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Mostrando postagens de setembro, 2020

Cloroquina monetária

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  O evento da Covid-19 desencadeou uma atitude por parte dos governos que coloca os monetaristas de cabelo em pé. De forma geral, a injeção de liquidez nos sistemas mundiais se deu por 2 formas básicas: expansão monetária e expansão fiscal. A primeira está por conta dos bancos centrais enquanto a última pelo ministério da economia. Nenhum país escapou dessa dupla dose, o que se pode discutir é o tamanho total, e cada uma delas. Sobre a parte monetária o Fed definiu uma nova estratégia em relação a inflação, dizendo que daqui em diante irá levar em consideração a inflação média de um período, sem revelar os detalhes dessa fórmula. Nitidamente, quis induzir os investidores a assumir risco, pois não pretende subir os juros mesmo que a inflação ultrapasse a meta de 2% a.a. Hoje foi a vez do ECB, a presidente Christine Lagarde disse que vale a pena examinar uma estratégia no estilo do Federal Reserve que permite que a inflação suba temporariamente acima da meta da instituição. Uma p

Pistas de um tombo

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  A GE, empresa americana que atua em diversos segmentos industriais, era conhecida como o modelo de gestão. Quando Jack Welch era o CEO da companhia, entre 1981 a 2001, as receitas subiram de U$ 20 bilhões para U$ 26,8 bilhões, naquela época essa ascensão era fantástica. O lema da GE era ser a primeira ou segunda dentro do setor que atuava, caso contrário era vendida. Mas desde a sua saída suas ações e negócios começaram um movimento de queda, atingindo atualmente mais de 90%. Li alguns anos atrás, um livro muito interessante é instrutivo, Fora de série, Malcom Gladwell, que cita 3 fatores de sucesso numa carreira: competência específica; repetição e sorte. Seria fácil apontar que o motivo da queda que ocorreu na GE, foi a ausência de Jack Welch, provavelmente é uma boa razão. Como eu acredito que ninguém é insubstituível, tanto faz a razão do debacle. Um artigo publicado por Bem Carlson em seu post chamou minha atenção, vejamos seus principais argumentos. Comprar quando há sa

Tudo vai virar commodity

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Tenho observado uma serie de empresas abrindo seu capital na bolsa americana, em sua maioria na área de tecnologia. Os valores de lançamento são muito elevados o que sugere crescimento acelerado. Ao observar os campos de atuação, poderia resumir que se trata de oferecer preços de produtos ou serviços mais baratos ao consumidor, ou originam uma ferramenta de otimização de informações cujo objetivo de gerar maior produtividade. Acredito que estamos vivendo aceleradamente o processo de destruição criativa, definido pelo economista austríaco, Joseph Schumpeter. O que esse autor não imaginava é que seria possível esse cenário acontecer de forma generalizada, em toda a economia. Agora que o consumidor perdeu o medo (ou aprendeu) a fazer compras on line, viabilizou de forma exponencial o consumo de produtos e serviços direto do produtor, sem intermediários, e com a organização de entregas porta a porta. Não tem por que isso não ganhar enormes dimensões – ontem escrevi sob os sub produtos

O petróleo vai se aposentar?

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  Que o mundo está no caminho de reduzir o uso de petróleo como fonte de energia é um fato, mas se isso é factível num horizonte de médio prazo é duvidoso. Um trabalho elaborado pelo JP Morgan fornece informações abrangentes sobre esse tema. Os recentes aumentos de emissões vêm principalmente de economias emergentes, mas motivado por quais razões. Os países desenvolvidos vêm se desindustrializando há 25 anos, o que mudou fabricação com uso intensivo de carbono de aço, cimento, amônia e plásticos para o mundo emergente. Em outro palavras, os países emergentes agora produzem bens industriais de que precisam, além do que também produzem para o mundo desenvolvido. Qualquer discussão sobre emissões e cargas regionais deve refletir essas realidades. Esquecendo a redução de emissões; vamos apenas pensar sobre manter as emissões estáveis. As emissões das economias emergentes aumentaram 3% a.a. desde 2007 enquanto nos países desenvolvido as emissões mundiais diminuíram 0,7%. Supondo que as em

Copo 1/4 cheio

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  As tragédias humanas e as enormes perturbações econômicas causadas pelo COVID-19 têm comandado a atenção do público e dos formuladores de políticas por mais de seis meses, e devem continuar a fazê-lo. Mas na gestão da crise, não podemos perder de vista as oportunidades. Para empresas, governos, famílias e instituições multilaterais que navegam neste período inquietante, a tarefa básica é a mesma: superar interrupções induzidas pela pandemia. Agora é a hora de olhar para tendências e condições que remodelarão nossa sociedade e economia para melhor a longo prazo. Com este objetivo amplo em mente, aqui estão as seis melhorias possíveis. A primeira é que estamos vivendo um dos períodos mais tocantes e promissores de invenção médica e inovação da história. Embora o foco imediato esteja justamente nas vacinas e terapias COVID-19, devemos esperar que a pesquisa em andamento produza uma série de outras descobertas, muitas das quais produzirão benefícios significativos e duráveis. Em se

É mais fácil ser pessimista

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  Hoje precisei ir à agência do meu banco pela primeira vez esse ano. A caminhada teve dois efeitos imediatos: primeiro notei como faz falta a rotina de percorrer as ruas da forma com fazia antigamente, sem me preocupar com nada, e principalmente sem que meu óculos ficasse embasado com o uso da máscara; segundo que a agencia parecia um velório, poucos funcionários e clientes. Parece que seu final - agência, está perto. O que eu fui fazer lá poderia muito bem ser feito a distância. Uma leitura das diversas fontes que faço diariamente chamou minha atenção, por um fato que nunca havia pensando, a de que é mais fácil ser pessimista. Eu descreveria minha perspectiva no mercado como otimista de longo prazo, ansioso a curto prazo. Pode parecer contraditório, mas não é. Aposto que há muitos investidores por aí que acreditam fortemente que as ações estarão mais altas daqui a 20 anos, e ainda assim você não saberia disso olhando para sua carteira, ou por sua atividade de negociação. Se o

O diabo está nos detalhes

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  Eu acredito estarmos entrando numa fase histórica no Brasil. Depois de passar décadas com juros estratosféricos, entramos num ciclo onde vislumbro juros baixos. Essa situação é bastante nova e tem gerado desconfianças por parte do mercado, cada vez que, alguma ameaça hipotética coloca em risco essa situação. É preponderante que as condições que levaram a essa conjuntura sejam mantidas, ou seja, um controle sobre o déficit público. Esse ano foi muito atípico, com o advento da Covid-19, o governo se viu obrigado a elevar significativamente o déficit. Passado o período mais crítico da pandemia, embora ainda mantenha resquícios importantes, está na hora de colocar a casa em dia. Assistimos nos últimos dias, uma batalha dentro do governo, de como seguir daqui em diante, e é natural que um afrouxamento indesejável pode colocar tudo a perder. Porém, ainda mantenho um viés otimista. Vamos assumir sem custo, que iremos entrar nos trilhos. Tenho insistido há um bom tempo, que os investid

O povo não será vencido

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  Existe a maior polemica sobre os motivos que fizeram a bolsa americana subir este ano. O “culpado” foram as pessoas físicas que com tempo sobrando em casa, resolveram entrar de cabeça no mercado. Fiz um resumo de alguns artigos sobre esse assunto publicados na Bloomberg. O verão selvagem de 2020 transformou pequenos investidores em grandes baleias, deixando os profissionais se perguntando sobre o que realmente foi o rali. Não é nenhuma surpresa que os traders profissionais - dificilmente modelos de racionalidade - apontem para investidores comuns quando as coisas ficam estranhas. Mas é verdade que, parece ter sido mais impulsionando pela era Covid do que os cortes de taxas e estímulos governamentais. O aumento do trades sem comissões, a facilidade de compra de ações fracionadas e talvez o sentimento sombrio e vertiginoso de que não há nada melhor para fazer, alimentou um novo fascínio público pelo mercado de ações. Os investidores de varejo, agora respondem por 20% das negociaçõe

A dependência das drogas

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O Mosca não precisa enfatizar os malefícios de ser viciado, principalmente em drogas. É muito fácil entrar e muito mais difícil sair, normalmente começa com alguma fraqueza de momento. Este tipo de dependência também está presente nos mercados internacionais nos dias de hoje. Desde 2008, quando da eclosão da grande recessão, que não é tão grande assim hoje, os bancos centrais ao redor do mundo iniciaram um movimento de injeção de liquidez através da compra de ativos. Os leitores antigos lembram a associação que criei com o dinheiro arremessado por helicópteros. Essas aeronaves estavam espalhadas por todos os cantos. Agora com o evento da Covid-19, os helicópteros não deram vazão ao volume ofertado, foi necessário os B-52, bombardeiro usados em missões de alta intensidade. E o mercado está viciado, e como todo viciado, não tem limites no seu consumo Ontem na reunião do Fomc, o banco central americano não tinha muito a oferecer em termos de novas ações. Mas as palavras podem substitu