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Mostrando postagens de julho, 2020

Incertezas a frente

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Passados 4 meses, desde que o mercado financeiro levou a sério a contaminação provocada pelo coronavírus, um certo grau de tranquilidade, e até otimismo, encerra o mês de julho. Não que o Covid-19 fosse erradicado, longe disso, pelo contrário está retornando aos locais de infecção, um a um, em menor intensidade. Mas, o mercado não está levando em consideração esses riscos, é bem verdade que, notícias sobre vacinas e novos tratamentos para o combate, evoluíram bastante, fazendo crer que lockdown da forma que assistimos em março sejam pouco prováveis. Outra percepção que noto, são que os segmentos mais ameaçados, que imagino todos conhecem de cor, permanecerão ruins ou péssimos. Não consigo ver uma recuperação solida, pois o ambiente será de idas e vindas, de acordo com a dança do vírus. Na grande maioria, esses setores envolvem serviços de bem estar e recreação. Sendo assim, acabam influenciado o humor das pessoas, e podem acabar impactando a parte mais saudável da economia.   Talve

Embaixo do tapete

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Foi publicado pela manhã o PIB americano com uma queda de 32,9%, e uma retração de 9,5% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Como havia prometido antes, não vou publicar o gráfico evolutivo, pois é de pouca valia. Ambos os números foram os mais acentuados em registros datados de 1947. O declínio ocorreu quando os estados impuseram bloqueios em todo o país para conter a pandemia de coronavírus e depois levantaram as restrições. Os economistas esperam que a economia retome o crescimento no terceiro trimestre, iniciado em 1º de julho. Para que os leitores não fiquem sem parâmetros, encontrei um gráfico que pode dar uma dimensão da queda. Nele, encontram-se os 10 piores trimestres da história americana, desde que essa informação se tornou disponível. Os dados trimestrais oficiais sobre o PIB real dos EUA remontam a 1947 e o declínio anualizado de -32,9% é o pior nesse período. No entanto, pode-se juntar uma série mais longa de um século e descobrir que cinco trimestres fo

Waren que não é Buffet

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Quando a bolsa americana subia sem parar antes do crash de 1929, se conta uma história de um investidor que, ao pegar um taxi em Nova York, o motorista notando que seu cliente ia para Wall Street, começa a contar sobre suas peripécias na bolsa, que lhe propiciaram lucros expressivos. Esse investidor notou que, se o motorista de taxi estava investindo na bolsa de valores sem nenhum conhecimento, existia algo errado. Ao descer do táxi, concluiu que estava na hora de sair do mercado. O noticiário atualmente está dando ênfase a entrada de muitos investidores individuais na bolsa americana (é provável também na bolsa brasileira em menor escala), em função da permanecia em casa determinada pela pandemia. Veja o relato do colunista especializado em finanças, Michael Batnick, sobre uma situação que ocorreu consigo. Um dos sinais reveladores de todos os principais mercados é quando as pessoas que não sabem nada sobre investimentos estão ganhando mais dinheiro do que os veteran

Ouro debaixo do colchão

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Nas últimas semanas se materializou uma demanda importante do ouro. Desde a mínima de U$ 1.450, atingida em março deste ano até a madrugada de hoje quando bateu na porta dos U$ 2.000, o metal subiu 36%. Mas um movimento estranho acontece na liquidação de alguns contratos. Um artigo publicado pela Bloomberg levanta esses pontos. Este é o terceiro pico importante da era moderna, desde que o dólar vinculado ao ouro de Bretton Woods foi abandonado em 1971. Uma vez contabilizada a inflação, o ouro permanece abaixo da última máxima histórica de 2011 e muito abaixo da cúpula histórica de 1980, em valores corrigidos, após o segundo choque do preço do petróleo, quando os investidores assumiram que a inflação endêmica continuaria para sempre. Aqueles argumentos de 1980 apresentava todos os sinais clássicos de excesso especulativo e nasceu da convergência comum, mas muitas vezes equivocada, de extrapolar tendências bem estabelecidas para o futuro. O ouro a esse preço teria senti

Jogo perigoso

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A estratégia usada para combater a pandemia, pelos bancos centrais do mundo, tem risco. Acredito que eles sabem, ou deveriam saber, que ao injetar volumes enormes de liquidez no sistema, existe a possibilidade de a inflação subir acima do desejado. Talvez o que eles não acreditam é que dados as condições atuais, essa possibilidade tem probabilidade não tão pequena. Mas os mercados talvez não enxerguem deste modo. Esta semana o FOMC, Comitê de política monetária nos EUA, se reúne na quarta-feira, sem que se espere grandes mudanças. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, provavelmente ouviu tudo sobre rendimentos reais negativos dos EUA: como eles são devastadores para as pensões e as seguradoras, fazendo com que as avaliações sobre ações superem a recuperação econômica, incentivando uma debandada no ouro e fora do dólar e dando a luz verde para as empresas americanas devorarem dívidas baratas mais uma vez. A mensagem que ele e seus colegas provavelmente transmitir

Out of Business

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Quando ainda se viajava com alguma frequência ao exterior, de vez em quando, nos deparávamos com uma plaquinha Out of Business,  em algum lugar que tínhamos frequentado no passado. O primeiro impacto era: como pode ter fechado um lugar que nos remetia tão boas recordações. Se hoje fossemos viajar, encontraríamos inúmeros desses cartazes. Qual seria nosso impacto? A tabela a seguir dá uma dimensão do que ocorre nos estabelecimentos americanos onde existe um risco maior de contaminação. O fechamento permanente de negócios está aumentando à medida que os impactos econômicos das paralisações governamentais induzidas por coronavírus continuam agitando a economia. O fechamento de negócios no Yelp atingiu 177.000 em 19 de abril e caiu para 132.500 em 10 de julho, quando os estados permitiram a abertura de suas economias. Porém, mesmo com o declínio do número total de empresas fechadas, o número de paralisações permanentes aumentou. Segundo o Yelp, dessas 132.500 empresas

A queda do dólar- dólar

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Para os leitores antigos do Mosca não é novidade a expressão dólar-dólar quando pretendo comentar sobre a moeda americana de forma abrangente (para quem não é, sugiro a leitura do post dólar-dólar . O conteúdo de hoje versa sobre a possibilidade de a moeda americana estar entrando num período de baixa acentuado. Um relatório da Gavekal, que diga se de passagem, tem uma visão negativa já algum tempo, coloca alguns pontos para reflexão. O fato de o dólar americano estar na mínima e de volta à sua crise, parece estar quebrando abaixo do seu intervalo de negociação dos últimos anos. Existem informações importantes, hoje, que afetam o preço do dólar americano. Ressalta-se uma importante modificação no ambiente de investimento global: estamos entrando num mundo aonde projeta um dólar mais fraco. E, assim como o sucesso tem muitos pais, existem algumas razões possíveis para isso: 1) A morte lenta da teoria sobre escassez de dólares nos EUA . Nos anos anteriores à crise finance