A Coca-Cola do mercado de ações #nasdaq100

 


Às sextas-feiras eu organizo um almoço com um grupo de amigos. Para tornar um momento agradável e de reflexão, proponho uma tema que pode ser de qualquer assunto do momento. Dada a idade média desse grupo, restrinjo a cinco minutos assuntos de saúde — dores inclusive — e política.

Hoje o almoço será em minha casa, onde farei a apresentação que realizei na FEA no mês passado. O assunto, como já havia mencionado aqui antes, se divide em duas partes: o litígio sem solução que versa sobre as ações tomadas pelos americanos e chineses e suas consequências; depois, uma provocação da frase tão conhecida que adaptei para: Comprar caro e vender barato, nessa parte uso o exemplo da Nvidia como a ação cara a comprar, e é sobre ela o assunto de hoje – vender barato versa sobre ações de bancos.

Na minha adolescência, a Coca-Cola dominava o mercado de refrigerantes. Naquela época só existia uma — a Light e a Zero foram introduzidas quando o mundo começou a se preocupar com a saúde. Naquele instanre era tão grande a procura que as distribuidoras ofereciam da seguinte forma: só leva Coca quem também levar Grapette – para quem não conheceu, esse último era um refrigerante de uva horrível. Os bares não tinham opção e consideravam o preço da Grapette como um custo adicional da Coca-Cola, pois ninguém pedia.

Está semana saiu o resultado da Nvidia, e novamente as vendas e lucro foram acima da expectativa. Dan Gallagher comenta no Wall Street Journal.

A Nvidia domina o mundo da inteligência artificial, mas esse mundo está ficando um pouco menor – e mais lotado.

A fabricante de chips agora sinônimo de IA relatou mais um trimestre de crescimento de vendas e lucros na noite de terça-feira. A receita mais do que triplicou para US$ 18,1 bilhões graças principalmente ao aumento das vendas no segmento de data centers da empresa, que agora é quatro vezes maior do que seus outros negócios combinados. A forte liderança da Nvidia  nos chips necessários para alimentar tecnologias de IA generativas, como o ChatGPT, também é evidente em seus resultados crescentes. As margens operacionais ajustadas atingiram um recorde de 64% no terceiro trimestre fiscal encerrado em outubro, muito acima da média da empresa de 38% para o mesmo trimestre nos últimos cinco anos. 

Mas estar no topo tem seu preço. A forte liderança da Nvidia nos chips de IA mais avançados tornou a empresa um alvo preferencial de novas regras do governo dos EUA que buscam desacelerar os avanços da China na área. Elas entraram em vigor em outubro, e a Nvidia alertou na terça-feira que espera que as vendas para a China e outros mercados mencionados em novas restrições de exportação "diminuam significativamente" no trimestre atual.

A Nvidia acrescentou que qualquer perda de vendas para a China "será mais do que compensada" pelo forte crescimento em seus outros mercados. A empresa ainda conseguiu projetar US$ 20 bilhões em receita para o trimestre de janeiro, um aumento de 231% em relação ao mesmo período do ano passado e 11% acima das metas de Wall Street. Mas o tom do alerta ainda foi um pouco mais duro do que as declarações que a Nvidia fez sobre o assunto nos últimos trimestres, à medida que as tensões entre os EUA e a China aumentaram. O preço das ações da Nvidia – que subiu 60% apenas nos últimos seis meses – caiu quase 2% nas negociações após o relatório e teleconferência da empresa.

A diretora financeira Colette Kress disse durante a teleconferência de resultados que a Nvidia está trabalhando com o governo dos EUA  em novos designs de chips que estariam em conformidade com as regras. Mas o resultado e o momento disso permanecem incertos. Isso significa que a Nvidia provavelmente ficará mais à mercê dos hábitos de consumo de gigantes da tecnologia, como Microsoft, Google, Amazon e Meta Platforms, controladora do Facebook, que estão investindo bilhões em equipar seus data centers com recursos generativos de IA. 

Felizmente para a Nvidia, sua demanda está indo em apenas uma direção nos dias de hoje: para o céu. Wall Street vê a maior parte desses gastos fluindo diretamente para os cofres da Nvidia. A receita de data center da empresa agora está projetada para atingir US$ 65 bilhões no ano fiscal que termina em janeiro de 2025, mais do que o dobro das vendas combinadas de data centers projetadas das rivais Intel e AMD para aproximadamente o mesmo período. 

Ajuda que as mesmas grandes empresas de tecnologia que têm os meios e a motivação para desenvolver seus próprios chips de data center internos estejam se aproximando da Nvidia; Alphabet observou especificamente a disponibilidade de novos serviços de nuvem alimentados pelo chip H100 da Nvidia em sua própria teleconferência de resultados no mês passado. E a Microsoft, que anunciou seus primeiros chips internos para processamento de IA em sua conferência Ignite na semana passada, trouxe o CEO da Nvidia, Jensen Huang, ao palco do mesmo evento para anunciar novos serviços oferecidos pelas duas empresas.

Com a geopolítica tornando sua vida mais complicada, é bom para a Nvidia ter muitos amigos locais com bolsos fundos.

Embora todas as pessoas que virão ao almoço tenham um contrato vitalício com Mosca — assinaram numa situação muito vantajosa desde o início! —, só irão ler esse post no final da tarde, sendo assim posso revelar parte do conteúdo e da argumentação. Se vocês fizerem uma análise trimestral dos resultados da Nvidia, chegarão a índicesP/L que variaram de 70 a 100, inclusive o mais recente. De bate-pronto, nem precisa ser um grande entendido em finanças para concluir que essas ações são muito, muito caras.

Em seguida, eu mostro como suas ações evoluíram no tempo. Como podem ver a seguir, subiram uma barbaridade, principalmente nos últimos 10 anos.



Quando eu colocar esses números, vou perguntar se alguém compraria essa ação agora. Os mais “espertos” provavelmente responderão que sim, afinal se eu perguntei algo que aparenta ser ilógico, deve ter alguma razão. Então mostro qual é minha expectativa, usando a análise técnica.




Notem que esse gráfico é com janela mensal e a previsão entre U$ 2.500 a U$ 3.250 provavelmente em 2026.

Um pensamento válido seria quando o P/L dessa empresa vai se normalizar como acabou acontecendo com as grandes empresas do setor de tecnologia como Microsoft, Amazon e Google para citar alguns – não que estejam baratas por esse critério, seus P/L são ao redor de 25 -30. Ninguém sabe dizer essa data — e enquanto suas vendas continuarem a crescer de forma quase exponencial, o seu P/L será alto.

Ontem estava explicando esses conceitos ao meu filho e, ao observar um gráfico da ação do SLV Bank, perguntou: e se eu entrar no pico desse gráfico, vou perder tudo? Disse que existe a salvaguarda do stop loss: Na Teoria de Elliot se pode calcular os objetivos da alta – um pouco o que fiz na quarta-feira ao liquidar a posição no SP500. Se a ação está perto desse limite o stop loss deve ser bem curto, entretanto não teria como fugir do prejuízo  que, diferentemente do fundamentalista que não associa essa fronteira, e o prejuízo poderia seria ilimitado. Ainda disse mais: conforme a queda se procedia naquele caso, uma forma de aproveitar seria vendendo a descoberto.

O caso da Nvidia é sui generis nesse momento, quem quiser entrar na IA vai ter que comprar seu chip, que é caro e único. Isso pode mudar no futuro, lógico, sempre aparecem concorrentes e os preços devem cair, mas por enquanto ela está como a Coca-Cola: quem quiser tem que pagar o preço.

No post http://acertarhard-landing-agora-soft-landingfiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ... “ Tive que adotar uma opção agressiva na contagem de ondas para acomodar a alta pujante que ocorreu esta semana. Nessa estrutura a onda 1 em laranja terminou mais cedo. A outra opção teria que assumir que a mesma não terminou, nesse caso, a onda 5 de menor porte (não aparece nesse gráfico, porém está indicado como o símbolo verde) seria estendida, o que não é muito comum. O objetivo na condição adotada seria 17.436” ...




A bolsa continuou subindo desde a semana passada sem que houvesse nenhuma indicação de correção da maneira como estou esperando. A dúvida exposta acima permanece. No momento não me sinto confortável em sugerir um trade de compra, posso me arrepender, porém esse gráfico me sugere cautela.




Meu parceiro, Alberto Dwek, me enviou um artigo ontem onde comentava que os Hedge Funds teriam perdido U$ 43 bilhões por conta de posições vendidas nas bolsas – seguramente não leem o Mosca. Nesse documento mencionam que passaram as últimas duas semanas zerando suas posições. Por isso, Dwek, me perguntou se esse não era um sinal de reversão. (Dwek explica: uma regra que observei é que o mercado quase sempre volta a cair depois que os vendidos zeram suas posições. O problema, óbvio, é o “quase”.)

Acho que pode explicar a razão da alta forte que ocorreu, mas não acredito que seja um motivo para tanto, em todo caso, os gráficos darão o sinal – pela pergunta acho que vendeu suas ações muito cedo e agora está torcendo para cair e poder entrar de novo! Hahaha ...

(Dwek responde: Nada disso. Minha confiança no Mosca é forte. Já aprendi a respeitar a análise técnica e a aguardar as indicações do gráfico. Mas não posso impedir o meu nariz de coçar de vez em quando, sinal seguro de problemas à frente...)

Um outro ponto interessante é de um leitor que confidenciou estar comprado na nasdaq – enquanto o Mosca estava no SP500, e na quarta-feira comentou que continua comprado mesmo eu tendo saído da posição. Enfatizei que não acredito que exista um perigo iminente mais forte, mas alertei que estamos na onda 5 verde que denota o final da onda (1) azul – de maior grau. Se minha análise estiver correta, em algum momento teremos uma correção “bem chata” pela frente, e ondas 5 requerem cuidado pois podem terminar antes do esperado. Sendo assim, recomendo stop loss curto.




O SP500 fechou a 4.559, sem variação; o USDBRL a R$ 4,898, sem variação; o euro a € 1,0945, com alta de 0,38%; e o ouro a U$ 2.001, com alta de 0,51%.

Fique ligado!

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