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Mostrando postagens de janeiro, 2019

O Fed não dá nada!

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Ao propor o Tema do Mosca de 2019, onde estava implícito uma divergência entre os participantes do mercado, em relação a política monetária a ser seguida pelo Fed, já imaginaria que num espaço de tempo de um mês, a autoridade monetária mudasse de opinião tão radicalmente. Para lembrar os leitores, pela indicação de seus membros, ficava implícito três altas de juros para o ano em curso, agora nenhuma!   O Federal Reserve indicou nesta quarta-feira que não irá aumentar os juros por enquanto, alimentando uma recuperação do mercado, com alta das bolsas e queda do dólar, As autoridades votaram por manter sua taxa de referência estável e provocaram uma reviravolta de sua posição política de seis semanas antes. No mês passado, eles aumentaram sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 2,25% e 2,5%. "O motivo para aumentar as taxas enfraqueceu um pouco", disse o presidente do Fed, Jerome Powell, em uma coletiva de imprensa após a mais

O grande temor

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Na semana passada encerrou-se o tradicional encontro de empresários e líderes mundiais reunidos em Davos. Além do restaurante oferecer o hot dog mais caro do mundo –U$ 43, a falta de diversos líderes mundiais, qual seria uma das principais discussões desse evento. Quão preocupado devemos estar com relação à inteligência artificial? A inteligência artificial (IA) substituiu o blockchain como a grande conversa para os executivos, perdendo apenas para o comércio entre os Estados Unidos e a China. Houve 11 sessões públicas sobre IA, a maior em relação a qualquer outro tópico. Oitenta e cincos por cento dos diretores-executivos responderam que o aprendizado de IA e de máquinas, a partir de grandes conjuntos de dados, mudaria drasticamente seus negócios nos próximos cinco anos, de acordo com um relatório da PwC. Mas, quando perguntados se a IA substituirá mais empregos do que cria, os CEOs ficaram divididos: 49% acham que sim, 41% não, e 10% não sabem. Se a China estava a c

Do lado errado do Hemisfério

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Não é só o Brasil que vem apresentando crescimento econômico baixo, para dizer a verdade, muito baixo. Seria de se supor que, uma economia do tamanho da brasileira e considerada como mercado emergente, nosso crescimento deveria ser bem maior. Um estudo elaborado pelo FMI aponta que essa situação de baixo crescimento, acontece em toda a América Latina, levando a pensar que o problema pode ser outro. O enfraquecimento da economia global e a crescente incerteza política estão contribuindo para desacelerar o ímpeto de crescimento da América Latina. No geral, a região deverá avançar 2% em 2019 e 2,5% em 2020 - ainda bem abaixo dos países pares em outras regiões. O aperto das condições financeiras globais e os baixos preços das commodities provocados pelas tensões comerciais entre os EUA e a China, contribuíram para a desaceleração da região. Além disso, a política monetária foi reforçada em algumas economias para conter as pressões inflacionárias decorrentes, em parte, da

O Fed mudou de turma

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O tema do Mosca para 2019 versa sobre o número de altas de juros a serem implementadas pelo Fed. A razão do tema, “quem dá menos”, é justamente a discrepância que havia no final do ano passado entre as taxas espelhadas pelo mercado, a dos economistas dos principais bancos, e o Fed. Sendo assim, coloquei em dúvida qual grupo prevaleceria neste ano, quem dá menos! Parece que pouco a pouco, os divergentes altistas estão tendendo para aquilo que o mercado esperava. Talvez todos estarão dando menos! Até aí, nada de muito grave, dependendo os motivos que justificam essa reavaliação. Agora se ao invés de dar menos, tiverem que “dar negativo”, reduzindo as taxas, então, uma recessão poderá estar despontando no radar. Uma das principais questões que o Federal Reserve enfrenta quando seu comitê de formulação de políticas se reúne esta semana é se vai contrapor-se à recente grande mudança na forma como os mercados caracterizam sua mentalidade política. Nas últimas semanas, os mercad

O cliente é rei

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Certa vez, eu estava em tratativas com a Merrill Lynch, negociando a Linear, empresa em que eu era sócio. Numa dessas conversas, meu interlocutor me disse: “ é mais importante ter a relação com o cliente, que ter um fundo com uma performance excepcional”. Como naquele momento, eu me enquadrava no segundo caso e ele no primeiro, achei que ele estava me “operando”, a fim de obter um preço melhor. O negócio acabou não acontecendo por conta do impacto em nossos fundos, oriundo da crise da Ásia em 1997. Mas essa frase nunca saiu da minha cabeça, e com o passar dos anos, entendi o que ele tinha a me dizer. Tinha toda a razão, quem tem acesso ao cliente é rei! Um artigo publicado pelo Wall Street Journal chamou minha atenção. A Amazon está pedindo para as empresas que fabricam bens de consumo criarem marcas exclusivas, depois de descobrirem que desenvolvê-las por conta própria é muito caro e demorado. Os gêneros alimentícios e adoçantes da marca GNC estão entre os primei

Fora 100% do CDI

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Me recordo que há alguns anos era comum negociar com o gerente de banco a remuneração das aplicações indexadas ao CDI. Longas discussões entre o cliente e a mesa de operações do banco para ganhar um pontinho a mais, conseguindo em alguns casos, a almejada taxa de 100% do CDI. Ao “arrancar” essa taxa do banco, tinha-se a sensação de ter fechado o melhor negócio da vida, era inclusive tema de conversas entre amigos. Quando as taxas de juros eram de 2 dígitos, até fazia sentido essa discussão, 5% do CDI representava uma taxa adicional de 1,00% a.a., muito superior à taxa de administração cobrada pelos fundos desta categoria. Lógico que existiam, e até deva existir, fundos que cobravam mais que isso, porém eram destinados ao varejo. Para fins ilustrativos, o gráfico a seguir mostra a série histórica da taxa SELIC que guarda correlação com a taxa DI. Como se pode notar, quando começou a ser anunciada pelo banco central, oriunda da implantação do regime de metas inflacionarias

Europa; Esqueceram de mim (ainda bem!)

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Recentemente, muito se tem falado sobre a disputa entre os EUA e China e suas consequências, mas pouco sobre a Europa. A seguir me refiro a um artigo publicado sobre esse assunto pela Bloomberg. A preocupação com a saúde da economia mundial se aprofundou nos últimos três meses. Isso explica grande parte da dificuldade dos mercados de ações nesse período. A China, por muito tempo o país responsável pela maior parte do crescimento mundial na margem, encabeça corretamente a lista de preocupações. Enfrenta uma combinação alarmante de problemas. Mas a última nova previsão econômica do Fundo Monetário Internacional mostra que a Europa, e não a China, pode ser ainda mais um ponto de pressão. Abaixo, as previsões do FMI para as diferentes principais economias, e como se moveram desde a última previsão publicada em outubro: A queda nas estimativas do FMI é quase totalmente devido à decisão de seus economistas de rebaixar os principais motores da Europa Ocidental - particu

A influência do comportamento humano

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É impossível separar completamente a emoção da razão. Para quem se diz um investidor racional, movido somente a fatos, vai encontrar em sua história de investimentos momentos de grande angústia. Acredito que para quem só usa análise fundamentalista, esses momentos criam muita confusão em suas crenças. Talvez, inconscientemente, esta tenha sido a razão pela minha inclinação na análise técnica. A análise técnica permite um balanço entre as duas partes de nosso cérebro – razão e emoção. Quando o cenário é mais calmo, sem muitas indefinições, a volatilidade tende a ser mais baixa e a razão prevalece. Enquanto em momentos mais perturbados, a volatilidade se eleva prevalecendo a emoção. Talvez fique uma ideia errônea que a baixa volatilidade esteja associada com mercados em alta e a alta volatilidade para mercados em queda. Isso não necessariamente é verdade, embora aconteça na maior parte dos casos. É possível momentos de alta volatilidade com mercados em alta, o melhor exempl