Os ovos estão na mesma cesta
Um velho ditado aconselha a não se colocar toda sua poupança
no mesmo investimento, a frase mais usada neste contexto diz para não colocar
todos os ovos numa cesta. Várias teorias e modelos existem para auxiliar nessa tarefa
mais conhecida como otimização de portfólio.
O conceito básico é estabelecer uma carteira de investimento
contendo ativos que não possuem correlação entre si, dessa forma, quando algum
deles é afetado negativamente não impacta os outros, criando uma estabilidade
maior para o portfólio.
Recentemente, as principais classes de ativos têm oscilações
na mesma direção, a níveis raramente vistos na última década e, na maioria das
vezes, essa tendência é de queda. Os investidores que se aproveitaram de ganhos
fáceis à medida que os mercados subiram nos últimos seis meses estão lutando
para encontrar títulos que se movem em oposição, deixando-os expostos a perdas,
mesmo que sejam diversificados.
Uma vez imune à geopolítica, as propostas de elevação das
tarifas pelo EUA, levaram os mercados de ações globais para baixo. Mas os
papéis de renda fixa não estão oferecendo uma grande opção de retorno, pois as
ameaças de bancos centrais mais ativos retornaram. Talvez, o mercado de commodities proporcionam
um refúgio? Não! Os futuros de petróleo e cobre estão elevando as perdas, após
um forte declínio de fevereiro.
"Não parece que ideias que ajudaram no passado, como o
ouro ou os títulos, serão um refúgio seguro", disse Colin McLean, fundador
e diretor executivo da SVM Asset. "Muitas instituições não conseguem
acumular muito caixa ao liquidar sua carteira, tendem assim, a implementar a
diversificação como uma estratégia defensiva".
No mês passado, a correlação entre ativos registrou o quarto
salto, em meio a uma queda generalizada de todo o mercado. O índice de contágio
cruzado do mercado, compilado pelo Credit Suisse, situa-se no décimo quartil
superior em seus 10 anos de história.
Um efeito colateral das correlações crescentes: os modelos
tradicionais de alocação de ativos 60/40 (*) "estão condenados", de
acordo com corretora Sanford C Bernstein. A Carteira de Afiliação Global 60/40
caiu 2,8% no mês passado, o mais abrupto declínio em mais de dois anos. Antes
de fevereiro, o fundo obteve retornos positivos por 15 meses consecutivos, a
maior série desde o início em 2003.
(*) é muito
comum nos EUA a recomendação de uma carteira composta por 60% em ações e 40% em
títulos de renda fixa. Vários estudos mostraram que essa composição tem resultados
melhores que a alocação integral em um dessas classes de ativo.
"Os investidores, se eles percebem ou não, conseguiram
uma diversificação fácil nos últimos anos, já que os títulos e ações foram mais
negativamente correlacionados em 250 anos", comentou Inigo Fraser-Jenkins,
responsável pela empresa de pesquisa quantitativa. "É improvável que isso
persista. As correlações devem aumentar e os investidores terão que trabalhar
mais para alcançar a diversificação ".
O índice de ações do MSCI World, um índice de títulos da
Bloomberg Barclays Global Agregado e os futuros do petróleo bruto e de cobre,
todos tiveram queda de 4,5% no mês passado.
"Há coisas que podem ser feitas - a diversificação
simples em ativos não listadas ou uma boa carteira de hedge funds". Eu não
acho que você deveria se preocupar que, as carteiras não serão tão diversificadas
como já foram no passado", acredita Peter Sleep, gestor da Seven
Investment Mangement.
Para os alocadores de ativos incapazes de se aventurar em
mercados ilíquidos, estarão lidando com a falta de hedges naturais durante
períodos de rotações de mercado. A perspectiva de correlações elevadas e
rendimentos ruins empurrou os gestores de recursos para se adequarem mais aos seus
benchmarks.
Essas opiniões de diversificação em mercados ilíquidos não é
uma solução, na minha opinião, primeiro que somente poucos investidores tem
acesso a esse tipo de alocação, e segundo que seu retorno não está imune ao
mesmo tipo de problema, a única diferença que você não fica sabendo na hora,
pois não tem cotação diária. Investir em hedge funds vocês já sabem minha
opinião, não considero uma solução.
A verdade é que, esse é um problema importante que ronda os
mercados financeiros há um bom tempo. Quando tudo está valorizando, as pessoas
não pensam nele, somente quando ocorrem as quedas é que assunto como esse são
levados à tona. Só existe um único ativo que pode resolver esse problema,
caixa! É mesmo esse, é importante saber em qual moeda. Bem-vindo ao mundo da
incerteza.
No post 200000!, fiz os seguintes comentários sobre o
SP500: ...” Do ponto de vista técnico,
enquanto o SP500 estiver entre 2.870 e 2.530 (13%), se pode esperar qualquer
coisa. É natural que, com uma visão mais curta, algumas pistas poderão surgir”
...
E essas pistas surgiram. No gráfico a seguir as linhas em
verde indicam movimentos direcionais e em preto correções. Como podem notar
espero mais uma pequena alta até o nível de 2.800 onde sugiro uma operação de
venda do índice. O Stoploss vou fixar em 2.875. Assim, estamos arriscando 2,7%
para buscar no mínimo 10% ~ 2.550.
Se eu estiver certo, essa queda que se aproxima, será tão
fulminante quanto a que ocorreu no início de fevereiro. O Target calculado mais
“corretamente” deveria levar o SP500 ao nível de 2.450, o que significa uma
queda nada desprezível de aproximadamente 15%.
Mas será a partir desse nível que será muito importante
acompanha, pois, o esperado é que o SP500 comece a subir a partir daí, onde
deveria conquistar novas altas acima de 2.870, atingida no final de janeiro
último.
- David, e se não
reverter naquele ponto?
Aí a situação passa a ser mais complicada, pois a queda mais
expressiva que estou esperando, poderá estar se iniciando, indicando um longo
período de queda, onde o SP500 atingiria ao redor de 2.000 (a ser melhor
calculado).
- Puxa, uma queda e
tanto! Mas o que poderia dar de tão errado?
Primeiro quero deixar claro que esse não é o meu cenário
preferido. Como apontei, estou trabalhando com uma correção mais profunda, tipo
média; segundo que, com um Presidente como Trump, que está mais preocupado com
suas ideias malucas que com os fundamentos econômicos, tudo é possível, ele
inventa problemas onde não existem para satisfazer seu ego.
O SP500 fechou a 2.728, com alta de 0,28%; o USDBRL a R$
3,2102, com queda de 1,03%; o EURUSD a € 1,2402, com alta de 0,54%; e o ouro a
U$ 1.334, com alta de 1,06%.
Fique ligado!
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