptomoedas cujo valor de
mercado triplicou este ano, no fim de semana. Bem-vindo ao mercado altista
cripto, parte III.
O Bitcoin passou de US$ 40.000 ontem e subiu 55% desde
outubro, com o resto do universo cripto se reunindo em simpatia. Ethereum,
dogecoin, solana, cardano — todos com dois dígitos acima. Até mesmo a moeda
Binance, cujo progenitor está pagando mais em taxas de lavagem de dinheiro do que a Coinbase já
ganhou em lucros públicos, subiu um pouco.
O pano de fundo são as expectativas de corte de juros e um
aumento na liquidez, algumas combinações que também estão por trás de
movimentos em outros ativos de risco. A euforia do corte de juros criando um
rali de risco não é surpreendente, e já discutimos isso várias vezes ultimamente. Mas para aqueles que podem ter
esquecido, o salto maciço do bitcoin serve como um lembrete da volatilidade
ascendente da criptomoeda.
Isso tem duas fontes. Primeiro, como escreveu Katie Martin, o bitcoin é possivelmente o ativo mais especulativo de
todos os tempos, uma espécie de vale-tudo para usos hipotéticos. Portanto, as
taxas e o regime de liquidez – o preço e a quantidade de dinheiro disponível
para especular – importam muito. Embora a outrora dominante teoria de
"hedge de inflação" do bitcoin tenha sido rejeitada pela experiência
recente, isso não é problema. Ideias como a mineração de bitcoin como
ferramenta para equilibrar as cargas da rede elétrica ainda estão dando o
que falar.
Em segundo lugar, o que leva as pessoas a comprar bitcoin é a
alta dos preços. Como pesquisadores do Banco de Compensações Internacionais
documentaram, a ação do preço gera animação, o que incentiva as pessoas a baixar
aplicativos de negociação e comprar criptomoedas. A caça de tendências acontece
em todos os mercados, mas a criptomoeda é um caso extremo. Uma característica
única dos ralis cripto é que toneladas de investidores de varejo pagam por futuros superfaturados para assumir uma posição comprada
alavancada. É assim que você obtém os colapsos espetaculares das criptomoedas:
os preços diminuem, as margens são chamadas, os comprados são liquidados, os
preços caem mais e assim por diante.
É uma história familiar e, toda vez que acontece, os
impulsionadores da criptomoeda tentam enquadrar a ação do preço como evidência
de adoção institucional. O ângulo desta vez é o próximo ETF spot de bitcoin da
BlackRock. Os pedidos para esse fundo estão retidos na SEC há anos, mas sinais de aprovação iminente alimentaram a especulação de
uma próxima onda de produtos de fundos cripto apoiados por gestores de ativos
tradicionais. Um influenciador de bitcoin prevê "uma das blitzes de marketing mais insanas da
história dos mercados financeiros, já que essas grandes empresas competem por
bilhões em ativos administrados".
Isso é possível. A questão, no entanto, é o que isso
significa para as perspectivas do bitcoin como um investimento mainstream de
compra e detenção. Neste aspecto, estamos céticos. Os ETFs à vista de
criptomoedas mostram que os gestores de ativos gostam de ganhar receitas de
taxas fáceis de investidores de varejo; eles não criam um novo argumento para uso de criptomoedas. Tampouco representam
"adoção institucional" propriamente dita; a BlackRock não está usando
bitcoin para gestão de tesouraria corporativa.
Em outras palavras, fazer sua especulação em um ETF à prova
de trouxa aprovado pela SEC irá protegê-lo de hacks e da perda de senha, mas
não o protegerá do bitcoin em si. Três em cada quatro investidores de varejo
perderam dinheiro no último ciclo de alta e baixa, diz o BIS. Por que desta vez
seria diferente?
John Authers enxerga a alta de forma mais cautelosa. Enquanto
o ouro vacilava, o Bitcoin dava mais um passo à frente. Seus ganhos para 2023
agora superam em muito o metal brilhante:
O Bitcoin superou na segunda-feira US$ 42.000 para estabelecer um novo recorde para este ano. Originalmente concebido como uma alternativa às moedas "fiduciárias", o token está sendo alimentado pela especulação sobre o Fed. O combustível foi a possibilidade de que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA aprove fundos negociados em bolsa de Bitcoin à vista de empresas como a BlackRock Inc.
Embora US$ 42.000 seja um grande número redondo, está longe do recorde de quase US$ 69.000 estabelecido no auge de 2021. E à medida que um evento muito esperado chamado halving se aproxima – uma redução planejada nas recompensas que os mineradores recebem – muitos estão atentos a como isso pode afetar o valor do Bitcoin. (Para contextualizar: a moeda atingiu recordes após cada um dos últimos três halvings, que ocorrem aproximadamente a cada quatro anos como parte da escassez forçada da moeda. Leia mais sobre o processo em nosso QuickTake.)
Por mais que existam defensores das criptomoedas, ainda há céticos. Eles incluem Peter Boockvar, do Bleakley Financial Group: "É claro que o Bitcoin também está vendo outro movimento aqui em alta, mas os bancos centrais certamente não o estão armazenando como uma reserva e eu ainda não sei o que o Bitcoin quer ser quando crescer."
Outra métrica importante a ser observada é a divergência do Bitcoin em relação ao Nasdaq-100. Por anos, até um breve período em meados de 2023, os dois estiveram intimamente relacionados, tendendo a subir e cair no sentimento em relação ao setor de tecnologia. Essa tendência está se rompendo novamente. A incompetência do banco central beneficia a criptomoeda muito mais diretamente do que a tecnologia – e embora a narrativa do momento continue a ser a de que Trump estará de volta para um segundo mandato e dobrará o Fed à sua vontade, o Bitcoin provavelmente continuará a prosperar.
O Mosca trabalha com dois cenários que têm objetivos
de médio prazo distintos, embora no curto prazo ambos sejam de alta. Como podem
notar acima, não existe uma razão lógica para manter esse ativo na carteira de
qualquer investidor, são argumentos especulativos. Minha opção mais provável é
que atinja uma alta ao redor de U$ 50 mil conforme a linha laranja abaixo. Os
níveis são tentativos e sujeitos a alteração embora a onda a) laranja em 46 mil seja
mais assertiva.
A alternativa mais altista terá sua prova dos nove no movimento que está em curso. No gráfico abaixo destaco o ponto nevrálgico nessa opção 50 mil – o que encaixa possível na onda a) laranja comentada acima. Caso o bitcoin ultrapasse essa marca, e principalmente dependendo da forma como isso possa ocorrer, esse cenário começa a ganhar mais importância. Trajetória traçada com a linha azul.
Por enquanto, o entusiasmo dos adeptos deve ser contido; assim como o ouro falhou no rompimento ontem,1 poderá ocorrer o mesmo com as criptomoedas. Vamos com calma.
1 embora
eu tenha liquidado a posição de ouro, não significa ainda que mudei de
opinião, simplesmente preferi ficar observando por enquanto.
No post o-mosca-perdeu-razão fiz os seguintes
comentários sobre o SP500: ... “ Que uma correção deve ocorrer em algum
momento, e aí é que fica minha dúvida: uma pequena ou uma grande, conforme
apresentado abaixo – os retângulos correspondem a possível área de contenção”
...
Na última sexta-feira o SP500 atingiu uma máxima de 4.600 depois uma correção de menor porte vem ocorrendo. Ainda está obscuro qual a melhor forma de enquadrar o SP500 desde a alta que ocorre a partir do final de outubro, é muito desconfortável quando isso ocorre, porém, o mais prudente e esperar maiores clarificações. Na próxima sexta-feira serão publicados os dados de emprego referente a outubro e caso o resultado da criação de empregos bem como a taxa de desemprego não mostrem um pouco de retração, a taxa de juros dos títulos de 10 anos deverá voltar a subir.
O SP500 fechou a 4.567, sem variação; o USDBRL a R$ 4,9296, com queda de 0,28%; o EURUSD a € 1,0792, com queda de 0,41%; e o ouro a U$ 2.108, com queda de 0,52%.
Fique ligado!
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