La GarantIA soy Yo #OURO #GOLD
Hoje o post foi
escrito por meu parceiro Alberto Dwek
É um exemplo bastante
citado, mas vale a pena contar de novo. Em 1770, um inventor húngaro chamado
Wolfgang von Kempelen apresentou às cortes europeias o “Turco Mecânico”, uma
máquina de jogar xadrez composta de uma caixa com mecanismos internos encimada
por um manequim trajado à turca. Este verdadeiro computador de xadrez derrotava
seus oponentes e resolvia problemas avançados do xadrez. Demorou mais de 80
anos até que se confirmasse que o tal Turco era operado por jogadores humanos
de dentro da caixa.
Como dizem os
franceses: Plus ça change, plus c’est la même chose — quanto mais a
coisa muda, mais ela fica igual. Pensei na história do Turco quando li vários
artigos sobre uma prática cada vez mais comum, o AI washing, que
poderíamos traduzir por “Banhado a IA” ou, para usar uma tradicional, porém
incorreta comparação feita no Brasil, “IA paraguaia”, lembrando a antiga
entrada para contrabando de baixa qualidade que me desculpem os paraguaios, mas
essa foi a imagem criada.
Pense neste artigo que
você está lendo. Pesquisei no Google, assisti vídeos no YouTube, usei o editor
do Word e os algoritmos dos podcasts da Apple, todos usuários da mais avançada
Inteligência Artificial. Mas se eu disser que este texto foi gerado por IA,
estarei mentindo, ou melhor, praticando o AI washing. Em vez de uma jóia
de ouro maciço, estou entregando uma bugiganga banhada a ouro.
Por exemplo, a Amazon
recentemente admitiu que 75% das compras em suas lojas físicas eram monitoradas
por 1.000 funcionários na Índia — não exatamente por uma IA baseada nos
sensores eletrônicos das lojas. Outras empresas simplesmente acoplam um Chatbot
a seu sistema antigo e alardeiam sua solução “agora com IA”. É claro que parte
dessa facilidade de enganar o público vem não somente da ignorância sobre a
tecnologia como das diferentes definições dadas ao que constitui Inteligência
Artificial.
Você sabe que a coisa
ficou grave quando começam a multar empresas. A SEC já puniu duas que alegavam
fazer previsões baseadas em IA, quando na verdade davam apenas palpites muito
humanos. O Departamento de Justiça dos EUA está falando grosso e já avisou que
considera fraude qualquer mentira associada à IA. Ou seja, usar Inteligência
Artificial como “argumento” de marketing é estelionato puro e simples se não
tiver comprovação clara.
E como se defender
disso?
Como diz Sandra
Wachter, professora de tecnologia da Universidade de Oxford, “IA não cresce em
árvores. Temos que pensar nas tarefas e setores específicos que a IA pode
beneficiar e não simplesmente implantá-la em tudo de forma cega.” É bom pensar
nisso quando estiver diante de uma propaganda de escova de dentes elétrica
“movida a IA”.
Em outras palavras,
vale o antigo adágio Caveat Emptor: O comprador que se cuide. Não
acredite na embalagem e verifique o que está sendo vendido como IA. Se outros
concorrentes fizerem o mesmo sem ela, a maior probabilidade é que não haja
muito valor agregado na proposta.
Outro sinal de alerta
são as novidades não testadas, típicas de ofertas de investimento em sites,
produtos ou serviços. Sou capaz de apostar que não há um lançamento de
“oportunidades” hoje que não inclua uma menção forte à Inteligência Artificial.
É a famosa "carteirinha” já mencionada em outros artigos. Quem não fizer
parte do clube não vai conseguir nenhum interesse. Então, de novo, só acredite
vendo.
Nada disso, é claro,
desmerece a verdadeira IA e suas aplicações revolucionárias, como os
impressionantes projetos robóticos mencionados por Ed Yardeni e Eric
Wallerstein em artigo de 30 de agosto:
Milhões de robôs
humanoides, aqueles que se parecem e se movem como seres humanos, poderão se
tornar instalações regulares em fábricas e residências, reduzindo os custos de
fabricação, eliminando o trabalho monótono e perigoso e lançando a humanidade
em uma era de abundância, de acordo com os CEOs da Tesla e da Figure AI. Ambas
as empresas têm protótipos de humanoides que parecem incrivelmente realistas e
são treinados com inteligência artificial.
Aqui está uma
comparação direta entre esses robôs humanoides e um resumo do que seus CEOs
esperam para o futuro:
Brett Adcock, CEO
da Figure AI, tem um plano. A empresa construiu 10 robôs humanoides e está
construindo mais um robô por semana. Uma linha de produção planejada na
Califórnia deve produzir centenas de robôs no próximo ano; logo em seguida,
milhares de robôs serão fabricados anualmente.
No início, os robôs
serão usados em fábricas, preenchendo vagas de emprego e fazendo trabalhos que
não são desejáveis ou perigosos, disse Adcock em um podcast de 22 de agosto.
Nos próximos três anos, os robôs humanoides também trabalharão em residências,
realizando tarefas domésticas, fazendo recados e até mesmo passeando com o
cachorro. Os humanoides da Figure AI não estarão no campo de batalha porque a
empresa não faz trabalhos relacionados à defesa, disse ele. Ele acredita que há
muitas oportunidades no mercado civil, onde ele prevê que de 3 bilhões a 5
bilhões de robôs estarão na força de trabalho até 2040. Em algum momento,
acredita Adcock, todos terão um humanoide.
Com o aumento da
fabricação, o custo de produção de um robô humanoide deve cair para menos de
US$ 20.000. E, por fim, quando os robôs construírem robôs em fábricas
alimentadas por energia renovável, o preço deverá cair muito mais. Adcock
também prevê que os proprietários gerem renda por meio de leasing ou aluguel de
seus robôs a terceiros quando eles não estiverem em uso.
As empresas comprarão robôs humanoides porque eles podem ser adicionados às linhas de manufatura sem alterar o layout do chão de fábrica ou trazer novos equipamentos adicionais. Alimentados por inteligência artificial, os robôs humanoides serão treinados facilmente por meio de comandos verbais ou demonstrações físicas. E à medida que um robô é treinado, seu “conhecimento” pode ser compartilhado instantaneamente com uma frota de robôs. No início, os robôs humanoides trabalharão em áreas separadas dos humanos. Mas, nesta década, eles estarão trabalhando ao lado dos humanos.
A Optimus está
trabalhando atualmente nas linhas de fabricação da Tesla, conforme observado
por Elon Musk na teleconferência de resultados do segundo trimestre da Tesla:
“[Esperamos] ter vários milhares de robôs Optimus produzidos e fazendo coisas
úteis até o final do próximo ano nas fábricas da Tesla.” Em 2026, a produção
será aumentada “bastante”, e uma versão atualizada do Optimus será vendida para
clientes externos.
A Tesla usa o que
aprendeu com o treinamento de seus carros autônomos e com a fabricação de
veículos elétricos (EVs) no treinamento e na fabricação do Optimus. Ela pode
resolver quaisquer problemas que o Optimus tenha enquanto o robô trabalha nas
fábricas da Tesla. O braço automotivo da Tesla também deve se beneficiar do
Optimus. Se for implantado com sucesso, o robô provavelmente reduzirá
drasticamente os custos de mão de obra da empresa, permitindo que ela venda
seus EVs a preços mais baixos do que os carros da concorrência produzidos com
mão de obra humana.
Musk acredita que o valor de longo prazo do Optimus excederá o de todas as outras peças da Tesla. O Optimus será capaz de fazer “praticamente qualquer coisa que você pedir a ele. Acho que todo mundo na Terra vai querer um”. A demanda comercial e de varejo de longo prazo por robôs humanoides de uso geral pode ultrapassar 20 bilhões de unidades, ele estima.
Não sei se as previsões de Musk se realizarão, mas sem dúvida sua crença é baseada em realizações tangíveis, e não apenas em marketing banhado a ouro. Este é um La Garantia soy Yo no qual podemos acreditar, ao contrário do AI washing.
Amanhã, a publicação
dos dados de emprego nos EUA ganha ainda mais importância. Os mercados estão apostando "desconfiados", ou melhor dizendo, acreditando que a economia
americana está desacelerando, o que vai forçar o Fed a ser mais agressivo nos
cortes de juros. Os mercados futuros apostam em cortes superiores aos 25 pontos
base, o padrão habitual.
Na última publicação, essa tendência começou a aparecer, e um resultado ruim amanhã fará os mercados irem ainda mais fundo na direção de cortes agressivos. Esse movimento gerou algo que o Mosca já vem chamando atenção: a distorção da inversão da curva de juros entre os títulos de 2 e 10 anos. Finalmente, essa curva se desinverteu e agora está estacionada no "zero a zero". Se você está pensando em trazer a champagne para comemorar o enterro da recessão, cuidado, essa não é a opinião do Deutsche Bank (que, é verdade, já errou bastante nesse quesito). Mas veja seus argumentos:
Leitores frequentes
sabem que sou um grande defensor do poder preditivo da curva de juros em prever
o ciclo econômico dos EUA. No entanto, é justo dizer que seu poder preditivo
neste ciclo parece ter falhado. A curva 2s10s esteve invertida por 26 meses consecutivos,
o que é o período mais longo já registrado, e ainda não houve uma recessão.
Com a 2s10s se
aproximando de um território positivo nas últimas 24 horas, é tentador sugerir
que podemos dar o sinal verde. Mas o gráfico de hoje mostra que ainda não
estamos fora de perigo, pois as recessões começam quando as curvas estão se
inclinando novamente, e não quando estão próximas ao ponto máximo de inversão.
De fato, as últimas quatro recessões só começaram uma vez que a curva voltou a
ser positiva.
Claro, um pouso suave perfeito também traria uma curva mais inclinada, já que o Fed poderia cortar taxas e reduzir os rendimentos na parte curta da curva. Portanto, independentemente da sua opinião, uma curva com inclinação positiva (se continuarmos nessa direção) provavelmente antecipará o momento da verdade: se a curva de juros realmente falhou como um indicador antecipado neste ciclo, ou se seu impacto foi apenas sentido mais tarde em comparação com outros ciclos históricos.
Entenderam o recado?
Vou dar uma dica: o “economista” do Deustche Bank tirou da gaveta uma camisa
extra, caso precise trocar! Hahaha...
No post seca-financeira, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: "Nessa
nova configuração, ela teria terminado no meio de junho, e a partir daí começou
a onda 5 verde na forma diagonal. Quero relembrar que esse tipo de onda
é cheio de idas e vindas com pouca evolução nos preços. Destaquei no gráfico
abaixo dois retângulos: o primeiro com a evolução de preços íngreme; enquanto o
segundo lateralizado."
A onda 4 vermelha (mudei o gráfico para fundo branco e, como consequência, as cores dos movimentos, sem alterar a contagem) se estendeu um pouco mais, e o metal pode estar entrando na onda 5 vermelha final.
Destaquei no retângulo a onda 5 vermelha, que se encaixa no conceito de diagonal, e "se algo parece com um pato, nada como um pato e grasna como um pato, então provavelmente é um pato." Esclarecendo que essa onda não se parece com um pato, mas sim com o formato diagonal. Não custa nada explicar para evitar comentários do meu amigo! Hahaha...
O SP500 fechou a 5.503,
com queda de 0,30%; o USDBRL a R$ 5,5724, com queda de 1,17%; o EURUSD a € 1,1110,
com alta de 0,25%; e o ouro a U$ 2.516, com alta de 0,88%.
Fique ligado!
Muitas empresas utilizam expert systems e “vendem” como IA porque é puro marketing. Expert systems existem pois o conhecimento de muitos humanos ao longo do tempo permitiram construir algoritmos que ajudam na tomada da decisão. Meu dentista tem um sistema destes desenvolvido por ter um banco de dados de raio x e tomografia de 50.000 pacientes. Ele é proprietário de uma escola de especialização em odontologia e foi dos pacientes atendidos nesta escola por profissionais que criou o banco de dados. Uso em internet of things em manutenção de equipamentos já existe há algum tempo. A Siemens desenvolveu o sistema. IA generativa ainda não cresceu como esperado
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