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Quando eu frequentava o cursinho preparatório para a faculdade, se faziam avaliações mensais. Em função das notas, o aluno era alocado em classes A, B, C ou D em ordem decrescente. Com exceção da primeira prova, sempre fiquei na turma B. Essa classificação era uma indicação da sua chance de entrar na faculdade. No ano que prestei vestibular as provas tinham peso: matemática e física peso quatro, química e desenho peso dois, português e inglês peso um. Esse critério muito me beneficiou, pois era melhor nas que tinham peso maior e sofrível nas de peso menor. Entrei bem classificado entre os 50 primeiros na Politécnica, também, estudei muito.

Como venho comentando estou pensando qual seria o Tema do Mosca para 2024, acredito que a maior dúvida que paira nesse momento é a quantidade de cortes que será promovido pelo Fed. Já me deparei de tudo nos relatórios econômicos entre um e cinco cortes, pode escolher. Visto de hoje faz muita diferença essa informação, pois, um corte indicaria que a inflação está duro na queda, e cinco pode apontar para recessão. Como o futuro é incerto, talvez lançando um dado se tem  a melhor resposta.

Acredito que não vai ter jeito, vamos ter que  acompanhar os dados mês a mês e “adivinhar” o que a autoridade monetária pretende fazer. Sendo assim, os resultados da inflação são importantes além dos de emprego, e consequentemente  a decisão  do Fed.

Está semana será publicado os dados de inflação e a decisão do Fed. Nick Timiraos relata no Wall Street Journal que a luta contra a inflação está acontecendo, a questão é sobre o corte de juros.

Quando o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, se reuniu em uma tarde de outubro com donos de pequenas empresas na Pensilvânia, Julie Keene lamentou como sua agricultura familiar e o mercado de alimentos foram surpreendidos pela alta inflação nos últimos dois anos.

"A previsibilidade simplesmente acabou", disse Keene, coproprietário do Flinchbaugh's Orchard & Farm Market em Hellam, Pensilvânia "É muito difícil operar um negócio em um mundo onde não há previsibilidade."

Powell disse a Keene que via uma solução clara: "Baixamos a inflação".

Até aqui, tudo bem. A inflação caiu mais rápido este ano do que muitas autoridades do Fed previam após uma série de aumentos de juros que nenhum deles antecipava há dois anos.

As grandes questões agora são sobre quando o Fed pode começar a cortar os juros e de quanto. As respostas serão muito importantes para as famílias, os mercados e, possivelmente, para as eleições presidenciais de 2024.

Um perigo é que Powell e seus colegas — culpados por reagir muito lentamente para enfrentar o aumento da inflação há dois anos — esperem muito tempo para reduzir os juros para garantirem que a inflação seja totalmente extinta. Esse erro poderia frear demais o crescimento econômico, causando uma recessão.

O outro grande erro do Fed seria cortar os juros cedo demais, não conseguindo vencer a inflação. O banco central não quer repetir o erro de 1967, quando cortou os juros para reforçar o crescimento vacilante, apenas para ver a frente os preços decolarem. As autoridades estão cautelosas em reduzir as taxas prematuramente por medo de que novos choques — uma disparada nos preços do petróleo, por exemplo — desencadeiem um novo surto inflacionário, como ocorreu ao longo da década de 1970.




Powell e seus colegas estão no caminho certo para manter os juros estáveis em sua reunião desta semana. A última vez que as autoridades elevaram a taxa básica de juros foi em julho, para uma faixa entre 5,25% e 5,5%, uma máxima em 22 anos.

As autoridades do Fed provavelmente não terão conversas sérias sobre quando cortar os juros nesta semana — e potencialmente por vários meses, a menos que a economia enfraqueça mais do que o esperado.

Ainda assim, eles não acreditam que as taxas precisem permanecer em seu cenário atual, economicamente restritivo, indefinidamente. As projeções atualizadas de juros das autoridades, que serão divulgadas na quarta-feira após a reunião, mostrarão que a maioria espera cortar um pouco os juros no próximo ano.

Riscos de duelo

As autoridades do Fed estão tentando equilibrar dois riscos: um é que eles se movem muito lentamente para aliviar a política e a economia finalmente se amassa sob o peso de taxas de juros mais altas, fazendo com que milhões de pessoas percam seus empregos.

A outra é que eles diminuem prematuramente e a inflação se estabiliza acima de 3%, um nível inconsistente com sua meta de 2%, que visa fornecer o tipo de previsibilidade que Keene disse seu negócio precisa.

O atual ciclo econômico é diferente de qualquer outro que o Fed enfrentou em meio século, então Powell não tem uma cartilha histórica para orientar suas próximas decisões. Na maioria dos episódios de alta de juros nos últimos 35 anos, o Fed buscou evitar que a inflação subisse em vez de baixá-la.

Dois cenários de redução de taxas

A inflação em queda pode permitir que o Fed considere se e quando cortar os juros em dois cenários.

Primeiro, o Fed cortaria simplesmente porque a economia está desacelerando e o desemprego está aumentando mais rápido do que o esperado. Se a taxa de desemprego começar a subir de forma consistente com recessões passadas, "voltaremos à nossa cartilha normal", disse o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, em entrevista no mês passado.

Uma segunda perspectiva, mais tentadora para os investidores, é que o Fed cortaria mesmo que a economia esteja indo bem porque as leituras mensais de inflação voltaram mais perto dos níveis baixos vistos antes da pandemia. Manter as taxas estáveis à medida que a inflação cai levaria as taxas ajustadas pela inflação, ou "reais", a subir, o que o Fed não quer. Assim, as autoridades poderiam cortar as taxas nominais para manter as taxas reais em um nível estável.

O presidente do Fed, Christopher Waller, alimentou o otimismo sobre essa possibilidade quando disse recentemente que o banco central poderia teoricamente começar a reduzir os juros até a primavera se a inflação se comportar especialmente bem.

"Se virmos essa inflação [mais baixa] continuando por mais alguns meses — não sei quanto tempo, três meses, quatro meses, cinco meses? — podemos sentir confiantes de que a inflação está realmente em baixa", disse Waller, cujo comentário chamou atenção especial dos investidores porque ele é  um dos principais defensores de uma política mais rígida desde 2021.

As autoridades têm relutado em entreter conversas públicas sobre o corte de juros por medo de que Wall Street corra à frente e assuma mais reduções do que poderia ser justificado. Essa reação poderia por si só reduzir os custos dos empréstimos, tornando mais difícil para o Fed manter o crescimento econômico lento o suficiente para terminar o combate à inflação.

"Há muitas coisas que podem levá-los a dizer: 'Não temos pressa em fazer isso'", disse Eric Rosengren, ex-presidente do Fed de Boston. Ele acredita que um corte de juros já no segundo trimestre de 2024 é possível se a inflação continuar caindo em sua trajetória atual.

Quão difícil é a última milha?

A maioria das divergências sobre quando o Fed deve cortar decorre de divergências sobre se a inflação continuará caindo.

Um campo diz que baixar a inflação de uma alta de 7,1% no ano passado para 3% em outubro será muito mais fácil do que reduzi-la de 3% para a meta de 2% do Fed. Isso porque a maioria da queda até agora refletiu o alívio dos gargalos relacionados à pandemia e a escassez de trabalhadores.

Nesse ponto, Ethan Wu relata no Financial Times que Matthew Luzzeti, economista chefe do Deutsche Bank, “A inflação tendencial subjacente não está necessariamente se estabilizando em 2 por cento, limitando o número de cortes preventivos nas taxas que a Fed pode fazer. Luzzetti observa que várias medidas do Fed sobre a inflação subjacente estão mais próximas de 3% e pararam de diminuir rapidamente:




Importante ressaltar que esse economista trabalha com a possibilidade de ocorrer recessão no começo do próximo ano, o argumento acima amarra as mãos do Fed nessa opção.

Esse banco aponta que a inversão da curva de juros entre os títulos de 10 anos e 2 anos indicaram recessão na grande maioria dos casos. Neste ciclo, o tempo entre o início da inversão e o começo da recessão, está se aproximando do mais longo da história desde 1941. Segundo sua indicação, ainda existem 4 meses de folga para que eventualmente abandone essa ideia.




O temor é que essa "última milha" de redução da inflação exija a criação de mais folga na economia — como trabalhadores desempregados ou fábricas ociosas. "Não consigo imaginar que se declare 'missão cumprida' até que você veja mais alguma folga no mercado de trabalho", disse Raghuram Rajan, ex-governador do banco central da Índia.

Tal estratégia quase convida o Fed a manter a política muito apertada por muito tempo. "Dado que a política monetária opera com defasagem, isso nos configura para provavelmente apertar demais. Não vejo como evitar isso", disse o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, em entrevista no mês passado.

Outro campo não assume que a última milha será particularmente difícil. "Não há evidências de que tenhamos estagnado em 3%" de inflação, disse Goolsbee no início deste mês.

Um motivo para otimismo é que os custos mais altos da habitação têm sido um motor da inflação nos últimos dois anos, mas o crescimento dos aluguéis desacelerou acentuadamente no ano passado. Devido à maneira como as agências governamentais calculam os custos dos abrigos, essas quedas são filtradas para os medidores oficiais de inflação de forma mais gradual.

Um modelo construído por Wilcox, que também é economista sênior da Bloomberg Economics, indica que o arrefecimento dos aluguéis pode reduzir o núcleo da inflação para 2,1% até o final do próximo ano. A matemática "me encoraja a pensar que os EUA estão muito mais perto de vencer o excesso de inflação do que é comumente apreciado", disse ele.

Desde o ano passado, Powell tem se concentrado em garantir que não repita os erros de Arthur Burns, o presidente do Fed na década de 1970 que não conseguiu vencer a inflação galopante — em parte, porque o banco central flexibilizou a política cedo demais para evitar um desemprego mais alto. Paul Volcker mais tarde domou a disparada dos preços como presidente, aumentando as taxas tão altas que causaram recessões dolorosas no início dos anos 1980.

Mas, à medida que as pressões sobre os preços diminuem, Powell enfrenta a perspectiva de fazer algo que seus antecessores não conseguiram: reduzir a inflação sem um grande aumento do desemprego.

Como podem notar nesses relatos, os economistas têm opiniões opostas sobre a inflação, enquanto o Deutsche Bank acredita que estão estagnadas em 3%, Wilcox segundo seu modelo  projeta em 2,1% para 2024.

As “provas” de inflação e emprego publicados mensalmente  serão analisadas pelo Fed.  Como no cursinho, classificar em A, B, C, D será a indicação de quantos cortes teremos. A grande diferença é que no último estudar era um bom indicador de sucesso, enquanto para o Fed resta torcer!

No post o-mais-safo fiz os seguintes comentários sobre o dólar: … “Passou-se uma semana e o dólar está incrustado no intervalo demarcado pelo retângulo. Desta forma segue minhas recomendações acima. Consigo traçar inúmeras hipóteses alternativas para essa correção, tanto de alta como de baixa, que nem trago aos leitores, pois só iria confundir. Fico restrito a observar para onde irá caminhar” …

 



Eu poderia repetir a mesma mensagem da semana passada, o movimento está lateralizado num intervalo ínfimo de variação aproximadamente entre R$ 4,95 / R$ 4,85. Mesmo numa janela menor nada é perceptível.

Do ponto de vista técnico tenho as seguintes observações a fazer: O movimento mais recente é de queda, isso indica que é provável novas quedas reforçando os objetivos expostos a seguir no gráfico. Mesmo no retângulo destacado, as pequenas altas são “fracas”. Fico com a minha opção no momento, mas sem me envolver por enquanto.

Uma última observação, a onda b laranja pode terminar em qualquer espaço delimitado pelas linhas paralelas, pode ou não romper o retângulo de negociação — para cima, dos últimos dias.



Um fator a se considerar é que o mercado está apostando na queda do dólar em volumes elevados. Não podemos esquecer que o governo gosta de colocar minas no seu caminho para atrapalhar o andamento da economia, como as declarações feitas por membros do PT nesse final de semana querendo jogar para o espaço o controle do déficit público. Parece existir somente um guardião, o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Pior, é o argumento do líder da Câmera, José Guimarães, “se tiver que fazer déficit, vamos fazer, ou a gente não ganha a eleição”. Não sei se ele é burro, incompetente ou ambos! Sendo assim, essas posições podem acelerar a alta do dólar caso haja um mal-estar ou uma decisão na direção errada.




O SP500 fechou a 4.622, com alta de 0,39%; o USDBRL a R$ 4,9346, sem variação; o EURUSD a € 1,07630, sem variação; e o ouro a U$ 1.981, com queda de 1,11%.

Fique ligado!

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