Quando o chefe atrapalha
Quando se trabalha numa empresa não se escolhe o chefe.
Todos que já trabalharam em empresas maiores devem ter passado por situações
bizarras. O que posso dizer com certeza é que chefes incompetentes escolhem
pessoas incompetentes como colaboradores. Essa é uma situação lógica, pois como
poderá ele administrar seu grupo, se tiver um funcionário excepcional?
Alguns chefes são legais e permitem um ambiente saudável,
outros vivem pressionando seus subordinados acreditando que essa é a melhor
forma de gerir pessoas, e outros acabam atrapalhando mais que ajudando. Numa
empresa saudável essas anomalias tendem a ter uma vida curta, o próprio
ambiente os “expulsa”.
Mas o post hoje tem um protagonista especial, o Presidente
Trump. Se tem noticiado que o clima dentro da Casa Branca é um desastre, também
a cada semana o troglodita mexe na sua equipe, além dos mais, os melhores
qualificados aproveitam para pedir demissão.
A economia americana está se recuperando de forma firme, sem
a necessidade de ingerências do governo, mas esse Presidente acha que sabe de
tudo, colocando em prática ideias malucas, como o aumento de impostos sobre a
importação de aço e alumínio. Vários estudos publicados mostram que essa medida
terá impacto inverso ao que ele deseja.
Ele tem uma ideia errada sobre a indústria, pois acredita
que fechando as portas para as importações aumentará o emprego, que diga-se de
passagem, já está bom até demais. Agora, notem o que vem acontecendo com a
manufatura nas economias mais desenvolvidas do mundo. Ele vai nadar contra a
maré, pois nenhum CEO vai abrir uma fábrica nos EUA, se essa não se mostrar
mais vantajosa que tê-la no exterior. O que pode acabar acontecendo é aumentar
os preços, ocasionado pelos impostos mais elevados.
Os últimos dados publicados nos EUA, exceção do emprego que
é um dado atrasado, mostram uma certa piora. Por exemplo, o GDPNow calculado
pelo FED de Atlanta, recuou significativamente das estimativas do começo de
janeiro, quando apontava para um crescimento do PIB de 4%. Agora está abaixo
das estimativas dos analistas em 2%.
As vendas ao varejo também sofreram retração nos últimos 3
meses, embora possam ter influência das baixas temperatura.
Esses dados fizeram com que o mercado ficasse um pouco mais
cauteloso em seu otimismo para o ano. Seria muito creditar isso a forma
desordenada com que Trump vem administrando a maior economia do mundo, mas por
outro lado, é visível que ele não ajuda. Talvez a melhor coisa que poderia fazer
para o bem de seu país seria se auto despedir, um fired me! Hahaha ...
Os leitores do Mosca acompanharem
o parabólico crescimento dos fundos ETF nos EUA, e também sabem que prevejo que
o mesmo aconteça em nosso mercado. Essa concentração criou uma distorção
incrível na negociação diária da bolsa americana. Esses fundos para não se
desviarem das cotações de fechamento, da sua carteira, concentram as suas
negociações de compra e venda para os últimos minutos do pregão.
Essa situação fez com que os outros participantes do
mercado, grandes investidores, fundos mútuos, também esperem o final do pregão
para executar suas ordens, pois se assim não fizer, podem distorcer os preços
por falta de liquidez.
E o que fazem os operadores durante o dia? A foto dá uma boa
ideia. Nada! Agora o que fazem os especuladores, eles têm alguma dica se o
final do dia será mais ou menos pressionado? Certamente as informações dentro
da Vanguard ou Blackrock, valem uma nota! Talvez prevendo a possibilidade de
inside trading, as empresas não devem disponibilizar essa informação para os
traders, somente no final do dia. Não consigo ver qual impacto isso poderá ter
no futuro, mas que não é bom ter pouco tempo de mercado “aberto”, não é.
No post Freud-explica, fiz os seguintes comentários
indicando um trade de compra para o euro, que foi cancelado em outro dia: ...” O que marquei em verde se pode chamar
um movimento de livro texto, na teoria de Elliot Wave. Assim sendo espero uma
retração entre o nível de € 1,226 a € 1,222. Com um viés um pouco mais para a
parte superior. Assim minha recomendação é comprar euro a € 1.2250 com um
stoploss a € 1,215” ...
Observado a posteriori talvez criei uma certa confusão na
cabeça dos leitores. O gráfico exposto acima é de mais longo prazo, e a
orientação do trade de mais curto prazo. Vamos esclarecer: Quando eu disse que
o marcado em verde poderia ser considerado como um movimento de livro texto,
quero dizer que, a alta do euro ainda não terminou. A orientação do trade visava
um “belisco” considerando que existia (ou existe) a possibilidade de uma
pequena alta eminente, conforme ilustro abaixo.
Porém, dado os últimos movimentos, abriu-se a possibilidade
de essa pequena alta não acontecer, o que levaria o euro a €
1,20 ou €
1,17, conforme apontado no gráfico abaixo.
A probabilidade de ambos os cenários é de 50/50, e para
apostas assim, é mais divertido ir ao Cassino. Realmente acredito que não
existe nada a fazer nesse momento, a não ser observar, o mercado nos dirá qual
das duas opções é a correta.
Já frisei no passado que o negócio financeiro é o mais fácil
do mundo, basta escolher entre três alternativas: comprar, vender, ou não fazer
nada, sendo essa última a decisão mais difícil. No final do dia, sempre ficará
a sensação que, se tivesse feito a opção certa teria ganho.
Esse será o caso do euro, daqui alguns dias, alguém pode
chegar (meu amigo! Hahaha ...) e dizer “ sabia que o euro iria ____, estava na
cara”. A razão que diferencia os que permanecem no longo prazo dos que
sucumbem, é o controle emocional. Espero que os leitores do Mosca estejam na primeira categoria.
O SP500 fechou a 2.747, sem variação; o USDBRL a R$ 3,2854, com alta de 0,77%; o EURUSD a € 1,2307, com queda de 0,49%; e o ouro a U$ 1.316, com queda de 0,60%.
Fique ligado!
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