Freud explica
Já fazia um bom tempo que o Presidente Trump não era parte
das manchetes diárias. Quando eu digo um bom tempo refiro-me ao critério dele,
diríamos 30/60 dias. Mas ontem ele resolveu agir, ao anunciar imposição de
tarifas sobre o alumínio (10%) e ao aço (25%) importados. Essa medida causou raiva em diversos
produtores americanos e parceiros comerciais dos EUA como a China e a Europa.
Hoje pela
manhã, ele postou em seu Twitter a seguinte mensagem: …“When a country (USA) is losing many billions of dollars on trade with
virtually every country it does business with, trade wars are good, and easy to
win”… Pelas suas palavras se nota agressividade, arrogância e
espirito bélico.
O gráfico a seguir aponta quem serão os mais afetados no
aço, incluindo o Brasil, um parceiro importante para as exportações
brasileiras.
Esse maluco fez o maior erro de política de sua Presidência.
Este aumento de impostos irá punir os trabalhadores americanos, convidar a
retaliação que prejudicara as exportações dos EUA, dividir sua coalizão
política em casa, os aliados ficarão com raiva no exterior e minar suas
reformas fiscais e regulatórias
Suas tarifas beneficiarão um punhado de empresas, pelo menos
por um tempo, mas prejudicarão muitos mais. O impacto imediato será fazer dos
EUA uma ilha de aço e alumínio de alto preço. As empresas dos Estados Unidos
elevarão seus preços para combinar as tarifas, ao mesmo tempo que conquistam
alguma participação de mercado. Os lucros adicionais fluirão para os executivos
em bônus e acionistas mais altos, pelo menos até que os preços mais elevados
prejudiquem seus clientes que utilizam aço e alumínio.
Trump parece não entender que as indústrias que utilizam aço
nos EUA empregam cerca de 6,5 milhões de americanos, enquanto as siderúrgicas empregam
cerca de 140 mil. As indústrias de transporte, incluindo aeronaves e
automóveis, representam cerca de 40% do consumo doméstico de aço, seguido de
embalagens com 20% e construção de edifícios com 15%. Todos terão que pagar
preços mais elevados, tornando-os menos competitivos a nível mundial e nos EUA.
Em vez de importar aço para fazer produtos na América,
muitas empresas simplesmente importarão o produto acabado feito de aço ou
alumínio mais barato no exterior. Ontem por exemplo as ações da indústria
automobilística caíram, a Ford Motor com queda de 3%, a GM 4%, enquanto a U.S.
Steel ganhou 5,8%. Trump deu um enorme presente aos fabricantes de automóveis
estrangeiros, que agora terão uma vantagem de custo sobre Detroit
A Federação Nacional de Varejo chamou as tarifas de
"imposto sobre famílias americanas", que pagará preços mais altos por
produtos enlatados e até cerveja em latas de alumínio. Outro nome para isso, é
o imposto do eleitor Trump.
O dano econômico se agravará rapidamente porque outros países
podem e retaliarão contra exportações dos EUA. Não é aço, mas contra produtos
agrícolas, motocicletas Harley-Davidson, motores Cummins, tratores John Deere e
muito mais.
Em seguida, há o dano diplomático, piorado pelo uso do Sr.
Trump da Seção 232 para reivindicar uma ameaça à segurança nacional. No
processo, Trump está declarando uma exceção unilateral aos acordos de comércio
dos EUA que outros países não esquecerão e certamente imitarão.
O Canadá compra mais aço americano do que qualquer outro
país, representando 50% das exportações de aço dos EUA. Trump está punindo
nosso parceiro comercial mais importante no meio de uma renegociação do Nafta
que ele afirma resultará em um acordo muito melhor. Por que o Canadá deve
acreditar em uma palavra do que ele diz?
Mas será que ninguém alertou ao Presidente destes custos e
riscos? Certamente sim, mas ele não está nem aí para a opinião dos outros,
inclusive de membros de seu governo. Notem a quantidade de substituições que
realizou já no primeiro ano de seu mandato. Está aplicando seu maior
divertimento quando apresentava seu reality show: Fired!
Como dizia meu terapeuta “alguma surpresa? ” Não, nenhuma! A
personalidade desse Presidente americano já foi devidamente detalhada antes de
sua posse. Um narcisista, egocêntrico, que agira dessa forma inúmeras vezes,
desafiando a lógica e o bom senso. Mas é nisso que o povo americano votou, a
ideia de um Super Homem que salvara seu país. Devemos estar preparados para uma
continuidade de situações semelhantes, e só espero que alguma delas não leve a
um ponto de ruptura. Freud explica!
Normalmente eu posto sobre os juros de 10 anos na
sexta-feira, porém identifiquei uma oportunidade no euro. No post as-previsões-que-se-danem, fiz os seguintes comentários: ...” A linha vermelha é um divisor de águas, se o euro cair abaixo da
mesma - € 1,215, aumenta a chance da correção que eu estava esperando
acontecer, cujo intervalo seria entre € 1,205 - € 1,17” ... ...” Mas parece
ainda faltar uma alta até os níveis sublinhados acima. Para que isso aconteça,
o euro não deveria violar o nível de € 1,215” ... ...” Talvez eu me envolva
numa nova compra, mas não tenho os parâmetros ainda, depende do que acontecer
nos próximos dias” ...
Ontem a moeda única chegou a mínima de € 1,2153,
e depois do anúncio do Trump, ensaiou uma recuperação até o nível atual de €
1,23. A configuração apontada no gráfico abaixo de curtíssimo prazo indica uma
compra.
O que marquei em verde se pode chamar um movimento de livro
texto, na teoria de Elliot Wave. Assim sendo espero uma retração entre o nível
de €
1,226 a €
1,222. Com um viés um pouco mais para a parte superior. Assim minha recomendação
é comprar euro a € 1.2250 com um stoploss a € 1,215.
Como essa última alta da moeda única foi ocasionada pelo
anuncio do Trump, esperamos que ele fique quieto alguns dias, assim podemos
completar a ordem. Logo em seguida, que anuncie uma nova ca&@da das
grandes! Desculpem os leitores, mas o compromisso é com o bolso! Hahaha ...
O SP500 fechou a 2.691, com alta de 0,51%; o USDBRL a R$
3,2519, sem variação; o EURUSD a € 1,2317, com alta de 0,41%; e o ouro a
U$ 1.322, com alta de 0,46%.
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