Emissão de novas "carteirinhas" #S&P500

 


Não vou encher mais os leitores com a indecisão sobre o movimento do Fed amanhã – no Brasil, parece que está se firmando a opção de alta de 25 pontos, pois seria de pouca valia não o fazer. Prefiro deixar para observar a reação do mercado amanhã à tarde. Mas não posso deixar de acrescentar a ilustração a seguir, que está de acordo com a ideia do Mosca, de que uma queda de 50 pontos indicaria ao mercado que o Fed está se antecipando por conta do risco de recessão. Nessa figura, existem vários fatores que apontam para esse fim (recessão), e notem que, embora o resultado total seja baixo – chance de 39% –, o fator destacado, que indica a variação implícita da taxa para 12 meses, tem uma chance de 98%.




Voltando ao tema mais badalado do momento: IA. O banco Goldman Sachs publicou um relatório com o tema "IA: comprar ou não comprar, eis a questão", do qual faço um resumo com suas principais considerações.

O setor de tecnologia, especialmente a inteligência artificial (IA), tem sido um dos principais motores de crescimento dos mercados de ações desde 2010. O setor tecnológico contribuiu com 32% do retorno global e 40% do retorno do mercado de ações dos EUA nesse período. Esses resultados refletem um crescimento impressionante nos lucros das empresas de tecnologia, com um aumento de cerca de 400% nos lucros por ação (EPS), em comparação a apenas 25% nos outros setores combinados desde o auge pré-crise financeira global (GFC). Esse crescimento é atribuído a fundamentos sólidos, o que sugere que o mercado tecnológico não está em uma bolha especulativa, ao contrário do que muitos temem. O relatório ressalta que o aumento dos preços das ações reflete a força fundamental do setor, e não uma euforia irracional.




Oportunidades:

1. **Expansão do Setor de IA:**

A IA está sendo vista como uma tecnologia transformadora, que atrai uma quantidade crescente de capital e novas empresas. A introdução de tecnologias disruptivas, como a IA, gera interesse de investidores e grandes somas de capital, o que facilita o surgimento de novos competidores no mercado. Essa concorrência é saudável, uma vez que novas startups conseguem desenvolver produtos inovadores com base nos investimentos feitos pelos pioneiros. Isso significa que, além das grandes empresas, há um espaço crescente para empresas menores ou emergentes se destacarem.

2. Integração com Outros Setores:

 Um dos pontos sublinhados no relatório é que o mercado frequentemente subestima o impacto da IA em setores não tecnológicos, que podem alavancar a tecnologia para gerar maiores retornos. Indústrias tradicionais, como manufatura, saúde e energia, têm um potencial significativo de crescimento ao adotarem a IA, seja em processos de automação, análise de dados ou desenvolvimento de novos produtos. Isso cria oportunidades de investimento não apenas em empresas diretamente ligadas à tecnologia, mas também em companhias de setores tradicionais que adotarem a IA em suas operações. Comentário meu: a "carteirinha". Hahaha...

3. Inovação e Diversificação:

 Apesar do domínio das grandes empresas de tecnologia, a diversificação continua sendo uma estratégia essencial. Isso inclui a busca por vencedores emergentes entre as startups e empresas menores, que podem se beneficiar de inovações em IA. Além disso, setores da "velha economia", que podem usar IA para aprimorar sua infraestrutura, devem estar no radar dos investidores.

 

Riscos:

1. Riscos de Concentração:

 Um dos maiores riscos apontados é a alta concentração de retornos em poucas empresas gigantes, como as chamadas "Big Tech" (Apple, Amazon, Google, Microsoft, entre outras). Isso significa que muitos investidores estão expostos a poucas empresas, o que aumenta o risco se uma ou mais dessas companhias falharem em atender às expectativas. O relatório recomenda que os investidores considerem uma diversificação cuidadosa para evitar uma dependência excessiva dessas poucas empresas.

2. Concorrência Intensa:

 Outro risco importante é a intensificação da concorrência. Com o avanço da IA e o capital fluindo para startups e novos entrantes, as empresas estabelecidas enfrentam o risco de perda de participação de mercado. Essas novas empresas, com custos mais baixos e inovações mais ágeis, podem rapidamente se tornar concorrentes relevantes. Além disso, empresas fora do setor de tecnologia podem adotar IA em seus produtos e operações, o que aumentaria ainda mais a concorrência.

3. Avaliação Elevada:

   Embora o relatório rejeite a ideia de uma bolha, ele alerta que a valorização de muitas empresas de tecnologia está em níveis elevados, o que pode não refletir adequadamente os desafios competitivos futuros. A alta valorização pode reduzir os retornos esperados, especialmente se o crescimento das empresas de tecnologia desacelerar ou se surgirem inovações que mudem o cenário competitivo.

 

Empresas Envolvidas:

O relatório menciona algumas empresas e setores que estão no centro do desenvolvimento da IA:

- Microsoft: Uma das pioneiras no desenvolvimento de IA, especialmente com a integração de modelos de linguagem, como o ChatGPT, em suas plataformas de produtividade e serviços na nuvem.

- Nvidia: Líder no fornecimento de chips de processamento gráfico (GPUs), essenciais para o treinamento de modelos de IA.

- Google (Alphabet): Com seu braço de pesquisa em IA (DeepMind) e suas integrações em serviços como o Google Cloud, a empresa é uma das mais avançadas no uso de IA.

- Amazon: Com seus serviços de IA na nuvem (AWS), a Amazon tem fornecido infraestrutura para empresas desenvolverem soluções baseadas em IA.

- Tesla: Utiliza IA em seus veículos autônomos e está expandindo seu uso em outras áreas de automação.

Além das gigantes, o relatório destaca a importância de startups e empresas menores que estão se beneficiando do investimento em IA, seja no desenvolvimento de software, hardware especializado ou novas aplicações para a tecnologia.

 

Conclusão:

O setor de IA oferece oportunidades significativas para investidores, tanto em empresas estabelecidas quanto em novos entrantes e setores não tecnológicos que estão adotando a tecnologia. Contudo, os riscos de concentração e concorrência acirrada não devem ser ignorados. Para maximizar os retornos, os investidores são encorajados a diversificar suas carteiras, buscando exposição a diferentes setores que podem se beneficiar da adoção crescente da IA.

Quando desenvolvi a ideia da "carteirinha", enfatizei que: o mercado acredita que a IA será um fator de grande mudança na economia; as empresas envolvidas direta e indiretamente nesse processo têm sua preferência – do mercado, implicando múltiplos maiores, e as outras ficam aguardando na "sala de espera" até que provem estar dentro da onda e mereçam a "carteirinha" para entrar. Essa maior valorização atual deve ser mais bem distribuída no futuro, quando ficar claro quais empresas estarão aptas a se beneficiar desse movimento só-entra-com-carteirinha.

O relatório da Goldman Sachs vem ao encontro das ideias do Mosca, sem, contudo, ainda revelar quem serão as empresas beneficiadas com a "carteirinha".

— David está precisando de confete? Hahaha...

Quando se elabora um conceito sobre um tema tão desafiador, é natural ficar exposto a erros ou até à ridicularização. Posso dizer que uma instituição como o Goldman Sachs chancelar minhas ideias é uma honra, é motivo de orgulho! Mas não se pode cantar vitória, ambos podemos estar errados. Vamos continuar acompanhando.

No post mosca-greatest-hits, fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ... "A onda 3 azul que na semana anterior ainda estava incompleta agora está finalizada e devemos estar na onda 4 azul, que presumo ser um triângulo (destacado no gráfico a seguir). Se isso estiver correto, o mercado vai ficar em idas e vindas até as eleições americanas. Nada a fazer no curto prazo..."

 



A opção pelo triângulo parecia a mais indicada para um momento de indefinição em várias frentes: Fed; eleições americanas; dúvidas sobre a economia, etc. Mas os mercados não querem saber disso e, ao invés de seguir o zig-zag característico, está batendo à porta da máxima histórica. E agora? Vamos comprar. Aguarde sugestão de compra.

Como primeira tentativa nessa nova contagem, o objetivo para o S&P500 seria entre 6.822 / 6.907, a ser mais bem calculado conforme o movimento se concretiza. Estamos falando de mais 20%! Pode ser um alarme falso ou um false break? Sem dúvida, mas acredito que teremos que arriscar.

 



Palavra que é a última referência ao corte de juros! Achei interessante essa estatística levantada pelo Deutsche Bank, que observa o que acontece com a bolsa depois que o Fed começa um ciclo de baixa.




No CoTD de hoje, analisamos todos os ciclos de afrouxamento do Fed nos últimos 70 anos para o S&P 500. Como você pode ver, se o afrouxamento estiver associado a uma recessão, o corte de juros não impede que o mercado caia nos 6-9 meses seguintes. No entanto, se tivermos um ciclo de afrouxamento sem recessão, os mercados tendem a disparar. Na verdade, pouco menos de 2 anos após esses ciclos, o movimento mediano foi de quase +50%. S&P 500 a 8.450 no final de 2026, alguém? Comentário meu: Mosca? Hahaha...

O ponto a ser considerado sobre esse otimismo é que, em média, o S&P tende a ficar estável nos 12 meses que antecedem o primeiro corte no ciclo, independentemente de uma recessão ocorrer ou não. Neste ciclo, o S&P 500 subiu +26,6% nos últimos 12 meses, o que é, de longe, o melhor desempenho nesse período, com +24% antes do ciclo de afrouxamento de 1995 sendo o segundo melhor resultado.

Portanto, pode-se argumentar que parte dos possíveis ganhos de um "ciclo de afrouxamento sem recessão" já foram antecipados desta vez. Isso também pode significar que as quedas em uma recessão poderiam ser maiores. Mas, por enquanto, o mercado deixou essa ideia de lado, e é justo dizer que, se não tivermos uma recessão e tivermos um ciclo de afrouxamento adequado, esse seria um ótimo cenário para o risco, desde que todos os outros fatores permaneçam iguais.

Quanto esses dados podem ser significativos para a tomada de decisão? Para o Mosca, nenhum – apenas curiosidade.

O SP500 fechou a 5.634, sem variação; o USDBRL a R$ 5,4873, com queda de 0,40%; o EURUSD a € 1,1116, com queda de 0,14%; e o ouro a U$ 2.568, com queda de 0,55%.

Fique ligado!

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