A recessão sumiu #IBOVESPA
O ano está terminando e o tema do Mosca “sim ou não –
para a recessão” ficou sem resposta. Tudo indicaria uma renovação do tema tipo
2.0, pois vários analistas acreditam que ela virá em breve, como nos
comentários no post de ontem. Também já sabemos que o NBER – National Bureau of
Economics, um grupo de pesquisa privado, convoca um painel de economistas para
avaliar a situação econômica e declarar a recessão, ou seja, não só
necessariamente a queda do PIB em dois trimestres é suficiente, embora seja
altamente provável.
Mas e se a recessão já passou? Como assim, não houve
retração do PIB! Pois é, John Authers, um analista que tem se posicionado muito
cético nesse sentido, publicou na Bloomberg a ideia de que ao se observar o
resultado das empresas, já teria passado.
A recessão acabou
Depois dessa manchete talvez enganosa, deixe-me enfatizar
que a recessão de que estou falando está nos lucros obtidos pelas empresas no S&P
500. Depois de três trimestres de quedas ano a ano, elas cresceram
claramente no terceiro trimestre. Wall Street está confiante de que isso
continuará. Este gráfico da UBS mostra isso de forma bastante clara:
Não é à toa, então, que David Lefkowitz, do UBS, proclamou: "Está claro para nós que a recessão de lucros acabou". Isso, no entanto, levanta uma questão delicada. O setor corporativo não é a economia dos Estados Unidos. Mas os dois estão intimamente relacionados. Como é possível que o Produto Interno Bruto (PIB) continue a apresentar crescimento anual apesar de tudo o que a Reserva Federal lhe atirou enquanto os lucros tiveram a sua recessão e estão recuperando?
Lefkowitz aponta para uma distinção clara. "Ao
contrário do PIB, os lucros do S&P 500 inclinam-se mais para bens do que
para serviços, então uma recuperação na atividade de bens deve apoiar os ganhos
daqui para frente", disse ele. Isso claramente depende em parte da
saúde dos gastos do consumidor, mas ultimamente seu entusiasmo em continuar
comprando itens de grande porte, como máquinas de lavar, tem sido
impressionante.
Outra explicação é que as empresas, ao contrário da
economia, pelo menos no curto prazo, se beneficiam de cortes de custos. "A
economia está esfriando, mas as empresas tiveram sua recessão de lucros,
cortaram custos e agora estão desfrutando de expansão de margem", diz
Savita Subramanian, do Bank of America. Assim, as ações corporativas faznedo o
que é necessário para salvaguardar os lucros, que fascinantemente não
incluíram cortes significativos de empregos, contribuirão para a pressão
descendente sobre o crescimento econômico.
Além disso, Subramanian ressalta que os lucros ainda parecem
muito ruins, dada a aparente saúde da economia, em grande parte devido aos
efeitos contínuos da pandemia no comportamento de compra:
Os lucros ficaram aquém do
crescimento do PIB pelo quinto trimestre consecutivo (historicamente, os lucros
trimestrais superaram o PIB em 1,5 pontos percentuais, em média, desde 1950). A
defasagem deveu-se, em parte, à mudança de bens (50% dos ganhos contra 30% da
economia) para serviços, o que parece estar há muito tempo no dente.
Se há uma nuvem no horizonte, é que as expectativas para vendas e lucros foram reduzidas drasticamente para o trimestre atual, mesmo com os números do último período vindo bem acima das expectativas. Andrew Lapthorne, estrategista quantitativo do Société Générale SA, ilustra isso:
Mas não se deve falar muito disso, já que cerca de metade do declínio, diz Subramanian, se deve a problemas "idiossincráticos" para duas empresas farmacêuticas, Pfizer e Merck. A demanda por vacinas contra a Covid e outros medicamentos associados está muito mais fraca do que o esperado. Uma desaceleração econômica significativa, não algo levado em conta nas planilhas da maioria dos analistas sell-side, mudaria as coisas. Mas, do jeito que está, o mundo corporativo tende a contradizer o julgamento do mercado de títulos de que a economia está desacelerando rapidamente.
O que mais a temporada de resultados nos disse? Os bancos de
investimento agora podem usar ferramentas de "big data" para extrair
transcrições de chamadas para tendências, e uma óbvia é o aumento do "reshoring"
– trazendo empregos offshore e capacidade de produção de volta para os EUA (ou
pelo menos muito mais próximos, como o México).
Essa é uma prática que prejudica os lucros no curto prazo e também pode
aumentar a inflação, mas que deve impulsionar o crescimento interno de longo
prazo, impulsionando o investimento:
Enquanto isso, se tem uma coisa que preocupa os chefes dos Executivos, são os custos de financiamento:
É bom saber que a política monetária parece estar surtindo efeito, e a implicação é que os custos mais altos dos juros consumirão os lucros. Atualmente, particularmente após a onda de entusiasmo de que as taxas máximas foram atingidas, a crença é evidentemente de que as empresas ainda podem ganhar dinheiro apesar da carga de juros mais alta. Vamos torcer para que seja isso mesmo.
Não acompanho os resultados das empresas de perto, mas algo
que chama minha atenção é que os valores são expressos de forma nominal e
sabemos que a inflação, embora em níveis baixos, acumula desde a pandemia uma
depreciação de pelo menos 20%. Como ficariam esses lucros em valores reais? Por
outro lado, os valores das empresas também são referenciados em valores
nominais.
Nota-se que Authers escreveu esse artigo um pouco a
contragosto — não concorda com a comparação, mas também não pode negar os
fatos. O Mosca atribui os resultados mais ao consumo da poupança
acumulada pelos americanos do que à suposição de que a recessão já acabou.
Sendo assim, a chamada de hoje é Fake News! Hahaha ...
No post http://acertarnamosca.economistas-so-pensam-naquilo fiz os
seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” Na semana passada coloquei a
opção para baixo, agora vou colocar a opção para cima. No gráfico apontei com o
símbolo em verde qual seria o objetivo nesse caso – 130 mil. Precisa antes
ultrapassar 117 mil” ...
O IBOVESPA ultrapassou a marca de 117 mil e está próximo de romper outro nível importante. Porém, mais importante é a configuração de 5 ondas num prazo mais curto. Fiz algumas modificações que parecem mais adequadas ao movimento que ocorreu, o que altera os objetivos não alterando a direção. Sendo assim, passamos a possibilidade de alta cujo objetivo inicial é de 124 mil.
No gráfico acima vou aguardar a formação das 5 ondas em laranja complementando a onda 1 em verde de maior grau. Somente vou acompanhar as ondas em laranja, pois pelos meus cálculos o objetivo de alta a 124,4 mil sobre os preços atuais de 119,6 mil corresponde a 4% de alta. A onda 2 em verde será minha intenção. Observem que a área delimitada em verde corresponde a níveis onde a bolsa tentou romper no passado e não conseguiu, e a onda 1 em verde deve penetrar como primeiro teste não sendo inviável que uma retração possa ocorrer – onda 2 em verde. Só falta combinar com os russos! Hahaha ...
O SP500 fechou a 4.382, com alta de 0,10%; o USDBRL a R$
4,9093, com alta de 0,75%; o EURUSD a € 1,0707, sem variação; e o ouro a U$
1.949, com queda de 0,97%.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário