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Mostrando postagens de julho, 2019

Além do retorno passado

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Quando procuramos um médico é normal pesquisar seu passado, verificar sua qualificação, além da referência de pessoas conhecidas. Não vamos arriscar nossas vidas sem segurança. Na busca de um gestor das nossas finanças, o critério normalmente usado é o retorno que obteve no passado, como se os acertos pudessem ser replicados no futuro da mesma forma. Alguns estudos acadêmicos levantam outras características que necessitam ser observadas. Os investidores deveriam se preocupar com o status de relacionamento de um gestor de fundos? Que tipo de carro eles dirigem? Perguntar se eles ganharam algum jogo de pôquer ultimamente? Houve um tempo não muito distante, quando a opinião prevalecente na literatura financeira corporativa era que os traços pessoais de um gestor não influenciavam o desempenho de sua empresa. "A ideia era que, se o mercado é perfeitamente competitivo, só há uma maneira de gerenciar uma empresa e permanecer no negócio", diz Raghavendra Rau, profe

High Gear

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Amanhã é um dia importante para os mercados financeiros, tanto extremante como aqui no Brasil. Em relação ao Fed, existem dois elementos igualmente importantes: primeiro qual será o nível de redução dos juros, se 0,25% ou 0,50%, segundo, se a autoridade monetária indicara a intenção de novos cortes. Localmente, parece que existe um consenso que o BCB deveria baixar 0,50%, mas pode ser que, seu conservadorismo o leve a um corte de 0,25%. Em relação ao Fed a opinião está dívida, alguns analistas consideram até desnecessário esse corte, dada as condições da economia americana. Porém, a grande maioria acredita que é fundamental que a autoridade monetária aja de forma firme. Na opinião deles, existe o risco da economia americana, por estar no final de ciclo, entrar numa recessão mais profunda mais à frente. O dia de hoje deve servir para os investidores terminarem de se posicionar segundo suas expectativas. Sendo assim, não se espera grandes movimentos, bem como, o que acontec

What's going on!

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Não me recordo há quanto tempo, nos deparamos nos finais de semana com notícias mostrando a revolta da população de Hong Kong contra as autoridades locais. Essas manifestações começaram com um determinado objetivo e agora não se sabe bem o que é demandado. Não vejo ninguém alertar sobre um problema maior, mas eu não vejo dessa maneira. Parece que existia uma insatisfação que estava contida, e agora desafia o comando local. Por trás, sempre tem a mão dos chineses, que imagino em algum momento deverão intervir, caso essas manifestações não cessem, ou fiquem contidas a um número pequeno de manifestantes. No que parece ser a primeira vez, desde que Hong Kong foi devolvido à China pelo Reino Unido em 1997, o Gabinete de Assuntos de Hong Kong e Macau, uma autoridade continental que supervisiona os dois territórios chineses, realizou uma conferência de imprensa na segunda-feira, onde reiterou que protestos violentos que continuaram até domingo não seriam tolerados pelo governo

Teimosia

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Como uma criança pequena que não pode sofrer nenhuma frustração, o mercado não aceita outra decisão que não a queda de juros ao redor do mundo. As apostas são tão grandes nesse sentido, que mesmo notícias que a princípio seriam boas se tornam ruins. Ontem foi palco de dois momentos, primeiro o ECB publicou sua decisão de política monetária, sinalizando que está pronto para cortar as taxas de juros de curto prazo, pela primeira vez desde 2016, e reiniciar um programa gigante de compra de títulos, em uma significativa mudança política que visa isolar a instável economia da zona do euro dos ventos contrários globais. Até aí, o mercado ficou animado com as bolsas europeias subindo expressivamente. Mas ao notar que essa ação não seria tomada nessa reunião, mudou de curso, fazendo com que a alta virasse uma queda. Nos EUA a publicação das ordens de bens duráveis exceto Transporte em 1,2% para o mês de junho, foi muito superior à previsão dos economistas de 0,2%. A exclusã

Sir. BoJo

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A Inglaterra tem um novo primeiro Ministro, Boris Johnson, que foi eleito em substituição da ex–primeira Ministra, Thereza May. Sua principal missão não será melhorar a vida dos cidadãos britânicos, mas administrar a separação do Reino Unido com o Bloco Europeu, pelo menos nos próximos meses. Ainda muita dúvida permanece sobre essa questão, pois existem duas possibilidades principais e uma terceira menos provável. A primeira dupla é uma saída de forma negociada (soft Brexit) ou de forma unilateral, esta última com consequências danosas aos britânicos, e por último um novo plebiscito consultando a população sobre a saída ou não da União Europeia. O mercado está colocando maior probabilidade no primeiro caso (soft Brexit), mas as outras duas não tem chances desprezíveis. Acontece que. BoJo, nova abreviação do primeiro Ministro, não é uma figura muito bem quista pela população. Na última pesquisa elaborada, somente uma minoria gostou da sua indicação. Outro complicador p

Tiro com bala de festim

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Uma das formas clássicas de se enfrentar uma desaceleração econômica é o uso da taxa câmbio. Para o leitor que não está familiarizado com essa técnica vou explicar de forma simplificada. Suponha que o Brasil exporte somente um produto e seu preço fixado em moeda local é de R$ 100. Considerando uma taxa de câmbio em dólares de R$ 2,50, esse produto é oferecido nos EUA à U$ 40. Para incentivar essa economia, o governo promove uma desvalorização do real de 20%, fazendo com que a nova cotação seja de R$ 3,00. Nesse caso, o produto exportado passa a valer em dólares U$ 33,33, ou seja, uma queda de 20% que poderá atrair novos compradores, ou substituir importações de outros países. Na verdade, as cosias não são tão simples assim, pois essa desvalorização desejada pelo governo, num pais com câmbio livre, poderá não acontecer dessa forma, pois se esse país tem um fluxo de dólares positivos, o câmbio sofre naturalmente uma pressão valorização. Se esse produto é uma commoditie, cuj

A única opção

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Todos já passamos por surto de viroses cujo tratamento requer mais um esforço do corpo humano que a ingestão de remédios, mas as vezes nos é receitado antibióticos, que deveriam ser usados somente em infecções bacterianas. Como consequência, o corpo vai se tornando resistente e o antibiótico passa a diminuir seu efeito. A situação econômica que vivemos, desde a grande recessão de 2009, se parece a uma virose. Os bancos centrais adotaram a injeção maciça de moeda como também a adoção de juros negativos. Mas os resultados ainda deixam a desejar, pois depois de algum tempo, novas doses são necessárias. Um artigo publicado pelo WSJ, destaca que, um momento como esse de novas medidas, parece se aproximar. Os bancos centrais ao redor do mundo estão prontos para lançar alguns dos estímulos monetários mais agressivos desde a crise financeira de uma década atrás. Mas as circunstâncias são diferentes agora, com políticas voltadas mais para dar vida a expansões de décadas, em v

Pegaram o "esperrto"

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Num ambiente de trabalho sempre existe aquele funcionário que gosta de se aproveitar. Alguns passam horas no telefone – agora no WhatsApp -, na cafeteria bate papo com quem aparecer, ou em trabalhos de equipe ficam na moita. Agora não mais! O Wall Street Journal traz um artigo revelando as novas técnicas disponíveis para desvendar esses “esperrtos”. Seu empregador pode saber muito mais sobre você do que você pensa. O tom da sua voz em uma reunião. Quantas vezes você está longe da sua mesa. Com que rapidez você responde a e-mails. Onde você vagueia no escritório. O que está na tela do seu computador. Ser funcionário de uma grande empresa nos EUA agora significa transformar-se em um gerador de dados da força de trabalho - desde o primeiro e-mail enviado da cama pela manhã, até o hotspot Wi-Fi usado durante o almoço, e até o novo contato comercial adicionado antes de ir para casa. Os empregadores estão analisando essas interações para saber quem é influente, quais equipe

Tem solução?

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A disputa entre os EUA e a China de maneira nenhuma terminou. Permanecem alguns assuntos muito importantes que se encontram parados. Se existe alguma coisa que o mercado de ações odeia é indecisão, é melhor enfrentar uma situação ruim que ficar ambíguo. Não tenho dívida que seria melhor definir as alíquotas e pronto, os preços se ajustariam a essa situação. Essa circunstância, guarda as devidas proporções, se assemelha a publicação de resultados que as companhias fazem trimestralmente. Por exemplo, ontem a Netflix publicou seu resultado com uma queda no número de assinantes nos EUA, porém, o resultado foi superior em função do reajuste de preços. Imediatamente, no after market, as ações caíram 11%. O novo preço foi calculado através de um modelo financeiro que assumiu essas novas premissas. Esse resultado impactou os preços ao redor da queda acima, e pronto, a vida continua. Ontem, poucas horas depois do WSJ ter noticiado que as negociações comerciais entre os EUA e a Ch