O mais safo #usdbrl #gold #ouro #eurusd
Vocês devem conhecer diversos casos de colegas da
universidade que eram os melhores da classe, porém não foram bem-sucedidos na
vida profissional. Esse assunto sempre me intrigou de quais seriam os motivos.
Outra observação durante minha profissional foi sobre os
operadores de Open Market como eram assim chamados. No início dos anos 80 o
mercado de títulos públicos e troca de reservas entre bancos era feito por meio
de operações fechadas por telefone. Esses profissionais raramente tinham
formação superior. Como tomavam suas decisões? Por feeling me diziam. Existia
um código de conduta onde quem ligava pedia para o outro abrir um spread de
compra e venda e qual era o lote do ativo em questão. E, através dessas conversas
e negócios fechados, intuíam se o mercado era comprador ou vendedor. Existiam
instituições e profissionais que se tornaram ícones, mas qual era a aptidão que
levava ao sucesso esses profissionais? Um assunto trazido por Ben Carlson em
seu site A Weath of Common Sense pode dar uma pista. O título é: Todos somos
irracionais.
Certa vez, ouvi uma velha piada de Norm Macdonald que era mais ou menos assim:
Um otimista olha para o copo meio cheio. Um pessimista
olha para o copo meio vazio. Sou pessimista e olho para o copo meio cheio…pois
posso ter câncer de intestino.
Sou um cara de copo meio cheio, mas tendo a ser otimista ao
contrário de Norm.
Basta pensar em tudo o que conquistamos como espécie.
O crescimento.
Colocamos um homem na Lua.
Curamos doenças.
Criamos tecnologias inovadoras.
As coisas não são perfeitas, mas nunca serão.
Considero-me um optimista a longo prazo quando se trata do
mundo em geral, da economia e dos mercados. Como não ser otimista em relação ao
futuro depois de tudo o que conquistamos?
O problema é que o otimismo cego pode levar a problemas se
você não tiver cuidado.
Um novo artigo de pesquisa de Chris Dawson concluiu que níveis mais altos de otimismo financeiro estão associados a uma menor capacidade cognitiva:
A ideia aqui é que o otimismo irreal pode levar a um comportamento imprudente quando se trata de suas finanças.
Se você assumir que seus retornos serão anormalmente altos
nos mercados, talvez você não economize tanto dinheiro. Ou se você assume que
os mercados financeiros só sobem com o tempo, você nunca estará preparado para
os inevitáveis contratempos.
No entanto, este estudo também descobriu que aqueles com os
níveis mais altos de capacidade cognitiva são mais propensos a exibir
pessimismo extremo. Também não vejo isso como uma vantagem na hora de investir.
Se você estiver pessimista demais, seus retornos certamente
serão ruins no longo prazo.
Na verdade, muitas das pessoas mais inteligentes tendem a
ser péssimos investidores porque são inteligentes demais para o seu próprio
bem.
Warren Buffett disse uma vez: "Se você tem mais de 120
ou 130 pontos de Q.I., você pode se dar ao luxo de doar o resto. Você não
precisa de inteligência extraordinária para ter sucesso como investidor."
Do jeito que vejo, existem dois tipos principais de erros na
hora de investir:
Algumas pessoas são ingênuas ao fato de que não sabem o
suficiente sobre os mercados, mas agem como se soubessem. Não saber o que você
está fazendo é um sério risco.
Mas outros são tão inteligentes que se tornam excessivamente
confiantes em suas próprias habilidades. Eles assumem que podem superar os
mercados e outros investidores com facilidade. O excesso de confiança pode
colocá-lo em apuros quando não tem autoconsciência para ver seus próprios
pontos fracos.
Outro estudo publicado em 2012 analisou o viés dos pontos fracos,
a ideia de que as pessoas são melhores em reconhecer a irracionalidade em
outras pessoas do que em si mesmas. Não surpreendentemente, eles descobriram
que todos têm dificuldade em ver suas próprias fraquezas cognitivas.
Mas os pesquisadores também descobriram que quanto mais
inteligente você é, maiores são seus pontos fracos para suas próprias
deficiências:
Além disso, descobrimos que nenhum desses pontos fracos
de viés foi atenuado por medidas de sofisticação cognitiva, como capacidade
cognitiva ou disposições de pensamento relacionadas ao viés. Quando muito, um
maior ponto fraco de viés foi associado a maior capacidade cognitiva.
Os indivíduos mais inteligentes tiveram pontos cegos maiores
para suas próprias falhas em seis dos sete vieses cognitivos estudados.
Como na maioria das coisas na vida, o equilíbrio é a chave.
É preciso equilibrar QI com temperamento.
É preciso equilibrar o otimismo de longo prazo com o
entendimento de que os riscos de curto prazo sempre se aplicam.
Há uma diferença entre otimismo cego e otimismo
racional. Sim, acho que o mercado de ações sobe com o tempo, mas não sou
ingênuo com o fato que haverá recessões, mercados em baixa e quedas ao longo do
caminho.
Na maioria das vezes as ações sobem, mas às vezes caem.
Você também tem que equilibrar a confiança em si e suas
habilidades com o autoconhecimento para reconhecer suas fraquezas.
Einstein disse que existem cinco níveis ascendentes de
inteligência: esperto, inteligente, brilhante, genial e simples.
O artigo é bastante simples, porém traz um conceito
interessante sobre a habilidade cognitiva em relação à visão otimista e
pessimista, nitidamente o viés otimista predomina nos que tem menos habilidade
cognitiva.
Em certo momento o governo brasileiro estava fazendo uma
besteira enorme tabelando os preços, acreditando que desta forma conseguiria
controlar a inflação. Eu e mais um diretor detectamos que isso não daria certo.
Não existia mercado futuro de juros naquele momento, como se poderia posicionar?
Eu trouxe a ideia de usar os contratos de ouro futuro que tinham vencimentos
longos de 1 ano — isso era longo naquele momento, caso a inflação disparasse.
Para não correr o risco do ouro, que era composto pela cotação no metal em Nova
Iorque em conjunto com o dólar no mercado paralelo. Propus vender o contrato
curto e comprar o longo., transformando a operação em equivalente a um contrato
de juros futuro.
Ao apresentá-la no Comitê, um dos diretores ficou desconfortável
colocando alguns riscos. Seus argumentos eram verdadeiros, mas eu tinha um
“feeling” que seria uma boa forma de apostar na alta da inflação. Foi decido
fazer em caráter experimental.
No início penamos, pois o contrato curto que tinha uma
influência mais forte do ouro acabou subindo em conjunto com o mais longo. Recordo
que senti uma certa pressão, porém outro diretor resolveu me apoiar, fomos
fundo e aumentamos significativamente a posição. Não mais que de repente o
mercado acordou para a inflação e o contrato longo começou a subir quase que
descolando do preço do metal, até que um dia foi para o limite de alta — a
negociação parava se o preço subisse mais que 10% (acho que era esse o limite).
No dia seguinte, de novo, surgindo oferta para liquidar com quatro limites de
alta. Para concluir, saímos da posição com ganho de 1 kg de ouro para cada 1 kg
de ouro de posição, ou seja, 100%.
Qual a relação dessa situação com o assunto de hoje? O
diretor que se opunha a operação era um profissional altamente qualificado
formado pela melhor escola de engenharia do país, não que eu não fosse, mas ele
tinha uma mente matemática invejável. A conclusão é que se você pondera tudo
que pode dar errado não sai do lugar, às vezes é preciso se deixar levar também
pelo seu instinto, e os muito inteligentes se imobilizam nesse momento.
No post brasil-sem-rumo fiz os seguintes comentários
sobre o dólar: … “Demarquei uma área de “indecisão”, que compreende R$ 4,95
/ R$ 4,83. O que quero dizer com “indecisão” é que nesse intervalo nada fica
definido. Abaixo do nível de R$ 4,83, a opção traçada acima entra em vigor e,
para quem gosta de emoção, um trade de venda pode ser iniciado: por outro lado,
acima de R$ 4,95 existem algumas hipóteses a se considerar” …
Passou-se uma semana e o dólar está incrustado no intervalo demarcado pelo retângulo. Desta forma segue minhas recomendações acima. Consigo traçar inúmeras hipóteses alternativas para essa correção, tanto de alta como de baixa, que nem trago aos leitores, pois só iria confundir. Fico restrito a observar para onde irá caminhar.
Essa indecisão do dólar tem motivo para tanto, como venho reforçando há algum tempo, de um lado os saldos da balança comercial têm batido recordes motivados pelas elevadas exportações de commodities, conforme aponta o gráfico abaixo.
Por outro lado, a grande vantagem que existia no diferencial de juros entre os títulos brasileiros e os americanos vem sofrendo reduções, tanto pela alta de juros que ocorreu no exterior como as quedas que vem ocorrendo localmente. Embora o gráfico a seguir contempla investimentos em mercados emergentes, em geral, o sentido é o mesmo para o caso brasileiro.
Liquidamos a posição de ouro. Por quê? No post agora-vai fiz o seguinte comentário: … “A “parede” demarcada no gráfico tem que ser penetrada e rompida. O mercado já deve estar bem comprado e, se não conseguir ultrapassar, poderá ter uma queda indigesta” … será que o Mosca tem Bola de Cristal? Não, simplesmente os níveis técnicos têm que ser respeitados. Olhe o que ocorreu hoje no gráfico com janela de 1 hora.
O ouro rompeu a área destacada em verde com vontade, mas não conseguiu se manter por mais de poucas horas. Destaqueimomento que liquidei com o símbolo em verde, quando pela terceira vez adentrou a área em verde indicando que não aguentou! Também não gostei dos últimos desdobramentos do euro e liquidei a posição que mantinha — comentários durante a semana. Acho que estou querendo entrar de férias! Hahaha ...
O SP500 fechou a 4.569, com queda de 0,54%; o USDBRL a R$ 4,9437,
com alta de 1,29%; o EURUSD a € 1,0835, com queda de 0,42%; e o ouro
a U$ 2.029, com queda de 2,01%.
Fique ligado!
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