Bons tempos!
Bons tempos o início dos anos 2000, naquela época a economia
brasileira apresentava crescimento em níveis satisfatórios. Esse crescimento
era oriundo de uma estabilidade financeira que começou em 1994, com a
implantação do plano real, aliado a preços elevados das commodities, que
fortaleceu nossas exportações. A único coisa ruim era o presidente que tinha um
objetivo de se perpetuar no poder a qualquer custo.
Depois de vários anos no poder, o PT foi tirado do comando
do país e fomos obrigados a enfrentar a pior recessão da história. O motivo não
foi nem endógeno nem exógeno, foi “roubogeno”. Uma delapidação das maiores
empresas estatais, onde o objetivo era roubar e não gerir as empresas, aliado a
um cenário externo mais desafiante, levou nossa economia a nocaute.
Desde 2016, um novo governo, é verdade sem legitimidade, tomou
posse depois do impeachment, e colocou uma equipe econômica de primeira linha.
A inflação foi domada, hoje praticamente vivemos sem inflação, com num país de
primeiro mundo. Isso permitiu ao banco central baixar a taxa SELIC a 6,5%, nível
jamais pensado por qualquer brasileiro a tempos atrás. Mas, e como ficou o
crescimento? Vem melhorando lentamente, bem lentamente.
Um estudo elaborado pelo FMI conclui que as recessões têm um
comportamento diferente da crença geral, que são tipicamente descritas como
períodos de curto prazo, de crescimento econômico negativo. De acordo com a
visão tradicional de ciclo de negócios, a produção sobe e desce em sua
tendência ascendente de longo prazo e, depois de uma recessão, recupera sua
tendência pré-recessão. Esse estudo lança dúvidas sobre essa visão tradicional
e mostra que todos os tipos de recessão - incluindo os decorrentes de choques
externos e pequenos erros da política macroeconômica doméstica - levam a perdas
permanentes na produção e no bem-estar.
Quase uma década após a crise financeira global irromper na
Grande Recessão, a economia global finalmente parece estar à beira de um forte
crescimento. Até recentemente, no entanto, o crescimento econômico caiu abaixo
das previsões de uma recuperação vigorosa, como previsto pelos defensores da
teoria dos ciclos econômicos tradicionais.
Alguns pesquisadores explicaram o lento crescimento
pós-crise, impulsionado por tendências demográficas ou outros fatores
específicos dos Estados Unidos. Mas tal explicação ignora o fato de que a
dinâmica do produto após a crise seguiu um padrão similar visto em outros
países.
Num trabalho de 2008, o FMI mostrou que, para uma amostra de
190 países, as crises financeiras e políticas têm custos econômicos permanentes
de longo prazo em termos de perda de produção. Em média, a magnitude da perda
persistente na produção é de cerca de 5% nas crises do balanço de pagamentos,
10% nas crises bancárias e 15% nas crises gêmeas – balanço de pagamentos e
déficit orçamentário.
Utilizando dados atualizados de 1974 a 2012, o FMI confirma
os estudos anteriores de que o dano irreparável à produção não se limita a
crises financeiras e políticas. Todos os tipos de recessões, em média, levam a
perdas de produção permanentes. Ao contrário do pensamento convencional, também
se constatou que, os países não costumam terem boom de crescimento antes de
crises e recessões.
Na visão tradicional do ciclo de negócios, uma recessão
consiste no declínio temporário da produção abaixo de sua linha de tendência. Mas
uma rápida recuperação da produção, coloca de volta à sua linha inicial de
tendência ascendente, durante a fase de recuperação (ver gráfico, painel superior).
Em contraste, as evidências estudadas pelo FMI, sugerem que uma recuperação
consiste apenas em um retorno do crescimento à sua taxa de expansão de longo
prazo - sem um retorno de alto crescimento de volta à tendência inicial (veja
gráfico, painel inferior). Em outras palavras, as recessões podem causar
cicatrizes econômicas permanentes.
Essas cicatrizes econômicas de recessões e crises também têm
consequências dramáticas a longo prazo. De acordo com a teoria tradicional, os
países pobres devem alcançar os níveis de renda dos países ricos (veja as
linhas pontilhadas no gráfico abaixo) porque eles deveriam ter um impacto maior
para cada dólar investido. Mas a proeminência histórica contradiz essa teoria.
Em vez disso, os rendimentos dos países pobres caíram ainda mais. O modelo desenvolvido
explica um dos principais motivos. Os países pobres sofrem recessões e crises
mais profundas e frequentes, cada vez sofrendo perdas permanentes de produção e
perdendo terreno (linhas sólidas no gráfico abaixo).
O que esse novo modelo do ciclo de negócios significa para a
política econômica?
Por um lado, o conceito e a medida, do hiato do produto
podem precisar ser revistos para ajudar os formuladores de políticas a obter
uma leitura precisa da economia.
O produto potencial é concebido como a tendência de longo
prazo do produto, com o “hiato do produto” refletindo o desvio do produto real
do produto potencial ou a posição no “ciclo”.
Mas, conceitualmente, se choques no crescimento levam a
mudanças permanentes no ciclo, então não há diferença entre a produção real e
potencial e, portanto, nenhum ciclo de negócios para falar.
Estimar produto potencial suavizando o caminho do produto
real, cria ciclos falsos e revisões constantes nas estimativas do produto
potencial. Por exemplo, houve uma constante revisão para baixo na trajetória
estimada do produto potencial para os Estados Unidos e uma diminuição do hiato
do produto nos últimos anos. Mas as estimativas do PIB potencial foram
revisadas para baixo para contemplar o PIB real, e não o contrário.
Para quem não é muito familiarizado com os termos econômicos
desse trabalho, eu poderia resumir de forma simplificada da seguinte forma. Ao
contrário do que se imaginava, um país que passa por uma recessão, ao sair dela,
não retorna a curva original – em azul no gráfico acima, na melhor das
hipóteses uma nova tendência é criada a partir do ponto de recuperação – linha
preta. Todo a capacidade instalada que existia anteriormente ficará ociosa se
forem maquinas, e haverá uma perda definitiva de empregos. A economia levará um
bom tempo para retornar ao ponto logo antes da recessão.
Esse fenômeno se agrava em países pobres, como citado acima,
pois a magnitude da recuperação será mais fraca. Uma nova curva de crescimento
será estabelecida, com uma intensidade menor como indica esse estudo.
Triste para o caso brasileiro!
Hoje os mercados ficaram mais apreensivos com o anuncio
feito durante, da aplicação de tarifas à China, relativo aos produtos que
violam os direitos intelectuais de propriedade. A estimativa é que atinjam um
montante de U$ 50 bilhões.
Outro dia assisti uma apresentação sobre as perspectivas
para a bolsa americana, e o apresentador comentou sobre os vários cenários e
impactos que essa guerra comercial americana poderá ocasionar. Uma das
hipóteses é que, essa guerra comercial, tem um objetivo maior, a de conservar a
hegemonia americana que está sendo ameaçada pela China. Se for isso, é bastante
preocupante, pois os impactos financeiros dessas medidas passam a ser um
objetivo de segunda ordem.
No post mais-do-mesmo, fiz os seguintes comentários
sobre o Ibovespa: ...” No gráfico abaixo mostro o motivo para
acreditar que, dentro do intervalo entre 89.500 e 92.000, o Ibovespa poderia
atingir, para depois reverter” ... ...” mas é obrigatório que esse nível seja
atingindo? NÃO! É o mais provável. Pode ser que neste caso, a máxima de 88.300
tenha sido o ponto de reversão, não é impossível, apenas menos provável” ...
... “Resolvi sair fora
de uma de nossas posições no Ibovespa a 86.030. Existem esses motivos
explanados anteriormente, além do fato de estarmos vendido no SP500, pois, se
essa posição se materializar positivamente, é provável que vai afetar a bolsa
brasileira” ...
Até o momento não existe uma definição clara para onde a
bolsa brasileira caminha, uma nova alta, ou um período mais extenso de
correção? Passados alguns dias da decisão de liquidar metade da posição, me
sinto mais tranquilo. Provavelmente se nada tivesse feito, estaria hoje bem
mais incomodado.
A configuração futura do Ibovespa dá margem a dúvidas
conforme tracei acima. Pode ser que, o índice ainda atinja o nível esperado de
uma forma mais “tortuosa”, onde o que observamos desde o início de março é a
primeira sequência, ou não, já estamos num processo de correção mais demorado
que levaria o índice a 81.000, 76.500, ou 73.000 (menos provável).
O Ibovespa não desenhou um caminho que se poderia denominar
de “livro texto” na análise técnica. Isso me atrapalhou bastante no ano
passado, limitando os trades nesse período. Mas é o que temos, e com essa
realidade que vou trabalhar, embora em determinados momentos, eu possa ficar em
dúvida.
Por enquanto não podemos reclamar pois foi através dele que
conseguimos bons retornos até agora.
O SP500 fechou a 2.643, com baixa de 2,52%; o USDBRL a R$
3,3152, com alta de 1,33%; o EURUSD a € 1,2300, com queda de 0,35%; e o ouro
a U$ 1.328, com queda de 0,30%.
Fique ligado!
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