Powell desafia economistas raiz #SP500 #nasdaq100
Este ano
termina completamente diferente do ano passado, enquanto 2022 foi um muro de
lamentações, pois nenhuma categoria obteve rendimento positivo, em 2023 tudo
rendeu positivamente, e mais, o Fed deu um belo presente de Natal, pavimentando
o caminho para reduzir os juros no próximo ano. Percebo que os economistas raiz
não gostaram nada dessa guinada e mantêm um tom cauteloso.
Escolhi
reproduzir a opinião de Bill Dudley, que foi presidente do Federal Reserve de
Nova York de 2009 a 2018, publicada na Bloomberg.
O Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano) e seu presidente, Jerome Powell, apostam que podem ter o
melhor dos dois mundos – que serão capazes de derrotar a inflação excessiva sem
forçar a economia à recessão.
Espero que
corra bem. Infelizmente, ainda há uma chance significativa de que isso não
aconteça.
Powell
surpreendeu os mercados na semana passada com seus comentários
extraordinariamente otimistas sobre as perspectivas para as taxas de juros. Ele
tirou mais aumentos da mesa e colocou a perspectiva de cortes firme. Observou
que o último relatório de preços ao consumidor implica que a medida preferida
do Fed de inflação - o núcleo do índice de preços - provavelmente registrará um
aumento de 3,1% ano a ano quando os próximos dados forem divulgados no final de
dezembro, indicando progresso em direção à meta de 2% do Fed.
O problema é
que o dovishness do banco central também aumenta a possibilidade de
nenhum pouso – ou seja, superaquecimento e inflação persistente que podem minar
a credibilidade do Fed, ao mesmo tempo, em que exigem um novo aperto e uma
recessão mais profunda para que as coisas voltem a ser controladas.
Tem muita
coisa que pode dar errado. A desaceleração do crescimento no final de 2023 pode
se reverter em 2024, como aconteceu um ano antes. O que parece ser fraqueza nos
gastos pode se mostrar apenas um mau ajuste sazonal dos dados. O grande aumento
da oferta de trabalho deste ano pode não se estender até 2024, deixando o
mercado de trabalho muito apertado e a inflação salarial muito alta. Os preços
podem acelerar novamente após o desenrolar de fenômenos transitórios, como a
demanda por bens alimentada pela pandemia e interrupções na cadeia de
suprimentos. A inflação dos serviços (excluindo habitação) pode revelar-se mais
teimosa do que o esperado. Como observou Powell, a "última milha"
para atingir a meta de inflação de 2% deve ser mais difícil.
Powell
enfatizou repetidamente que o Fed deve terminar o trabalho, garantindo que a
inflação volte a 2% e permaneça lá. No entanto, quanto mais peso ele coloca no
corte de juros para evitar uma recessão, maior o risco de não conseguir
controlar a inflação – e de os mercados receberem uma grande e desagradável
surpresa. De uma forma ou de outra, 2024 promete ser um ano interessante para a
economia, o Fed e os mercados financeiros.
O que
podemos esperar das bolsas americanas? A visão técnica provável é de queda,
nada dramático, mas ao contrário do que estamos presenciando neste ano e
principalmente em dezembro onde o SP500 e a nasdaq100 estão beirando a máxima
histórica. Os leitores assíduos do Mosca sabem como tenho sido cauteloso
nesse momento, o que fez que eu liquidasse as posições compradas
prematuramente.
O tom
recente desse otimismo pode ser visto através dos indicadores de sentimento. Na
parte superior da ilustração abaixo mede a diferença entre Bull (alta) e Bear
(queda), enquanto a inferior é sobre o grau de pessimismo. Notem que tanto no
final do ano passado como no final deste esses indicadores estão nos extremos.
No post de encerramento de 2022 o-ano-do-bicho-papão fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ... “ não é claro se realmente a onda (A) em azul será sacramentada desta forma, está aí como uma possibilidade. O objetivo da onda (3) em amarelo seria ao redor de 5.800 e provavelmente consumiria todo o ano. Agora imaginem chegar ao final de 2023 com uma alta do SP500 de 50%, inimaginável observado de hoje” ...
Acredito que o Mosca merece crédito por fazer uma previsão tão contrária naquele momento, o SP500 está perto de 4.800. Em todo caso, alterei um pouco a contagem sem mudar a direção de alta. Segundo esse critério, a bolsa estaria prestes a terminar a onda 1 verde entrando na onda 2 que é uma correção de todo o movimento que aconteceu desde outubro de 2022. Essa correção poderá consumir parte do ano de 2024 com a configuração exposta a seguir em a), b) e c) laranja. Os objetivos potenciais de término seriam: 4.242 (↓ 12%) – 4.087 (↓ 15%) – 3.938 (↓ 18%).
Em relação a nasdaq100 os comentários foram: ... “As considerações elencadas acima para a previsão do SP500 são validas aqui também, e da mesma forma a nasdaq100 apresenta duas possibilidades que contemplam uma alta no final. No caso em que a alta está em curso, a bolsa deveria atingir o nível de 25 mil no final do ano” ...
John Authers publicou na semana passada um gráfico contendo previsões para o SP500 elaborada por diversos bancos. Nem é necessário acrescentar seus comentários, pois só pelo título se nota um tom sarcástico ao sugerir que eles poderiam pular 2024, uma vez que, o indicie já está acima de suas projeções – nesse ambiente, nem pensar em queda! Se eu tivesse enviado a previsão do Mosca ele teria jogado no lixo! Hahaha ...
O SP500 fechou a 4.768, com alta de 0,59%; o USDBRL a R$ 4,8638, com queda de 0,67%; o EURUSD a € 1,0975, com alta de 0,49%; e o ouro a U$ 2.039, com alta de 0,63%.
Fique
ligado!
Sou o leitor da aposta no NASDAQ. Encerrei meu trade ontem com um belo lucro uma vez que fiz minha aposta em TQQQ. Comprei pq achei que teria momentum do mercado, mas honestamente o mercado está bem bolhudo. Apple acima de 3 tri, NVidia acima de 1 tri e por aí vai. O que tem de empresa tech valendo mais de 30 vezes a receita não é brincadeira.
ResponderExcluirParabéns! - Tenho uma política de só dar parabens depois de um trade fechado. Você foi mais ousado que o Mosca que preferiu ficar fora mesmo acreditando que ainda poderia subir um pouco mais. Se você não leu o post de ontem te sugiro que faça, veja que tenho uma opção (não preferida) para a continuidade da alta.
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