O último aluno da classe #EURUSD

 


Quando éramos estudantes existiam aqueles alunos que sempre pegavam recuperação, a maioria porque não se dedicava aos estudos. Não era raro em semanas de provas eles aparecerem em cima da hora perguntando o que iria cair. Passavam de ano sempre com pendencias em DP. Terminavam a faculdade assistindo matérias do 1º, 2º, 3º, 4º ano. Alguns nem chegavam a se formar e acabavam desistindo. Para dizer a verdade nem conseguiam colar, afinal, como colar se não sabiam nem o nome da matéria? É dessa forma que enxergo a Europa como o aluno que está sempre em DP.

Neste ano as economias mundiais tiveram um bom desempenho, isso reflete nas empresas que tendem a se beneficiar com melhores lucros e melhora nas condições de crédito diminuindo seu custo por compreensão dos spreads. Mas não aconteceu com as empresas europeias principalmente as mais arriscadas conforme relata o Financial Times.

Um forte rali em ativos financeiros de risco deixou para trás os tomadores de empréstimos corporativos mais fracos da Europa, com temores de recessão persistindo na região, no momento em que cresce o otimismo sobre um "pouso suave" dos EUA.

Os títulos corporativos mais arriscados da Europa agora têm um rendimento médio de 19,66%, de acordo com um índice Ice BofA que acompanha a dívida regional com classificação CCC e inferiores. Isso se traduz em um spread – o prêmio pago pelas empresas sobre os emissores de dívida pública – de mais de 18 pontos percentuais.

Por outro lado, os títulos corporativos americanos com classificação mais baixa têm um rendimento médio de 13,47%, com um spread muito menor, de menos de 9 pontos percentuais. A diferença entre os spreads de crédito arriscados das duas regiões neste mês atingiu seu nível mais alto desde a crise financeira global de 2009.




Para alguns economistas e investidores, o abismo entre esses spreads ressalta sentimentos divergentes sobre a saúde das economias europeia e americana.

"Isso realmente reflete principalmente esses temores e riscos de uma recessão na Europa em relação a um 'pouso suave' nos EUA", disse Torsten Sløk, economista-chefe da empresa de investimentos Apollo. O cenário dos EUA envolve o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) esfriando com sucesso a maior economia do mundo sem induzir uma forte desaceleração.

os títulos triplos-Cs nos EUA e na Europa são um reflexo das preocupações com uma recessão ou não. Se não há mais preocupação com uma recessão nos EUA - e muito mais preocupação com uma recessão na Europa - então faz sentido que o spread esteja aumentando.

Embora seja um assunto bastante específico é onde se pode observar a disparidade entre essas regiões. Enquanto os investidores apostam num pouso suave no EUA o mesmo não acontece na Europa, e como aquele aluno que nem conseguia colar, a Europa também não consegue se aproveitar de momentos econômicos positivos.

O grande problema foi a implantação do euro que obriga todos seus membros a terem economias semelhantes em termos de produtividade, o que nunca vai acontecer. Veja o que acontece na França quando o governo pretende modificar alguma lei que mexe com benefícios dos empregados como a Previdência. São meses e meses de manifestações até que o governo é levado a voltar atrás ou desfigurar o que pretendia, diferente da Alemanha que além de mais eficiente consegue ter uma disciplina maior.

No post europa-sem-solução fiz os seguintes comentários sobre o euro: ... “ Na alta visionada, que deveria se estender pelo próximo ano, o euro deveria atingir € 1.168 ou € 1.234. Como sempre, e principalmente numa maldita onda B, fica sujeito a acompanhamento durante o ano. Depois de atingir esse nível um movimento de queda deveria levar a moeda única a € 0.948 ou € 0.912” ...




Como enfatizei acima onda B é uma grande destruidora de lucros, normalmente anda dois passos a frente e 1 a 1 ½ passos para trás. No gráfico abaixo a onda B laranja (a que me refiro) se subdividiu em ondas A, B, C azul. Segundo o que está expresso no gráfico estaríamos caminhando na onda C azul, mas nada impede que a onda B azul ainda se prolongue mais.

- David está ficando uma loucura entender aonde você quer chegar com todas essas letras e cores!

Pois é, este caso é bom para entender a dificuldade quando se está em correções de correções. Vou tentar simplificar:

Area sem definição: enquanto o euro estiver dentro dessa faixa não consigo descartar que a onda B azul ainda está em curso, somente se ultrapassar € 1,1274 aumenta a chance da onda C azul estar em andamento.

Invalidation 1: Se o nível de € 1,04470 foi violado vou ter que refazer minha análise.

1 Ombro – Cabeça – Ombro: Pode estar se formando essa configuração acarretando essa violação.

Se tudo der certo o euro deveria atingir seu pico entre € 1,2089 - € 1,2349 para em seguida iniciar um movimento de queda que levaria a moeda única abaixo de € 1,0000.




- David, não tenho a menor ideia do que fazer!!!

Eu sempre insisto que em correções fica muito difícil fazer apostas em prazo mais longo e sugiro ficar em prazos menores com cautela. Continue seguindo o Mosca para uma eventual oportunidade de trade.

O SP500 fechou a 4.746, com alta de 1,03%; o USDBRL a R$ 4,8811, com queda de 0,70%; o EURUSD a € 1,1001, com alta de 0,58%; e o ouro a U$ 2.044, com alta de 0,75%.

Fique ligado!

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