Será possível #eurusd
Começo o post com tristeza de ver rebaixado meu time Santos.
A solidariedade que recebi de vários amigos antes do jogo, afinal a chance de
queda era mínima ao redor de 20% não me tranquilizaram. Venho observando a
decadência há bom tempo e sabia que em algum momento não iria escapar. Ontem aconteceu
tudo que não poderia acontecer, mas o principal foi não fazer seu papel principal
de ganhar do Fortaleza, o que teria sido o suficiente.
De quem é a culpa? Não tenho dúvida que da diretoria e se
tivessem o mínimo de decência pediriam demissão de imediato, assim ocorre na
vida pública de qualquer empresa, e o futebol não deixa de ser uma exceção. O
Santos tem um time medíocre, com um técnico batalhador, mas longe de ser
preparado para o modernismo desse esporte.
Por último, queria frisar que jargões do tipo “nunca
aconteceu” não é garantia de nada em qualquer atividade, ainda mais no futebol,
onde não se pode comparar ao passado, ou será que hoje tem algum Pelé? Como diz o disclaimer de fundos naquelas
letras minúsculas no final do prospecto, aqui fica em letras garrafais: “Resultado passado não é garantia
de resultado futuro”
Minhas últimas observações sobre inflação apontam para
resultados muito animadores, e aqui não me refiro somente aos USA, também nos
países desenvolvidos e mesmo emergentes. Montei um quadro com a evolução de
preços de várias commodities, não deixe de considerar que a eclosão das guerras
havia receio de os preços explodirem.
Ontem também foi publicado o nível de produtividade nos EUA que surpreendeu positivamente. Vale notar que esse indicador encoraja no quesito inflação, ao permitir aumento de salários sem que haja necessariamente aumento de preços. O gráfico a direita mostra um quadro ainda mais animador onde a produtividade anda em ciclos e nesse conceito estaríamos entrando num período de alta.
Para complementar, David Harrison relata no Wall Street Journal que os bens duráveis voltaram à deflação, o que poderia acelerar o retorno da inflação para 2%.
Depois de uma alta histórica na inflação, os americanos
agora começam a ver algo que não veem há três anos: deflação.
É certo que a deflação — ou seja, a queda dos preços — está
na maioria confinada a eletrodomésticos, móveis, carros usados e outros bens. A
deflação em toda a economia, quando os preços da maioria dos bens e serviços
caem continuamente, não está nos planos.
Mas economistas dizem que os preços dos bens provavelmente
terão que cair ainda mais, o que aliviará o retorno da inflação à meta de 2% do
Federal Reserve, talvez já no segundo semestre do próximo ano.
Os preços dos itens de longa duração, conhecidos como bens
duráveis, caíram na comparação anual por cinco meses consecutivos. Em outubro, recuaram
2,6% em relação ao pico de setembro de 2022, segundo dados divulgados pelo
Departamento do Comércio.
Isso ajudou a reduzir o núcleo da inflação, que exclui as
categorias voláteis de alimentos e energia, para 3,5% em outubro, de 5,5% em
setembro de 2022, medido pelo índice de preços de despesas de consumo pessoal,
o medidor de inflação preferido do Fed.
Os preços de serviços como aluguel de casa e seguro
automóvel continuam a subir, embora a um ritmo mais lento. Eles subiram 4,4% em
outubro em relação ao ano anterior, mais lento do que os 4,7% em setembro, mas
bem acima do ritmo anterior à pandemia.
A deflação em toda a economia é rara e geralmente vista como um sinal de demanda estagnada ou profundamente deprimida. Por outro lado, a deflação em determinados setores é comum. De fato, antes da pandemia, os preços dos bens duráveis caíram em média 1,9% ao ano de 1995 a 2020, à medida que a globalização transferiu a produção para países de baixos salários e as melhorias de produtividade reduziram os custos.
A pandemia fez com que essas forças se invertessem. A
escassez de produtos, as cadeias de suprimentos prejudicadas e um aumento na
demanda dos consumidores com dinheiro em espécie dispararam em 2021 e 2022. A
inflação de bens duráveis atingiu uma alta de 47 anos de 10,7% em fevereiro de
2022.
Uma pesquisa de Adam Shapiro, economista do Fed de São
Francisco, descobriu que interrupções no fornecimento, como as de fábricas
fechadas ou backups de embarque, foram responsáveis por cerca de metade do
aumento da inflação em 2021 e 2022.
Hoje, as cadeias de suprimentos estão funcionando sem problemas, de acordo com um índice do Fed de Nova York. A demanda, por sua vez, foi limitada pelos aumentos de juros do Fed. Os gastos do consumidor subiram 0,2% em outubro, antes de ajustar pela inflação, a mais fraca desde maio.
Em um post publicado na quinta-feira, o Conselho de
Conselheiros Econômicos da Casa Branca estimou que cadeias de suprimentos com
melhor funcionamento, acentuadas por uma demanda mais fraca, respondem por
cerca de 80% da queda da inflação desde 2022.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse em setembro que a
queda nos preços dos bens é um sinal de que as taxas de juros mais altas, ao
enfraquecer a demanda, em combinação com um transporte mais suave, estão
realmente funcionando.
Mas ele também enfatizou que a inflação de serviços, excluindo habitação, também precisa cair.
Economistas do Morgan Stanley preveem que a deflação de bens
essenciais acelerará até meados do próximo ano devido à melhora das cadeias de
suprimentos e da demanda mais fraca. Isso compensará os aumentos contínuos dos
preços dos serviços.
Como resultado, eles veem a inflação PCE caindo para 1,8% em
setembro, abaixo da meta do Fed. Eles não preveem uma recessão. Isso é muito
mais cedo do que as autoridades do Fed que, em sua previsão de setembro, viram
a inflação retornar à meta em 2026.
Os preços equivalem ao custo dos insumos — mão de obra,
materiais, capital — mais o lucro. Quando os preços dos bens dispararam, foi em
parte porque os salários e alguns insumos, como a energia, ficaram mais caros.
Mas também porque a oferta limitada aliada à forte demanda permitiu que as
empresas expandissem as margens de lucro. Isso sugeria que, uma vez que essas
condições diminuíssem, os preços e as margens recuariam.
“Se você pensar nos problemas de oferta como empurrando o
preço para cima, a cura dos problemas de oferta deve estar empurrando o preço
de volta para qualquer que seja o equilíbrio”, disse Alan Detmeister,
economista do UBS.
Por exemplo, a escassez de semicondutores atrasou a produção
de veículos novos, elevando seu preço em cerca de 13% em relação ao ano
anterior, a partir do primeiro trimestre de 2022. Naquele ano, as montadoras
registraram lucros inesperados.
A produção de veículos agora está praticamente de volta ao
que era antes da pandemia e os preços estão estáveis desde março, conforme o
Departamento do Trabalho.
Os estoques dos revendedores, medidos como uma parcela das
vendas, estão subindo, mas permanecem muito abaixo dos níveis pré-pandemia.
“É provável que os veículos sejam um empurrão para baixo na
inflação por um período razoável do próximo ano”, disse Detmeister.
O UBS prevê que a inflação caia para 1,7% no quarto
trimestre de 2024. O banco também prevê uma recessão no próximo ano.
As empresas, depois de terem desfrutado de fortes aumentos
de preços, adaptam-se à redução dos preços.
No Walmart, o número de itens com redução de preços aumentou
50% em relação ao ano passado, disse John Furner, presidente-executivo do
Walmart EUA, a analistas em 16 de novembro.
“Estivemos em um ambiente inflacionário bastante acentuado
nos últimos dois anos. Então é bom ver alguns desses preços voltando a ficar
alinhados”, disse.
É natural que o preço dos bens duráveis é mais afetado pela
política monetária ao dependerem de taxa de juros na venda desses produtos aos
consumidores afetando as prestações, o mesmo não ocorre como os serviços cujo
consumo se dá normalmente a vista.
Antes da pandemia, publiquei diversos posts onde enfatizei o
mundo deflacionário em que vivíamos basicamente pela evolução da tecnologia,
que continua a exercer esse vetor nesse sentido. Com a pandemia bagunçou o
coreto como todos nós sabemos os principais argumentos.
Não estou querendo advogar que a inflação está sob controle,
mas apenas chamar a atenção dos leitores aos resultados que estão ocorrendo.
Observo diversos economistas de renome que partilham de opiniões de alta da
inflação pelos seus conhecimentos acadêmicos além de experiências passadas.
Naturalmente estão observando os dados recentes e alertam que a inflação poderá
voltar mais adiante, fazendo esse momento se parecer como o que ocorreu nos
anos 70. Mas será que as condições são semelhantes? Não tenho certeza.
Os mercados financeiros nos últimos 30 dias vêm se
antecipando a um cenário mais benigno em termos de juros, se a aposta é numa
possível recessão ou no conteúdo desse post não sabemos, mas a curva de juros
implícita nos contratos futuros está divergindo significativamente aos do Fed
como se nota a seguir.
Será possível que a inflação que ocorreu nos últimos dois anos foi um ponto fora da curva na tendência de longo prazo de inflação baixa, ou uma reversão dessa tendencia? Como venho enfatizando, prefiro ficar agnóstico nesse quesito e observar os dados. Por outro lado, do ponto de vista técnico não consigo observar esse cenário mais róseo. Desculpe os leitores, mas não tenho nada a concluir — o que é difícil, segundo minha esposa, que diz que eu sempre tenho uma opinião sobre qualquer assunto (não é um elogio e sim uma crítica. Hahaha…!)
No post alivio-no-mercado fiz os seguintes
comentários sobre o euro: … “No gráfico a seguir estão expressos os
movimentos esperados, sendo que o próximo seria a onda iii em laranja a €
1,1179. O stop loss estou trazendo ao ponto de entrada € 1,0756” …
Eu decidi liquidar a posição do euro na semana passada e disse que iria explicar os motivos. Sem explicar os detalhes técnicos e de maneira resumida, não gostei da forma e extensão da queda destacada no retângulo abaixo. Isso pode indicar as seguintes hipóteses:
A) Me precipitei e, na verdade, a correção do movimento completo pelas ondas em laranja está em andamento. Neste caso a queda deveria estancar na área da elipse (já está próxima).
B) A correção observada em 2023 continua em curso e
teria mais passos à frente antes de subir.
C)
Pode estar se formando uma configuração técnica
conhecida como ombro-cabeça-ombro — destacada em amarelo que levaria o euro
abaixo de €
1,0000.
Não tenho como quantificar probabilisticamente em quais dos
casos a moeda única se encontra, preciso mais dados de movimento. Como não
estou num Cassino vou esperar Let the market speak.
O SP500 fechou a 4.585, com alta de 0,80%; o USDBRL a R$
4,9115, com alta de 0,20%; o EURUSD a € 1,0794, com alta de 0,27%; e o ouro a
U$ 2.028, com alta de 0,15%.
Fique ligado!
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