H2O



À primeira vista, vocês poderiam imaginar que o Mosca resolveu fazer publicidade da marca de água H2O. Mas o assunto é bem mais sério tendo impacto econômico importante, além da sobrevivência.

A Bloomberg publicou uma reportagem contendo algumas informações sobre a possível falta de agua em algumas regiões do planeta.

Projetando as condições atuais, Cape Town não será a última grande cidade a quase ficar sem água. Crescimento populacional, urbanização, infraestrutura antiga, poluição e mudanças climáticas: todas são uma receita para mais escassez.


Isso é preocupante porque a agricultura, a geração de eletricidade e a fabricação, para não mencionar os centros de dados do Google e da Amazon, dependem de H2O - e, é claro, precisamos dela para sobreviver. "Existe uma correlação de 100 % entre a disponibilidade de água e o crescimento do PIB", diz Arnaud Bisschop, da Pictet Asset Management. "Se não há água, não há crescimento econômico".


Trilhões de dólares gastos com infraestrutura de água serão necessários nas próximas décadas. Com as finanças públicas apertadas, uma grande parte terá que ser financiada pelo setor privado. Isso não irá acontecer, a menos que água, e o capital, possam reparar seu relacionamento disfuncional. Para dar apenas dois exemplos, o líder de esquerda da oposição britânica, Jeremy Corbyn, quer renacionalizar as empresas de água, enquanto o Gabão acabou de se apoderar das fontes operados pela francesa Veolia Environnement SA.


Com água doce tão desigualmente distribuída, há muito em jogo. Cerca de 4 bilhões de pessoas vivem com escassez grave pelo menos um mês do ano e meio bilhão de pessoas o fazem durante todo o ano.


As empresas que tentam resolver esses problemas (ao ganhar dinheiro) incluem-se: a francesa Suez e Veolia, a Danaher Corp e a Xylem Inc do Grupo de Água de Pequim. Com os dividendos reinvestidos, o índice SP Global Water de empresas líderes obteve um retorno de 7% ao ano na última década, de acordo com dados da Bloomberg.

Alguns acreditam que o surgimento da água como uma classe de ativos está apenas começando. O chefe da Suez, Jean-Louis Chaussade, acha que poderia ser mais valioso do que o petróleo um dia. No entanto, seu status especial entre commodities pode muito bem desencorajar o investimento.

Ao contrário do petróleo bruto ou da eletricidade, a água raramente é negociada em bolsas ou através de fronteiras. O transporte é caro. "Não há um preço de água global homogêneo e é difícil imaginar que possa existir", diz Bisschop.

Ter água suficiente para beber é um direito humano e o público não está disposto a pagar muito por algo que cai do céu. Assim, os governos geralmente estabelecem taxas de água artificialmente baixas, dificultando a recuperação do investimento.


Existem outras complicações. A demanda está crescendo rapidamente nas economias emergentes à medida que os padrões de vida melhoram. Mas em alguns países desenvolvidos, o uso doméstico está em declínio por causa de medidores inteligentes mais eficientes, banheiros com economia de água e outros.

Há muito menos capital de risco para o setor de água do que para energia renovável.

Existe um argumento de que o abastecimento de água - um monopólio natural - deve ser estatal. Mas, salvo poucas exceções, como Israel e Cingapura, o setor público não está fazendo um excelente trabalho para cuidar desse recurso precioso, como a crise da Cidade do Cabo e o fiasco de intoxicação por envenenamento em Michigan, deixa claro.

Nos Estados Unidos, onde o mercado de água está fragmentado, e cerca de 85 % das pessoas ainda recebem água de uma entidade pública, o investimento ficou tão atrasado que cerca de U$ 1 trilhão de capital será necessário nos próximos 25 anos.

Na Grã-Bretanha, um dos poucos países que privatizaram completamente sua indústria da água, os serviços públicos foram justamente criticados por acumular dívidas e canalizar dividendos maciços para investidores privados. Seria uma pena se esse exemplo causasse que, o mundo evitasse capital privado.


Mobilizar mais capital privado vai precisar de uma regulamentação ponderada para combinar os incentivos dos investidores com o bem público.

Por exemplo, se uma empresa ajuda os clientes a usar a água com mais moderação (uma coisa boa!), ganhará menos dinheiro, a menos que os reguladores criem estruturas que desacoplem as receitas do consumo. Os preços equilibrados, onde as necessidades básicas de água de uma casa são fornecidas a baixo custo, mas, a partir daí a empresa pode cobrar preços mais elevados, poderia tornar um projeto de água mais atraente para os investidores, ao mesmo tempo em que incentivava a eficiência. No entanto, é controverso.

Sempre que possível, os serviços públicos em locais com muita chuva também podem ser encorajados a vender o excedente para as áreas de seca, especialmente se isso é mais barato do que a construção de infraestrutura, como plantas de dessalinização.

Com a agricultura absorvendo cerca de 70 % do consumo de água doce, os países poderiam dar grandes passos apenas ao alocar recursos melhor. Os agricultores deveriam realmente cultivar amêndoas na Califórnia?

Seguramente esse será uma dificuldade que merece atenção maior dos governantes. Esses problemas deverão surgir onde naturalmente a escassez é maior, a Ásia. Por outro lado, não se pode projetar como sendo uma situação catastrófica, pois o homem acaba criando alternativas para solucionar. Mas o que parece certo, é que o custo vai subir.

Como esse elemento mexe com toda população, pois nenhum governante quer ver seu povo morrendo de sede, investimentos nessa área tem riscos maiores, como as situações mencionados acima, mas mesmo assim, parece ser uma boa área para se investir.

No post vetores-em-sentido-opostos,  fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ...” espero mais uma pequena alta até o nível de 2.800 onde sugiro uma operação de venda do índice. O Stoploss vou fixar em 2.875” ...” ...” O Target calculado mais “corretamente” deveria levar o SP500 ao nível de 2.450” ... ...” No gráfico abaixo é na região “zona para venda” aonde deveria acontecer a reversão, na verdade com maior probabilidade” ...


Notem os leitores que, minhas publicações do SP500 contemplam prazos muito curtos, gráfico com os pontos plotados de hora em hora. Mas por que essa atenção especial com o SP500? A razão que estamos operando na venda de um ativo que ainda está num longo período de alta, e buscamos nos aproveitar de uma correção. Como vocês já bem sabem, em correções se pode esperar de tudo. Não quero ser pego de calças curtas.

Ontem um leitor ficou animado com minhas publicações (deve estar vendido! Hahaha ...). Depois de algumas trocas de mensagens contendo: o que fazer, alteração no stoploss e outras, ele terminou com a seguinte mensagem “ boa David, agora eu entendo porque o blog chama acertar na mosca”. Tentei ser bastante pragmático, e apontei os seguintes riscos:


Por enquanto está tudo bonitinho, o aspecto dessa queda me deixa esperançoso sobre meus objetivos, desde que, o nível de 2.741,47 não seja revisitado, com toda essa precisão. Caso isso aconteça, minha expectativa cai bastante. Para quem quer saber os motivos, sugiro a leitura do post 200000, onde aponto os possíveis cenários para a bolsa americana - cenários 2 e 3 descritos lá.

Por outro lado, essa restrição acima (2.741,47) perde validade se o índice negociar abaixo de 2.694,59, com toda essa precisão! Mas não relaxe, um outro nível impeditivo, um tiquinho melhor existirá também.

Por tudo isso, ontem eu alterei meu stoploss para 2.760.

- David, porque esse stoploss, é acima do limite que apontou!
Na verdade, nesse nível, o cenário 1 já está descartado, fico com a possibilidade de pegar algum troco dos cenários alternativos.

Não quero que vocês fiquem o dia inteiro olhando para a tela, esse é meu trabalho. Estabelecendo o stoploss, te garante uma tranquilidade, que não irá perder o controle de seu trade.

Queria fazer outra menção ao se operar através da análise técnica. Praticamente não levo em consideração o que acontecesse no noticiário, me fixo nos níveis e pronto. Se o Trump vai impor tarifas aos Chineses, o se o maluquinho da Coreia do Norte, que está quietinho ultimamente, inventar uma outra ameaça, é claro terá impacto nos preços. Como ninguém tem essa informação, prefiro usar os parâmetros da análise técnica, a ficar no achismo, ou deixar minha posição baseada em fundamentos se esfacelar. Meu risco é definido em R$ que estou disposto a apostar naquele trade. O que eu tenho sim, é fazer a análise técnica correta, que nem sempre é tão evidente.

O SP500 fechou a 2.716, com alta de 0,15%; o USDBRL a R$ 3,3114, com alta de 0,79%; o EURUSD a 1,2240, com queda de 0,73%; e o ouro a U$ 1.310, com queda de 0,44%.

Fique ligado!

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