A última impressão é que fica #nasdaq100



O ser humano tem tendência de esquecer o passado e ser levado pelos acontecimentos mais recentes, principalmente se o passado não for bom. O ano passado foi horrível para os títulos de renda fixa com perdas expressivas, também pudera estavam precificados para um cenário de juro baixos por uma década com nível próximo de 0%, o que se poderia esperar senão o que aconteceu?

Mas nem todos os investidores reagiram a essa possibilidade — de alta, e mesmo alguns bancos ficaram estáticos com carteiras de títulos de longo prazo financiadas por depósitos de curto prazo, como comentei no post a-ascensão-e-queda-do-banco-mhb. Foram à bancarrota.

2023 está terminando com bons desempenhos nos mercados financeiros. Especificamente, o mês de novembro terminou com retornos muito positivo, em especial os bonds, que obtiveram o melhor desempenho desde 1985, conforme o Deutsche Bank.





Chegou a hora de relaxar e mandar bala na carteira de risco? Não é o que recomenda Mohamed El Erian em seus comentários na Bloomberg.

Novembro ficará gravado na memória dos investidores como um mês marcante.

Ativos de risco, como ações e títulos de alto rendimento, entregaram retornos excepcionais. Mesmo ativos tradicionalmente correlacionados negativamente a eles, como títulos do Tesouro dos EUA e ouro, experimentaram movimentos notáveis de preços para cima. O dinheiro que estava à margem encontrou seu caminho em uma gama diversificada de oportunidades de investimento. As empresas correram para emitir novos títulos para financiar investimentos e reforçar suas reservas. E tudo isso fomentou o aumento da confiança e as projeções otimistas para o mercado e a economia no próximo ano.

Este novembro extraordinário foi impulsionado por quatro fatores-chave: dados econômicos Goldilocks, rendimentos em queda, baixa nos preços do petróleo e um aumento na compra de ativos com dinheiro que estava guardado. Juntos, eles criaram uma convergência incomum dos três principais fatores de risco que moldam os retornos e as correlações do mercado. Extrapolar tudo isso, no entanto, está sujeito a ressalvas importantes que podem muito bem ser subestimadas durante um período de euforia compreensível.

Comecemos pelos números que agradam à maioria das carteiras de investimentos.

Somente em novembro, o Nasdaq 100 experimentou uma alta de 10,7% que, ao contrário do passado recente, não se limitou a algumas poucas ações de alto desempenho. De fato, o índice S&P 500, Dow Jones Industrial e Russell 2000 de pequenas empresas registraram ganhos de quase 9%. Avanços robustos semelhantes foram vistos em outros ativos de risco, incluindo títulos de alto rendimento high Yield. Notavelmente, o índice VIX, conhecido como medidor de medo de Wall Street, afundou para seu nível mais baixo em quase quatro anos, sendo negociado abaixo de 13 em várias ocasiões durante o mês.

Um grande novembro

As ações se recuperaram com o otimismo de que o Fed não aumentará mais as taxas de juros





Os ativos de risk-off também tiveram um bom desempenho neste mês de risk-on, ao contrário do que diriam os manuais de finanças tradicionais. O ouro ganhou 2,7%, e uma impressionante queda generalizada nos rendimentos elevou o preço do título do governo dos EUA de 10 anos.

A confluência de quatro fatores desempenhou um papel fundamental nesses desenvolvimentos.

Em primeiro lugar, a maioria dos dados econômicos dos EUA divulgados no mês passado apoiou consistentemente a ideia de um pouso suave para a maior e mais importante economia do mundo, indicando progresso contínuo na redução da inflação sem sacrifícios significativos de crescimento. Este foi particularmente o caso dos dados de preços, que mostraram novas quedas na inflação, e os números do investimento empresarial e do consumo das famílias.

Isso abriu caminho para o segundo fator: rendimentos do Tesouro notavelmente mais baixos, o que reduziu os custos de empréstimos entre famílias, empresas e entidades governamentais. De hipotecas a empréstimos para automóveis, de linhas de crédito corporativas a emissões de títulos por governos locais e estaduais, o custo e a disponibilidade de financiamento melhoraram significativamente, à medida que os operadores apostam que o Federal Reserve e outros bancos centrais não apenas terminaram de aumentar as taxas de juros, mas também as cortariam no próximo ano.

Facilidade nos custos de empréstimos

Os títulos do Tesouro dos EUA subiram, empurrando os rendimentos para baixo no mês passado

 



A queda nos preços internacionais do petróleo reforçou os dois primeiros fatores, aliviando temores de estagflação. Os preços mais baixos da energia traduzem-se em pressões de custos reduzidas para as empresas e as famílias, aumentando a sua flexibilidade para gastar.

O quarto fator, de natureza mais técnica, envolveu um reposicionamento substancial dos recursos investidos em produtos com maior risco de crédito e duração. Isso incluiu o que a Bloomberg relatou como uma entrada recorde de US$ 12 bilhões em fundos negociados em bolsa que rastreiam dívidas de alto rendimento. A aplicação dos recursos facilitou o aumento das vendas de títulos corporativos.

Não é surpreendente, portanto, que um número crescente de analistas esteja expressando confiança substancial no desempenho dos mercados e da economia global em 2024. Afinal, esses fatores contribuíram para o raro alinhamento favorável dos três principais riscos de mercado — taxas de juros, crédito e liquidez — que sustentam praticamente todas as classes de ativos. No entanto, transformar o que é desejável para a economia e os mercados em realidade não é automático, considerando especialmente o ambiente econômico, financeiro, político e geopolítico.

Os obstáculos que as autoridades enfrentarão na “última milha” de seu desafio inflacionário são incertos. Alguns, incluindo a OCDE, alertaram que ela constitui a parte mais difícil da jornada, enquanto outros, como o Goldman Sachs, a proclamaram a mais fácil. Enquanto isso, os especialistas do banco central continuam a lutar com questões básicas como o que constitui o nível de equilíbrio das taxas de juros, ou r-star.

No que diz respeito ao crescimento, os motores da economia podem disparar sem revigorar ainda mais as reformas, especialmente diante da diminuição da poupança e de outros ventos contrários. Nada foi feito o suficiente para reformular fundamentalmente o crescimento da produtividade. Além dos EUA, poucos países adotaram medidas que facilitem a transição para um crescimento maior e mais inclusivo que respeite o planeta, incluindo novas parcerias público-privadas para a transição energética e para supervisionar e avançar a inteligência artificial e as ciências da vida.

O incrível rali nos preços dos ativos também precisará navegar por duas outras questões: avaliações altas que exigem validação antecipada de inflação mais baixa e crescimento consistentemente robusto; e questões sobre a ampla disponibilidade contínua de compradores para absorver novas emissões significativas, inclusive de governos com grandes déficits e refinanciamento da dívida existente a taxas de juros consideravelmente mais altas.

Paul McCulley, um dos meus ex-colegas da Pimco, costumava comentar que “você não pode ir ao céu duas vezes pela mesma boa ação”. A atual extrapolação de um novembro excepcional deve lembrar os investidores sobre essa noção. A menos que mais seja feito para manter esse alinhamento excepcional de fatores de risco.

No post a-Coca-Cola-do-mercado-de-ações fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: … “No momento não me sinto confortável em sugerir um trade de compra, posso me arrepender, porém, esse gráfico me sugere cautela” …




Nesta semana o nasdaq100 andou de lado sem existir uma definição mais concreta. Mantive as observações da semana passada, onde poderia estar ocorrendo a correção Atual ou Estendida conforme apontado. Caso seja a primeira hipótese, a bolsa deveria ultrapassar a “janela de alta” logo, logo. Caso contrário, a correção se estenderá um pouco mais.




Fiz um exercício em outra opção, não ficou muito “bonita”, mas nada que pudesse rejeitar. O problema presente na alta desde outubro é a pujança do movimento. Até posso entender que o recuo da taxa de juros, como comentado no início deste post, foi forte, por exemplo, os papéis do governo de 10 anos recuou de 5% para 4,22% nesta sexta-feira, em apenas três semanas, é bastante. Em algum momento também haverá uma correção nesse mercado, e como comentei os próximos 15 dias teremos dados e decisões importantes.

Agora, se observo que o mercado está acelerado, imagina quem estava esperando recessão e deixou seus recursos no curto prazo, sem exposição a bolsa. Ou pior, os hedges funds que tinham posições vendidas na bolsa conforme comentado no post da semana passada…” um artigo ontem onde comentava que os Hedge Funds teriam perdido U$ 43 bilhões por conta de posições vendidas nas bolsas” … Devem estar meio tontos!




O SP500 fechou a 4.594, com alta de 0,59%; o USDBRL a R$ 4,8810, com queda de 0,80%; o EURUSD a € 1,0878, sem variação; e o ouro a U$ 2.071, com alta de 1,72%.

Fique ligado!

Comentários

  1. Sigo na "esperança" do rali de fim de ano. Honestamente, acho que não tem risco de curto prazo para as bolsas...até para o IBOV...

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  2. o rali de fim de ano já está acontecendo, no mês passado as bolsas subiram ~10%. Sobre o risco de uma correção ela vai acontecer a dúvida é de que nível e quando.

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