SesTech: Quando a pressa assusta #nasdaq100 #NVDA #S&P 500


Estou mudando a sigla do post de sexta-feira de SexTech para SesTech para que não paire nenhuma dúvida sobre o tema. Alguns leitores chegaram a imaginar que o Mosca teria desviado do mercado para algo mais “quente”, o que confesso ter achado até engraçado. A mudança é apenas para eliminar qualquer ruído: continuo falando de tecnologia, eficiência, produtividade e capital, mantendo exatamente o mesmo compromisso de sempre com análise de mercado, investimentos e bom senso.

Feito esse esclarecimento, vale entrar no que realmente importa. Os dados mais recentes mostram um comportamento curioso — e inquietante — no setor de tecnologia. De um lado, empresas fornecedoras de infraestrutura e soluções de inteligência artificial competem de forma quase frenética, como se existisse uma corrida para ver quem chega primeiro. Do outro, as empresas que deveriam ser as grandes beneficiárias dessa tecnologia avançam lentamente, com cautela. Esse descompasso ajuda a explicar por que o mercado começou a demonstrar desconfiança e por que, nos últimos dias, vimos um abandono seletivo de companhias que até pouco tempo atrás eram tratadas como apostas óbvias.

A pergunta que surge naturalmente é dupla: o que os hyperscalers – as grandes empresas de tecnologia - estão vendo que o resto do mercado não vê? E, em sentido oposto, por que as empresas usuárias se movem com tanta lentidão diante de uma tecnologia apresentada como transformadora?

 

 

Os números ajudam a entender a pressa. Relatórios recentes do Deutsche Bank indicam que o investimento global em infraestrutura ligada à inteligência artificial — incluindo data centers, chips, redes e energia — pode se aproximar de US$ 4 trilhões até o fim da década. Trata-se de um dos maiores ciclos de capex da história recente, comparável aos grandes investimentos em telecomunicações ou energia de outros períodos. Mais relevante ainda: não se trata apenas de capital financeiro, mas de ativos físicos escassos.

Para os hyperscalers, capacidade computacional deixou de ser um simples custo operacional e passou a ser vantagem estratégica. Quem controla infraestrutura controla acesso, preço e prioridade. Não construir agora significa correr o risco de simplesmente não conseguir construir depois.

Do ponto de vista das empresas usuárias, a realidade é bem menos linear. A adoção de IA existe, mas permanece concentrada em pilotos, testes e provas de conceito. O salto para produção em escala é onde a maior parte das iniciativas emperra.

O primeiro obstáculo é o custo total. Colocar IA em produção, integrada a sistemas legados, com dados organizados, governança, monitoramento e responsabilidade jurídica, é caro — e o retorno raramente é imediato. O segundo obstáculo é o risco, já que erros deixam de ser curiosidades técnicas quando envolvem decisões críticas.

 

 

No fim das contas, o que incomoda o mercado não é a inteligência artificial em si, mas o desalinhamento entre investimento e retorno no tempo. Os hyperscalers constroem como se o tráfego fosse inevitável. As empresas avançam com cautela. Entre esses dois ritmos, o mercado ajusta preços.

O desconforto do mercado não está na inteligência artificial. O capex aparece imediatamente nos balanços e nos valuations; os ganhos de produtividade, não. Enquanto os hyperscalers antecipam demanda e constroem capacidade, as empresas avançam com cautela, testando usos e controlando riscos. Nesse intervalo, o mercado ajusta preços, penaliza expectativas excessivas e passa a diferenciar quem tem fôlego financeiro de quem depende de crescimento perfeito. A tecnologia avança, mas o capital segue exigindo retorno mensurável e prazo compatível.


Análise Técnica

No post “sextech” fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: “Do ponto de vista técnico, aguardo o rompimento do nível de 26.166. O leitor não deve ficar com a impressão errada: não é que o setor de tecnologia virou um mico, só que está subindo menos que os outros”


As bolsas reagiram ontem ao dado melhor de inflação, mas foi por pouco tempo pois notaram que a paralisação do governo fez com que vários itens não tivessem coleta ou foram estimados tirando assim o brilho de uma inflação mais baixa.

Do ponto de vista técnico merece acompanhamento de perto pois é importante, que o nível de 23.804 não seja ultrapassado o que me faria mudar de contagem. Vamos lá Papai Noel estamos precisando da sua força! Hahaha.


Em relação a Nvidia comentei: “ Em termos de posição, vejam quão distante ficou do S&P 500 e da Nasdaq 100: conforme comentários de hoje, ela está ainda bem distante de sua máxima — 14%. Let’s see!”


É visível que a “Queridinha” precisa reagir rápido caso contrário terei que refazer minha contagem, abaixo de U$ 164 minha contagem muda e mesmo sem ter feito esse exercício as perspectivas não são nada boas. “Papai Noel faz um pedido de última hora para a Nvidia, mas tem que ser grande” Hahaha.


Minha última ilustração do ano compara os vários “bull markets” da história americana. Olhando de forma mais ampla — e assumindo que estejamos, de fato, vivendo um deles — o desenho é francamente animador. Resta saber se o mercado vai confirmar isso no próximo ano.




Esse é o derradeiro post com comentários diários do ano, na próxima semana me dedico as previsões de mais longo prazo. Estive dando uma olhada e as previsões do Mosca foram todas corretas. Aguradem!

SP 500 – Comentário Operacional


Uma breve explicação sobre a posição no S&P 500. Eu havia estabelecido o stop loss em 6.810, conforme definido anteriormente. Essa posição foi liquidada nesta semana, quando a bolsa iniciou um movimento de correção. No post “buy-dips-funciona”, fiz os seguintes comentários: “Como podem ver na figura abaixo, a bolsa estaria complementando a onda 2 azul — retração que pode estar contida dentro do retângulo, resultando em um objetivo entre 7.450 e 7.531”.

Como podem notar, eu estava (e continuo) confiante na bolsa. Mas por que, então, estabeleci um stop loss tão apertado? Porque calculo que este seja um movimento terminal e, como tal, as projeções de alta podem não se realizar. Veja os comentários: “estou dizendo que a contagem de ondas para a bolsa americana não é clara e admite várias interpretações? Da semana passada para esta, refiz a contagem novamente”.

Nesta semana, havia dois dados econômicos importantes: o relatório de emprego, divulgado na terça-feira, e a inflação, divulgada ontem. Ambos foram satisfatórios e retiraram um peso relevante do mercado. Sendo assim, retornei à posição ontem, na abertura, a 6.764, assumindo agora um stop loss em 6.720. Com o fechamento de hoje estou ajustando o stop loss para o nível de entrada.

— Xiiii, David, muita explicação! Esse tipo de atitude é para quem faz day trade.

A explicação é necessária para que o leitor entenda que, em determinados momentos, a rotina precisa ser adaptada. Não existe problema algum em sair do mercado e retornar no curto prazo, desde que isso não seja feito na base da torcida. Evidentemente, essa operação pode dar errado. Vamos acompanhando.


O S&P 500 fechou a 6.823, com alta de 0,73%; o USDBRL a R$ 5,5378, com alta de 0,30 %; o EURUSD a 1,1718, sem variação; e o ouro a U$ 4.339, com alta de 0,15%.

Fique ligado!

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