Conselhos do FMI



Antes de iniciar o assunto de hoje, gostaria de complementar alguns dados referente aos hedges funds, que foram publicados pelo JP Morgan. O gráfico a seguir mostra como as taxas cobradas por esses fundos vem caindo nos últimos anos, tanto a taxa de administração como a de performance. Notem que a queda mais expressiva é nessa última, o que poderá ser um fator de maior equilíbrio no futuro.


Eu particularmente sugeriria a que esses gestores escolhessem ou dar mais peso a taxa de administração – por exemplo 1,5% de taxa de administração com 5% de performance, ou ao contrário -  0,5 % de taxa de administração e 15% de taxa de performance. O que não dá é para as duas serem elevadas. Eles chegam lá!


O FMI publicou um documento que servirá de base para as discussões do grupo do G-20, que transcrevo a seguir.

Quando os ministros das Finanças do Grupo do G-20, e os governadores dos bancos centrais se encontraram em outubro passado, houve uma sensação de otimismo sobre o crescimento econômico global e as oportunidades para as reformas tão necessárias.

Quando se encontrarem de novo em Buenos Aires na próxima semana, seu foco será sobre as políticas necessárias para proteger esse aumento em relação aos riscos negativos e reforçar o crescimento no futuro.

A boa notícia é que o impulso de crescimento continuou a se fortalecer, envolvendo três quartos da economia mundial.

Mas mesmo que o sol ainda brilhe na economia global, há mais nuvens no horizonte. Pense nas preocupações crescentes com as tensões comerciais, o recente aumento da volatilidade nos mercados financeiros e a geopolítica mais incerta.

Além disso, a melhora esperada para 2018 e 2019 acabará por diminuir, o que implica uma perspectiva de médio prazo desafiadora para muitos países, especialmente em economias avançadas.

É por isso que os países precisam implementar políticas para se proteger contra os riscos negativos, fortalecer a resiliência e promover o crescimento a médio prazo que beneficie todos. Agora é a hora de tomar ações políticas fortes e aproveitar ao máximo esse período de crescimento global.

O FMI em janeiro atualizou sua previsão do PIB global para 3,9% em 2018 e 2019.

O que está por trás do impulso? Principalmente forças cíclicas: o crescimento global foi impulsionado por investimentos e comércio notavelmente fortes, enquanto os recursos e o crédito ainda fluem facilmente dentro e entre países.
Este ano e o próximo, espera-se que as economias avançadas vejam um crescimento que exceda o potencial ainda fraco a médio prazo. O crescimento nos países emergentes e em desenvolvimento deverá prosseguir ainda mais a curto prazo, ajudado por uma modesta melhoria nas perspectivas dos exportadores de commodities.

Então, sim, o atual impulso global continua forte. E sim, há passos concretos que devemos tomar para garantir que ele permaneça forte.

1.       Evitar o protecionismo

Os políticos precisam trabalhar de forma construtiva, em conjunto, para reduzir as barreiras comerciais e resolver os desentendimentos comerciais sem recorrer a medidas excepcionais. Eles devem garantir que as tarifas de importação dos EUA recentemente anunciadas não conduzam a uma escalada mais ampla de medidas protecionistas. A história econômica mostra claramente que as guerras comerciais não só prejudicam o crescimento global, mas também não são possíveis.

Sabemos que o prejuízo auto infligido das tarifas de importação pode ser substancial, mesmo quando os parceiros comerciais não retaliam com as próprias tarifas.

Nós também sabemos que o protecionismo é pernicioso, porque coloca a maior pressão sobre os consumidores mais pobres que compram importações produtos relativamente mais baratos. Em outras palavras, prejudicar o comércio é ruim para a economia e ruim para as pessoas.

2.       Proteção Contra Riscos Financeiros

Proteger contra riscos de queda do mercado, também exige abordar o acúmulo de dívidas nos setores público e privado, seguindo um longo período de condições financeiras fáceis.

Os níveis de dívida pública nas economias avançadas do G20 alcançaram em média 114% do PIB. Globalmente, os níveis de dívida dos países soberanos, empresas e famílias são os mais altos de todos os tempos.

Isso cria vulnerabilidades financeira. Considere um cenário que inclua um aumento inesperado da inflação e um aperto repentino das condições financeiras globais. Essas mudanças podem acelerar as correções dos mercados financeiros, as preocupações com a sustentabilidade da dívida e as reversões do fluxo de capital nos mercados emergentes.

Para mitigar esses riscos, os países devem aproveitar o impulso atual, criando um colchão fiscal - cunhando mais espaço para atuar na próxima recessão - e fazendo uso ativo de políticas macro e micro prudenciais. Nas economias emergentes, as taxas de câmbio flexíveis podem ajudar a mitigar os choques externos.

3.       Intensifique as reformas econômicas

Mesmo enquanto trabalham para proteger o atual aumento, os formuladores de políticas também precisam promover o crescimento a médio prazo, que é mais forte e compartilhado de forma mais ampla.

Impulsionar o crescimento é especialmente importante para as nações avançadas do G20. No ano passado, seu PIB era em média, cerca de 15% abaixo da linha de tendência da crise anterior a 2008, enquanto seus pares de mercados emergentes permaneceram perto disso.
Em outras palavras, essas economias avançadas precisam de um aumento sustentado do crescimento, muito além do aumento atual.

Para aumentar a produtividade e o crescimento potencial, os países podem redistribuir as reformas, especialmente nos mercados de trabalho.

Por exemplo, as nações do G20 se comprometeram a reduzir o acúmulo de taxas de participação da força de trabalho entre homens e mulheres em 25% até o ano de 2025, o que poderia criar cerca de 100 milhões de novos empregos. Para atingir esse objetivo, alguns países precisarão aumentar significativamente seus esforços, enquanto outros - como Austrália, Brasil, Alemanha, Japão e Reino Unido - já fizeram bons progressos.

4.       Promover um crescimento mais inclusivo

Se o crescimento se tornar mais sustentável, deve ser mais inclusivo. Uma prioridade fundamental é moldar o futuro do trabalho de forma a beneficiar todos os cidadãos.

Por exemplo, uma iniciativa canadense recente mostrou que o treinamento de habilidades no trabalho pode ser mais eficaz do que o aprendizado em sala de aula.

Reduzir a diferença de habilidades é mais importante do que nunca, porque a revolução digital está transformando locais de trabalho e indústrias. A McKinsey estima que 375 milhões de trabalhadores, ou 14% da força de trabalho global, podem estar em risco de perda de emprego em 2030.

Ninguém sabe exatamente como esse futuro se desenrolará, mas parece seguro dizer que precisamos de ação política.

Por exemplo, a nova análise do FMI mostra que os ganhos da inovação tecnológica podem ser amplamente compartilhados, ajustando impostos e benefícios e aumentando os gastos públicos em educação e treinamento.

5.       Fortalecer a cooperação internacional

Trabalhar em conjunto é fundamental para garantir um crescimento global forte, sustentável, equilibrado e inclusivo. Do comércio, à concorrência fiscal, às mudanças climáticas, à luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo. Não há escassez de áreas em que precisamos de mais cooperação internacional, e não menos.

Precisamos trabalhar em conjunto para ajudar a abordar a crescente vulnerabilidade da dívida em países de baixa renda. Os níveis de dívida pública para o país médio aumentaram para 47% no ano passado, ante 33% em 2013. Os países que enfrentam encargos da dívida externa precisam avançar prontamente para conter uma maior acumulação de dívida e precisam confiar mais na geração de receita interna para atender às necessidades de financiamento do desenvolvimento. Os credores oficiais bilaterais devem desenvolver planos para participar das operações de reestruturação da dívida quando necessário e compartilhar informações com outros credores.

Há também espaço para desenvolver princípios regulatórios internacionais para ativos criptográficos, incluindo ofertas iniciais de moedas (ICOs). O objetivo deve ser aproveitar o potencial da tecnologia subjacente, garantindo a estabilidade financeira e mitigando os riscos da lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo.

O G20 pode mostrar liderança em todas essas questões. No processo, eles também podem garantir o crescimento e promover o crescimento que é compartilhado por todos.


Essas reuniões do FMI têm pouco impacto efetivo, ainda mais agora que os EUA estão indicando que irão promover uma guerra comercial. Outro fator apontado como importante, é do fortalecimento da inclusão, onde acredito muito pouco pode ser feito. Nesse assunto, o gráfico a seguir é assustador. Refere-se a projeção da população mundial nas várias regiões do mundo. Notem que a aceleração da população africana proporcionalmente ao resto do mundo é enorme. Considerando ser a região de maior pobreza e baixo ensino, o que farão esses africanos daqui a 50 anos?


Normalmente reservo as sextas-feiras para comentar sobre os juros de 10 anos, mas não teria absolutamente nada a acrescentar. Resolvi comentar sobre o ouro. No post cade-o-bitcoin, fiz os seguintes comentários: ...” Qualquer região apontada em verde pode merecer uma compra” ... ...” Nada ainda se pode dizer sobre a possibilidade de compra dentro do intervalo apontado acima, porém as chances aumentaram. Para isso ocorrer, é necessário antes que o nível psicológico de U$ 1.300 seja rompido” ...


Não que tenha acontecido nada de muito importante nas cotações do metal. Desde essa última postagem, o ouro ficou contido num intervalo muito pequeno. Porém, as cotações hoje a U$ 1.310, já se aproximam do nível apontado acima de U$ 1.300. Existe uma relação entre os juros americanos e o ouro, e o fato do juro não ter se mexido, pode estar influenciado a baixa volatilidade do metal.


No gráfico acima aponto um triângulo descendente cuja maior chance é um rompimento para baixo. Até vou estudar um eventual trade, caso o nível de U$ 1.300 seja rompido. Não sei ainda, pois seria uma operação de curto prazo, pois logo em seguida, estaria interessado em comprar.

Tenho que chamar a atenção dos leitores que, o ouro pode não se segurar no nível de U$ 1.240, onde provavelmente eu colocarei o stop de eventual compra, e escorregar para U$ 1.200, sem que com isso fique eliminado uma nova alta. Para quem quiser pesquisar mais essas hipóteses recomendo a leitura do post está-na-hora-de-mudar-de-direção.


O SP500 fechou a 2.751, com alta de 0,16%; o USDBRL a R$ 3,2764, com queda de 0,26%; o EURUSD a 1,2285, com queda de 0,15%; e o ouro a U$ 1.313, com queda de 0,20%.

Fique ligado!

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