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Mostrando postagens de novembro, 2019

Futuro da mobilidade

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Como já comentei anteriormente, vendi meu carro há 18 meses, posso afirmar que é uma delícia. É verdade que eu não me locomovo com muita frequência pois trabalho em Home Office, mas quando necessito chamo o Uber aproveitando o percurso para “trabalhar” e não ficar irritado com o transito de uma cidade como São Paulo. O único carro da casa é da minha esposa que acabo usando raras vezes. Agora, toda vez que chega o pagamento do IPVA, seguro ou o custo de uma manutenção é um mal humor só, pois a comodidade tem um custo. Na verdade, uma pseudo comodidade, pois para mim, o Uber é muito mais cômodo! Outro dia assisti uma apresentação de Tony Seba, numa conferência patrocinada pelo JPMorgan sobre o futuro do transporte. Vou anotar alguns pontos que considero mais relevantes desse tema: ·          10% das pessoas que vendem seus carros não estão repondo. ·          Energia “limpa” deve causar rupturas nos seguintes mercados: Baterias, veículos elétricos, veículos autônomos, tra

Limite máximo

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Em dias como hoje, onde é feriado em Nova York, pouca coisa acontece. Sendo assim, vou aproveitar para comentar assuntos relativo ao mercado de ações. Começo com o conceito da construção dos índices que são de conhecimento geral. A primeira pergunta que pode surgir, para quem não conhece a fundo, é como as ações são selecionadas. O critério mais comum é função da negociação ocorrida num determinado período, no caso do SP500, como o próprio nome diz, são escolhidas as 500 em ordem decrescente de volume. Feito isso, falta definir qual a participação de cada uma no índice, para esse quesito adota-se o que se denomina de market cap, que é o resultado da multiplicação do número de ações de uma determinada companhia pelo preço da sua ação no mercado. Em outras palavras, o seu valor total a mercado. Soma-se o valor das 500 companhias e a proporção será o valor de cada uma pelo total. Tudo isso é atualizado periodicamente segundo regras bem estabelecidas. Notem que cada índice te

Surpriiise!

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Hoje foram publicados dois dados da economia americana, que de certa forma, contestam os prognósticos mais sombrios. O primeiro diz respeito a revisão do PIB do terceiro trimestre, agora em 2,1% contra a inicial de 1,9%. Embora se refira a dados passados, e a expectativa para o trimestre em curso (através da projeção do GDPNow calculado pelo Fed de Atlanta), está em 0,3%, não deixa de ser uma boa notícia, e questiona de certa forma a política de queda dos juros. Em seguida, após uma queda inesperada em setembro, esperava-se que os novos pedidos de bens duráveis se contraíssem ainda mais nos dados preliminares de outubro, mas surpreenderam bastante, aumentando 0,60%, contra uma expectativa de retração de -0,90%, após uma queda de 1,40% revisada para baixo em setembro. Entretanto, em bases anuais a queda é de 0,90%. Além disso, o proxy para despesas de capital, excluindo itens de Defesa, e embarques de aviões – a forma mais “limpa” para avaliar esse indicador, subiu

Perspectiva histórica dos juros

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Hoje, vivemos em um ambiente de baixa taxa de juros, onde o custo dos empréstimos para governos e instituições é menor que a média histórica. É fácil ver que as taxas de juros estão baixas, mas, como se pode verificar a seguir, elas também estão no nível mais baixo dos últimos 670 anos. O gráfico a seguir, aponta a evolução das taxas de juros em diversos países. O comércio trouxe muitas boas ideias para a Europa, ajudando a estimular o Renascimento e o desenvolvimento da economia monetária. Os principais portos e países comerciais europeus, como a República de Gênova ou a Holanda durante o período da Renascença, ajudam a fornecer uma boa indicação do custo dos empréstimos no início da história das taxas de juros. República de Gênova: 4-5 anos Taxa de empréstimo Gênova tornou-se associado júnior do Império Espanhol, com banqueiros genoveses financiando muitos dos empreendimentos estrangeiros da coroa espanhola. Os banqueiros genoveses forneceram à f

A realidade confronta as expectativas

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Nouriel Roubini, o renomado economista que previu a crise de 2009, escreveu um artigo recente, enumerando os riscos existentes nas economias mundias, que foram encobertos pela recente euforia dos mercados. A seguir encontram-se seus argumentos. A mudança repentina de risco reflete quatro desenvolvimentos positivos. Primeiro, é provável que os EUA e a China cheguem a um acordo de "primeira fase" que pelo menos interrompa temporariamente qualquer nova escalada de sua guerra comercial e tecnológica. Segundo, apesar da incerteza em torno da eleição do Reino Unido em 12 de dezembro, o primeiro-ministro Boris Johnson conseguiu pelo menos garantir um acordo provisório de "Brexit" com a UE, e as chances de o Reino Unido cair fora do bloco foram substancialmente reduzidas. Terceiro, os EUA demonstraram restrição diante das provocações iranianas no Oriente Médio, com o presidente Donald Trump percebendo que ataques cirúrgicos contra esse país podem resultar em uma

Aposta atômica

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No próximo ano haverá eleições para presidente nos EUA. Historicamente, os presidentes que no primeiro mandato tiveram uma boa ascensão econômica foram reeleitos, entenda-se como, bolsa de valores subindo.   Nesse quesito, Trump teria os pré-requisitos para dobrar seu mandato, porém o processo de impeachment pode complicar sua vida. Como provavelmente, não existe um outro nome do partido Republicano que seja competitivo, e considerando sua elevada rejeição por parte da população, é bom analisar o que existe do lado dos Democratas. Um nome que surgiu como favorito neste momento, é a candidata Elizabeth Warren, professora da Universidade de Harvard que se tornou famosa por seus fulminantes interrogatórios de banqueiros facínoras, que tinham levado o país para o abismo da Grande Recessão. A jurista, com retórica combativa e progressismo da velha escola, tornou-se a grande dama da esquerda dos EUA. A candidata norte-americana tem mais de um plano. Até agora, quase 20. Se dife

Mal-acostumado

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A ciência comportamental apresentou grande evolução nos últimos anos e passou a integrar o mundo das finanças. Essa nova teoria está em contraste com os modelos clássicos de avaliação de portfolios como por exemplo a fronteira eficiente. De que servem os modelos matemáticos que levam em consideração decisões lógicas se o ser humano também usa seus sentimentos em seu em seu processo decisório. Algumas empresas estão coletando informações das decisões feitas por seus gestores afim de compreender os motivos que os levam a tomar decisões erradas. A mais comum diz respeito a tendência de vender os ativos com pequenos lucros e manter os que tem prejuízo – normalmente se tornam grandes. Isso está em acordo com a tese do economista Daniel Kahneman, no qual, um prejuízo de 5% tem um impacto emocional muito maior que um lucro de mesma magnitude. Sendo assim, existe uma tendência a querer “recuperar” uma perda.   Trinta anos de pesquisa em ciência do comportamento ensinou como o cér

É uma miragem ou é real

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Quem acompanha os mercados internacionais pode estar um pouco perplexo com a performance das bolsas de valores, principalmente a americana. Algumas semanas atrás, o assunto era quando a economia americana entraria em recessão. Como num passe de mágica, todo mundo esqueceu desse assunto. Para quem convive nesse meio não fica tão surpreso, pois é assim que os mercados caminham. Duas notícias principais acalmaram os investidores: um possível (ainda não foi assinado) acordo entre EUA e China, e uma provável (ainda não resolvido) saída para o Brexit. Notem que se foi esse o motivo, ambos carecem de resolução. As ações responderam bem a notícias mais econômicas e políticas. Os dados globais apontam para um possível embasamento da recente desaceleração do crescimento mundial que envolve 90% dos países, segundo o Fundo Monetário Internacional. Outro fator que também teve impacto nos mercados está relacionado aos dois bancos centrais mais importantes - o Banco Central Europeu

Renminbicoin

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A China busca se desvencilhar do dólar a todo custo. A guerra comercial está fazendo com que a segunda maior economia do mundo se afaste do dólar e, ao invés disso, elevando sua participação em outras moedas estrangeiras.                                        Embora a China ainda aloque uma parte alta de suas reservas cambiais em dólar, estimada em cerca de 59% em junho de 2019, o ritmo de diversificação em outras moedas provavelmente acelerará no futuro. Mas isso não é suficiente, apenas uma forma de diversificar suas reservas não permitirá que o renminbi possa ser usado como uma moeda de reserva, seriam necessários muitos passos, o que demandaria um tempo amplo. Mas uma outra forma mais rápida e eficiente pode estar surgindo com o lançamento de uma moeda digital. O economista Kenneth Rogoff publicou um artigo comentando sobre essa ação chinesa e seus possíveis impactos no sistema de trocas. CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, estava pelo menos parcialmente c